Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
É o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres segundo estimativas mundiais de 2020, que apontou incidência de 2,12 milhão de casos novos, sendo 1,35 milhão em homens e 770 mil em mulheres. segundo as estimativas 2020, é o terceiro mais comum em homens (17.760 casos novos) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440 casos novos) A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos. No Brasil, a doença foi responsável por 28.620 mortes em 2020. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. • Tabagismo: 80% dos cânceres de pulmão ocorrem em fumantes ativos ou naqueles que pararam de fumar recentemente. O risco aumentado torna-se 60 vezes maior entre fumantes pesados habituais (dois maços ao dia, por 20 anos) comparado com o de não fumantes. Contudo, como o câncer de pulmão se desenvolve em apenas 11% dos fumantes pesados, há outros fatores que predispõem os indivíduos a essa doença mortal. Mulheres têm maior suscetibilidade aos carcinógenos da fumaça do tabaco que os homens. (pró-carcinógenos) são convertidos em carcinógenos através da ativação pelo sistema de enzimas mono- oxigenases P-450 altamente polimórficas.Os polimorfismos específicos do P-450 tem capacidade aumentada para ativar pró-carcinogênicos na fumaça do tabaco, e fumantes com essas variações genéticas parecem incorrer em um risco maior de câncer de pulmão. De maneira similar, os indivíduos cujos linfócitos do sangue periférico mostram quebras cromossômicas mais numerosas depois da exposição a carcinógenos relacionados ao tabaco (genótipo de sensibilidade mutagênica) apresentam um risco maior do que 10 vezes de desenvolvimento de câncer pulmonar quando comparados a grupos-controle, provavelmente por conta da variação genética em genes envolvidos no reparo do DNA. Há uma correlação linear entre a intensidade de exposição à fumaça do tabaco e a aparição de mais alterações epiteliais mais preocupantes. Estas começam preferivelmente com uma hiperplasia de células basais de aparência inócua e com metaplasia escamosa e progridem para displasia escamosa e carcinoma in situ, o último estágio antes da progressão para um câncer invasivo. • Riscos Industriais: asbestos, arsênico, cromo, urânio, níquel, cloreto de vinila e gás mostarda aumentam o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão. A radiação ionizante em altas doses é carcinogênica.. • Poluição do Ar: aumenta o risco nos indivíduos que fumam ou estão expostos a fumaça de tabaco de terceiros. A exposição crônica a partículas do ar poluído pode causar irritação dos pulmões, inflamação e reparo, e você se lembra que as inflamações e reparos crônicos aumentam os riscos de vários tipos de câncer.. O radônio é um gás abundante em radioatividade que foi associado epidemiologicamente ao aumento do câncer de pulmão em mineradores de urânio, particularmente nos fumantes. • Genética Molecular: os carcinomas pulmonares relacionados ao tabagismo se originam por um acúmulo gradativo de mutações oncogênicas “condutoras” que resultam na transformação neoplásica das células epiteliais pulmonares. Algumas alterações genéticas associadas com câncer podem ser encontradas nos epitélios brônquicos “benignos” de fumantes sem câncer pulmonar, sugerindo que grandes áreas da mucosa respiratória são mutagenizadas pela exposição a carcinógenos da fumaça do tabaco (“efeito de campo”). Nesse solo fértil, as poucas células que acumulam um arsenal suficiente de mutações condutoras complementares para adquirirem todas as marcas registradas de câncer se transformam em carcinomas invasivos. Benignos: hamartoma, fibroma, leiomioma, lipoma e hemangioma 95% dos tumores pulmonares primários é de carcinomas originados dos tecidos pulmonares. 5% inclui tumores carcinoides brônquicos (tumores neuroendócrinos), tumores das glândulas brônquicas, fibrossarcomas e linfomas ou metástases de cânceres originados em outras partes do corpo. Carcinoma pulmonar espinocelular (25 a 40%), Adenocarcinomas (20 a 40%), Carcinoma de pequenas células (20 a 25%) e Carcinoma de células grandes (10 a 15%) Classificados como tumores agressivos ou não agressivos, localmente invasivos, e metastáticos amplamente disseminados, oriundos do revestimento epitelial dos brônquios primários. Origina-se da interação de agentes carcinogênicos ambientais com alterações genômicas nas células pulmonares. