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Filosofia Grega Antiga: Platão e Aristóteles

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CULTURA CLÁSSICA: CONTRIBUIÇÕES 
LINGUÍSTICAS
OS MESTRES DA FILOSOFIA GREGA ANTIGA: 
PLATÃO E ARISTÓTELES
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Olá!
Nesta aula, estudaremos as condições da aparição do pensamento filosófico de Platão e o Mundo das Ideias, de
Aristóteles, de Epicuro e o Estoicismo, terminando com as tendências ecléticas de Marco TUlio Cícero. 
Filosofia é uma forma de saber que até hoje influencia a maneira de pensar e agir nas culturas contemporâneas.
Ao final desta aula, você deverá será capaz de:
1. Estudar o nascimento da Filosofia na Grécia.
2. Conhecer a Filosofia de Platão e Aristóteles.
3. Verificar a recepção da Filosofia em Roma.
1 A Filosofia Grega
Na Grécia antiga, em tomo do século Vlo a. C, nascia uma forma de pensar e agir que modificou a história da
humanidade. Trata-se da filosofia grega, originária em Atenas, em contraste com o 'pensamento mítico' e suas
'explicações' do universo cósmico e social na Grécia antiga, até então, regras para a convivência social na
sociedade arcaica.
Neste sentido, a Filosofia representa a causa das profundas mudanças sociais ocorridas em consequência de sua
recepção pela sociedade grega, mas ao mesmo tempo, é a consequência de processos sociais e culturais,
verdadeiras metamorfoses na mentalidade grega que abandonava definitivamente a fase arcaica.
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"Uma sociedade é um sistema de relações entre homens, atividades práticas que se organizam no
plano da produção, da troca, do consumo, em primeiro lugar, e depois em todos os outros níveis e em
todos os outros setores. E na concretude de sua existência, os homens também se definem pela rede
de práticas que os ligam uns aos outros e da qual eles aparecem, em cada momento da história, ao
mesmo tempo como autores e como produtos". (VERNANT, 2002, p.54).
Entre os estudiosos deste fenômeno está Jean•Pierre Vemant (1914-2007). Ele enfatizou em seus estudos a
questão das condições históricas que possibilitaram o nascimento da Filosofia; este 'milagre' evolutivo, um
fenômeno impar entre as sociedades antigas:
Além disso, ele irá influenciar o pensamento moderno, convencido erroneamente de que o pensamento filosófico
fora a derrocada do mito e da religião na sociedade grega.
Vemant iniciou suas pesquisas sobre a antiguidade grega buscando reformular as bases sobre quais eram
colocadas a questão sobre a emergência do pensamento racional no âmbito da cultura grega antiga.
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Até então, ela era colocada sobre o signo do "milagre grego", no qual a irrupção do pensamento racional era vista
como manifestação da genialidade, sendo expressão do espírito, de uma capacidade completamente nova que
não possuiria pontos de contato com a materialidade religiosa, mítica, pré-lógica que a teria antecedido. A ideia
de milagre reforçava a concepção de mudança abrupta que não guardaria relações com as condições sociais,
econômicas e políticas.
Assim, o milagre grego não seria a contrapartida de condições sociais objetivas, mas um fenômeno vindo de fora
das relações sociais concretas. Era a racionalidade grega vista como manifestação de um ,espírito absoluto
existente fora da história, de suas lutas reais e concretas, que se manifestava pelos homens e não como uma
criação sua.
Foi essa explicação a-histórica da irrupção do racionalismo grego que Vernant buscou reformular em seu
trabalho " ", pois para ele a história do espírito não seria uma históriaAs Origens do Pensamento Grego
puramente individual, nem uma história no ar: ela teria raízes na vida material e social dos homens, excluindo
tanto o acaso quanto a predestinação.
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Segundo Vemant, a racionalidade grega, como se manifestou no período clássico, não poderia ser tomada como
obra de um 'espírito metafísico' e 'a-histórico' que existisse fora das relações humanas, mas sim como uma obra
humana.
2 Periodização da Filosofia Grega na Antiguidade
Neste sentido, a Filosofia como forma de pensamento histórico pode ser objeto de uma investigação material, em
forma de cronologia, que estabeleça os passos de seu desenvolvimento e seus principais atores: os filósofos.
