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É a cardiopatia causada pelo comprometimento do fluxo sanguíneo coronariano As doenças das artérias coronárias podem causar isquemia do miocárdio e angina, infarto do miocárdio ou ataque cardíaco, arritmias cardíacas, defeitos na condução, insuficiência cardíaca e morte súbita. Aterosclerose é a causa mais comum, pode afetar uma ou todas as três artérias coronárias epicárdicas principais e suas ramificações. Lesões clinicamente significativas podem estar localizadas em qualquer ponto nesses vasos, mas tendem a predominar nos primeiros centímetros da artéria coronária descendente anterior esquerda e circunflexa esquerda, ou por toda a artéria coronária direita. Fatores de risco: tabagismo, pressão arterial alta, elevação dos níveis séricos de colesterol total e de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), baixos níveis séricos de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), diabetes, idade avançada, obesidade abdominal e inatividade física. inclui a Angina Instável, o infarto do miocárdio sem elevação do segmento (sem onda Q) e o infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (com onda Q). **Em pessoas sem elevação do segmento ST ao ECG, a oclusão coronariana trombótica não é total ou é intermitente, enquanto aquelas com elevação do segmento ST normalmente apresentam oclusão coronariana completa à angiografia; por fim, muitas apresentam infarto do miocárdio com onda Q é considerada uma síndrome clínica isquêmica miocárdica, que varia desde a angina estável até o infarto do miocárdio. Considera-se que as pessoas sem evidências de marcadores séricos de lesão do miocárdio apresentam AI, enquanto o diagnóstico de IMSEST é indicado pela detecção de um marcador sérico de lesão miocárdica FISIOPATOLOGIA: › Desenvolvimento de uma placa instável que rompe, ou erosão da placa com trombose não oclusiva sobreposta › Obstrução, como espasmo, constrição, disfunção ou estímulo adrenérgico › Estreitamento grave do lúmen coronariano › Inflamação › Qualquer condição fisiológica que cause isquemia relacionada à diminuição do suprimento de oxigênio, como febre ou hipotensão. A inflamação pode desempenhar um papel importante na instabilidade da placa, com as células inflamatórias liberando citocinas que tornam a cápsula fibrosa mais fina e mais vulnerável à ruptura ou à erosão. A dor associada à AI/IMSEST apresenta uma evolução persistente e grave, sendo definida pela presença de no mínimo uma de três características: › Ocorre em repouso (ou com esforço mínimo), normalmente com duração superior a 20 min (se não interrompida com nitroglicerina) › É grave e descrita como uma dor inequívoca de início recente (i. e., dentro de 1 mês) › É mais grave, prolongada ou frequente do que a apresentada anteriormente. É classificada de acordo com a gravidade, com base no histórico clínico, no padrão do ECG e em biomarcadores séricos: › Classe I (angina grave de início recente) › Classe II (angina em repouso no último mês, mas não nas últimas 48 h) › Classe III (angina em repouso nas últimas 48 h). O padrão do ECG na IA/IMSEST revela depressão do segmento ST (ou elevação transitória no segmento ST) e alterações na onda T. é caracterizado pela morte isquêmica do tecido miocárdico associada à doença aterosclerótica das artérias coronárias. A área do infarto é determinada pela artéria coronária afetada e pela distribuição do fluxo sanguíneo. Aproximadamente 30 a 40% afetam a artéria coronária direita, 40 a 50% afetam a artéria descendente anterior esquerda, e os 15 a 20% remanescentes afetam a artéria circunflexa esquerda. FISIOPATOLOGIA A extensão do infarto depende da localização e da extensão da oclusão, da quantidade de tecido cardíaco irrigado pelo vaso, da duração da oclusão, das necessidades metabólicas do tecido afetado, da extensão da circulação colateral, e de outros fatores, como frequência cardíaca, pressão arterial e ritmo cardíaco. O infarto pode envolver o endocárdio, miocárdio, epicárdio ou uma combinação desses. Os infartos transmurais envolvem toda a espessura da parede ventricular e são mais comuns com a obstrução de uma única artéria. Os infartos subendocárdicos envolvem desde o terço interno