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e nitrosaminas são os carcinógenos mais potentes contidos na fumaça do cigarro. Os primeiros associam-se mais ao carcinoma de células escamosas, provavelmente porque o tamanho da partícula facilita sua deposição em brônquios proximais, enquanto nitrosaminas depositam-se preferencialmente em bronquíolos terminais, favorecendo o aparecimento de adenocarcinomas. Esses tumores começam como diminutas lesões da mucosa, que podem ter um dentre vários padrões de crescimento. As lesões podem formar massas intraluminares que invdem a mucosa brônquica e infiltram os tecidos conjuntivos peribrônquicos, ou podem produzir massas volumosas que se estendem aos tecidos pulmonares adjacentes. Indivíduos fumantes apresentarem muitas vezes alterações celulares que antecedem o surgimento do tumor invasivo, como metaplasia escamosa, displasias e carcinoma in situ. As principais alterações moleculares são mutações nos genes EGFR e KRAS e rearranjo no gene ALK. Em fumantes, carcinógenos contidos na fumaça do tabaco, como o benzopireno, causam transversões de guanina para timina no DNA celular capazes de transformar o proto-oncogene RAS em oncogene. Mutações nos genes BRAF ou EGFR, translocações nos genes ROS1 e RET e amplificação no gene HER2. No carcinoma de pequenas células, existe amplificação do gene MYC. O gene supressor de tumor mais envolvido em cânceres humanos é o TP53, cuja expressão anormal, por mutação ou deleção, favorece a proliferação celular descontrolada por falha em bloquear a divisão celular e reparar danos no DNA. Mutações no gene TP53 são também causadas pelo benzopireno, que provoca transversões do tipo G:C para T:A. Alguns tumores volumosos sofrem necrose central e desenvolvem áreas localizadas de hemorragia, enquanto outros invadem a cavidade pleural e a parede torácica, e espalham-se para as estruturas intratorácicas adjacentes. Todos os tipos de câncer do pulmão, especialmente o carcinoma pulmonar de pequenas células, têm condições de sintetizar produtos bioativos e causar síndromes paraneoplásicas. Essas síndromes são resultado da produção ectópica de peptídios hormonais pelo tumor ou da formação de autoanticorpos liberados em resposta ao tumor. Em geral, as síndromes paraneoplásicas têm etiologia endócrina, neurológica e/ou imune. Metastase comum Responde bem a QT Predomina na sexta ou sétima década da vida, é mais comum em homens, é altamente maligna e a que tem o pior prognóstico entre os tumores pulmonares. Ao diagnóstico, habitualmente já existem metástases linfonodais e na medula óssea. O tumor pode secretar ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos e hormônio de crescimento, resultando em diversas manifestações paraneoplásicas Caracterizam-se por um tipo celular distintivo - células redondas ou ovais pequenas com tamanho semelhante ao de um linfócito. O tumor é geralmente central, forma massa sólida, às vezes com necrose, e tem tamanho variado Célulasrelativamente pequenas com citoplasma escasso, bordas celulares pouco definidas, cromatina nuclear finamente granular (padrão de sal e pimenta) e nucléolos ausentes ou pouco evidentes. As células são redondas, ovais ou fusiformes, e o damento nuclear é proeminente. As células proliferam em grupos que não demonstram organização glandular ou escamosa. Exames de microscopia eletrônica revelam a existência de grânulos neurossecretórios em algumas células do tumor,. sugerem a possibilidade de que alguns desses tumores secretem hormônios polipeptídicos. Doença localizada: quando o tumor é confinado a um hemitórax e os linfonodos comprometidos são os mediastinais, supraclaviculares ipsilaterais e hilares contralaterais. Tumor que apresenta derrame pleural ipsilateral, envolvimento de nervo laríngeo esquerdo, obstrução de veia cava superior. Doença extensa: doença avançada localmente e à distância, incluindo envolvimento de pericárdio e parênquima bilateral. Comumente localizado centralmente nas principais vias aéreas. A cromatina é finamente