1° Período: Pré-socrático
O primeiro período (-600/-400) é marcado pela reflexão sobre a estrutura do mundo natural pelo
desenvolvimento da argumentação filosófica. Ou cosmologia (cosmos = mundo racionalizado, a natureza
entendida como conjunto de leis que regem a realidade. Sua interpretação através dos fenômenos 'naturais' é
chamada de Filosofia do mundo ou ciência do mundo).
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A reflexão sobre a origem e a organização do universo é denominada Cosmologia (do gr. Kocipoç, "ordem").
Os filosofos pré-socráticos, os mais antigos pensadores a lidar com esse tema, procuravam um princípio lógico e
racional que explicasse como a s coisas surgem e desaparecem ciclicamente enquanto a Natureza permanece a
mesma, e acreditavam que esse 'elemento' atuava tanto no mundo físico como nos seres humanos.
Saiba mais
Veja o que pensa o Prof. Eduardo Luiz (2009): http://tetramegisto.blogspot.com
http://tetramegisto.blogspot.com/
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3 A Cosmologia e Civilizações Gregas
Os gregos antigos começaram a desenvolver o 'método científico' de investigação. A ciência passou a ter uma
forte conotação experimental e o cientista passou a ser um investigador.
Como vimos anteriormente, por Vemant, vários fatores culturais e históricos específicos presentes na civilização
grega permitiram que o método cientifico pudesse se instalar entre os filósofos da Grécia antiga.
Podemos destacar alguns destes fatores:
1. A estrutura da 'ecclesia' que permitia um 'Fórum' Social de franca discussão.
2. Economia marítima desenvolvida pelos gregos evitava o isolamento e o provincianismo o tempo todo, assim a
sociedade grega dispunha de influências multiculturais.
3. A difusão da língua grega que propiciava aos eruditos e cientistas gregos e grande circulação pelo mundo ao
redor.
Embora a filosofia tenha nascido e se desenvolvido nas prósperas 'Pileis' (Cidades-Estado), localizadas fora do
continente grego, o mais importante personagem da Filosofia Grega foi o (469/-399).ateniense Sócrates
Figura 1 - Sócrates (469/-399)
Ele foi contemporâneo do político Péricles, do poeta trágico Eurípides e do médico Hipócrates de Cós. Sua
contribuição à Filosofia foi tão importante que é costume dividir historicamente os pensadores gregos em "pré-
" e " ".socráticos pós-socráticos
Seguem-se cinco filósofos pré-socráticos mais destacados:
1) Os Pitagóricos:
Por ter sido um filósofo da fase não escrita da história da Filosofia grega. Pitágoras e seus seguidores, os
pitagóricos, estão envolvidos em tamanha quantidade de lendas que é muito difícil separar a realidade do mito.
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O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.
Explicação Expandida
Independentemente de provarmos ou não a sua existência histórica, destaca-se a importância do "pitagorismo':
A doutrina desenvolvida no final do século VI constituída por um complexo amálgama de números, matemática e
música, misticismo e cosmologia, e ética.
Nome: Pitágoras de Samos
Nasceu: no Vº século a.C o "mais hábil filósofo grego" (Hdt. 4.95), é considerado o fundador do pitagorismo.
Cidade natal: Pitágoras nasceu c. -570 em Samos, no litoral da Ásia Menor; seu pai era Mnesarco, um mercador
fenício, e sua mãe era samiana.
Discípulo: de Ferécides de Siros (D.L. 1.118), de acordo com Diógenes Laércio.
Vida: Consta, finalmente, que emigrou entre -540 e -522 para a cidade de Crotona, na península italiana, por
discordar da tirania de Polícrates.
Dedicação: Dedicou-se também à matemática e à teoria musical.
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Morreu:No fim da vida, desentendimentos políticos obrigaram-no a emigrar para Metaponto, ao norte de
Crotona, onde morreu por volta de -495.
A confraria pitagórica
Ele criou uma confraria ou irmandade em Crotona que reunia cerca de trezentos jovens, que viviam separada
mente dos outros cidadãos e mantinham os bens em comum. A irmandade era aparentemente um "clube" de
pessoas que cultivavam um estilo devida particular e exclusivo, com seus rituais e segredos.
