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I Estudo do atrito na interface areia-concreto Mauro Vitor dos Santos Moura Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica. Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador(es): Marcos Barreto de Mendonça Leonardo de Bona Becker Rio de Janeiro Março de 2015 II ESTUDO DO ATRITO NA INTERFACE AREIA-CONCRETO Mauro Vitor dos Santos Moura PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. Examinada por: _____________________________________ Prof. Marcos Barreto de Mendonça, D. Sc. _____________________________________ Prof. Leonardo de Bona Becker, D. Sc. _____________________________________ Prof. Ian Schumann Marques Martins, D.Sc. _____________________________________ Prof. Maurício Ehrlich, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL Março de 2015 III Moura, Mauro Vitor dos Santos Estudo do atrito na interface areia-concreto / Mauro Vitor dos Santos Moura – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2015 VI, 87 p.: Il.: 29,7 cm Orientadores: Marcos Barreto de Mendonça, Leonardo de Bona Becker Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2015. Referências Bibliográficas: p. 56-58. 1. Introdução. 2. Revisão Bibliográfica. 3. Investigações realizadas. 4. Análises dos resultados. I. Mendonça, Marcos Barreto de; Becker, Leonardo de Bona. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Estudo do atrito na interface areia-concreto. IV AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Cacilda e Silvio, que nunca me deixaram faltar nada, e assim possibilitaram que eu tivesse toda a dedicaçãonecessária para essa jornada. Além disso, foram e são os grandes exemplos para mim,sempre ao meu lado em momentos difíceis. A minha irmã, Eliza, que talvez mesmo sem perceber, foi minha companhia em muitas maratonas de estudo sendo divertida e me dando ânimo para continuar. A todos os outros entes familiares que de uma forma ou outra me apoiaram. Aos amigos que encontrei na faculdade e espero levar para toda a vida. Ana Cláudia, Bruna Julianelli, Davidson Parente, Gabriel Mosqueira, Matheus Leal, Vicente Larageira e tantos outros. Aos meus professores orientadores, Marcos Barreto e Leonardo Becker, que me guiaram até este ponto. Aos professores Gustavo Guimarães e Laura Motta que me ajudaram nos ensaios realizados. Aos meus amigos de longa data, Matheus Carvalho e Rodrigo Arakaki, irreverentes e divertidos, e mesmo que nosso contato atualmente não seja tão freqüente como antes, são a eles que devo muitas horas de risadas e companheirismo. A equipe do DDEP da PCE – Projetos de Consultoria de Engenharia Ltda. que proporcionou um grande aprendizado prático na engenharia, além da grande paciência com minhas idas e vindas para resolver os problemas que surgiram na realização deste trabalho. V Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil Estudo do atrito na interface areia-concreto Mauro Vitor dos Santos Moura Março/2015 Orientadores: Marcos Barreto de Mendonça Leonardo de Bona Becker Curso: Engenharia Civil O atrito que existe na interface concreto-solo é uma importante questão no projeto de estruturas de contenção. Neste trabalho foram realizados ensaios de cisalhamento direto convencionais na areia da praia de Itaipuaçu do Município de Maricá/RJ e contra placas de concreto. As placas de concreto moldadas de quatro formas: forma de madeira plastificada, forma metálica, forma de madeira sem desmoldante, forma de madeira com desmoldante. Duas formas de medir a rugosidade do concreto foram utilizadas: elaboração de perfis da superfície com o auxílio de extensômetros e testes de mancha de areia. Observou-se que o ângulo de atrito das interfaces aumenta com a rugosidade, exceto para o caso da forma de madeira plastificada. Constatou-se que o ângulo de atrito da interface variou de 60% a 78% do ângulo de atrito da areia. Palavras-Chave:muro de arrimo / interface / solo-concreto / ângulo de atrito VI Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial flfillment of the requirements for the degree of Civil Engineer Study of Friction on interface concrete-sand Mauro Vitor dos Santos Moura March/2015 Advisor: Marcos Barreto de Mendonça Leonardo de Bona Becker Course: Civil Engineering Friction of the concrete-soil interface is an important issue that influences the project of retaining walls. In this work, conventional direct shear tests were conducted with Itaipuaçu Beach’s Sand. Modified test were conducted with the same sand and concrete plates. The concrete plates were cast on four forms: metallic form and three types of wooden form. The roughness was characterized by measuring surface profiles with extensometers and by conducting Sand Patch Tests. It was observed that interface friction angle increases with roughness, except to the case of plasticized wood form. The interface friction angles varied between 60% and 78% of sand friction angle. Keywords: direct shear tests / interface friction angle / soil-concrete interface / sand patch test Sumário 1. Introdução ....................................................................................... 3 1.1. Objetivo .................................................................................... 3 1.2. Organização do trabalho .......................................................... 3 2. Revisão Bibliográfica ...................................................................... 5 2.1. Muro de arrimo ......................................................................... 5 2.2. Teoria de Coulomb para empuxo de terra ............................... 5 2.3. Atrito no contato solo-muro ...................................................... 7 2.3.1. Modelo teórico ...................................................................... 8 2.3.2. Determinação de δ ............................................................... 9 2.3. Rugosidade ............................................................................ 11 2.3.1. Obtenção de perfis ............................................................. 12 2.3.2. Teste de mancha de areia .................................................. 13 2.4. Ensaio de Cisalhamento Direto .............................................. 15 3. Investigações realizadas .............................................................. 19 3.1. Campanha de ensaios ........................................................... 19 3.1.1. Roteiro de Ensaios de cisalhamento diretoe de medição de rugosidade da superfície de concreto ....................................................... 19 3.1.2. Caracterização da areia de Itaipuaçu por NUNES (2014) .. 20 3.2. Confecção das placas de concreto ........................................ 22 3.3. Procedimentos e resultados dos Ensaios para medição da rugosidade das placas de concreto .............................................................. 26 3.4. Procedimentos e resultados dos Ensaios de cisalhamento direto 31 3.4.1. Ensaio de cisalhamento da areia ....................................... 31 3.4.2. Ensaio de cisalhamento areia-concreto .............................. 36 2 4. Análises dos resultados ................................................................53 4.1. Cisalhamento direto na areia de Itaipuaçu ............................. 53 4.2. Cisalhamento direto na interface areia de itaipuaçu-concreto 54 Referências Bibliográficas ..................................................................... 57 APÊNDICE 1 ......................................................................................... 60 APÊNDICE 2 ......................................................................................... 62 APÊNDICE 3 ......................................................................................... 64 APÊNDICE 4 ......................................................................................... 69 3 1. Introdução O Brasil é um país de grandes extensões territoriais e necessita urgentemente melhorar a sua infraestrutura. Na construção de novas rodovias, ferrovias, plantas industriais, prédios comerciais, ou seja, em grande parte da infraestrutura moderna, poder-se-á fazer necessário a construção de muros de arrimo para protegê-los. Um projeto de engenharia deve obedecer a critérios técnicos de segurança e também a critérios econômicos para que sua construção seja viável. Desta forma, um melhor entendimento de aspectos técnicos relativos ao projeto de um muro de arrimo é de extrema importância. Ao se conhecer melhor os mecanismos envolvidos pode ser possível tornar o empreendimento mais atrativo economicamente sem, contudo, esquecer-se da segurança. 