granular sem nucléolos proeminentes, o citoplasma é escasso e as fronteiras celulares são imperceptíveis. Necrose é comum e frequentemente extensa. A coloração basofílica das paredes vasculares, em virtude da incrustação de DNA das células tumorais necróticas (efeito de Azzopardi), frequentemente está presente Marcadores neuroendócrinos, como enolase específica dos neurônios, peptídio semelhante ao paratormônio e outros produtos hormonais ativos, sugerem que esses tumores podem ter origem nas células neuroendócrinas do epitélio brônquico. Esse tipo de célula está diretamente associado ao tabagismo e somente em casos raros é observado em indivíduos que nunca fumaram. São altamente malignos, tendem a causar infiltrados difusos, disseminam em estágios precoces de sua evolução e quase nunca são operáveis. Metástases cerebrais são especialmente comuns e podem ser as primeiras manifestações do tumor. Está associado a várias síndromes paraneoplásicas, inclusive síndrome de secreção inadequada de hormônio antidiurético (SSIADH), síndrome de Cushing associada à secreção ectópica de hormônio adrenocorticotrófico e síndrome de Eaton-Lambert (um distúrbio neuromuscular). Podem sintetizar produtos bioativos e causar síndromes paraneoplásicas. Metástase menos frequente Menos responsivo a QT • Carcinoma espinocelular/escamoso/epidermoide: É diagnosticado mais comumente nos homens e está relacionado com a história de tabagismo. Tende a originar-se dos brônquios centrais, como uma proliferação intraluminar e, por isso pode ser diagnosticado mais precocemente pelo exame citológico do escarro, em comparação aos outros tipos de câncer do pulmão. O carcinoma espinocelular busca disseminar- se centralmente aos brônquios primários e aos linfonodos hilares e, nos estágios mais avançados que com os outros cânceres broncogênicos, espalha-se para fora do tórax. Associado às síndromes paraneoplásicas que causam hipercalcemia. São precedidos por metaplasia escamosa ou displasia do epitélio brônquico, que então se transforma em um carcinoma in situ, uma fase que pode durar vários anos (células atípicas podem ser identificadas em esfregaços citológicos do escarro, lavados broncoalveolares ou escovados brônquico, embora a lesão seja assintomática e não detectável em radiografias) Pode crescer de forma exofítica dentro da luz brônquica, produzindo uma massa intraluminal. Com o aumento subsequente, o brônquio fica obstruído, causando atelectasia distal e infecções. Pode penetrar nas paredes dos brônquios e infiltrar o tecido peribrônquico, atingindo a carina ou o mediastino. Cresce ao longo de uma frente ampla para produzir massa intraparenquimatosa em forma de couve-flor, que empurra a substância pulmonar à sua frente. Como em quase todos os tipos de câncer de pulmão, o tecido neoplásico é branco-acinzentado e firme a endurecido. Especialmente quando os tumores são volumosos, as áreas focais de hemorragia ou necrose podem parecer produzir um pontilhado vermelho ou amarelo-esbranquiçado e ecimento. Algumas vezes, esses focos necróticos são cavitados. Histologicamente, é caracterizado pela presença de queratinização e/ou pontes intercelulares. A queratinização pode assumir a forma de pérolas córneas ou células individuais com citoplasma denso e acentuadamente eosinófilo • Adenocarcinoma:. A associação ao tabagismo é menos evidente que a do carcinoma espinocelular. É mais comum nas mulheres e em não fumantes. Podem originar-se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão. Esses tumores tendem a se localizar mais perifericamente que os carcinomas espinocelulares e, em alguns casos, estão associados a áreas de retração fibrótica. Essas áreas podem ser ocasionadas por infartos antigos, corpos estranhos metálicos, feridas e infecções granulomatosas, inclusive tuberculose. Em geral, os adenocarcinomas têm prognóstico mais desfavorável que os carcinomas espinocelulares nos estágios correspondentes. Origina-se nas vias respiratórias periféricas, a partir de células claviformes – club-cell (células epiteliais colunares não ciliadas) ou de pneumócitos do tipo II. É um tumor epitelial maligno invasivo com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais. Crescem em vários