até metade da parede ventricular e ocorrem com mais frequência na presença de artérias com estreitamentos graves, mas que ainda estão pérvias. A maior parte dos infartos é transmural, envolvendo a parede livre do VE e o septo interventricular. Consequências bioquímicas: ocorre a conversão do metabolismo aeróbico em anaeróbico, com uma produção de energia inadequada para manter a função miocárdica normal. Como resultado, ocorre uma perda acentuada da função contrátil dentro de 60 s após o seu início. O desenvolvimento das alterações na estrutura da célula (i. e., depleção de glicogênio e edema mitocondrial) ocorre em alguns minutos A área isquêmica deixa de funcionar em questão de minutos, e a lesão celular irreversível ocorre em aproximadamente 40 min. A morte (necrose) celular miocárdica irreversível ocorre 20 a 40 min depois da isquemia grave. A lesão microvascular ocorre em cerca de 1 h após a lesão celular irreversível. Se o infarto for suficientemente grande, deprime a função ventricular esquerda geral e, em seguida, ocorre a insuficiência do bombeamento Tanto as áreas infartadas quanto as não infartadas do ventrículo passam por alterações progressivas na dimensão, no formato e na espessura, incluindo adelgaçamento inicial da parede, cicatrização, hipertrofia e dilatação, coletivamente denominados remodelamento ventricular. Enquanto o músculo não funcional na área infartada se torna fino e dilatado, o músculo na área não infartada adjacente sofre espessamento resultante de hipertrofia adaptativa, de modo a poder assumir o trabalho do músculo na zona infartada. Contudo, o efeito adaptativo do remodelamento pode ser eliminado com a formação de um aneurisma ou a depressão da função miocárdica, causando um comprometimento ainda maior da função ventricular As células miocárdicas que sofrem necrose são gradualmente substituídas por tecido cicatricial. Há desenvolvimento de resposta inflamatória aguda na área de necrose, aproximadamente 2 a 3 dias após o infarto. Depois disso, os macrófagos começam a remover o tecido necrótico, e a área lesionada é gradualmente substituída pelo crescimento de um tecido de granulação altamente vascularizado que, pouco a pouco, se torna menos vascularizado e mais fibroso. Em cerca de 4 a 7 dias, o centro da área infartada está macio e amarelo; esse é o período em que costumam ocorrer os casos de ruptura do ventrículo, do septo interventricular ou das estruturas valvares. A substituição do tecido miocárdico necrótico normalmente está concluída ao redor da sétima semana. As áreas do miocárdio que foram substituídas pelo tecido cicatricial não têm capacidade de realizar contrações, nem de iniciar ou conduzir os potenciais de ação. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O IMEST pode ocorrer como um evento de início abrupto ou como progressão da AI/IMSEST. A dor é o sintoma significativo, descrita como constritiva, sufocante ou “como se algo estivesse sobre o peito”. Usualmente, a dor é subesternal e irradia para o braço esquerdo, pescoço ou mandíbula, embora possa ser relatada em outras áreas do tórax. Diferente da dor da angina, a dor associada ao IMEST é mais prolongada e não é aliviada com repouso ou nitroglicerina, mas quase sempre requer narcóticos. Algumas pessoas podem descrevê-la não como “dor” e sim como “desconforto”. É comum as mulheres apresentarem desconforto torácico do tipo isquêmico atípico, enquanto os idosos podem se queixar mais frequentemente de falta de ar do que de dor torácica. Uma sensação de desconforto epigástrico pode estar presente, e podem ocorrer náuseas e vômito. Acredita- seque esses sintomas estejam relacionados à gravidade da dor e à estimulação vagal Queixas de fadiga e fraqueza, especialmente em braços e pernas, são comuns. A dor e o estímulo simpático se combinam e ocasionam taquicardia, ansiedade, inquietação e sensação de morte iminente. Pode haver tosse produtiva, com expectoração espumosa e rosada. A pele com frequência está pálida, fria e úmida. O comprometimento da função do miocárdio pode levar à hipotensão e ao choque. Alterações clássicas de SCA: inversão da onda T, elevação do segmento ST e desenvolvimento de uma onda Q anormal. O aparecimento pode variar dependendo da duração