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APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. O ombro é um conjunto articular; Fica no esqueleto apendicular, ele conecta o membro superior a sua caixa torácica; Articulações prendem o ombro na caixa torácica, fica entre os ossos. Ossos que formam o ombro: 3 do ombro e 1 da caixa torácica (esterno): Clavícula: une o esqueleto axial com o membro superior. Escapula; Úmero. Esterno: se articula com a clavícula, o manobro esternal (porção superior). Articulações: 1- Esternoclavicular: une o esqueleto axial com ombro, entre esterno e clavícula; 2- Acromioclavicular: clavícula se articula com a escapula (acidente ósseo e ponto mais alto da escapula, o acrômio); 3- Escapulotorácica: articulação falsa (não tem capsula articular e nem elementos que caracterizem uma articulação), formada pela escapula e as costelas, mas ela faz um deslizamento, a escapula desliza entre as costelas no movimento de abdução; 4- Escapuloumeral/Glenoumeral: é a mais importante, fica entre a escapula e a cabeça do úmero (cavidade glenóide); É uma articulação esferoide (redonda), triaxial (movimentos de adução, flexão e rotação externa), é muito móvel e por isso é menos estável; Ela tem uma bola e uma cavidade reta e a adaptaçãoé o lábio glenoide aumenta a área de superfície da cavidade glenoide para tentar adaptar o úmero; Sofrem muita luxação, pode ser lesão do lábio glenoide ou perda de estabilidade pelos músculos. Na tentativa de melhorar a adaptação e articulações tem o lábio glenoide, os ligamentos glenumerais e os músculos do manguito rotador para estabilizar o ombro. Ligamentos: Os ligamentos glenoumerais servem como estabilizadores estáticos primários, incluem: ligamento glenoumeral superior, médio e inferior. Músculos do Manguito Rotador: Eles abarcam a cabeça do úmero sobre a glenoide, se estendem da escapula para região proximal do úmero e melhoram a estabilidade da articulação escapulo umeral; Além de movimentarem o ombro eles melhoram a estabilidade dinâmica; APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. Estabilidade estática é feita pelos ligamentos. Musculo supraespinhal: se origina na fossa supra espinhal. Músculo Infraespinhal: se origina na fossainfraespinhal Músculo Redondo menor: se origina na borda lateral da escapula. Músculo Subescapular: se origina na fossa subescapular, fica em contato com a caixa torácica na articulação escapulotorácica. Inserções: Os 3 se inserem no tubérculo maior do úmero, parte mais lateral. Supra espinhal: se insere na porção mais alta. Infra espinhal e Redondo menor: se insere na borda mais posterior. Subescapular: se insere no tubérculo menor, na parte anterior. Ações: São músculos estabilizadores da articulação; Supra espinal: quando contrai, ele inicia a abdução do ombro em 30 graus, quando passa disso o deltoide o ajuda; é o que mais sofre por que há o impacto quando levanta muito o braço, atinge o tendão ou a bainha do tendão. Infra espinhal e Redondo menor: quando contrai, eles puxam o tubérculo do úmero eles fazem a rotação externa. Subescapular: ele contrai e puxa o tubérculo menor e fazendo rotação interna. Vascularização: A anatomia vascular do manguito rotador constitui um dos fatores etiológicos do desenvolvimento das lesões nessa estrutura. A “área crítica de Codman”, localizada ligeiramente próxima à inserção do músculo supraespinal, é a zona em que a patologia degenerativa do manguito se inicia, pois essa é hipovascularizada já que ela se encontra continuamente comprimida entre o acrômio e o tubérculo maior. Porção bursal: é a porção superior e tem mais abundância de vasos.