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CULTURA CLÁSSICA – CONTRIBUIÇÕES LINGUÍSTICAS Segundo Maria Helena da Rocha Pereira em seu volume 1 dos "Estudos de História da Cultura Clássica" a arete do homem homérico "denota não a virtude, como em grego clássico, mas a excelência, a superioridade, alvo supremo do herói homérico. É dada por Zeus e diminuída quando se cai na escravatura. É sobretudo no campo de batalha que se revela, através da coragem e da força." PEREIRA, Maria Helena da Rocha. Estudos de História da Cultura Clássica. Cultura Grega - Volume 1. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2012. Essa afirmação remete a seguinte ideia: A morte em batalha era a melhor forma de atingir a perfeição da arete. Na Guerra de Troia, apenas os troianos tinham arete. Os deuses eram o principal exemplo de nobreza. Todos os homens gregos possuíam arete. Apenas os reis possuíam arete. Explicação: Gabarito: A morte em batalha era a melhor forma de atingir a perfeição da arete. Justificativa: Apenas os nobres possuíam arete. Atingir a morte gloriosa é, na verdade, encontrar a perfeição da arete heroica, pois a glória se perpetuará com a morte, através da fama que o herói alcançará. Areté (h( a)reth/, h=j) desígna o mérito ou qualidade pelo qual algo ou alguém se mostra excelente, mostrar a superioridade de seres não humanos. Expressa a ideia de nobreza e o homem comum não possui arete. Os gregos, como outros povos da Europa e da Ásia, têm sua origem nos povos indo-europeus que, em levas sucessivas durante vários séculos, migraram da região em que hoje se localiza as Índias. A formação dos gregos sofreu influência dos quatro principais povos a seguir: jônios, eólios, aqueus e dórios. jônios, cretenses, aqueus e eólios. latinos, aqueus, eólios e dórios. jônios, aqueus, dórios e etruscos. celtas, jônios, dórios e eólios. Explicação: Gabarito: jônios, eólios, aqueus e dórios. Justificativa: jônios, eólios, aqueus e dórios são os povos que influenciaram o povo grego. Dórios, jônios e eólios, os aqueus são, os responsáveis pela colonização e formação da civilização da Grécia Antiga. Latinos, etruscos, cretenses e celtas, apesar de terem ligações históricas com os gregos e terem deixado contribuições, não são diretamente povos que influenciaram a FORMAÇÃO dos gregos. Os vasos gregos antigos apresentavam como uma das técnicas de pintura a chamada pintura vermelha. Sobre esse estilo ou técnica é correto afirmar que: Distinguia-se das pinturas negras em função dos temas pintados. O fundo era pintado em vermelho e as silhuetas recebiam um pigmento negro. Assemelhava-se em tudo às pinturas negras. As figuras humanas apareciam no tom original da terracota. Recebe o nome de pintura vermelha porque era usado o sangue de animais. Explicação: Nas pinturas vermelhas, a forma de pintar era invertida em relação às cores empregadas nas pinturas negras, pois as figuras humanas eram pintadas no tom original da terracota, por isso é chamada de vermelha, enquanto se pintava o fundo de negro. Assim, as demais alternativas estão incorretas por estas razões e, também, porque a distinção entre pinturas vermelhas e negras não estava no motivo ou temática do que era pintado. Como a matriz da cultura ocidental é a Antiguidade Clássica greco-romana, é importante se analisar duas grandes expressões da literatura latina: a Eneida (19 a.C.) e as Metamorfoses (8 d.C.). Analise as afirmativas a seguir: I. Em Metamorfoses, de Ovídio, encontram-se centenas de mutações que ocorrem tanto por vontade própria do transmutado como também por causas externas a ele; II. Uma das metamorfoses na obra de Ovídio é a conhecida transformação de Narciso em flor; III. Por ser muito antigo, o tema da metamorfose não resistiu ao tempo, ficando restrito a obras da Antiguidade Clássica. Está correto apenas o que se afirma em: II e III. I. III. II. I e II. Explicação: As afirmativas I e II estão corretas porque a obra Metamorfoses é uma extensa apresentação de várias mudanças ou metamorfoses, incluindo a metamorfose de Narciso em flor. A afirmativa III está incorreta porque o tema da metamorfose influenciou e esteve presente em obras da literatura ocidental, como A bela e a fera, conto francês do século XVIII e recontado de inúmeras maneiras, e A Metamorfose, de Kafka, em que Gregor Samsa é um personagem que se transforma num inseto. Marque a única opção em que o encontro vocálico deve ser classificado