do evento isquêmico (agudo ou progressivo), da sua extensão (subendocárdico ou transmural) e da sua localização (anterior ou septal ou inferoposterior). A fase de repolarização do potencial de ação (onda T e segmento ST ao ECG) normalmente é a primeira a apresentar envolvimento durante a isquemia e a lesão do endocárdio Na medida em que a área envolvida se torna isquêmica, a repolarização do miocárdio sofre alteração, causando mudanças na onda T (inversão da onda T ou hiperaguda da onda T como o sinal mais precoce do infarto) Na situação normal, o segmento ST do ECG é quase isoelétrico, a isquemia aguda grave reduz o potencial de repouso da membrana e abrevia a duração do potencial de ação na área isquêmica. Tais alterações criam uma diferença de voltagem entre as áreas normais e isquêmicas do miocárdio, a qual leva à denominada corrente de lesão entre essas regiões (são as correntes representadas ao ECG de superfície como um desvio do segmento ST) Quando a lesão aguda é transmural, todo o vetor ST está desviado na direção do epicárdio exterior, resultando em elevação do segmento ST. No infarto com onda Q, ocorre o desenvolvimento de ondas Q anormais e perda da onda R, uma vez que não ocorre a condução da corrente de despolarização a partir do tecido necrótico. Quando a lesão está confinada primariamente ao subendocárdio, todo o segmento ST está desviado na direção da camada ventricular interna, resultando em uma depressão geral do segmento ST e não na sua elevação. Na medida em que as células do miocárdio se tornam necróticas, seu conteúdo intracelular começa a se difundir pelo interstício adjacente e, em seguida, pelo sangue. A velocidade na qual as enzimas passam a ser observadas no sangue depende da sua localização intracelular, do seu peso molecular e do fluxo sanguíneo local. › TROPONINA: biomarcadores primários (alta especificidade). A TnI e a TnT, que estão presentes no músculo cardíaco, começam a aumentar dentro de 3 h após o início do infarto do miocárdio e podem permanecer elevadas por 7 a 10 dias. Isso é especialmente vantajoso no diagnóstico tardio do infarto do miocárdio. › CREATINOQUINASE: é uma enzima intracelular encontrada nas células musculares. CK-MB é especifica para lesão o miocárdio, excedem as variações normais dentro de 4 a 8 h após a lesão do miocárdio e declinam ao valor normal dentro de 2 a 3 dias É um meio de observação da função cardíaca sob condições de estresse, para verificar a resposta fisiológica posterior a um evento de IM ou revascularização, a capacidade funcional para um programa de exercícios e/ou reabilitação cardíaca, a eficácia de tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos, e a gravidade das arritmias; no pré-operatório, é útil para avaliar o status funcional Enquanto o paciente tenta alcançar esse objetivo, sua pressão arterial é monitorada durante o teste de exercício, e o padrão do ECG é registrado com a finalidade de determinar a frequência cardíaca e detectar alterações isquêmicas no miocárdio. Dor torácica, falta de ar grave, arritmias, alterações no segmento ST ao ECG ou uma diminuição na pressão arterial são achados sugestivos de DAC. Se um ou mais desses sinais ou sintomas estiverem presentes, o exame normalmente é encerrado O ecocardiograma em modo M, que foi o primeiro tipo de ultrassonografia cardíaca, utiliza um feixe de ultrassom estático para produzir uma imagem unidimensional ou “congelada” do coração. O ecocardiograma bidimensional utiliza um feixe de ultrassom móvel para produzir uma imagem integrada, composta por diversas imagens triangulares. O ecocardiograma com Doppler utiliza o ultrassom para registrar o fluxo sanguíneo no interior do coração. O uso de contraste melhorou a identificação das estruturas cardíacas do lado esquerdo; e, por fim, imagens 3D do coração podem ser obtidas por meio de transdutores mais modernos, a partir de uma imagem de ecocardiograma 3D de volume total. tomografia com emissão de pósitrons (PET) utiliza agentes que emitem pósitrons para demonstrar a perfusão ou o status metabólico do miocárdio. angiocardiograma com radionuclídeo proporciona uma visualização real das estruturas ventriculares durante a sístole e a diástole, sendo um meio para a avaliação da