= Porção articular: é a porção inferior e tem bem menos vasos que a bursal. Síndrome do impacto: É uma das patologias do ombro mais dolorosas, acompanhada por uma alteração na mobilidade local, que inclui uma variedade de patologias como ruptura, inflamação, tendinite e degeneração, que envolve estruturas contráteis e outras estruturas locais ao redor da articulação do ombro. Impacto repetido entre o arco acromial e os músculos do manguito rotador, sendo o músculo supraespinhal o mais lesionado; Possui fases: Fase I: caracterizada por dor aguda e edema, ocorrendo em pessoas com menos de 25 anos. É relacionada com APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. a prática esportiva ou trabalho, melhorando com repouso; Fase II: caracterizada por tendinite e fibrose, comum em pessoas entre 25 e 40 anos, com espessamento da Bursa subacromial. Fase III: ocorre degeneração e/ou ruptura dos tendões do manguito rotador ou bíceps braquial, associados com alterações ósseas como osteófitos no acrômio ou na articulação acromioclavicular, resultado do desgaste, com grande prevalência em pessoas com mais de 40 anos. Tendinite do Manguito Rotador: São lesões que acometem esse grupo muscular do ombro, se manifestando por dor e limitação funcional. É multifatorial, já que vários fatores somados a ação biomecânica de compressão das estruturas moles do ombro, principalmente dos músculos que compõem o manguito rotador, contribuem para a o desenvolvimento dessas lesões. Bursite no ombro: É caracterizada pela ocorrência de dor nos ombros, principalmente durante a realização de certos movimentos como abdução, rotação externa e elevação do membro superior. A dor ocorre pela inflamação ou irritação de uma Bursa, pequeno saco localizado entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões, que permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas. Capsulite adesiva (ombro congelado): É uma síndrome caracterizada por dor, rigidez articular fibrosa de origem capsular, de início insidioso, muitas vezes relacionado com períodos de desuso da articulação, de evolução arrastada, associada ou não a outras doenças e que, em muitos casos, pode evoluir espontaneamente para cura. A doença é uma doença relativamente frequente que acomete principalmente mais o sexo feminino (2:1), na faixa etária de 40 a 60 anos, e pode estar associada a outras doenças, em especial o diabetes. Primária ou idiopática: quando não se identifica causa aparente ou associação com outras doenças; Secundária: quando se identifica uma possível causa ou há associação com outras doenças. A capsulite adesiva secundária ainda pode se subdividir em: Intrínseca: quando é desencadeada por lesão no próprio ombro. Extrínseca: quando há associação com alterações de estruturas distantes do ombro, como lesões do membro superior (fraturas do punho e mão, processos infecciosos, etc.), doenças e lesões do sistema nervoso central e periférico (AVC, epilepsia, lesão de nervos do membro superior, etc.), lesões da coluna cervical com ou sem radiculopatia, doenças do coração (isquemia do miocárdio) e do pulmão (doença pulmonar crônica, tumores do ápice pulmonar), etc. Sistêmica: quando há associação com doenças como diabetes, doenças da tireoide (tumores, tireoidites), etc. Possui estágios: Estágio I – pré-adesivo: que já inflamação sinovial Estágio II – sinovite adesiva: em que há sinovite proliferativa e início de colabamento das paredes dos recessos articulares e aderências da cápsula na cabeça do úmero Estágio III – maturação: já sinovite e franco colabamento do recesso axilar. APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. Estágio IV – crônico – as aderências já maduras e a cápsula retraídarestringem fortemente os movimentos da cabeça do úmero; Desgaste natural e desgaste ao longo do tempo; Lesões traumáticas em uma queda, acidente de carro ou colisão esportiva; Movimentos repetitivos acima da cabeça e ombro; Lesões esportivas devido ao uso excessivo e subluxação da articulação glenoumeral: são mais comuns em adolescentes e adultos jovens. Em Indivíduos de meia-idade e idosos desenvolvem mais frequentemente dor no ombro devido a lesões do manguito rotador, como tendinopatia do supraespinal e ruptura parcial ou total do tendão. Trauma: O paciente refere que caiu sobre o membro afetado, que sofreu uma luxação glenoumeral traumática, que um estiramento abrupto aconteceu enquanto realizava alguma atividade com os membros elevados, entre outras causas. Teoria da degeneração extrínseca/ Impacto subacromial primário: A