1.1. Objetivo De acordo com Bowles (1997) um muro de arrimo consiste basicamente de uma estrutura que suporta a tensão que a terra desenvolvepara retornar à sua inclinação natural, ao se criar um desnível abrupto entre duas cotas diferentes. Existem diversos tipos de muros de arrimo, e a escolha do tipo adequado depende de vários fatores, mas em todos eles existirá o contato entre o solo e muro. O atrito que surge nesta interface pode ser suficiente para alterar os esforços do muro e então alterar suas dimensões e projeto. Entretanto, este atrito depende do material do muro, do solo e da forma de execução. O objetivo deste trabalho é avaliar o atrito que existe entre a areia de Itaipuaçu e o concreto moldado de formas diferentes. 1.2. Organização do trabalho Este trabalho se organiza em quatro capítulos e faz uma pequena avaliação do impacto da rugosidade da superfície do muro. 4 O Capítulo 2 possui uma revisão bibliográfica. Os tipos de muro são classificados e agrupados, as tensões de empuxo de terra que o muro deve suportar são explicadas e a influência do atrito que surge no contato solo-muro é levada em consideração. Um modelo teórico do atrito é comentado e propostas de autores são discutidas. Por último, formas de se avaliar a rugosidade de uma superfície foram revistas. O Capítulo 3 inclui uma lista dos ensaios realizados além do passo-a- passo dos mesmos, já que alguns foram realizados de forma diferente do comum. Além disso, os resultados são discriminados. No Capítulo 4 os resultados são discutidos comparando-os com as recomendações de outros autores na adoção de valores do atrito na interface solo-concreto. Os Apêndices mostram as planilhas de ensaio. 5 2. Revisão Bibliográfica Diversas situações na engenharia envolvem estruturas que devem suportar o empuxo lateral do solo ou de algum outro material. Um muro de arrimo típico deve ser capaz de suportar o empuxo lateral que o solo desenvolve. 2.1. Muro de arrimo TARDOZ é a superfície de contato entre o muro e o solo arrimado. A superfície de contato com o solo de fundação é chamada de BASE e a superfície visível do muro chama-se FACE. Os tipos de estrutura de contenção a que este trabalho se referesão os muros de peso ou de gravidade propriamente ditos (alvenaria de pedras, concreto ciclópico, gabiões, solo-cimento e solo reforçado) e os muros de flexão em concreto armado com ou sem contrafortes e chumbadores. Um muro deve ser construído com dimensões compatíveis para garantir a estabilidade. As dimensões do muro são definidas por análises de estabilidade externa. A reação ao empuxo do solo (E) é proporcionada pelo peso próprio da estrutura (P) e pelos esforços mobilizados na base (R), que são função do peso (Figura 2.1). 2.2. Teoria de Coulomb para empuxo de terra De acordo com Bowles (1997), a teoria de Coulomb para empuxo de terra foi um dos primeiros métodos a surgir para estimar o empuxo de terra contra muros. Coulomb fez um número significativo de hipóteses: Figura 2.1 - Forças que atuam no muro: peso, empuxo e reação R P E 6 O solo é isotrópico e homogêneo e possui atrito interno e coesão; A superfície de ruptura é plana e a superfície do aterro atrás do muro também é plana (porém pode ser inclinada); A resistência do solo é uniformemente mobilizada por toda a superfície de ruptura e o seu ângulo de atrito é igual à Φ A cunha potencial de ruptura é considerada como um corpo rígido Existe atrito entre o solo e o muro. O ângulo de atrito da interface solo-muro é δ O problema é tratado no estado plano de deformações. A partir do Método de Coulomb é possível chegaràs equações a seguir para o empuxo ativo (Figura 2.2): 𝑃𝑎 = 𝛾 ∗ 𝐻² 2 ∗ 𝐾𝑎 Onde: 𝐾𝑎 = 𝑠𝑖𝑛²(𝛼 + 𝜙) 𝑠𝑖𝑛²𝛼 ∗ sin(𝛼 − 𝛿) ∗ [1 + √ sin(𝜙+𝛿)∗sin(𝜙−𝛽) sin(𝛼−𝛿) sin(𝛼+𝛽) ]² Figura 2.2 - Condições assumidas para o método de Coulomb (Bowles MODIFICADO, 1997) 7 As equações para o empuxo passivo são mostradas a seguir (Figura 2.3): 𝑃𝑝 = 𝛾 ∗ 𝐻² 2 ∗ 𝑘𝑝 Onde: 𝑘𝑝 = 𝑠𝑖𝑛²(𝛼 − 𝛷) 𝑠𝑖𝑛²𝛼 ∗ sin(𝛼 + 𝛿) ∗ [1 − √ sin(𝛷+𝛿)∗sin(𝛷+𝛽) sin(𝛼+𝛿) sin(𝛼+𝛽) ]² Figura 2.3 - Forças agindo na cunha potencial de ruptura para o empuxo passivo. (Bowles MODIFICADO, 1997) 2.3. Atrito no contato solo-muro O atrito no contato solo-concreto é um fator importante na quantificação do empuxo de solo e consequentemente no dimensionamento de um muro de arrimo. O valor é o máximo que o atrito na interface solo-concreto pode atingir, porém a mobilização de é função do movimento relativo do conjunto solo-muro e nem sempre a mobilização total acontece. 8 2.3.1. Modelo teórico Há uma analogia entre o atrito solo-muro e o atrito de um bloco de peso m.g em uma superfície plana rígida horizontal sob a ação de uma força horizontal P (Figura 2.4). Figura 2.4 - Bloco rígido e uma superfície horizontal: (a) o bloco é puxado sobre uma superfície horizontal; (b) diagrama de forças atuantes sobre o corpo (REIS, 2006, MODIFICADO). O bloco entra em movimento quando a força P supera a força F que surge devido ao atrito no contato entre as superfícies. A força de resistência Ré a soma dos vetores da força normal N e do atrito no contato F. Podemos correlacionar F e Nna iminência do movimento através do ângulo δ: 𝑡𝑔 𝛿 = µ = 𝐹 𝑁 Onde é denominado de ângulo de atrito efetivo da interface e sua tangente define o coeficiente atrito da interface . A partir daqui podemos dividir cada termo da fração pela área de contato A entre o bloco e a superfície: 𝑡𝑔 𝛿 = µ = 𝐹/𝐴 𝑁/𝐴 = 𝜏 𝜎′ Onde é a tensão de cisalhamento mobilizada e σ’ tensão normal efetiva. Podemos modificar para: 9 𝜏 = 𝜎′ ∗ 𝑡𝑔 𝛿 Esta equação se encaixa no modelo de ruptura Mohr-Coulomb. 2.3.2. Determinação de δ Os ensaios mais utilizados para a determinação do atrito solo-concreto são os de cisalhamento direto e o de cisalhamento simples (REIS, 2006). O cisalhamento direto consiste de realizar um movimento relativo tangencial entre os corpos de prova de solo e de concreto graças a um carregamento tangencial, submetidos a uma tensão normal sobre a interface. Apresenta duas importantes vantagens: grande disponibilidade do equipamento e relativa simplicidade nos procedimentos de preparação da amostra e na realização do ensaio (GOMEZ. et.al., 2008) POTYONDY (1961) realizou diversos ensaios de cisalhamento direto entre diversos solos e materiais de construção (aço, madeira e concreto). Dois tipos de superfície foram considerados: liso e rugoso. Para o concreto, particularmente, a superfície lisa foi obtida com uma mistura de concreto com brita de tamanho máximo de 2,5 mm e a superfície rugosa obtida com brita de no máximo 7,5mm. O liso foi moldado com forma de madeira e o rugoso em uma superfície acidentada plana. Existe uma diferença significativa do ângulo de atrito interno entre a areia seca e a saturada. Somente os resultados para areia são apresentados na Tabela 2.1seguir. Tabela 2.1 - Resultados dos ensaios de cisalhamento direto entre areia e diversos tipos de materiais de construção (POTYONDY, 1961) Areia seca (w = 0-8 %; CR = 0,66) Tensão normal ~50 kPa ~100 kPa Material φ δ δ/ φ tg δ/tg φ φ δ δ/ φ tg δ/tg φ Aço liso 44° 30' 24° 10' 0,543 0,457 43° 30' 24° 00 0,55 0,47 Aço rugoso 44° 30' 34° 00' 0,765 0,68 43° 30' 33° 40' 0,78 0,7 Madeira lisa 44° 30' 35° 00' 0,790 0,71 43° 30' 33° 20' 0,766 0,69 10 Areia seca (w = 0-8 %; CR = 0,66) Tensão normal ~50 kPa ~100 kPa Material φ δ δ/ φ tg δ/tg φ φ δ δ/ φ tg δ/tg φ Madeira rugosa 44° 30' 39° 00' 0,880 0,82 43° 30' 38° 30' 0,885 0,84 Concreto liso 44° 30' 39° 30' 0,890 0,84 43° 30' 38° 30' 0,855 0,84 Concreto rugoso 44° 30' 44° 00' 0,990 0,98 43° 30' 42° 30' 0,98 0,97 Areia saturada (CR = 0,66) Tensão normal ~50 kPa ~100 kPa Material φ δ δ/ φ tg δ/tg φ φ δ δ/ φ tg δ/tg φ Aço liso 39° 00' 24° 50' 0,64 0,57 37° 00' 23° 30' 0,64 0,57 Aço rugoso - - - - - - - - Madeira lisa 39° 00' 33° 20' 0,85 0,82 37° 00' 33° 00' 0,89 0,86 Madeira rugosa 39° 00' 34° 30' 0,89 0,85 37° 00' 34° 30' 0,93 0,91 Concreto liso 39° 00' 34° 40' 0,89 0,85 37° 00' 33° 20' 0,9 0,87 Concreto rugoso - - - - - - - - A Tabela 2.2apresenta um resumo das sugestões de alguns autores para δcom diversos tipos de solo. Tabela 2.2 - Sugestões de valores de δ para diversos tipos de solos Ângulo