Exercícios físicos, música e estudos referentes à teoria musical e à matemática, assim como sua aplicação a
natureza do Universo, aparentem ente também faziam parte do "currículo".
Atribuía-se aos números um significado místico e, para eles, a tètpgktuí;, "número quaternário" (o número 10,
formado pela adição dos quatro primeiros números: 1+2+3+4) era o fundamento de todas as coisas.
A despeito de algumas oposições nem sempre pacíficas, os discípulos e seguidores de Pitágoras continuaram
difundindo sua doutrina e desenvolvendo atividades políticas em várias cidades do sul da Itália até fins do século
-IV, pelo menos. Diversos tratados sob o nome de Pitágoras restaram até os nossos dias, mas sua autenticidade é
discutível.
2º Período: Socrático
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Este segundo período no desenvolvimento da Filosofia grega é marcado pela descoberta antropológica. Da
Natureza Cósmica para a Humana. O princípio de Delphos ("C " ) torna-se uma técnica deonhece-te a ti mesmo!
conhecimento e de ação ética (a maiêutica) da recuperação do conhecimento (" ").Sei que nada sei
Nascido em Atenas, no século V. O pai, Sofronisco, escultor; a mãe, Fenarete, parteira.
Na juventude, esteve interessado na Filosofia da Natureza e chegou a estudar algum tempo com Arquelau (séc.
discípulo de Anaxágoras de Clazômenas (-500/-428). Lutou bravamente na Guerra de Peloponeso em Potideia
(-432/430), Délio (-424) e Anfípolis (-422).
Em 423, com mais de quarenta anos, Sócrates já figura popular em Atenas, tanto que Aristófanes fez sua
caricatura em As Nuvens.
Feio e de pequena estatura tinha, porém, a mente aguçada, lógica e analítica. Argumentador rigoroso bem-
humorado, costumava submeter todos os que se dispunham a ouvi-lo a uma série de perguntas muito bem
dirigidas até chegar a uma conclusão satisfatória que, em geral, punha em relevo a fragilidade dás opiniões de
seus interlocutores (o método maiêutico).
Em 399, acusado de não cultuar os deuses da cidade e corromper a juventude, foi julgado e condenado à morte.
Bebeu cicuta, veneno usado em Atenas nas execuções, diante de amigos e discípulos.
Pensamento e obra
Platão, Xenofonte e a caricatura de Aristófanes são nossas únicas dontes, pois Sócrates nada escreveu.
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O princípio socrático era " ". Ele acreditava que a virtude e os mais altos valores éticossó sei que nada sei
estavam profundamente arraigados no inconsciente dás pessoas e comparava seu trabalho de "extrair" as ideias
ao de uma parteira ( ).maiêutica socrática
4 A cidade e o Templo de Delphos
Para que seus interlocutores recuperassem o conhecimento "adormecido" e abandonassem as ideias falsas,
recorria à ironia: alegando nada saber, conduzia habilmente o interlocutor até que ele mesmo, refletindo,
chegasse à conclusão correta.
Para Sócrates, o conhecimento conduz naturalmente à sabedoria.
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Mas a injustiça e a maldade eram apenas o resultado da o mal nada mais era que ignorância; a falta de
conhecimento do bem (tema retomado séculos depois por Santo Agostinho em "Confissões").
Durante o século -IV, o desenvolvimento e a popularização da filosofia alcançam o seu apogeu.
5 A Filosofia de Platão e de Aristóteles
1. Platão
No século IV surgem as duas maiores figuras dó pensamento grego: Platão e Aristóteles. Neste período, a
Filosofia se organiza em torno de Instituições escolásticas. Platão funda a Academia e Aristóteles o Liceu, um
marco na história da educação. Platão foi, certamente, o mais importante dos discípulos de Sócrates.
O Mundo das IdeiasDoutrina Platônica - 
Segundo Platão, toda a realidade é mutável, ela "flui". O mundo dôs sentidos está sujeito à corrosão do tempo. Ao
mesmo tempo, tudo é formado a partir de uma forma eterna e imutável. Desta dimensão de mudança (meta-
morfose-mudança de forma) causada pelo tempo, ele extrai 'a essência' (ousio) das coisas. A universalidade de
tudo, os elementos em comum.