função ventricular durante o repouso e o teste ergométrico. A RM cardíaca é utilizada para quantificar o volume, a massa e a função dos ventrículos TC é uma técnica radiográfica que consiste em obter imagens transversais do corpo por meio da rotação do scanner radiográfico ao redor da pessoa. C não contrastada são utilizados primariamente para avaliar a calcificação das artérias coronárias. Os exames contrastados podem ser utilizados para avaliar as câmaras cardíacas, os vasos cardíacos de grande calibre e, algumas vezes, o lúmen das artérias coronárias. Envolve a passagem de cateteres flexíveis pelos vasos de grande calibre e pelas câmaras do coração. Na cateterização do coração direito, o cateter é inserido em uma veia periférica (normalmente a femoral) e, em seguida, avançado até o coração direito. O cateter é inserido no coração esquerdo de modo retrógrado, por meio de uma artéria periférica (normalmente a braquial ou femoral) até o interior da aorta e do coração esquerdo. O laboratório de cateterização cardíaca, onde o procedimento é realizado, é equipado para a visualização e o registro das imagens fluoroscópicas do coração e dos vasos torácicos, bem como para aferir as pressões no coração e nos vasos de grande calibre. A arteriografia coronariana envolve a injeção de um meio de contraste radiográfico nas artérias coronárias, possibilitando a visualização das lesões nesses vasos. É utilizada para identificar e estabelecer a extensão da estenose das artérias coronárias, realizar uma intervenção coronariana percutânea (ICP) e inserir stents nas artérias coronárias, além de determinar a adequação para uma cirurgia de bypass arterial coronariano. O prognóstico do IMEST está relacionado à ocorrência de arritmias e complicações mecânicas (insuficiência no bombeamento). A maioria das mortes por IMEST ocorre em consequência do súbito desenvolvimento de arritmias ventriculares. Principais elementos no tratamento de pacientes com IMEST incluem: › Reconhecimento dos sintomas e busca imediata por atendimento médico › Mobilização imediata de uma equipe médica de emergência com capacidade para realizar procedimentos de reanimação, incluindo desfibrilação › Rápido transporte para um hospital equipado para o tratamento de arritmias e fornecimento de suporte vital avançado cardíaco › Rápida implementação de terapia de reperfusão, dentro de 60 a 90 min EXAME FÍSICO: Devem ser averiguados os episódios anteriores de DCV, incluindo SCA, cirurgia de bypass coronariano ou ICP. A avaliação da queixa principal do paciente, tipicamente a dor torácica, além dos outros sintomas associados, é essencial para a diferenciar a SCA de outros diagnósticos ECG de 12 derivações (elevação do segmento ST, prolongamento da onda Q e inversão da onda T), contrações ventriculares prematuras, que são arritmias comuns após o infarto do miocárdio. Administração de oxigênio, ácido acetilsalicílico (AAS),nitratos, analgésicos, terapias antiplaquetária e anticoagulante, bem como agentes de bloqueio beta- adrenérgicos (betabloqueadores). Pacientes com evidências de infarto ao ECG devem receber terapia de reperfusão imediata com um agente trombolítico ou ICP, dentro de 60 a 90 min. O alívio da dor é um objetivo importante, alcançado com uma combinação de oxigênio, nitratos, analgésicos (p. ex., morfina) e agentes bloqueadores beta-adrenérgicos. A administração de oxigênio aumenta tanto o conteúdo de oxigênio no ar inspirado quanto a saturação de oxigênio da hemoglobina. Os níveis de oxigênio arterial podem sofrer queda significativa após um IMEST, e a administração de oxigênio auxilia na manutenção do conteúdo de oxigênio no sangue que perfunde a circulação coronariana. A nitroglicerina é administrada por seu efeito vasodilatador e pela capacidade de aliviar a dor coronariana. Os efeitos vasodilatadores do medicamento diminuem o retorno venoso (i. e., reduzem a pré-carga) e a pressão arterial (i. e., reduzem a pós-carga), diminuindo, assim, o consumo de oxigênio. Também pode limitar a dimensão do infarto e é mais eficaz se administrada dentro de 4 h após o início dos sintomas. Em geral, é inicialmente administrada por via sublingual, mas depois se avalia a necessidade de infusão intravenosa. Morfina é