de atrito solo-muro (δ) Observação Referências 2φ/3 - MARZIONNA et. al. (1998) 0° Paramento do muro liso MOLITERNO (1994) φ/2 Paramento do muro parcialmente rugoso 11 Ângulo de atrito solo-muro (δ) Observação Referências φ Paramento do muro rugoso 0,6φ<δ<0,8φ Superfície rugosa- BOWLES (1997) φ/3 <δ< 2φ/3 - TERZAGHI (1948) BOWLES (1997) também fez outras propostas empíricas para valores de δ(Tabela 2.3). Tabela 2.3 - Proposta de BOWLES (1997) para valores de δ. Tipos de interface δ (°) Concreto massa Rocha sã 35 Pedregulho a areia grossa 29-31 Areia fina a areia média, silte médio a grosso, pedregulho siltoso 24-29 Areia fina siltosa ou argilosa, silte e arenoso 19-24 Silte arenoso 17-19 Argila rija a dura ou pré-adensada 22-26 Argila medianamente rígida 17-19 Aço Pedregulho a areia grossa 22 Areia fina a areia média, silte médio a grosso, pedregulho siltoso 17 Silte arenoso a areia fina siltosa ou argilosa, silte arenoso 14 Concreto moldado com forma Pedregulho a areia grossa 22-26 Areia fina a areia média, silte médio a grosso, pedregulho siltoso 17-22 Silte arenoso a areia fina siltosa ou argilosa, silte arenoso 14-17 Madeira em solo 14-16 Obs.: Para aço, concreto e madeira com uma tensão normal de mais ou menos 100 kPa. 2.3. Rugosidade Como visto na seção anterior, o atrito no contato entre o solo e o muro é um parâmetro que influi no dimensionamento do muro. Desta forma, o 12 conhecimento de formas de quantificar a rugosidade e correlacioná-la com o atrito é importante. Neste trabalho foram realizados dois procedimentos para determinar a rugosidade da superfície das placas de concreto: obtenção de perfis e teste de mancha de areia.Estes procedimentos são descritos a seguir. 2.3.1. Obtenção de perfis A avaliação quantitativa da rugosidade de uma superfície requer a seleção de parâmetros de rugosidade, baseados em características geométricas da superfície como espaçamento, altura e profundidades entre picos e vales, usualmente obtidos a partir de perfis de uma superfície (SANTOS, 2012). São diversas as formas de se obter esses perfis da superfície, incluindo: pequenas sondas mecânicas, medidores digitais a laser, microscópios eletrônicos e óticos, ultrassom etc. A sonda mecânica, por exemplo, consiste de um conjunto de uma sonda, um amplificador, um equipamento mecânico para avanço, e um computador para aquisição de dados. A sonda avança sobre a superfície em uma linha reta e grava as variações da superfície (SANTOS, 2012). Neste trabalho uma variação deste método foi utilizada em detrimento dos outros que são métodos mais caros e especializados. O procedimento será detalhado na Seção 3.3. O parâmetro de rugosidade mais usado é a Rugosidade Média (Ra). É utilizado por ser bastante simples, sendo definido como desvio médio do perfil em relação a uma linha média (Figura 2.5). É dado por: 𝑅𝑎 = 1 𝑛 ∑|𝑧𝑖 − 𝑧𝑚é𝑑| 𝑛 𝑖=1 Onde n é o número discreto de medidas e zi é a diferença entre cada medida com relação a uma referência arbitrária e a média. Zméd é a média de zi. 13 A Raiz Quadrada da Média (Rq) é um parâmetro mais sensível aos picos e vales: 𝑅𝑞 = √ 1 𝑛 ∑(𝑧𝑖 − 𝑧𝑚é𝑑)² 𝑛 𝑖=1 Onde n é o número discreto de medidas e zi é a diferença entre cada medida e a média. O método de obtenção de dados é o mesmo do índice Rugosidade média. 2.3.2. Teste de mancha de areia O Teste de Mancha de Areia é um método simples de quantificação da rugosidade de uma superfície (SANTOS, 2012). (Figura 2.6). Figura 2.5 - Rugosidade média. ... z1 z2 z3 ... zi n1 n2 n3 ... ... ni Ra Referência Arbitrária Zmed 14 𝑉 = 𝐴 ∗ ℎ → [𝜋 ∗ 𝐷2 4 ] ∗ 𝑑 𝑑 = 4𝑉 𝜋𝐷² Figura 2.6 - Teste de Mancha de Areia: (a) antes de espalhar; e (b) depois de espalhar (SANTOS MODIFICADO, 2012) O Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos (DNIT, 2006) define o Teste de Mancha de areia desta forma: “O ensaio consiste em preencher os vazios da textura superficial do pavimento com um volume conhecido de uma areia padrão, espalhando-a com movimentos circulares de modo que o diâmetro final da mancha seja função da altura média e, consequentemente, do volume consumido. O equipamento consiste de um recipiente de volume conhecido preenchido com uma areia padrão, um dispositivo próprio para o espalhamento da areia e uma régua graduada para relacionar o diâmetro da mancha com o volume da areia e a macro-textura do pavimento. O resultado é expresso em altura da areia (HS), em mm (DNIT, 2006)”. É um ensaio simples e barato, entretanto só é possível quantificar macro-texturas e realizar o teste em superfícies na horizontal. Superfície de Concreto Superfície de Concreto Areia antes de ser espalhada Areia espalhada d D 15 A norma ASTM D965-96 normatiza todos os procedimentos desse ensaio. A granulometria da areia deve ser passante na peneira #60 (0,250 mm) e retido na peneira #80 (0,177 mm). Materiais necessários (Figura 2.7): recipiente que possa conter um volume de24.000 mm³; quantidadede 24.000 mm³ da areia padrão; escova para limpar a superfície; disco espalhador de base emborrachada com 64 mm de diâmetro; régua Figura 2.7 - Materiais utilizados no Teste de mancha de areia 2.4. Ensaio de Cisalhamento Direto O ensaio de cisalhamento direto é o ensaio para obtenção da resistência ao cisalhamento do solo mais difundido no Brasil, devido à sua simplicidade, ao baixo custo do equipamento e a rapidez do ensaio. O equipamento consiste de uma caixa bipartida quadrada ou circular, geralmente com lado ou diâmetro entre 5 cm e 10 cm, onde o solo em questão é disposto. O volume do corpo de prova, seu teor de umidade,seu peso e a densidade dos grãos são determinados para o cálculo do índice de vazios da amostra. O solo então é submetido a uma tensão normal e a outra tensão de 16 cisalhamento. A parte inferior da caixa é posta em movimento com a ajuda de um motor. Este possui a capacidade de impor uma força muito maior do que a necessária para movimentar a caixa. Assim, podemos garantir que o deslocamento é feito em uma taxa constante. Os deslocamentos e as forças envolvidos são medidos com o auxílio de extensômetros durante todo o processo. Correlações entre tensões x deslocamentos, variação de volume x deslocamentos e tensões normalizada x deslocamentos são obtidas e o ponto de ruptura é determinado com base nesses dados. O ensaio é repetido para três ou mais tensões normais diferentes e no intervalo de tensõesde interesse. Com as tensões de cisalhamento de ruptura e as tensões normais correspondentes, é possível traças uma envoltória de ruptura τ x σ. O comportamento da areia submetido a ensaio de cisalhamento direto depende de sua granulometria, formato dos grãos e compacidade. Por ordem de importância: 1. Compacidade 2. Forma dos grãos 3. Distribuição granulométrica Quanto mais bem distribuída granulometricamente é uma areia, melhor o entrosamento entre as partículas e, consequentemente, maior o ângulo de atrito. O formato também é de extrema importância (Tabela 2.4) Tabela 2.4 - Valores típicos de ângulos de atrito interno de areias (PINTO, 2006) Compacidade fofo a compacto Areias bem-graduadas de grãos angulares 37° a 47° de grãos arredondados 30° a 40° Areais malgraduadas de grãos angulares 35° a 43° de grãos arredondados 28° a 35° 17 Em corpos de prova com areia fofa a resistência ao cisalhamento cresce monotonamente com a deformação, atingindo um valor constante só para deslocamentos relativamente grandes. O valor dessa resistência depende da tensão confinante (Figura 2.8a). Ao mesmo tempo, ocorre uma redução do volume do corpo de prova, sendo que, para tensões confinantes maiores, as diminuições de volume são um pouco maiores (Figura 2.8b). Nas areias compactas a resistência ao cisalhamento se devolve mais que areias fofas com o mesmo deslocamento comparado. Essa resistência atinge um valor máximo, considerada como a resistência máxima ou a de pico. Se o deslocamento continuar, a resistência decresce até estabilizar em torno de um valor semelhante ao da areia fofa. A resistência ao cisalhamento depende do valor da tensão confinante (Figura 2.8c). Na variação de volume do corpo de prova observa-se, inicialmente, uma breve redução de volume, seguida de expansão. O pico ocorre aproximadamente no deslocamento correspondenteà máxima derivada da curva Deslocamento Vertical VS. Deslocamento horizontal. Após o pico a taxa de expansão diminui até anular- se. Quando cessa a variação de volume, cessa também a variação de resistência. Após o ensaio,o volume do corpo de prova é maior do que no momento inicial. O comportamento volumétrico depende da tensão confinante (Figura 2.8d). 