como um ditongo. Caesar (césar). Desolatio (desolação). Ardeo (arder). Insolentia (insolência). Gladiator (gladiador). Explicação: Há apenas três ditongos no latim clássico ae, oe e au. Apenas Caesar é uma palavra com uma dessas combinações. As demais alternativas apresentam palavras em que não ocorrem um dos ditongos ae, oe e au. De acordo com as regras para o uso da quantidade, marque a opção em que o sinal está usado de forma correta. dŭx (general). deūs (deus). Herăcles (Héracles). prouĕctus (adiantado). maestitīa (tristeza). Explicação: Segundo as regras, é breve vogal antes de vogal, portanto, maestitīa e deūs estão erradas. Vogal antes de x é longa, portanto, a letra dŭx está errado. Vogal antes de duas consoantes é longa e, por isso, prouĕctus está errada, exceção feita aos grupos consonantais que tenham l ou r como segundo elemento, no qual a vogal que o antecede é breve, como é o caso da palavra Herăcles, cujo encontro é cl. Analise a afirmativa a seguir: I - Os tempos verbais no latim se agrupam, em relação ao aspecto, em dois grupos: o infectum e o perfectum. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o sentido do infectum e do perfectum. O feito e o não realizado. Ativo e passivo. O presente e o futuro do presente. O não feito e o feito ou realizado. O futuro do presente e o presente. Explicação: O infectum está relacionado com aquilo que não foi realizado, não foi feito, enquanto o perfectum corresponde ao que foi completado, foi realizado. A alternativa II não deve ser assinalada porque inverte na ordem o sentido do infectum e do perfectum. As alternativas III e IV apresentam distinções de tempo apenas do infectum. A opção E está incorreta porque corresponde à voz verbal (ativa e passiva), e não ao aspecto verbal. Você certamente conhece a oração do Pai Nosso. Vamos ver como é forma, em latim, escrita pelo evangelista Mateus (Mt. 6: 9-13)? "Pater noster, qui in caelis es, sanctificetur nomen tuum; veniat regnum tuum; fiat voluntas tua sicut in caelo et in terra. Panem nostrum supersubstantialem da nobis hodie. Et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimissimus debitoribus nostris. Et ne inducas nos in temptationem sed libera nos a malo." Agora marque a opção que traz uma palavra da primeira e da segunda declinações, respectivamente. Terra, -ae; caelum, -i Terra, - ae; pater, - tris Terra, -ae; panis, -is Caelum, -i; voluntas, -atis Terra, -ae; voluntas, -atis Explicação: O genitivo é o caso que identifica a declinação. Na primeira declinação, o genitivo singular é ¿ae, como ocorre em terra, -ae. Na segunda declinação, o genitivo singular é -i, como ocorre em caelum,-i. Portanto, apenas na letra II encontramos um substantivo de segunda declinação. As alternativas I, III e V estão incorretas porque pater, panis e voluntas são da terceira declinação. A opção IV está incorreta porque primeiro aparece uma palavra da primeira declinação e depois uma palavra da terceira declinação. Sabemos que as palavras em português evoluíram do latim vulgar, mas algumas foram formadas, posteriormente, com o radical do latim clássico. Assim, vemos o substantivo com o radical do latim vulgar, enquanto o adjetivo apresenta o radical do latimclássico, como no substantivo cavalo, mas com o adjetivo equino. Vemos o mesmo processo na formação do seguinte par: cabra, caprino gato, felino ovelha, ovino leão, leonino cão, canino Explicação: A única opção em que os radicais das duas palavras são completamente diferentes é em gato do latim vulgar cattus, mas felino do latim clássico feles. As duas palavras significam gato. Nas demais alternativas, temos cabra e caprino vindo do radical capr- (capra); ovelha e ovino do radical ov- (ovis); cão e canino do radical can- (canis); leão e leonino do radical leon- (leo). Diz-se sobre as músicas sertanejas, especialmente as que cantam as desventuras amorosas, que são músicas de "sofrência". Embora a palavra não pertença à norma culta, ela obedece ao mesmo processo de formação com o emprego de um sufixo latino que temos em paciência ou obediência. Assinale a alternativa em que não temos a formação semelhante: Principado Colar Populacho Devoção Foguinho Explicação: A única palavra em que não há um sufixo é colar, pois temos apenas o morfema lexical ou radical. As demais alternativas não devem ser assinaladas porque apresentam palavras em que há um sufixo.
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