o analgesico de escolha, sendo indicada para a dor torácica que não é aliviada com oxigênio e nitratos. A redução da ansiedade que acompanha a administração de morfina contribui para uma diminuição na inquietação e na atividade do sistema nervoso autônomo, com subsequente diminuição nas demandas metabólicas do coração. É comumente administrada por via intravenosa, devido à ação de início rápido. Os medicamentos bloqueadores beta-adrenérgicos atuam como antagonistas que bloqueiam as funções do sistema nervoso simpático mediadas pelos betarreceptores e, portanto, diminuem a demanda de oxigênio do miocárdio por diminuírem a frequência cardíaca, a contratilidade cardíaca e a pressão arterial sistêmica. O prolongamento da diástole causado pela frequência cardíaca mais lenta pode intensificar a perfusão do miocárdio, e em especial do subendocárdio. Os betabloqueadores também alteram os potenciais de repouso da membrana do miocárdio e podem diminuir as arritmias ventriculares de risco à vida. Como a atividade do sistema nervoso simpático aumenta as demandas metabólicas do miocárdio, em geral os betabloqueadores orais ou intravenosos são administrados nas primeiras horas após o início do IMEST AAS: importante para inibição da agregação plaquetária no tratamento precoce. AAS, ao inibir a síntese da prostaglandina tromboxano A2, promove reperfusão e reduz a probabilidade de uma nova trombose. As ações do AAS estão relacionadas à presença do grupo acetila, que provoca a acetilação irreversível da enzima plaquetária ciclo-oxigenase, necessária para a síntese do tromboxano A2. Como a ação é irreversível, o efeito do AAS sobre a função plaquetária tem duração equivalente ao tempo de vida da plaqueta – aproximadamente, 8 a 10 dias ** quando não da o AAS, se usa o clopidogrel é um derivado da tienopiridina, que reduz a agregação plaquetária ao inibir a via do ADP nas plaquetas. Agentes antitrombínicos também são utilizados, terapia anticoagulante, cujo alvo é a via da coagulação e a formação do coágulo de fibrina, envolve o uso de heparina não fracionada e de baixo peso molecular. A justificativa para o uso da terapia antitrombínica em pessoas com IMEST é a prevenção de trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar e embolia cerebral. IECAS: são utilizados com frequência nas fases inicial e de convalescência do IMEST. Aumentam o débito cardíaco e o volume sistólico, enquanto diminuem a resistência vascular sistêmica e a pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP). A consequência dessa ação é a minimização da disfunção do VE e da incidência de MSC. O maior benefício ocorre em casos de pacientes com infartos anteriores, insuficiência cardíaca e taquicardia ESTRATÉGIAS DE REPERFUSÃO A reperfusão precoce (dentro de 15 a 20 min) após o início da oclusão pode prevenir a necrose e melhorar a perfusão miocárdica na zona do infarto. A reperfusão após um intervalo mais longo pode salvar algumas células miocárdicas que teriam morrido em consequência de períodos mais longos de isquemia. Também pode prevenir a lesão microvascular que ocorre durante um período mais longo. A área de recuperação do coração costuma ser denominada miocárdio hibernante. › TERAPIA FIBRINOLÍTICA: medicamentos fibrinolíticos dissolvem os coágulos sanguíneos e plaquetários, sendo utilizados para reduzir a mortalidade, limitar a dimensão do infarto, promover a cicatrização do infarto e o remodelamento do miocárdio, e reduzir o potencial de arritmias potencialmente fatais. Esses agentes interagem com o plasminogênio para dar origem à plasmina, que lisa os coágulos de fibrina e digere os fatores V e VIII da coagulação, a protrombina e o fibrinogênio. Os melhores resultados são obtidos com a instituição do tratamento dentro de 30 min após o início dos sintomas. Subsequentemente, a magnitude do benefício declina, mas algum efeito benéfico ainda pode ser alcançado até 12 h após o aparecimento da dor. › INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA: é indicada como um procedimento invasivo precoce para pessoas sem nenhuma comorbidade séria. Inclui angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP), inserção de stent, aterectomia e trombectomi, e dev ser realizado dentro de 90 