18 Figura 2.8 - Comportamento das areias sob esforços de cisalhamento direto: (a) areia fofa, Tensão cisalhante vs. Deformação horizontal; (b) areia fofa, Deformação vertical vs. Deformação horizontal; (c) areia compacta, Tensão cisalhante vs. Deformação horizontal; (d) areia compacta, Deformação vertical vs. Deformação horizontal (PINTO, 2006, MODIFICADO) Esse fenômeno de aumento de volume durante o cisalhamento da areia é chamado de dilatância. É influenciado principalmente pela compacidade (quanto maior a compacidade inicial maior será o aumento de volume durante o cisalhamentopara uma mesma tensão normal) e pela tensão normal (quanto maior a tensão normal menor serão os efeitos de dilatância). τ τ n n n n n n n n (a) (c) (b) (d) Δh Δh Δh Δh Δv Δv 19 3. Investigações realizadas 3.1. Campanha de ensaios Julgou-se necessário apresentar um pequeno roteiro dos ensaios realizados neste trabalho e explicar alguns de seus procedimentos fora da revisão bibliográfica, já que alguns foram modificados. 3.1.1. Roteiro de Ensaios de cisalhamento diretoe de medição de rugosidade da superfície de concreto Para a análise da variação do ângulo de atrito entre o solo e diferentes superfícies de acordo com a sua rugosidade, planejou-se uma campanha de ensaios de cisalhamento direto com um único tipo de solo arenoso, tendo como base de cisalhamento placas de concreto moldadas com diferentes formas usadas normalmente na construção civil. Escolheu-se utilizar à areia de Itaipu Açu, porque já foiextensamente estudada por NUNES (2014) A Tabela 3.1 apresenta o conjunto de ensaios de cisalhamento direto planejados: Tabela 3.1 - Ensaios de cisalhamento direto realizados Planejamento de Ensaios Areia de Itaipuaçu cisalhada com Tensão Normal (kPa) Forma do CP (cm) Areia de Itaipuaçu 25, 100 e 200 5 x 5 Areia de Itaipuaçu 25, 100 e 200 10 x 10 Concreto c/forma Plastificada 25, 100 e 200 10 x 10 Concreto c/forma Metálica 25, 100 e 200 10 x 10 Concreto c/forma de Madeira sem desmoldante 25, 100 e 200 10 x 10 Concreto c/forma de Madeira com desmoldante 25, 100 e 200 10 x 10 Neste trabalho foram escolhidas duas formas de medir a rugosidade, a saber: obtenção de perfis e Teste de Mancha de Areia, abordadas nos itens2.3.1e 2.3.2, respectivamente. 20 3.1.2. Caracterização da areia de Itaipuaçu por NUNES (2014) Ensaios de cisalhamento direto foram realizados na areia de Itaipuaçu,é uma areia grossa, cuja curva granulométrica é mostrada na Figura 3.1abaixo: Figura 3.1 - Curva granulométrica da areia de Itaipuaçu. A densidade dos grãos da areia de Itaipuaçu é Gs = 2,643 gf/cm³. NUNES (2014) afirmou: “Conforme apresentado em sua curva granulométrica [...] as partículas de areia da Praia de Itaipuaçu são mal graduadas. O conjunto de partículas que compõem esta areia apresenta de maneira geral formato arredondado a bem arredondado.” A seguir foi feita uma descrição dos formatos das partículas da areia segregados por diâmetros escalonados, veja a Tabela 3.2. 21 Tabela 3.2 - Descrição dos formatos das partículas da areia de Itaipuaçu. Peneira de retenção Descrição #10 (>2,0 mm) Partículas majoritariamente bem arredondadas (E), encontrando-se partículas arredondadas (D). #20 Partículas majoritariamente arredondadas (D), encontrando-se partículas bem arredondadas (E). #30 Partículas majoritariamente arredondadas (D), encontrando-se partículas subarredondadas(C) #40 Partículas majoritariamente subarredondadas (C), encontrando-se partículas subangulares (B) e arredondadas (D). Esta é uma areia mal graduada (uniforme) com coeficiente de não uniformidade (CNU) igual a 1,7. O coeficiente de curvatura (CC) é igual a 1 (Tabela 3.3). Tabela 3.3 - Coeficiente de Não Uniformidade e Coeficiente de Curvatura. 𝑪𝑵𝑼 = 𝑫𝟔𝟎 𝑫𝟏𝟎 𝑪𝑪 = 𝑫𝟑𝟎² 𝑫𝟏𝟎 ∗ 𝑫𝟔𝟎 𝐷60 = 1,2 𝑚𝑚 𝐷30 = 0,9 𝑚𝑚 𝐷10 = 0,7 𝑚𝑚 𝐷60 = 1,2 𝑚𝑚 𝐷10 = 0,7 𝑚𝑚 𝐶𝑁𝑈 = 1,7 𝐶𝐶 = 1,0 NUNES (2014) realizou diversos ensaios para a obtenção do índice de vazios mínimo e máximo, os resultados são discriminados na Tabela 3.4 a seguir: Tabela 3.4 - Resultados dos ensaios de obtenção dos índices de vazios mínimo e máximo. Índice de Vazios Mínimo (𝑒𝑚í𝑛) Índice de Vazios Máximo (𝑒𝑚á𝑥) 0,416 0,671 22 Para a obtenção da resistência da areia, NUNES (2014) empreendeu uma campanha de ensaios de cisalhamento direto, estes são apresentados a seguir (Tabela 3.5 e Figura 3.2): Tabela 3.5– Resultados dos ensaios de cisalhamento direto para 3 índices de vazios diferentes. 𝑒𝑚𝑒𝑑 = 0,428 𝑒𝑚𝑒𝑑 = 0,543 𝑒𝑚𝑒𝑑 = 0,650 (kPa) e (º) (kPa) e (º) (kPa) e (º) 25 0,432 53,8 25 0,557 43,3 25 0,657 37,2 50 0,43450,9 50 0,551 41,7 50 0,679 36 75 0,436 48,8 75 0,549 39,7 75 0,667 32,9 100 0,427 47,9 100 0,548 39,1 100 0,655 33,4 150 0,441 47,3 150 0,570 39,4 150 0,665 31,8 300 0,425 47,2 300 0,534 38,8 300 0,645 31,4 500 0,421 45,5 500 0,551 38,8 500 0,641 31,2 750 0,425 43,4 750 0,537 37,4 750 0,645 30,1 1000 0,415 43,6 1000 0,536 36,5 1000 0,614 29,2 1500 0,493 36,7 1500 0,628 29,9 Figura 3.2 - Gráfico com a correlação entre índice de vazios (e) e o ângulo de atrito Φ(◦) 3.2. Confecção das placas de concreto Quatro placas de concreto com dimensões de 13,5x13,5 cm por 2,5 cm de espessura foram moldadas. A rugosidade da superfície da placa que foi 30 34 38 42 46 50 54 58 0,42 0,46 0,5 0,54 0,58 0,62 0,66 Φ (◦ ) Índice de Vazios (e) 25 100 300 Tensão Normal (σn): 23 produzida por quatro modos diferentes, todos eles tentando reproduzir fielmente o que acontece no campo. Figura 3.3- Formas utilizada para moldar as placas de concreto: (a) compensado sem desmoldante; (b) compensado com desmoldante; (c) compensado plastificado; (d) forma metálica (aço). Quatro modos de moldagem (Figura 3.3) visavam reproduzir a rugosidade do muro. Foram utilizados: Placa de concreto com forma de compensado plastificado (Figura 3.4a); Placa de concreto com forma metálica de aço, (Figura 3.4b); Placa de concreto com forma de compensando com desmoldante (Figura 3.4c); Placa de concreto com forma de compensado sem desmoldante (Figura 3.4d) (a) (b) (c) (d) 24 Figura 3.4 - Placas de concreto moldadas com: (a) compensado plastificado; (b) forma metálica de aço; (c) compensado com desmoldante; (d) compensado sem desmoldante. O concreto utilizado possui uma resistência característica fck = 15 MPa. O traço foi escolhido com base no “Manual de Traços de Concreto (SILVA, 1974), sendo o traço em volume igual a 1: 1,65: 2,08 e o fator água cimento 0,83. Sacos de areia, brita e cimento foram armazenados em local seco e arejado. Três ensaios de umidade realizados na areia serviram para determinar a quantidade de água que existia na areia úmida. A mistura nas proporções indicadas (ver Figura 3.5) foi feita da seguinte forma: a areia úmida foi misturada ao cimento, depois de estar bem homogênea a brita foi adicionada e também misturada. O resultado dessa mistura foi disposto na forma de um cone e então a água foi colocada no centro e tudo foi homogeneizado. (a) (b) (c) (d) 25 Figura 3.5 - Ingredientes para a confecção das placas. O concreto então foi disposto nas formas apropriadas com o auxílio de uma colher de pedreiro comum. O adensamento do concreto foi realizado com o auxílio de um vibrador de peneiras (Figura 3.6) Figura 3.6 - Agitador de peneiras utilizado para vibrar as placas de concreto. O vibrador foi ligado na freqüência máxima (20 Hz) e o concreto foi vibrado por cerca de 7 segundos. Tempos maiores causavam a exsudação do concreto. Após essa etapa, a parte superior foi desbastada e alisada com o auxílio de uma régua e esponja comum. (Figura 3.7). 26 Figura 3.7 - Foto de placas de concreto logo ao fim da moldagem e à espera da cura. A cura do concreto foi realizada em uma câmara úmida durante 7 dias (Figura 3.8). Figura 3.8- Foto da Câmara Úmida . 