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Síndrome de Realimentação Caracteriza-se por um distúrbio grave de eletrólitos, com predomínio de concentrações reduzidas, especialmente de potássio, magnésio e fósforo, acompanhado de anormalidades metabólicas em pacientes com desnutrição grave quando introduzido suporte nutricional oral, enteral ou parenteral. Estado catabólico -----> estado anabólico repentino ● Hipofosfatemia é o critério central para seu diagnóstico. Baixas [ ] desses eletrólitos (K, Mg e P) podem levar a: - Sobrecarga circulatória de fluidos - Comprometimento respiratório - Falência cardíaca Fatores de risco: ● Perda ponderal não intencional ● Quimioterapia ● Pós operatório de cirurgia bariátrica disarbsortiva ● Cirurgias de grande porte ● Alcoolismo ● Repleção intravenosa de fluidos prolongada ● Transtornos alimentares, especialmente anorexia nervosa. Condições de risco para síndrome de realimentação Perda ponderal >5% em um mês >7,5% em 3 meses >10% em 6 meses Diminuição do aporte de nutrientes Jejum >7 dias Dietas hipocalóricas prolongadas Alterações crônicas de deglutição Anormalidades neurológicas Alcoolismo crônico Anorexia nervosa Depressão do idoso Pacientes oncológicos Enfermidades infecciosas crônicas como AIDS e tuberculose Pacientes cirúrgicos no pós-op Paciente obesos mórbidos com PP rápida Aumento da demanda de nutrientes Diarreia ou vômitos graves Doenças inflamatórias intestinais Disfunções do TGI Pancreatite crônica Uso crônico de antiácidos e/ou diuréticos Pós-op de bariátrica Fisiopatologia: Estado alimentado → CHO principal fonte energética, sendo a glicose cotransportada por uma bomba de Na+/K+ para dentro do enterócito, alcançando a circulação porta por difusão facilitada, aumentando sua [ ] plasmática. Estimulação de insulina pelas células beta-pancreáticas, que promove aumento da captação celular de potássio. Jejum/inanição → [ ] plasmáticas de glicose reduzem-se dentro de 24-72h, promovendo a liberação de glucagon pelas células alfa-pancreáticas com redução de insulina circulante. Formação de glicose através de substratos não glicolíticos. Há uma adaptação metabólica para garantir o suprimento energético do organismo e sua sobrevivência, mas com consequente perda de MLG e de MG, acompanhadas de depleção de K, Mg e de P. ● Como acontece: A reintrodução da alimentação após jejum prolongado ou em pacientes desnutridos graves provoca um declínio da gliconeogênese e do metabolismo anaeróbio, sistema esse diminuído pela secreção aumentada de insulina. O hormônio insulina estimula a movimentação de K, Mg e P para o meio intracelular, diminuindo ainda mais a [ ] sérica desses íons (considerando que seus estoques já estavam depletados → diminuição ainda maior). Como o corpo necessita manter a osmolaridade, há retenção de Na+ e água. Ademais, a reintrodução de CHO aumenta a demanda de B1 (tiamina), pois ela é cofator para reações metabólicas de formação de energia. A tiamina e o fosfato são essenciais ao metabolismo dos CHO; o fosfato é requerido para intermediar a fosforilação dos compostos da rota da glicogenólise, do ciclo do ácido cítrico e da cadeia respiratória para a formação de ATP. Dessa forma, como o corpo realimentado está utilizando grandes quantidades de P para essas rotas metabólicas, acabam reduzindo-se as [ ] desse eletrólito podendo causar arritmias, tonturas, falência cardíaca e respiratória, coma e morte súbita. ★ Importante diferenciar a falta da tiamina por maior uso quando o paciente é realimentado de deficiência de tiamina por causas como insuficiência renal. Na SR há redução das [ ] séricas dos íons devido a estimulação da insulina, enquanto na deficiência, a perda renal por conta da disfunção tubular proximal é a principal causa. Prevenção e tratamento: correção das anormalidades bioquímicos e do desequilíbrio de fluidos, a fim de alcançar valores próximos à normalidade. 1. Identificação dos pacientes em risco de desenvolver SR, no momento da admissão hospitalar. 2. Monitoração durante a realimentação: pressão arterial, FC e sintomas neurológicos, balanço hídrico e alterações de peso corporal, avaliação bioquímica e monitoração da glicemia. 3. Regimento de reintrodução da alimentação apropriado. ● Ainda não há consenso quanto a oferta calórica, porém a oferta inicial deve ser reduzida a 25% das necessidades calóricas diárias estimadas com aumento progressivo, para alcançar o alvo calórico dentro de 3 a 5 dias. ● A necessidade protéica deve ser de 1,2 a 1,5g/kg/dia, tendo o peso ideal como referência para aqueles desnutridos. ● Administração intravenosa de P quando a [ ] plasmática for <1,5mg/dL. Hipomagnesemia tratada com adm oral de sais de magnésio e a correção da hipocalemia com adm intravenosa de K, suplementação de tiamina. Doença Celíaca Distúrbio autoimune comum e permanente de base genética que causa inflamação do intestino delgado proximal. Resposta imune contra a ingestão de glúten do trigo e das proteínas (gliadina) relacionadas de centeio e cevada, que leva a inflamação, atrofia das vilosidades e hiperplasia das criptas no intestino delgado. Resposta imune mediada por linfócitos T contra o glúten ingerido. Imunoglobulina IgA relacionada (específica) e IgG (100% sensível).. Intimamente associada a antígenos DQ2 e DQ8, além da transglutaminase 2. ● Outras denominações: espru celíaco, espru não tropical ou enteropatia por glúten. Sintomas mais frequentes: fezes de odor fétido, espumosas e pálidas, diarreia, irritabilidade, distensão abdominal, cansaço com facilidade, palidez, perda de peso, vômito e diarreia. Dermatite herpetiforme é uma manifestação cutânea de doença celíaca caracterizada por lesões papulovesiculares intensamente pruriginosas que ocorrem em cotovelos, joelhos, pernas, nádegas, tronco, pescoço ou couro cabeludo. Os pacientes também podem apresentar esteatorreia. ● 1,2 a 1,5g/PTN/dia ● 35-40kcal/lg de peso Alimentos permitidos: leguminosas, sorgo, soja, amido de batata, montina, capim-arroz indiano, trigo sarraceno, farelo de milho, amaranto.. Terapia Nutricional: Com frequência, a dieta e os produtos isentos de glúten são pobres em vitaminas do complexo B, cálcio, vitamina D, ferro, zinco e magnésio, o que aumento o risco de deficiências nutricionais. Por isso, é necessário, às vezes, o uso de suplementos de vitamina A, D, E, K, Ferro, B9, cálcio, B12, tiamina.
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