padrões: acinar, lepídico, papilar, micropapilar, e sólido com produção de mucina. A maioria expressa o fator de transcrição da tireoide-1; identificado primeiramente na tireoide, esse fator é necessário para o desenvolvimento normal do pulmão. Na periferia do tumor geralmente há um padrão lepídico de disseminação, em que as células do tumor “rastejam” pelos septos alveolares com aparência normal. Tumores (≤3 cm) com um componente invasivo pequeno (≤5 mm) associado com cicatrizes e padrões de crescimento lepídico periférico são chamados de adernocarcinomas microinvasivos. Eles apresentam prognósticos muito melhores do que carcinomas invasivos do mesmo tamanho. Adenocarcinoma in situ (AIS): representa tumores de tamanho relativamente pequeno (3 cm), minimamente invasivo, com células neoplásicas crescendo ao longo de estruturas alveolares preexistentes (padrão de crescimento lepídico) sem evidência de invasão estromal, vascular ou pleural. Lepídico é um termo descritivo para a casca ou padrão de crescimento membranoso e é usado especificamente para descrever o tumor células que proliferam ao longo da superfície das paredes alveolares intactas. Pode ser localizada, formada por nódulo único periférico ou com opacidade em de vidro fosco nos exames de imagem, de crescimento lento e melhor prognóstico; difusa, com aspecto de pneumonia lobar e às vezes bilateral; micronodular e multifocal, caracterizada por pequenos nódulos esbranquiçados distribuídos difusamente, às vezes bilateralmente. O crescimento lepídico geralmente correlaciona-se com a opacidade do vidro fosco em radiogramas. Formado por células cúbicas ou prismáticas dispostas ao longo da parede de alvéolos e bronquíolos, com os seguintes subtipos: (a) não mucinoso, o mais frequente (células cuboidais ou colunares uniformes, com atipia discreta ou moderada); (b) mucinoso, com citoplasma claro contendo mucina, é usualmente multifocal e ocasionalmente tem aspecto pneumônico; geralmente é negativo para TTF1 e pode ser positivo para citoceratinas 7 e 20 e CDX2; (c) misto Adernocarcinomas mucinosos tendem a se espalhar pelos espaços aéreos, formando tumores satélites. Estes podem apresentar-se como nódulos solitários ou múltiplos, ou um lobo inteiro pode estar consolidado pelo tumor, lembrando uma pneumonia lobar, e, portanto, com menor probabilidade de cura por cirurgia. O tumor é indiferenciado e tem comportamento altamente agressivo, evoluindo rapidamente para o óbito. A lesão é predominantementeperiférica e subpleural, não se associa a segmento brônquico e caracteriza-se pela tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia. Caracteriza-se por células poligonais volumosas. Esses tumores constituem um grupo de neoplasias altamente anaplásicas e difíceis de classificar como carcinomas espinocelulares ou adenocarcinomas. As células tipicamente apresentam núcleos grandes, nucléolos proeminentes e quantidade moderada de citoplasma. O carcinoma de grandes células é um diagnóstico de exclusão, já que não expressa os marcadores associados com o adenocarcinoma (TTF-1, napsina A) e o carcinoma de células escamosas Uma variante histológica é o carcinoma neuroendócrino de grandes células, que tem características moleculares similares àquelas que caracterizam o carcinoma de pequenas células, mas é composto por células tumorais de maior tamanho. Tendem a ocorrer na periferia dos pulmões e invadir brônquios segmentares e vias respiratórias mais calibrosas. Os tumores desse tipo têm prognóstico desfavorável, em razão de sua tendência a produzir focos metastásticos distantes em estágios iniciais de sua evolução. Em fumantes, localiza-se preferencialmente na periferia dos pulmões e nos lobos superiores. O tumor é constituído por ao menos 10% de células fusiformes, células gigantes ou ambas (bifásico), podendo ter áreas de carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma ou áreas indiferenciadas de carcinoma não pequenas células; KASPER, Dennis L. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. NORRIS, Tommie L. Porth. Fisiopatologia. Editora Guanabara Koogan, 10ª Ed. 2021. BOGLIOLO, L.; BRASILEIRO FILHO, G. Patologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 10ªed. 2021.
Compartilhar