3.3. Procedimentos e resultados dos Ensaios para medição da rugosidade das placas de concreto - Obtenção de Perfis 27 Parâmetros de rugosidade podem ser obtidos a partir de perfis obtidos de uma superfície. Na placa de concreto foi desenhada uma quadrícula de 10 cm por 10 cm, espaçadas em 1 cm pra cada lado (Figura 3.9). As medições foram realizadas nos encontros entre as linhas, isso totaliza 121 pontos. Em uma base supostamente lisa e rígida as placas foram dispostas e um pedestal com o extensômetro foi fixo ao lado. Enquanto o medidor ficava fixo, a placa era movimentada para que o extensômeto medisse cada ponto de interesse, os dados estão disponíveis no APÊNDICE 3. A sensibilidade definida pelo extensômetro. Neste trabalho a resolução utilizada foi de 0,01 mm. Cada linha com 10 pontos constitui um perfil com rugosidade média independente. A linha média de cada perfil foi adotada de forma arbitrária como sendo a média dos valores dos 10 pontos coletados. Assim, a rugosidade média/rugosidade da raiz média quadrática de cada perfil foi obtida. A rugosidade da placa é a média aritmética da rugosidade de todos os perfis. Figura 3.9 - Exemplo de quadrícula com 121 pontos. Os perfis foram elaborados e os índices de rugosidade explicados na Seção 2.3.1. Materiais utilizados (Figura 3.10): base rígida pedestal e haste para o extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 28 extensômetro com resolução de 0,01 mm e ponta fina (Figura 3.11) nível de bolha Figura 3.10 - Aparato utilizado pra realizar as medidas com o extensômetro. A obtenção dos perfis da superfície das placas de concreto e testes de mancha de areia foi realizada em cada placa. Os resultados são apresentados na Tabela 3.6 seguir: Figura 3.11 - Ponta fina do extensômetro, veja detalhe. 29 Tabela 3.6 - Resultados dos ensaios de medidas com o extensômetro. CP Material Rugosidade Média (Ra) (cm) Rugosidade da Raiz Média Quadrada (Rq) (cm) MP Madeira Plastificada 0,01 0,01 FM Forma metálica 0,01 0,01 CD Madeira c/desmoldante 0,02 0,02 SD Madeira s/desmoldante 0,04 0,04 - Teste de Mancha de Areia O Teste de Mancha de Areia necessitou de alguns ajustes neste trabalho. O volume de areia padronizado para o ensaio, V = 24 cm³, é muito grande para as placas de 13,5 cm x 13,5 cm, ou seja, a abertura da mancha ultrapassava os limites da placa. O Volume foi reduzido para evitarmos esse problema. Por tentativa e erro foi determinado que 1/8 do volume padronizado do ensaio é suficiente para proporcionar uma mancha de areia que não exceda os limites na placa mais lisa. Nas outras placas a abertura da mancha foi menor. No presente estudo, o teste de mancha de areia somente mostrou-se sensível a amplitudes de no mínimo 0,20 mm, porém com a vantagem de ser mais simples de realizar. A sensibilidade se deve à granulometria da areia retida na peneira #80 (0,177 mm), as reentrâncias menores não são preenchidas. Procedimento de ensaio: limpar o local escolhido para a realização do ensaio com a escova; despejar o material granular sobre a mancha (Figura 3.12a e Figura 3.12b) e espalhá-lo em movimentos circulares com o auxílio do disco (Figura 3.12c); quando percebe-se que a mancha não cresce mais radialmente deve-se interromper os movimentos com o disco; 30 realizam-se, então, quatro medidas do diâmetro defasadas em 45° uma da outra (Figura 3.12d) o diâmetro médio da mancha será representado pela média aritmética dos quatro diâmetros medidos e, por fim, pode-se calcular a altura da mancha formada no pavimento Figura 3.12 - Realização do ensaio de Teste de Mancha de Areia: (a) e (b) colocar a areia sobre a superfície; (c) utilizar o pistão e espalhar a areia; (d) realizar as medidas na mancha. (a) (b) (c) (d) 31 Tabela 3.7 - Resultados dos ensaios do Teste de Mancha de Areia. Teste de Mancha de Areia (cm) V (cm³) 3 CP Material D1 D2 D3 D4 Dmédio H = 4V/πD² H (cm) MP Madeira Plastificada 13,0 13,0 13,0 13,5 13,1 0,02 FM Forma metálica 13,5 13,0 13,0 13,0 13,1 0,02 CD Madeira c/desmoldante 9,0 9,5 10,0 9,5 9,5 0,04 SD Madeira s/desmoldante 9,5 9,5 10,5 9,5 9,8 0,04 Podemos observar que o valor mínimo para o Teste de Mancha de Areia (Tabela 3.7) foi de 0,02 cm, justamente o valor mínimo da areia utilizada no teste (peneira #80; 0,177 mm). 3.4. Procedimentos e resultados dos Ensaios de cisalhamento diretoA seguir é apresentado a forma como os ensaios de cisalhamento direto foram realizadas e seus resultados (APÊNDICE 4). 3.4.1. Ensaio de cisalhamento da areia O procedimento para a realização desse ensaio seguiu o exposto no Item 2.4. A preparação do corpo de prova foi feita com pluviação (ver Item 3.4.2). Duas envoltórias foram construídas, uma com a caixa bipartida de 5 cm x 5 cm e a outra com 10 cm x 10 cm. A Figura 3.13 apresenta o gráfico Deslocamento Horizontal (mm) versus Tensão cisalhante (kPa). A Figura 3.14 mostra o gráfico Deslocamento Horizontal (mm) versus Deslocamento Vertical (mm). Logo após, a Figura 3.15 contém o gráfico Deslocamento horizontal (mm) versus a Tensão normalizada. A Tabela 3.8 relaciona as tensões normais, tensões cisalhantes e índice de vazios antes (e0) e após (e1) a compressão, a outra Tabela 3.9 relaciona os mesmos índices, mas dos ensaios obtidos por Nunes (2014).O valor de e0 foi calculado com o valor de Gs da areia, o volume e o peso seco do corpo de prova. O índice e1 foi obtido com os mesmos valores mais o volume após a compressão do corpo de prova (APÊNDICE 1). A Envoltória de todos esses ensaios é apresentada na Figura 32 3.16. A Figura 3.17 insere os resultados deste trabalho no gráfico de Nunes para índice de vazios (e1) e ângulo de atrito (Φ). 33 Figura 3.13 - Gráfico Deslocamento Horizontal (mm) versus Tensão Cisalhante (kPa) no cisalhamento direto da Areia de Itaipuaçu. Figura 3.14 - Gráfico Deslocamento Horizontal (mm) versus Deslocamento Vertical (mm) no cisalhamento direto da Areia de Itaipuaçu. 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 Te n sã o C is al h an te ( kP a) Deslocamento Horizontal (cm) Desloc. Horizontal x Tensão Cisalhante 25 kPa 5x5 100 kPa 5x5 200 kPa 5x5 25 kPa 100 kPa 200 kPa -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 D e sl o ca m e n to V e rt ic al ( m m ) Deslocamento Horizontal (cm) Desloc. Horizontal x Desloc. Vert. 25 kPa 5x5 100 kPa 5x5 200 kPa 5x5 25 kPa 100 kPa 200 kPa 10x10 10x10 10x10 10x10 10x10 10x10 34 Figura 3.15 - Gráfico Deslocamento Horizontal (mm) versus Tensão Normalizada no cisalhamento direto da Areia de Itaipuaçu. Tabela 3.8 - Esforços e Parâmetros de resistência do solo no momento da ruptura no cisalhamento direto da Areia de Itaipuaçu. Resultados (Caixa 10x10) Resultados (Caixa 5x5) τ(kPa) σn(kPa) τ(kPa) σn(kPa) 24,6 25,8 27,5 26,0 79,4 101,5 α (rad) 0,7804 89,6 102,7 α (rad) 0,8778 157,3 202,4 φ (◦) 38,0 181,7 207,4 φ (◦) 41,3 σn(kPa) φ(◦) e0 e1 σn(kPa) φ(◦) e0 e1 25 43,6 0,494 0,491 25 46,7 0,499 0,496 100 38,0 0,486 0,443 100 41,1 0,494 0,484 200 37,9 0,490 0,442 200 41,2 0,508 0,480 e1méd 0,458 e1méd 0,487 CR 0,83 CR 0,72 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 τ/ σ Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento horizontal x Tensão Normalizada 25 kPa 5x5 100 kPa 5x5 200 kPa 5x5 25 kPa 100 kPa 200 kPa 10x10 10x10 10x10 35 Tabela 3.9 - Esforços e Parâmetros de resistência do solo realizados por NUNES (2014) no momento da ruptura no cisalhamento direto da Areia de Itaipuaçu. e1méd= 0,428 – CR=0,95 e1méd= 0,543 – CR=0,50 e1méd= 0,650 – CR=0,08 σ (kPa) τ (kPa) σn (kPa) σ (kPa) τ (kPa) σn (kPa) σ (kPa) τ (kPa) σn (kPa) 25 33,3 24,7 25 23,0 24,7 25 17,9 23,9 100 108,1 99,0 100 80,0 98,3 100 61,5 94,7 300 314,8 295,0 300 236,2 294,0 300 173,1 287,9 α (rad) 1,0712 α (rad) 0,8050 α (rad) 0,6068 φ (◦) 47,0 φ (◦) 38,8 φ (◦) 31,2 Figura 3.16 - Envoltória de resistência dos ensaios de cisalhamento realizados na Areia de Itaipuaçu. y = 0,8778x R² = 0,9981 y = 0,7804x R² = 0,9977 y = 1,0712x R² = 0,9988 y = 0,805x R² = 0,9996 y = 0,6068x R² = 0,9976 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 Te n sã o C is al h an et e ( kP a) Tensão Normal (kPa) Caixa 5x5 / e = 0,487 Caixa 10x10 / e = 0,458 e = 0,428 e = 0,543 e = 0,650 (NUNES, 2014) (NUNES, 2014) (NUNES, 2014) 36 Figura 3.17 - Relação entre o Índice de vazios após a consolidação (e1) versus o ângulo de atrito (Φ). 3.4.2. Ensaio de cisalhamento areia-concreto O método utilizado para a preparação da amostra foi a pluviação. O sistema foi idealizado de forma que proporcionasse uma areia compacta e com repetibilidade dos resultados (Figura 3.18) 30 35 40 45 50 55 0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 Φ (◦ ) e1 25 100 300 25kPa Moura 5x5 (2015) 100kPa Moura 5x5 (2015) 200kPa Moura 5x5 (2015) 25kPa Moura (2015) 100kPa Moura (2015) 200kPa Moura (2015) 10x10 (2015) 10x10 (2015) 10x10 (2015) 37 Figura 3.18 - Aparato de Pluviação utilizado. O aparato de pluviação foi construído com essas dimensões (Figura 3.19): 38 Figura 3.19 - Dimensões do aparato de pluviação Foram feitos ensaios de cisalhamento direto entre placas de concreto de diferentes moldagens e a areia de Itaipuaçu. O ensaio foi feito substituindo a parte inferior da caixa bipartida de 10 cm x 10 cm, pela placa de concreto em questão (Figura 3.20) Φ = 2,80 3/8 “ 4 8 1 7 4 6 3/8 “ 3/4 “ Dimensões em centímetros. 