min após o primeiro contato clínico com a pessoa. A ACTP com balão envolve a dilatação com um balão inflável de uma placa aterosclerótica causadora de estenose. O cateter de dilatação com balão de lúmen duplo é introduzido pela via percutânea na artéria femoral ou braquial e avançado, guiado por fluoroscopia, até a área de estenose do vaso coronariano afetado. Nesse ponto, é acionado para expandir o lúmen da artéria coronária, distendendo e lacerando a placa aterosclerótica e, em menor medida, distribuindo a placa ao longo do seu eixo longitudinal. Esse procedimento com frequência é utilizado com a inserção de stents. Os desfechos atribuídos ao procedimento foram a inibição da proliferação celular e da formação de lesões vasculares, e a prevenção do remodelamento arterial constritivo. Os stents com eluição de medicamentos (com sirolimo, paclitaxel, zotarolimo e everolimo) também estão sendo utilizados para suprimir a proliferação local da neoíntima, a qual ocasiona reestenose da artéria coronária. A trombectomia (remoção do trombo) envolve o uso de um dispositivo acoplado a um cateter especial que fratura o trombo em pequenos fragmentos e, em seguida, os puxa para o interior da ponta do cateter, de modo a poderem ser impulsionados em direção proximal e removidos. › CIRURGIA DE BYPASS ARTERIAL CORONARIANO: revascularização do miocárdio afetado, por meio da inserção de um enxerto de veia safena entre a aorta e a artéria coronária afetada, distalmente ao ponto de oclusão; ou, alternativamente, usando a artéria mamária para promover a revascularização da artéria descendente anterior esquerda ou de suas ramificações É indicada em situações como no insucesso da ICP com dor persistente ou instabilidade hemodinâmica, ou para pessoas que não são candidatas à ICP ou à terapia fibrinolítica A isquemia do miocárdio ocorre quando a capacidade das artérias coronárias de suprir sangue é inadequada para atender às demandas metabólicas do coração. (aterosclerose causa mais comum). › ANGINA ESTAVEL: associada a uma obstrução coronariana fixa que produz disparidade entre o fluxo sanguíneo coronariano e as demandas metabólicas do miocárdio. (é a manifestação inicial da cardiopatia isquêmica em aproximadamente metade das pessoas com DAC) A angina de peitonormalmente é precipitada por situações que aumentam as demandas de trabalho cardíaco, como mediante esforço físico, exposição ao frio e estresse emocional. A dor tipicamente é descrita como uma sensação de aperto, esmagamento ou sufocamento; costuma ser estável, aumentando em intensidade somente no início e no final do ataque. A dor da angina em geral está localizada na área precordial ou subesternal do tórax e, semelhantemente à dor do infarto do miocárdio, pode irradiar até o ombro esquerdo, mandíbula, braço ou outras áreas do tórax Categorizada conforme a ocorrência (durante o exercício ou em repouso), o aparecimento, início recente ou o aumento da gravidade. A angina estável crônica tipicamente é provocada por esforço ou estresse emocional, e aliviada após alguns minutos, mediante repouso ou uso de nitroglicerina. Um adiamento em mais de 5 a 10 min antes de o alívio ser obtido sugere que os sintomas não são decorrentes de isquemia ou resultam de isquemia grave. A angina durante o repouso, de início recente ou que aumenta em intensidade ou duração indica um risco aumentado de infarto do miocárdio e deve ser imediatamente avaliada com base nos critérios relativos à SCA. › ISQUEMIA DO MIOCÁRDIO SILENCIOSA: Ocorre na ausência de dor do tipo angina e parece ser causada pelos mesmos fatores responsáveis pela angina, incluindo o comprometimento do fluxo sanguíneo consequente aos efeitos da aterosclerose coronariana ou do vasospasmo coronariano Tais episódios podem ser mais breves e envolver uma parte menor do tecido miocárdico do que a afetada pelos episódios que causam dor. Outra explicação é que as pessoas com angina silenciosa apresentam defeitos no limiar da dor ou em sua transmissão, ou neuropatia autônoma com denervação sensorial. › ANGINA VARIANTE (VASOSPÁSTICA): possivelmente seja resultante de disfunção endotelial, respostas de hiperatividade do sistema nervoso simpático, defeitos na utilização do cálcio pelo músculo liso