Apesar das coisas não serem exatamente iguais, existe algo que é comum a todos, algo que garante que nós
jamais teremos problemas para algo, a verdadeira forma das coisas é reconhecer eterna e imutável. A
Filosofia garante que entre as coisas singulares e mutáveis existe um denominador comum, fundamento estável.
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Ele postula a partir desta afirmação a possibilidade que as coisas na 'Natureza' tenham uma origem comum: que
"por cima" ou "por trás" dé tudo o que vemos à nossa volta há um número limitado de formas. Platão as nomeou 
.As Ideias
Por trás de todos as coisas (humanas ou não) existe a "ideia, uma forma de ". Fonte de identidade entre a matrix
diversidade de formas existentes.
Platão pleiteava uma realidade autônoma por trás do sentidosmundo dos . A esta realidade ele deu o nome de
mundo das ideias. Nele estão as "imagens padrão", as imagens primordiais, eternas e imutáveis, que 
encontramos na natureza. Eta concepção é chamada por nós de a Teoria das Ideias de Platão.
Dualismo cognitivo de Platão
Para Platão, a realidade era composta por dois níveis.
1) O mundo dos sentidos:
Que nos fornece, pelos nossos cinco sentidos, a impressão das coisas, aproximadoum conhecimento ou
imperfeito. Neste mundo dos sentidos, tudo "flui" e, consequentemente, nada é perene, as coisas simplesmente
surgem e desaparecem.
2) O mundo das ideias:
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É a fonte de conhecimento seguro (racional e científico). Este conhecimento tem como fonte o uso de nossa
razão, e não pode ser conhecido através dos sentidos.
Nestas perspectivas, as coisas são conhecidas por suas ideias (ou formas), que são eternas e imutáveis.
Segundo Platão, a Filosofia era o conhecimento das 'essências' das coisas, e, portanto, do eterno e imutável. A
realidade racional e verdadeira pertence às ideias perfeitas, que estão acima do mundo sensorial. Eta filosofia
passou a ser denominada pelos estudiosos como 'Idealismo Platônico'.
Platão, em detalhe da Escola de , de . Atenas Rafael Sanzio (c. 1510) Stanza della Segnatura. Palácio Apostólico,
.Vaticano
2. Aristóteles
Figura 2 - Busto de Aristóteles no Museu do Louvre
Nasceu em Estagira, na Calcídica, em 384; era filho de Nicômaco, médico pessoal de Amintas, rei da Macedônia
(-393/-370), pai de Felipe II (-382/-336) e avô de Alexandre III (-356/-323).
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Viveu em Atenas, onde estudou Filosofia na Academia de Platão (367 e -347 a.C). Permaneceu por três anos em
Atarneus (ou Assos), perto de Troia, juntamente com Teofrasto (-371/-287) e outros ex-alunos dá Academia,
deonde casou-se com Pítias, filha de Hérmias, tirano local e também ex-aluno Platão.
Em -345 foi para Mitilene, em Lesbos, onde, ao lado de Teofrasto, derealizou a maior parte suas famosas
investigações biológicas. Em 343, aceitou tornar-se , filho de Felipe preceptor de Alexandre II, então com treze
ou quatorze anos; nessa época, ficou amigo de Antípatro (397/-319), um dos futuros diádocos.
5 O cinema e a cultura clássica
Ele permaneceu em Pela, até -335, na corte macedônica, ocasião da coroação dé Alexandre. Em 335, construiu
uma escola de filosofia, o próximo a um bosque Lykeios ("Liceu") consagrado a Apolo. Aristóteles dirigiu o
Liceu até 323, e depois, retirou-se para Cálcis, na Eubeia, morrendo no ano seguinte, -322.
Em 1994, o especialista Luce propõe uma sinopse dôs textos:
• Lógica, Categorias da Interpretação, Primeiros Analíticos, Segundos Analíticos, Tópicos, Refutações 
sofísticas.
• Ciências Naturais
• "Física") do Céu, da Geração e Corrupção, Meteorologia, Física (sc. "o mundo natural), Metafísica.
• Etica a Eudemo* , Ética a Nicômaco, Magna moralia*.