39 Figura 3.20 - Comparação entre o aparato de cisalhamento apenas com a areia e o aparato utilizado para cisalhar a areia contra o concreto. O volume do Corpo de Prova é conhecido, o seu cálculo é feito no APÊNDICE 1. A preparação da amostra é feita de forma quase análoga ao ensaio convencional, porém possui algumas adaptações (Figura 3.21 e Figura 3.22): Toda a “banheira” é utilizada como parte do corpo de prova, por isso também é levada para o aparato de pluviação; A parte superior da caixa já não pode ser mais fixada com o auxílio de parafusos, utilizaram-se calços de madeira entre a caixa e a 40 “banheira” para evitar movimentos relativos entre a areia e o concreto antes de começar o ensaio. Tendo em conta essas adaptações, a preparação da amostra foi feita dessa maneira: 1. a placa de concreto é disposta dentro da “banheira”; 2. a parte superior da caixa é colocada sobre a placa de concreto; 3. a caixa superior é fixada com o auxílio de calços de madeira já que o concreto não foi preparado para ser fixado junto com a caixa superior; 4. um papel é colocado sobre o conjunto, seu objetivo é evitar que se acumule areia forada caixa superior porém ainda dentro da banheira e facilita a limpeza, que é feita antes do cisalhamento, dos grãos que não estão dentro do corpo de prova; 5. o conjunto “banheira” + placa de concreto + caixa superior é inserido no aparato de pluviação com bastante cuidado; 6. após ser pluviado, o C.P. é desbastado com o auxílio de uma pequena placa de plástico; 7. o “top cap” é colocado e então o conjunto é posto no equipamento de cisalhamento para a realização do ensaio. 41 Figura 3.21- Preparação da amostra para cisalhamento: (a) colocar a placa de concreto na “banheira; (b) inserir a parte superior da caixa de cisalhamento sobre a placa e fixar com calços de madeira; (c) sobrepor o conjunto com uma proteção de papel para evitar acumulo de areia fora da caixa de cisalhamento. (a) (b) (c) 42 Figura 3.22 - Preparação da amostra para cisalhamento: (a) pluviar a areia na caixa; (b) desbastar a amostra; (c) colocar o conjunto no equipamento de cisalhamento. A realização do ensaio é feito da mesma forma do que o convencional, porém com algumas adaptações, conforme relatado a seguir. O sistema de braço de alavanca (APÊNDICE 2) é colocado sobre o “top cap” e um extensômetro vertical é colocado acima para mediros deslocamentos verticais. A aplicar-se-á a tensão normal e o deslocamento vertical então é medidona fase de compressão da areia. Logo após, a parte superior da caixa é separada da placa de concreto com o auxílio de dois parafusos que ficam em 2 vértices opostos na caixa. Apenas meia-volta é aplicada em cada parafuso, já que é desejável que a caixa fique separada da placa de concreto por apenas 1 mm. (a) (b) (c) 43 O motor é ligado e medidas de deslocamento horizontal, vertical e de força horizontal são feitos. A força horizontal é medida com um anel dinamométrico. A área de contato entre o solo e a placa de concreto não muda e permanece constante durante todo o tempo. No fim do ensaio não é possível calcular o peso da areia e consequentemente o índice de vazios, já que a areia que foi ensaiada se mistura com a areia que estava entre a banheira e a caixa superior, e ali permaneceu depois da pluviação. A fim de evitar esse problema, uma série de ensaios de pluviação foi realizada para determinar o intervalo de índice de vazios que o aparato proporcionava. Cada teste foi feito com a caixa superior de cisalhamento sobre a placa de concreto, porém sem a banheira, assim é possível medir o peso da areia que efetivamente fica dentro da caixa. A partir disso, um índice de vazios médio e um desvio padrão foram encontrados, esses valores foram utilizados (Tabela 3.10). Tabela 3.10 - Resultados da pluviação realizada com metade da caixa de cisalhamento de 10 cm x 10 cm. Gs 2,643 V (cm³) 202,6 Tentativa Wd(g) e0 1 357,64 0,497 2 353,76 0,514 3 353,79 0,513 4 358,61 0,493 5 356,98 0,500 6 358,57 0,493 7 362,05 0,479 8 352,92 0,517 9 355,17 0,508 10 356,05 0,504 11 356,74 0,501 Média Desv. Padrão 0,502 0,011 Os resultados da placa de forma plastificada, Figura 3.23 até Figura 3.26. Os resultados da placa de forma metálica, Figura 3.27 até Figura 3.30. Os resultados da placa de forma com desmoldante, Figura 3.31 até Figura 3.34. Os resultados da placa de forma sem desmoldante, Figura 3.35 até Figura 3.38. 0 1 0 4 3 3 0 0 0 Média - σ Média Média + σ 0 1 2 3 4 5 6 0,460 0,470 0,480 0,490 0,500 0,510 0,520 0,530 0,540 0,550 Fr e q u ê n ci a e0 44 Areia VS. Placa moldada com forma plastificada (CP - FP) Figura 3.23 - Placa moldada com forma plastificada / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Cisalhante (kPa). Figura 3.24 - Placa moldada com forma plastificada / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Desloc. Vertical (mm). 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 Te n sã o C is al h an te ( kP a) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Tensão Cisalhante 25 kPa 100 kPa 200 kPa -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 D e sl o ca m e n to V e rt ic al ( m m ) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Desloc. Vert. 25 kPa 100 kPa 200 kPa 45 Figura 3.25 - Placa moldada com forma plastificada / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Normalizada. Resultados - CP - Madeira Plastificada τ (kPa) σn (kPa) e0 e1 13,9 25,0 0,502 0,498 55,3 100,0 0,502 0,472 113,1 200,0 0,502 0,434 α (rad) 0,5627 (◦) 29,4 σn (kPa) (◦) 25 29,1 100 29,0 200 29,5 Figura 3.26 - Placa moldada com forma plastificada / Envoltória. 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 τ/ σ Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento horizontal x Tensão Normalizada 25 kPa 100 kPa 200 kPa y = 0,5627x R² = 0,9998 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 0 50 100 150 200 250T en sã o C is al h an et e (k P a) Tensão Normal (kPa) 46 Areia VS. Placa moldada com forma metálica (CP - FM) Figura 3.27 - Placa moldada com forma metálica / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Cisalhante (kPa). Figura 3.28 - Placa moldada com forma metálica / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Desloc. Vertical (mm). 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 Te n sã o C is al h an te ( kP a) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Tensão Cisalhante 25 kPa 100 kPa 200 kPa -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 D e sl o ca m e n to V e rt ic al ( m m ) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Desloc. Vert. 25 kPa 100 kPa 200 kPa 47 Figura 3.29 - Placa moldada com forma metálica / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Normalizada. Resultados - CP - Metálica τ (kPa) σn (kPa) e0 e1 12,3 25,0 0,502 0,497 50,4 100,0 0,502 0,473 103,0 200,0 0,502 0,443 α (rad) 0,5126 (◦) 27,1 σn (kPa) (◦) 25 26,2 100 26,8 200 27,2 Figura 3.30 - Placa moldada com forma metálica / Envoltória. 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 τ/ σ Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento horizontal x Tensão Normalizada 25 kPa 100 kPa 200 kPa y = 0,5126x R² = 0,9997 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 0 50 100 150 200 250 Te n sã o C is al h an et e (k P a) Tensão Normal (kPa) 48 Areia VS. Placa moldada com forma de madeira c/desmoldante (CP - CD) Figura 3.31 - Placa moldada com forma de madeira com desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Cisalhante (kPa). Figura 3.32 - Placa moldada com forma de madeira com desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Desloc. Vertical (mm). 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 Te n sã o C is al h an te ( kP a) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Tensão Cisalhante 25 kPa 100 kPa 200 kPa -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 D e sl o ca m e n to V e rt ic al ( m m ) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Desloc. Vert. 25 kPa 100 kPa 200 kPa 49 Figura 3.33 - Placa moldada com forma de madeira com desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Normalizada. Resultados - CP - Madeira c/desmol. τ (kPa) σn (kPa) e0 e1 15,5 25,0 0,502 0,495 53,7 100,1 0,502 0,470 106,3 200,0 0,502 0,430 α (rad) 0,5336 (◦) 28,1 σn (kPa) (◦) 25 31,7 100 28,2 200 28,0 Figura 3.34 - Placa moldada com forma de madeira com desmoldante / Envoltória. 