vascular ou alteração na produção de óxido nítrico. Em algumas pessoas, está associada à hipercontratilidade do músculo liso vascular e a cefaleias do tipo enxaqueca, ou ainda ao fenômeno de Raynaud. Se manifesta durante o repouso ou com exercícios mínimos, e quase sempre no período noturno (entre 0 e 8 h). É comum haver arritmias quando a dor é grave, e a maior parte das pessoas tem consciência de sua presença durante a crise. As alterações no ECG registradas durante uma crise são significativas, e as anormalidades incluem elevação ou depressão do segmento ST, onda T em picos, inversão da onda U e distúrbios do ritmo. Indivíduos com angina variante que apresentam arritmias sérias durante episódios de dor espontânea têm risco aumentado de morte súbita. › DOR TORÁCICA COM ANGIOGRAFIA CORONARIANA NORMAL: A dor torácica exercício-induzida com angiografia coronariana normal é comumente descrita como síndrome cardíaca X, acredita-se que reflita um problema na microvasculatura e/ou um aumento na percepção da dor cardíaca. › MIOCARDIOPATIA ISQUÊMICA: DAC que resulta em disfunção do miocárdio. Pode se manifestar como sintomas de cardiomiopatia sem histórico conhecido de DAC em pessoas que sofreram vários episódios de IM ou apresentam obstrução arterial. A miocardiopatia isquêmica causada por vários episódios de IM tem prognóstico desfavorável, dada a existência de uma lesão maior do que as observadas em pessoas com lesões ocluídas e reversíveis. DIAGNOSTICO Avaliar os fatores de risco Eletro geralmente não apresenta alteração Teste ergométrico: eletro enquanto faz esforço baixo e médio risco) – ver infra desnivelamento de ST Cintilografia miocárdica: mostra a perfusão coronariana (com esforço e sem ou com estresse farmacológico) ECO/DOPPLER: mostra contratilidade Ressonância: contratilidade e perfusão (porém é caro) Angiotomografia das coronárias: expõe a radiação é baseado em um histórico detalhado sobre a dor, na presença de fatores de risco, em exames invasivos ou não, e em dados laboratoriais. As causas não coronarianas de dor torácica, como refluxo esofágico ou distúrbios musculoesqueléticos, devem ser afastadas. Exames não invasivos: ECG, ecocardiograma, teste ergométrico, análises de imagens nucleares, TC e possivelmente a RM cardíaca. Como o ECG em repouso muitas vezes é normal, o teste ergométrico é utilizado com frequência na avaliação de pacientes com angina. A isquemia assintomática em repouso é detectada pela precipitação da dor torácica típica, ou por alterações do segmento ST ao ECG. Diagnostico definitivo requer cateterização cardíaca e arteriografia coronariana. Os níveis de marcadores bioquímicos séricos para infarto do miocárdio são normais em portadores de angina estável crônica. Anormalidades metabólicas como hipercolesterolemia e outras dislipidemias, intolerância a carboidratos e resistência à insulina são detectadas com frequência. Os objetivos do tratamento são direcionados à redução dos sintomas e à prevenção do infarto do miocárdio, por meio da adoção de estratégias não farmacológicas, farmacoterapia e intervenções coronarianas. A ICP alivia os sintomas naqueles com angina estável crônica, mas não prolonga o tempo de vida. A CBAC normalmente é indicada para os casos em que uma doença afeta dois ou três vasos Fármacos para controle dos sintomas, além da introdução de modificações no estilo de vida que minimizem os fatores de risco de doença coronariana, incluindo cessação do tabagismo, redução do estresse, um programa de exercícios regulares, limitação da ingestão alimentar de colesterol e gorduras saturadas, redução do peso na presença de obesidade e medidas para evitar a vasoconstrição induzida pela exposição ao frio AAS ou clopidogrel, betabloqueadores (em pessoas sem contraindicações) ou antagonistas de cálcio (quando houver contraindicação para betabloqueadores), e inibidores da ECA (naqueles que também apresentam diabetes ou disfunção sistólica ventricular esquerda; ver a discussão anterior, na seção sobre síndrome coronariana aguda). Para os casos de DAC estabelecida, incluindo angina estável crônica, recomenda-se o uso de agentes hipolipemiantes ou estatinas, mesmo na presença de elevações leves a moderadas de LDL colesterol. Nitratos