teoria da degeneração extrínseca o manguito rotador é comprimido pelo arco coracoacromial e que essa seria a principal causa da degeneração evolutiva de ruptura parcial para total, sendo a superfície anteroinferior do acrômio e o ligamento coracoacromial os principais responsáveis pela compressão do manguito rotador, da bolsa subacromial e da cabeça longa do bíceps. O impacto se dá contra a porção anteroinferior do acrômio, o ligamento coracoacromial e a articulação acromioclavicular. A ponta do processo coracoide também pode colaborar com o impacto sobre o músculo subescapular, fenômeno conhecido como impacto do processo coracoide. Degeneração intrínseca: A musculatura do manguito tende a degenerar-se com a idade. Os tendões que formam o manguito rotador (subescapular, supraespinal, infraespinal e redondo menor) inserem-se em um continuum e são submetidos à compressão (força de cisalhamento) exercida pelas estruturas ósseas que estão acima (acrômio) e abaixo (cabeça do úmero), transmitida transversalmente ao longo das fibras musculares dos tendões, sobretudo do supraespinal. A “zona crítica de Codman ou“a área de inserção do supraespinal com suprimento sanguíneo inadequado” , em que o lado da bolsa possui vascularização escassa, e o lado capsular, uma rica rede de microanastomoses. Portanto, o consenso atual entre a maioria dos autores é que a história natural da lesão degenerativa do manguito rotador obedece a um padrão que inicia por alterações de vascularização, evolui para lesão parcial, geralmente intra-articular, e pode chegar à lesão completa e total do supraespinal. Adultos entre 40 a 50 anos; a incidência aumenta geometricamente nas décadas seguintes. Esportes que utilizam o membro superior: como vôlei, basquete, tênis, natação, lutas marciais, esportes radicais, entre outros. Dor: É proporcional ao grau de inflamação e necrose do músculo e não ao tamanho da ruptura. É melhor suportada de dia, por que o paciente acomoda o braço em leve abdução e flexão anterior e a ação da gravidade mantém certa “tração” sobre o membro superior, diminuindo o impacto do manguito rotador contra o arco coracoacromial. Durante o sono sente mais dor, porque essa posição do braço não é possível, e a dor pelo estiramento do músculo inflamado ou rompido se instala. Pode ser espontânea e aumentar com os movimentos. Está presente em todas as fases da lesão, mas costuma ser mais intensa no músculo íntegro ou com ruptura parcial. Quando a ruptura se completa, ocorre o relaxamento das fibras do supraespinal, promovendo a diminuição do quadro doloroso. Ela é localizada ao redor do ombro, mas pode irradiar- se até a região escapular (origem dos músculos supra e infraespinais) e o cotovelo (representação pelos dermátomos). A “verdadeira” dor do ombro não ultrapassa os limites do cotovelo. Quando o paciente referir dor que se irradia até a mão, o examinador deve estar atento, APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. pois uma patologia da coluna cervical pode ser a doença primária. Crepitação: Faz a palpação com dois dedos colocados imediatamente à frente do acrômio e mostra as partes moles (bursa subacromial inflamada e manguito rotador com rompimento parcial ou total) raspando contra a superfície inferior do acrômio. Pode estar presente nas fases II e III de Neer. É um sinal de alerta importante. Força muscular: As forças de abdução e rotação externa tendem a estar diminuídas no lado envolvido das lesões totais. Nas lesões parciais e mesmo nas totais pequenas, a força pode estar normal. O teste é realizado comparando-se com o lado oposto, sendo acompanhado por dor; A pseudoparalisia do membro superior, incapacidade do paciente elevar ativamente o braço, é a fase final desta perda de força e desequilíbrio biomecânico. Contratura (capsulite adesiva): Ocorre em 14% dos processo inflamatório que se instala na cápsula articular e à imobilidade do membro superior determinada pela dor. Tendinite ou ruptura da cabeça longa do bíceps: História clínica: Determinar existência de trauma ou não, o tempo de evolução, a presença de dor aos