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 τ/ σ Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento horizontal x Tensão Normalizada 25 kPa 100 kPa 200 kPa y = 0,5336x R² = 0,9989 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 0 50 100 150 200 250 Te n sã o C is al h an et e (k P a) Tensão Normal (kPa) 50 Areia VS. Placa moldada com forma de madeira s/desmoldante (CP - SD) Figura 3.35 - Placa moldada com forma de madeira sem desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão Cisalhante (kPa). Figura 3.36 - Placa moldada com forma de madeira sem desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Desloc. Vertical (mm). 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 200,0 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 Te n sã o C is al h an te ( kP a) Deslocamento Horizontal (mm) Desloc. Horizontal x Tensão Cisalhante 25 kPa 100 kPa 200 kPa -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 D e sl o ca m e n to V e rt ic al ( m m ) DeslocamentoHorizontal (mm) Desloc. Horizontal x Desloc. Vert. 25 kPa 100 kPa 200 kPa 51 Figura 3.37 - Placa moldada com forma de madeira sem desmoldante / Gráfico Desloc. Horizontal (mm) x Tensão normalizada. Resultados - CP - Madeira s/desmol. τ (kPa) σn (kPa) e0 e1 15,7 25,0 0,502 0,498 53,6 100,0 0,502 0,466 110,2 200,0 0,502 0,443 α (rad) 0,5491 (◦) 28,8 σn (kPa) (◦) 25 32,1 100 28,2 200 28,9 Figura 3.38 - Placa moldada com forma de madeira sem desmoldante / Envoltória. 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 τ/ σ Deslocamento Horizontal (mm) Deslocamento horizontal x Tensão Normalizada 25 kPa 100 kPa 200 kPa y = 0,5491x R² = 0,9987 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 0 50 100 150 200 250 Te n sã o C is al h an et e (k P a) Tensão Normal (kPa) 52 A seguir resumimos os resultados de todos os ensaios na Tabela 3.11: Tabela 3.11 - Valores de e ϕ para todas as placas RESULTADOS Item Material da Forma 25 kPa sec (°) 100 kPa sec (°) 200 kPa sec (°) e ϕ (°) CP – FP Plastificada 29,1 29,0 29,5 29,4 CP – FM Metálica 26,2 26,8 27,2 27,1 CP – SD Madeira c/desmol 31,7 28,2 28,0 28,1 CP – SD Madeira s/desmol 32,1 28,2 28,9 28,8 Areia - 10 x 10 - 43,6 38,0 37,9 38,0 Areia - 5 x 5 - 46,7 41,1 41,2 41,3 53 4. Análises dos resultados 4.1. Cisalhamento direto na areia de Itaipuaçu A areia, ensaiada com compacidade relativa de 75% e em baixas tensões normais (n = 25 kPa), apresentou o fenômeno da dilatância,fazendo com que ocorra uma pequena curvatura na região de tensões baixas da envoltória, como esperado. Neste trabalho foram realizados dois conjuntos de ensaios de cisalhamento direto em caixas com dimensões diferentes: 5 cm x 5 cm e 10 cm x 10 cm. Apesar de os comportamentos serem análogos, as resistências foram quantitativamente diferentes, conforme a Tabela 3.11. Os resultados indicaram que quanto maior o tamanho da caixa de cisalhamento, menor o ângulo de atrito. Apenas mudando o tamanho da caixa, o ângulo de atrito (Φ) é diferente. PARSONS (apud CERATO, 2006) no longínquo ano de 1936 realizou ensaios de cisalhamento direto em uma areia uniforme em três caixas de cisalhamento de tamanhos diferentes para baixas tensões, e percebeu que quanto maior a caixa, menor o ângulo de atrito.Por sua vez, PALMEIRA e MILLIGAN (1989) apud CERATO (2006) realizaram ensaios com uma areia compacta e não acharam diferenças significativas.CERATO (2006) também realizou ensaios com tamanhos de caixa diferentes e com 5 tipos de areias, cujos resultados indicaram que, independentemente da compacidade da areia, o ângulo de atrito é menor quando são usadas caixas de maiores dimensões (Tabela 4.1). TAYLOR e LEPS (1938) apud LAMBE (1955) não verificaram esse mesmo comportamento para a areia de Ottawa. Conclui-se, então, que os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com as conclusões de CERATO (2006). 54 Tabela 4.1 - Resultados do ensaio de cisalhamento direto para ângulo de atito em volume constante (CERATO, 2006). Nota: Parêntese indica ângulo de atrito de pico. 4.2. Cisalhamento direto na interface areia de itaipuaçu- concreto A dilatância nesse caso foi muito menor ou inexistente comparada ao caso anterior. A variação de volume da areia na interface foi bem menor. Nas placas mais lisas (concreto moldado com madeira plastificada e com forma metálica,Figura 3.24 e Figura 3.28) a dilatância praticamente não existiu e o ângulo de atrito secante entre as três tensões normais é praticamente o mesmo,Tabela 3.11. Em compensação, nas placas de concreto mais rugosas (moldadas com forma de madeira, empregando desmoldante ou não,Figura 3.32 e Figura 3.36) o ângulo de atrito secante diminui ligeiramente com o aumento da tensão normal. Tamanho da caixa (mm) 55 É de se esperar que, quando a rugosidade é baixa, a areia simplesmente deslize sobre a superfície e a dilatância não ocorra. Acredita-se que, quando a rugosidade é mais alta, a superfície apresenta ressaltos e depressões que fazem com que os grãos de areia rolem uns sobre os outros, ocasionando o aumento de volume. A resistência ao cisalhamento direto das interfaces é apresentada na Tabela 4.2. Observa-se que oângulode atrito das interfaces aumenta com a rugosidade. Isso não se aplica à placa CP - MP. Nessa tabela também são apresentados os valores de ângulo de atrito na interface (δ) propostos por outros autores para esse caso. Todos os valores de δencontrados neste trabalho estão dentro do intervalo indicado por BOWLES (1997) e ligeiramente acima do limiar superior do intervalo proposto por TERZAGHI (1948). Para o solo e as interfaces investigadas, conclui-se que a proposta de TERZAGHI é conservadora. 56 Tabela 4.2 - Tabela que compara os valores de ϕ areia e o δ areia-concreto. Tensão Normal (kPa) Propostas 25 kPa Terzaghi (1948) Bowles (1997) Item / Forma ϕ δ δ / ϕ tanδ / tanϕ ϕ /3 <δ<2 ϕ /3 0,6 ϕ<δ<0,8 ϕ CP -FP 43,6 29,1 0,67 0,584 14,5 29,1 26,2 34,9 CP - FM 26,2 0,60 0,517 CP - CD 31,7 0,73 0,649 CP - SD 32,1 0,74 0,659 Tensão Normal (kPa) Propostas 100 kPa Terzaghi (1948) Bowles (1997) Item / Forma ϕ δ δ / ϕ tanδ / tanϕ ϕ /3 <δ<2 ϕ /3 0,6 ϕ<δ<0,8 ϕ CP -FP 3 38,0 29 0,76 0,709 12,7 25,3 22,8 30,4 CP - FM 26,8 0,71 0,647 CP - CD 28,2 0,74 0,686 CP - SD 28,2 0,74 0,686 Tensão Normal (kPa) Propostas 200 kPa Terzaghi (1948) Bowles (1997) Item / Forma ϕ δ δ / ϕ tanδ / tanϕ ϕ /3 <δ<2 ϕ /3 0,6 ϕ<δ<0,8 ϕ CP -FP 37,9 29,5 0,78 0,727 12,6 25,3 22,7 30,3 CP - FM 27,2 0,72 0,660 CP - CD 28 0,74 0,683 CP - SD 28,9 0,76 0,709 Tensão Normal (kPa) Propostas Envoltória Terzaghi (1948) Bowles (1997) Item / Forma ϕ δ δ / ϕ tanδ / tanϕ ϕ /3 <δ<2 ϕ /3 0,6 ϕ<δ<0,8 ϕ CP -FP 38,0 29,4 0,77 0,721 12,7 25,3 22,8 30,4 CP - FM 27,1 0,71 0,655 CP - CD 28,1 0,74 0,683 CP - SD 28,8 0,76 0,704 57 Referências Bibliográficas AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS, 2000. 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Trasations, pp. 106. 