exercem seu efeito principalmente por meio da diminuição no retorno venoso para o coração, com resultante diminuição no volume intraventricular, e a pressão arterial também diminui. A diminuição da pressão intraventricular e do volume intraventricular está associada à diminuição da tensão da parede e da demanda de oxigênio do miocárdio. Embora não sejam vasodilatadores, os medicamentos betabloqueadores são extremamente úteis no tratamento da angina associada ao esforço. Os benefícios dos agentes betabloqueadores decorrem primariamente de seus efeitos hemodinâmicos – diminuição da frequência cardíaca, da pressão arterial e da contratilidade miocárdica – que minimizam as demandas de oxigênio do miocárdio em repouso e durante o exercício. Os medicamentos bloqueadores de canais de cálcio, também denominados antagonistas de cálcio, bloqueiam os canais de cálcio tipo L (ativados e inativados) nos músculos cardíaco e liso. Seus efeitos terapêuticos resultam da dilatação das artérias coronárias e periféricas, bem como da diminuição do metabolismo miocárdico associado à diminuição da contratilidade do miocárdio. Pessoas com angina variante normalmente respondem ao tratamento com antagonistas de cálcio. A angina estável: é caracterizada por dor ou desconforto em tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros inferiores, desencadeada ou agravada por atividade física ou estresse emocional, frio, pós-refeição, severa sobrecarga do volume do ventrículo, insuficiência aórtica ou mitrale até mesmo por uma anemia severa ou exposição ao monóxido de carbono; possui duração de +-20 min, atenuada pelo repouso/fármacos (vasodilatadores),cujas características não se alteram no período de 2 meses. Hipertrofiaventricular, obstrução da câmera de ejeção ventricular esquerda, severa insuficiência aórtica, cardiomiopatia, ou dilatação dos ventrículos também podem apresentar angina. A angina estável está associada com as placas estáveis que são formadas pela aterosclerose, e se caracterizam por estar fixas nas coronárias. A angina instável: é caracterizada por acontecer em repouso, e é prolongada >20min, é devido a ruptura de uma placa aterosclerótica e acompanha a trombose, é associada com placas instável, e é possível observar necrose do miocárdio, estando associado a IAM que é causada por obstrução vascular total. A dor já tem início forte e é progressiva. Quando o coração está inflamado, as placas ficam mais fácil de se romper. Ex. Doença de Chagas. O paciente com angina instável apresenta dor torácica de origem cardíaca que é nova, com padrão de piora (i. e., mais grave, mais prolongada ou mais frequente do que episódios anteriores da angina), ou ocorre em repouso, sem evidência bioquímica da necrose de miócitos O paciente que apresenta dor torácica cardíaca com evidência bioquímica de necrose miocárdica e sem elevação do segmento ST tem um infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAMSEST). A estável (capa de fibrina) está associada a cardiopatia isquêmica crônica. A instável (fibrina mais fina) está associada a síndrome coronariana aguda. ECG no momento de isquemia, o ST e onda Q são os primeiros alterados ->isquemia ou lesão do miocardia -> repolarização do potencial de ação novacontração, inversão da onda T Elevação aguda da onda T sugere IAM. Desnivelamento indica isquemia Depressão do ST indica isquemia subendocárdica. Dor típica tem como característica a angina ou infarto do miocárdio e é parecida com um a perto ou opressão no peito. Possui duração prolongada, passando dos 10 minutos, podendo ou não se irradiar para o pescoço, ombros e braços. A dor atípica se caracteriza por febre, tosse e queimação, também pode aparecer azia. Possui duração de segundos, ou pouco minutos e possui melhora com alguns fármacos. A sua causa é multifatorial, pode ser desde de incômodos leve s até os mais graves. Algumas explicações se dão pelo fato de irritações dos nervos na região intercostal. No entanto, a dor pode acometer quando a pessoa está sentada, deitada ou até em repouso. NORRIS, Tommie L. Porth. Fisiopatologia. Editora Guanabara Koogan, 10ª Ed. 2021. KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017.
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