movimentos e à noite, a intermitência do quadro doloroso, os tratamentos instituídos, dentre outros sinais. Exame físico: São pesquisadas assimetrias das cinturas escapulares, atrofias das fossas supra e infra-espinhais, cicatrizes e deformidades da coluna cervicotorácica. Testes ortopédicos: Fazem parte da avaliação e servem para ajudar na confirmação do diagnóstico das patologias do ombro. Teste de Yergason – avaliar tendinite ou instabilidade de bíceps braquial; Teste de Speed – avalia a existência de lesões do lábio glenoidal ou do bíceps braquial; Teste de Jobe – identifica lesões no manguito rotador, em especial no músculo supra-espinhal; Teste do Subescapular de Gerber – avalia lesões no músculo subescapular; Teste de Coçar de Apley – avalia tendinite de um dos tendões do manguito rotador, que acontece geralmente no músculo supra-espinhal; Teste de Neer – avalia a síndrome do impacto, bursite subacromial e lesões no manguito rotador. APG S11P1-5ºPeríodo| Ilana Maria Maia S. Teste de xilocaína (teste de Neer): A injeção de 8 a 10 mL de xilocaína no espaço subacromial proporciona alívio imediato da dor, negativando os testes provocativos e o arco doloroso. Pouco usado ultimamente. Radiologia: Raio X simples: deve ser feito com as incidências anteroposterior “verdadeira” em rotação interna e externa, axilar, anteroposterior com 30° de inclinação caudal (descrita para o estudo da porção anterior do acrômio) e lateral do acrômio ideal para avaliar a curvatura do acrômio e sua relação com o espaço subacromial). Ecografia: é um método não invasivo e deve ser realizado em comparação ao lado oposto. No entanto, é examinador-dependente, método excelente em mãos experientes e com aparelho apropriado. Sabe-se que a ecografia demonstra dificuldades para detectar lesões menores de 1 cm de circunferência e lesões parciais do manguito. RM: é um método excelente para a avaliação do manguito rotador, fornece dados objetivos sobre a qualidade dos tendões, seja na fase inflamatória, seja na fase de ruptura. Além disso, fornece indicadores precisos sobre a extensão da retração presente e a qualidade dos músculos a serem reparados. Artro-RM: método atual para o diagnóstico de lesões do lábio associadas ou de lesões parciais articulares, devendo ser realizado um corte na incidência de abdução e rotação externa, que demonstra com mais clareza essas lesões . Consiste no alívio da dor; Está indicado para casos de inflamação da bursa (bursite) e dotendão (fase I e início da fase II). O tratamento conservador da síndrome do impacto deve se estender por três a seis meses antes de optar pela alternativa cirúrgica, caso a evolução não tenha sido satisfatória. Tratamento farmacológico: Uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), quando houver funcionamento normal das funções hepática, renal e cardíaca, e também de analgésicos, substituição de atividades que utilizem o membro superioracima de 90°; Tratamento não farmacológico: Suspensão das atividades repetitivas, uso de gelo (fase aguda) e calor (após a fase aguda) e métodos fisioterapêuticos de calor (ultrassom, laser, ondas curtas, etc.) são indicados. Acupuntura pode auxiliar no alívio imediato da dor, mas o retorno do quadro álgico se dá tão logo seja descontinuada, caso não seja acompanhada de outros métodos de reequilíbrio muscular. Tratamento cirúrgico: Indicado na falha do tratamento conservador dos pacientes com ruptura do manguito rotador e costuma ser realizado por meio da técnica de artroscopia, um procedimento menos invasivo e bastante eficiente. A técnica de reparo aberto (mini open) também pode ser utilizada para a correção cirúrgica da lesão. O pós- operatório costuma ser bem tolerado e a dor é controlada por meio de analgésicos. Até que ocorra a cicatrização do tendão nenhum esforço físico deve ser realizado e é necessário o uso de tipoia por um período de quatro a seis semanas. De modo geral, a realização de esforço leve é permitida após dois a três meses e atividades desportivas, em média seis meses após a cirurgia.
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