• Psicologia da alma, da sensação e do sensível+, da memória+, do sono e da vigília+, dós sonhos+, da 
adivinhação pelos sonhos+, da extensão e brevidade da vida+, dá juventude e da velhice, da vida e dá 
morte, da respiraçã0+.
• Biologia, investigações sobre os animais, das partes dos animais, do movimento dos animais, do modo de 
andar dos animais, dá geração dos animais.
• Política, Constituiçãodos atenienses*.
• Crítica literária retórica, poética.
6 O pensamento de Aristóteles
Aristóteles era um realista, par isso, ele refutou a teoria das "ideias" de Platão, pois para ele, existem apenas 
seres e abjetas concretas e reais, que podem ser percebidas pelas sentidos e analisadas em termas de forma,
constituição, construção e finalidade.
Platão, ao contrário, afirmava que não existe nada na natureza que não tivesse existido antes no mundo das
ideias. Para o Estagirita, todas as nossas ideias e pensamentos tinham entrado em nossa consciência através do
que víamos e ouvíamos.
Para ele, as formas estavam dentro das próprias coisas; as formas das coisas eram suas características próprias. 
Aristóteles ressalta o fato de que não existe nada na consciência que já não tenha sido experimentado antes 
.pelos sentidos
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Porém Aristóteles considerava nossa capacidade inata de ordenar em diferentes grupos e classes todas as nossas
impressões sensoriais.
Para ele, a razão era precisamente a característica mais importante do homem, Só que nossa razão permanece
totalmente "vazia" enquanto não percebemos nada. Uma pessoa, portanto, não possui ideias inatas (tábula rasa).
Ideia cada vez mais desmentida pelas ciências modernas da cognição.
No imenso legado da obra aristotélica à Filosofia se destacam:
Equivale à dominação romana (100 a 529 d.C) e teve como marca a e , entendido comoerudição sincretismo
esforço na elaboração da unificação dó pensamento a partir de diversas doutrinas filosóficas (gregas) de passado.
Esta etapa do pensamento filosófico é denominada de " ", pois coincide com a própria decadência do decadente
mundo grego, após a conquista romana. Destacam-se entre as diversas formas de pensamento na última etapa do
pensamento filosófico antigo: Os sistemas do Estoicismo e do Epicurismo, os filósofos e .Plotino Séneca
Estoicismo (do grego "stoá", que significa "pórtico")
O termo aludia aos que ficavam às portas da cidade pregando sua doutrina. Diante das crises profundas que 
enfrenta o Império Romano Ocidental, os deuses e a "Pólis" não são mais referência de segurança e credibilidade, 
por isso, o estoico volta-se para seu mundo interior, sobre si mesmo. Através da exaltação da universalidade da
Razão, ele propõe uma fórmula de superação para as crises geradas pela imensa e conflituosa miscigenação de 
identidades culturais e raciais da "Pólis" destruída.
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O Estoicismo desenha um cidadão universal, sem família, pátria ou obrigações. A busca da sabedoria (filosofia)
dá-se pela completa autonomia individual - autárquica e na prática das virtudes. Tudo isso se dá, na medida em
que se suprima todas as paixões, fontes da dor, engano e confusão, pelo domínio de sua "natureza interior.
O completo domínio das leva as pessoas à paixões " ", a indiferença dos Ataraxia sentidos, à completa 
contemplação interior. O estoicismo é, portanto, um , e subjetivismo moral individualmente se torna o refúgio
do grego dominado.
Epicurismo (As ideias de Epicuro)
Abre uma outra perspectiva, embora igualmente era moralizante e individualista. Afirma que o fim único da 
existência é o , isto prazer é, o completo ajustamento às leis naturais. O homem deve fugir de todas as situações
de dor e sofrimento ( ) até pathos atingir a completa imperturbabilidade pessoal (apatia = "não sofrer"). O 
cultivo da amizade universal - filia - e a fuga da religião , fontes de e a politica sofrimento.
Epicuro classifica em:os prazeres
7 Plotino e o Neoplatonismo
Pensamento que surge e amadurece no início dó século IV, em meio à decadência do Império Romano, o
neoplatonismo tornou, se uma dás mais importantes correntes filosóficas dá época e foi a última contribuição do
pensamento grego à filosofia Ocidental.
