Buscar

sindrome do manguito rotador

Prévia do material em texto

Síndrome do manguito rotador 
Anatomia do ombro
As estruturas que compõe o ombro dão a esta grande mobilidade, porém também grande instabilidade, principalmente devido a forma arredondada e grande da cabeça umeral que não se liga perfeitamente a fossa glenoide, sedo essa região propícia a lesões. 
O ombro é formado por 3 articulações: 
1- Esternoclavicular 
2- Glenoumeral 
3- Acromioclavicular 
Manguito rotador 
Principal função do manguito rotador:
· Manter a cabeça do úmero contra a cavidade glenoide 
· Reforçar a capsula articular 
· Resistir a deslocamentos da cabeça do úmero nas direções anterior, posterior e superior. 
Fazem parte do manguito rotador os seguintes músculos: 
1- Supra-espinhoso -ativo em qualquer movimento envolvendo a elevação do membro superior 
2- Infra- espinhoso – rotador externo 
3- Redondo menor – rotador externo 
4- Subescapular – rotador interno 
Obs: o musculo bíceps braquial não faz parte do manguito rotador, mas contribui para a estabilização da cabeça do úmero. 
Fisiopatologia da síndrome do manguito rotador
A patogênese dessa lesão é descrita baseada nas seguintes causas: 
1- Causa intrínseca 
É tida como resultado do envelhecimento natural dos tendões devido a mudanças na vascularização do manguito, ou outras alterações metabólicas relacionadas a idade. 
Portanto, todos esses indicativos nos levam a crer que a doença do manguito seja uma tendinopatia intrínseca causada por avascularidade, idade ou sobrecarga de uso.
2- Causa extrínseca 
fatores extrínsecos, como o esporão acromial, têm papel secundário na lesão do manguito rotador e sua etiologia, na verdade, é multifatorial.
3- Causa traumática 
Por algum acidente
A lesão do manguito pode ser uma lesão aguda ou crônica do esporte, mas normalmente ocorre por razoes não relacionadas a atividades esportivas e em pessoas sem historia de uso excessivo. 
Um estiramento do manguito rotador é uma lesão traumática, aguda e única aos músculos.
Os fatores de risco que propiciam a essa lesão são: 
· Atividades que requerem elevação do membro acima da cabeça repetidas vezes
· Arremesso no beisebol 
· Levantar pesos acima dos ombros 
· Saques 
· Natação
Acredita-se que o tendão supraespinal seja especialmente suscetível, pois apresenta região subvascularizada próxima à sua inserção na tuberosidade maior. Reação inflamatória resultante e edema posterior estreitam o espaço subacromial, acelerando a irrigação ou o dano do tendão. 
Se o processo não for interrompido, a inflamação pode levar ao rompimento parcial ou completo do manguito rotador. A tendinite degenerativa no manguito rotador é comum entre idosos não atletas (> 40 anos) pela mesma razão. 
A bursite subacromial (inflamação, edema e fibrose da região da bursa acima do manguito rotador) resulta normalmente de lesão no manguito.
Sinais e sintomas
· Dor no ombro (quando o membro ultrapassa a cabeça) 
A dor normalmente é pior entre 60° e 120° (arco doloroso de movimento) de abdução ou flexão do ombro, sendo normalmente mínima ou ausente a < 60° ou > 120°. Pode ser descrita como uma dor persistente que está mal localizada.
Dor que perturba o sono quando deitado sobre o lado afetado
Dor acompanhada de fraqueza no braço
· Fraqueza muscular 
Diagnóstico 
· Anamnese 
· Exame físico
· Às vezes, RM ou artroscopia 
Testes especiais 
1- O músculo supraespinal é avaliado quando o paciente tenta resistir à pressão abaixo do membro superior mantido em flexão para frente, com os polegares apontando para baixo (teste da “caneca vazia” ou teste de Jobe).
2- Os músculos infraespinal e redondo menor são avaliados quando o paciente tenta resistir à pressão da rotação externa com os membros superiores mantidos ao lado do corpo, com os cotovelos flexionados a 90°; essa posição isola a função muscular do manguito rotador dos outros músculos, bem como do deltoide. Fraqueza durante esse teste sugere disfunção significante do manguito rotador (p. ex., rompimento total).
3- O músculo subescapular é avaliado quando o paciente coloca a mão no dorso com a parte posterior da mão tocando a coluna lombar. O examinador levanta a mão da região lombar. O paciente deve conseguir manter a mão sem tocar a pele dorsal (teste de levantamento de Gerber).
4- O teste de Neer verifica aprisionamento nos tendões do manguito rotador do arco coracoacromial. Ele é feito colocando o membro superior do paciente em flexão forçada (braço levantado sobre a cabeça) com o membro superior totalmente pronado.
5- O teste de Hawkins também verifica aprisionamento. É feito pela elevação do membro superior do paciente a 90°, flexionando o cotovelo em 90° e então rotacionando forçosamente o ombro no sentido interno.
6- O teste de Apley avalia a combinação da amplitude de movimento do ombro pedindo que o paciente tente tocar a escápula contralateral: tocar a parte superior da cabeça, a nuca e a escápula contralateral com as pontas dos dedos testa a abdução e a rotação externas; tocar por baixo, atrás do dorso, a escápula oposta com a parte posterior da mão testa a abdução e a rotação interna.
Tratamento 
· Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
· Exercícios
· Algumas vezes, cirurgia
Obs: Injeções de corticoides no espaço subacromial são ocasionalmente indicadas (p. ex., quando os sintomas são agudos e graves ou quando tratamentos anteriores foram ineficazes ou AINEs são contraindicados).
A cirurgia pode ser necessária para bursite crônica que é resistente ao tratamento conservador que consiste em remover o excesso de osso e diminuir o impacto. O reparo cirúrgico é recomendado se uma lesão no manguito rotador for grave (p. ex., um rompimento completo).

Continue navegando