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Plotino (205-270 d.C.) retoma o pensamento de Platão sobre as ideias e a anterioridade dó mundo ideal sobre o
sensível. No entanto, o conceito de Nóus acrescenta ao universo de Platão uma estrutura mística. O 'Nous' é uma
inteligência organizadora do mundo e a ideia de um emanacionismo divino da matéria. É o último dos grandes
filósofos gregos.
Convém assinalar que "neoplatonico" não implica somente a retomada do pensamento platônico do século -IV; 
Plotino fundiu conceitos de Parmênides (c. -515), Platão (-428/-347), Aristóteles (-384/-322) e dos estoicos com
ideias místicas de origem oriental. O neopitagorismo, que sobrevivera desde o século -IV como um modo dê vida 
verdadeiramente religioso, também acabou por se fundir com o neoplatonismo.
Na Filosofia, os romanos não produziram nenhuma corrente de pensamento original. Sua principal orientação
voltou-se para a moral, com a adoção de valores éticos gregos e da filosofia helenística.
É um conjunto de escolas e seitas filosóficas no período de transição do paganismo ao cristianismo. Seu elemento
é a "Koiné", que realiza o sincretismo grego - romano - judaico - oriental.
Destacamos:
• O estoicismo - ascese cívica e política;
• O epicurismo a busca da ataraxia e da aponia.
• O prazer é o fim da vida.
Fique ligado
Os seguidores de Plotino tomariam, posteriormente, diversos caminhos; a doutrina
neoplatônica básica estipulava, porém, o abandono do mundo material para que o espírito
pudesse unir-se a uma entidade superior, incompreensível e autossuficiente, o "Uno", que
permeava toda a existência.
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8 Sêneca
Lucius Aneus Sêneca nasceu em Córdoba, na Espanha, no ano dê 4 a.C.
Conhecido como Sêneca, o Jovem, era filho de Sêneca filho de Lúcio Aneu Sêneca, o Velho, célebre orador.
Devido à sua origem ilustre foi enviado a Roma para estudar oratória e filosofia.
Por problemas de saúde viajou para o Egito, onde ficou até se curar (31).
Quando regressou a Roma, iniciou sua carreira como orador e advogado, participando ativamente da vida
política e logo chegou ao Senado.
Por causa de um processo (ligação com Júlia Livila, sobrinha do imperador Cláudio) foi exilado na Córsega
durante os anos de 41 a 49.
No exílio, dedicou-se aos estudos e redigiu vários dé seus principais tratados filosóficos, entre eles '
expôs', em que Consolationes os ideais estoicos clássicos de renúncia aos bens materiais e busca da 
 mediante o tranquilidade da alma conhecimento e a contemplação.
Voltou para Roma no ano de 49 e, no ano seguinte, foi nomeado pretor.
Com a morte de Cláudio em 54, escreveu a obra-prima das sátiras romanas, ,Apocolocyntosis divi Claudii
contra o ex-imperador.
Com Nero, filho de Agripina, nomeado imperador, tornou-se seu principal conselheiro e orientador político.
Retirou-se dá vida pública em 62, passando a se dedicar exclusivamente a escrever e defender sua filosofia.
No ano de 65, foi acusado de participar na conjuração de Pisão e recebeu de Nero a ordem de suicidar-se, que
executou em Roma, no mesmo ano.
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Sêneca escreveu oito tragédias, que foram uma espécie de modelo no Renascimento e inspirou o
desenvolvimento da tragédia na Europa. Os tratados de moral que se destacaram na obra de Sêneca:
• 'Da brevidade da vida'
• 'Da clemência'
• 'Dos benefícios'
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o contexto do nascimento da Filosofia Grega
• Aprendeu algo sobre os sistemas Filosóficos de Platão e Aristóteles
• Analisou aspectos da Filosofia (latina) em Roma
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	Olá!
	1 A Filosofia Grega
	2 Periodização da Filosofia Grega na Antiguidade
	3 A Cosmologia e Civilizações Gregas
	
	
	
	4 A cidade e o Templo de Delphos
	5 A Filosofia de Platão e de Aristóteles
	
	
	
	5 O cinema e a cultura clássica
	6 O pensamento de Aristóteles
	
	7 Plotino e o Neoplatonismo
	8 Sêneca
	CONCLUSÃO

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