60 APÊNDICE 1 Determinação do Volume da caixa de cisalhamento Caixa de cisalhamento de 5 cm x 5 cm Caixa de cisalhamento de 10 cm x 10 cm l1 (mm) 50,45 h1 (mm) 5,10 h2 (mm) 5,60 50,30 50,50 5,10 5,55 50,65 5,05 5,60 50,60 l2 (mm) 50,80 h (mm) 5,33 50,80 50,71 50,70 50,55 H1 (mm) 43,00 H2 (mm) 41,60 42,85 41,40 A (mm²) 2561 42,65 41,30 42,60 41,45 H (mm) 42,11 V (cm³) 94,17 Largura e Comprimento Desbastador Altura Volume V = A * (H - h) l1 (mm) 101,70 h1 (mm) 5,90 h2 (mm) 6,00 101,85 101,58 5,80 5,70 101,20 5,85 5,70 l2 (mm) 101,90 h (mm) 5,83 101,60 101,65 101,45 H1 (mm) 41,05 H2 (mm) 42,05 40,65 41,65 A (mm²) 10326 40,85 42,35 41,30 41,90 H (mm) 41,48 V (cm³) 368,12 Largura e Comprimento Desbastador Altura Volume V = A * (H - h) 61 Metade da caixa de cisalhamento de 10 cm x 10 cm l1 (mm) 101,70 h1 (mm) 5,90 h2 (mm) 6,00 101,85 101,58 5,80 5,70 101,20 5,85 5,70 l2 (mm) 101,90 h (mm) 5,83 101,60 101,65 101,45 H1 (mm) 25,650 25,600 A (mm²) 10326 25,100 25,450 H (mm) 25,45 V (cm³) 202,65 Largura e Comprimento Desbastador Altura Volume V = A * (H - h) 62 APÊNDICE 2 Cálculo do braço de alavanca do equipamento de cisalhamento W1 Pendural 1 (kg) Top Cap (kg) Bilha (kg) Grade (kg) Total (kg) Caixa 5 x 5 5,780 0,378 0,028 0,256 7,404 Caixa 10 x 10 5,780 1,271 0,067 0,286 6,382 W2 Pendural 2 (kg) Para ambas as caixas 0,740 6,00 Peso (kgf) 0,222 Peso (kgf) 1,825 13,75 2,047 CG(f inal) 12,91 cm TOTAL (kgf) Haste CG CG 63 Equação do pendural (caixa 5 cm x 5 cm): 𝑅𝑒𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑃 (𝑘𝑔𝑓) = 17,07 + 𝑃𝑒𝑠𝑜(𝑘𝑔𝑓) ∗ 6,513 Equação do pendural (caixa 10 cm x 10 cm): 𝑅𝑒𝑎çã𝑜 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑃 (𝑘𝑔𝑓) = 18,09 + 𝑃𝑒𝑠𝑜(𝑘𝑔𝑓) ∗ 6,513 Tensão Vertical (kPa) Carga Total (kg) Carga Pendural Simples (kg) Carga Pendural Composto (kg) 25 6,512 0,130 - 50 13,024 6,642 - 75 19,536 13,154 0,378 100 26,048 19,666 1,378 150 39,072 - 3,378 200 52,096 - 5,377 250 65,120 - 7,377 300 78,144 - 9,376 400 104,192 - 13,375 500 130,240 - 17,374 600 156,288 - 21,373 700 182,336 - 25,372 800 208,383 - 29,372 Cargas (kg) - Cisalhamento Direto (5cm x 5cm) A = 25,6 cm² Tensão Vertical (kPa) Carga Total (kg) Carga Pendural Simples (kg) Carga Pendural Composto (kg) 25 26,314 18,910 1,262 50 52,628 - 5,302 75 78,942 - 9,342 100 105,256 - 13,382 150 157,884 - 21,462 200 210,512 - 29,541 250 263,140 - 37,621 300 315,768 - 45,701 400 421,024 - 61,861 500 526,280 - 78,020 600 631,536 - 94,180 700 736,792 - 110,340 800 842,047 - 126,499 Cargas (kg) - Cisalhamento Direto (10cm x 10cm) A = 103,2 cm² 64 APÊNDICE 3 Obtenção dos Perfis das placas de concreto A seguir são apresentadas as planilhas utilizadas nas medidas feitascom o extensômetro 65 Média 552,0 549,0 546,5 542,0 550,0 543,0 547,0 549,0 555,0 563,5 570,0 11 551,5 0,5 -2,5 -5,0 -9,5 -1,5 -8,5 -4,5 -2,5 3,5 12,0 18,5 6,2 8,1 547,0 540,0 540,0 539,0 542,0 540,5 543,0 544,5 550,0 556,5 562,0 10 545,9 1,1 -5,9 -5,9 -6,9 -3,9 -5,4 -2,9 -1,4 4,1 10,6 16,1 5,8 7,1 530,0 532,0 531,0 528,0 532,0 535,0 534,0 535,5 539,0 548,0 545,0 9 535,4 -5,4 -3,4 -4,4 -7,4 -3,4 -0,4 -1,4 0,1 3,6 12,6 9,6 4,7 6,0 532,0 538,0 537,0 535,0 530,0 530,0 534,0 535,5 538,0 542,5 543,0 8 535,9 -3,9 2,1 1,1 -0,9 -5,9 -5,9 -1,9 -0,4 2,1 6,6 7,1 3,4 4,2 531,5 503,5 540,5 538,5 532,0 535,0 537,0 536,0 539,0 542,0 543,0 7 534,4 -2,9 -30,9 6,1 4,1 -2,4 0,6 2,6 1,6 4,6 7,6 8,6 6,6 10,4 547,0 543,0 543,0 542,0 535,0 534,0 536,0 531,0 535,0 543,0 542,5 6 539,2 7,8 3,8 3,8 2,8 -4,2 -5,2 -3,2 -8,2 -4,2 3,8 3,3 4,6 4,9 550,0 535,0 538,0 545,0 541,0 540,0 537,0 501,0 540,0 545,5 545,5 5 538,0 12,0 -3,0 0,0 7,0 3,0 2,0 -1,0 -37,0 2,0 7,5 7,5 7,5 12,4 557,5 548,5 549,0 552,0 545,0 545,0 538,0 536,5 538,0 542,0 545,0 4 545,1 12,4 3,4 3,9 6,9 -0,1 -0,1 -7,1 -8,6 -7,1 -3,1 -0,1 4,8 6,1 571,0 565,0 555,0 542,0 547,0 546,0 541,0 537,0 537,0 540,0 543,0 3 547,6 23,4 17,4 7,4 -5,6 -0,6 -1,6 -6,6 -10,6 -10,6 -7,6 -4,6 8,7 10,8 556,0 547,0 545,5 547,0 555,0 549,0 547,0 542,0 540,5 544,0 544,5 2 547,0 9,0 0,0 -1,5 0,0 8,0 2,0 0,0 -5,0 -6,5 -3,0 -2,5 3,4 4,6 562,0 547,0 542,0 539,0 556,0 549,0 545,5 543,5 540,0 544,0 542,0 1 546,4 15,6 0,6 -4,4 -7,4 9,6 2,6 -0,9 -2,9 -6,4 -2,4 -4,4 5,2 6,7 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Média 548,7 540,7 542,5 540,9 542,3 540,6 540,0 535,6 541,0 546,5 547,8 3,27 8,27 4,00 1,14 7,73 2,41 7,05 13,41 13,95 17,05 22,23 -1,73 -0,73 -2,50 -1,86 -0,27 -0,09 3,05 8,91 8,95 10,05 14,23 -18,73 -8,73 -11,50 -12,86 -10,27 -5,59 -5,95 -0,09 -2,05 1,55 -2,77 -16,73 -2,73 -5,50 -5,86 -12,27 -10,59 -5,95 -0,09 -3,05 -3,95 -4,77 -17,23 -37,23 -2,00 -2,36 -10,27 -5,59 -2,95 0,41 -2,05 -4,45 -4,77 -1,73 2,27 0,50 1,14 -7,27 -6,59 -3,95 -4,59 -6,05 -3,45 -5,27 1,27 -5,73 -4,50 4,14 -1,27 -0,59 -2,95 -34,59 -1,05 -0,95 -2,27 8,77 7,77 6,50 11,14 2,73 4,41 -1,95 0,91 -3,05 -4,45 -2,77 22,27 24,27 12,50 1,14 4,73 5,41 1,05 1,41 -4,05 -6,45 -4,77 7,27 6,27 3,00 6,14 12,73 8,41 7,05 6,41 -0,55 -2,45 -3,27 13,27 6,27 -0,50 -1,86 13,73 8,41 5,55 7,91 -1,05 -2,45 -5,77 10,2 10,0 4,8 4,5 7,6 5,3 4,3 7,2 4,2 5,2 6,6 12,6 14,5 6,2 6,0 8,8 6,1 4,8 12,0 5,7 6,8 8,8 (x0,01 mm) (x0,01 mm) 6 8 Rugosidade da Raiz media CP Madeira Plastificada Rugosidade da Raiz media quadrada de todos os perfis Rugosidade Média de todos os perfis Rugosidade Média Rugosidade MédiaCP Madeira Plastificada CP Madeira Plastificada Rugosidade da Raiz media 66 Média 277,0 273,0 268,0 133,0 260,0 252,5 253,0 250,5 250,0 245,0 242,0 11 245,8 31,2 27,2 22,2 -112,8 14,2 6,7 7,2 4,7 4,2 -0,8 -3,8 21,4 37,3 274,0 268,0 257,0 257,0 254,0 252,5 248,0 247,0 242,0 239,0 238,5 10 252,5 21,5 15,5 4,5 4,5 1,5 0,0 -4,5 -5,5 -10,5 -13,5 -14,0 8,7 10,8 272,0 273,0 262,0 262,0 250,0 249,0 246,0 241,5 236,0 235,0 234,0 9 251,0 21,0 22,0 11,0 11,0 -1,0 -2,0 -5,0 -9,5 -15,0 -16,0 -17,0 11,9 13,7 272,0 259,5 255,0 255,0 251,0 243,0 241,0 239,0 233,0 232,0 233,0 8 246,7 25,3 12,8 8,3 8,3 4,3 -3,7 -5,7 -7,7 -13,7 -14,7 -13,7 10,7 12,3 255,0 248,0 245,0 245,0 239,5 239,0 232,5 235,0 231,0 230,5 233,0 7 239,4 15,6 8,6 5,6 5,6 0,1 -0,4 -6,9 -4,4 -8,4 -8,9 -6,4 6,4 7,6 253,0 247,0 242,0 242,0 235,0 235,0 230,0 230,5 230,5 229,5 231,0 6 236,9 16,1 10,1 5,1 5,1 -1,9 -1,9-6,9 -6,4 -6,4 -7,4 -5,9 6,6 7,6 247,0 242,0 199,0 199,0 228,5 234,0 225,0 229,0 227,5 229,0 228,0 5 226,2 20,8 15,8 -27,2 -27,2 2,3 7,8 -1,2 2,8 1,3 2,8 1,8 10,1 14,3 243,0 236,5 232,0 232,0 225,0 230,0 232,0 227,0 227,0 228,0 231,0 4 231,2 11,8 5,3 0,8 0,8 -6,2 -1,2 0,8 -4,2 -4,2 -3,2 -0,2 3,5 4,8 242,0 239,0 233,0 233,0 232,0 225,0 224,0 223,0 224,0 224,0 228,0 3 229,7 12,3 9,3 3,3 3,3 2,3 -4,7 -5,7 -6,7 -5,7 -5,7 -1,7 5,5 6,3 241,0 237,0 231,0 231,0 222,0 222,0 219,0 218,5 222,0 220,0 220,5 2 225,8 15,2 11,2 5,2 5,2 -3,8 -3,8 -6,8 -7,3 -3,8 -5,8 -5,3 6,7 7,5 231,0 227,0 220,0 220,0 216,0 218,0 214,0 215,5 216,5 219,5 211,0 1 219,0 12,0 8,0 1,0 1,0 -3,0 -1,0 -5,0 -3,5 -2,5 0,5 -8,0 4,1 5,5 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Média 255,2 250,0 240,4 228,1 237,5 236,4 233,1 232,4 230,9 230,1 230,0 21,82 23,00 27,64 -95,09 22,45 16,14 19,86 18,09 19,14 14,86 12,00 18,82 18,00 16,64 28,91 16,45 16,14 14,86 14,59 11,14 8,86 8,50 16,82 23,00 21,64 33,91 12,45 12,64 12,86 9,09 5,14 4,86 4,00 16,82 9,50 14,64 26,91 13,45 6,64 7,86 6,59 2,14 1,86 3,00 -0,18 -2,00 4,64 16,91 1,95 2,64 -0,64 2,59 0,14 0,36 3,00 -2,18 -3,00 1,64 13,91 -2,55 -1,36 -3,14 -1,91 -0,36 -0,64 1,00 -8,18 -8,00 -41,36 -29,09 -9,05 -2,36 -8,14 -3,41 -3,36 -1,14 -2,00 -12,18 -13,50 -8,36 3,91 -12,55 -6,36 -1,14 -5,41 -3,86 -2,14 1,00 -13,18 -11,00 -7,36 4,91 -5,55 -11,36 -9,14 -9,41 -6,86 -6,14 -2,00 -14,18 -13,00 -9,36 2,91 -15,55 -14,36 -14,14 -13,91 -8,86 -10,14 -9,50 -24,18 -23,00 -20,36 -8,09 -21,55 -18,36 -19,14 -16,91 -14,36 -10,64 -19,00 13,5 13,4 15,8 24,0 12,1 9,9 10,1 9,3 6,9 5,6 5,9 15,3 15,2 19,3 34,6 13,8 11,5 11,9 10,8 8,9 7,3 8,0 (x0,01 mm) (x0,01 mm) 10 13 Rugosidade da Raiz media CP Forma Metálica Rugosidade da Raiz media quadrada de todos os perfis Rugosidade Média de todos os perfis Rugosidade Média Rugosidade MédiaCP Forma Metálica CP Forma Metálica Rugosidade da Raiz media 67 Média 559,0 527,0 499,0 489,0 488,0 495,0 500,0 521,0 509,0 528,0 515,0 11 511,8 47,2 15,2 -12,8 -22,8 -23,8 -16,8 -11,8 9,2 -2,8 16,2 3,2 16,5 20,2 556,0 528,0 507,0 509,0 505,0 501,0 509,5 521,5 530,0 528,5 520,0 10 519,6 36,4 8,4 -12,6 -10,6 -14,6 -18,6 -10,1 1,9 10,4 8,9 0,4 12,1 15,1 561,0 519,0 477,0 520,5 515,0 522,0 525,0 536,5 539,5 536,0 540,0 9 526,5 34,5 -7,5 -49,5 -6,0 -11,5 -4,5 -1,5 10,0 13,0 9,5 13,5 14,6 20,1 582,5 549,0 543,0 537,0 533,0 523,0 545,0 553,0 536,5 558,0 549,0 8 546,3 36,2 2,7 -3,3 -9,3 -13,3 -23,3 -1,3 6,7 -9,8 11,7 2,7 10,9 14,8 543,0 557,5 562,0 540,0 534,5 537,5 547,0 549,0 560,0 558,0 573,0 7 551,0 -8,0 6,5 11,0 -11,0 -16,5 -13,5 -4,0 -2,0 9,0 7,0 22,0 10,0 11,4 567,5 564,0 555,5 544,0 543,0 536,0 558,0 563,0 570,0 575,0 580,5 6 559,7 7,8 4,3 -4,2 -15,7 -16,7 -23,7 -1,7 3,3 10,3 15,3 20,8 11,3 13,4 529,5 556,0 559,0 536,0 556,5 526,0 562,0 572,0 566,5 583,5 586,0 5 557,5 -28,0 -1,5 1,5 -21,5 -1,0 -31,5 4,5 14,5 9,0 26,0 28,5 15,2 19,2 560,0 557,0 560,5 545,0 539,0 554,0 575,0 580,5 574,5 586,5 591,0 4 565,7 -5,7 -8,7 -5,2 -20,7 -26,7 -11,7 9,3 14,8 8,8 20,8 25,3 14,3 16,2 567,0 569,0 563,5 570,0 561,5 553,0 567,0 574,5 592,0 597,0 583,0 3 572,5 -5,5 -3,5 -9,0 -2,5 -11,0 -19,5 -5,5 2,0 19,5 24,5 10,5 10,3 12,6 574,0 578,0 581,5 582,5 577,5 563,0 573,0 587,0 587,0 601,0 602,0 2 582,4 -8,4 -4,4 -0,9 0,1 -4,9 -19,4 -9,4 4,6 4,6 18,6 19,6 8,6 11,1 556,0 573,0 565,0 472,0 569,0 564,0 566,0 579,5 590,5 603,0 592,5 1 566,4 -10,4 6,6 -1,4 -94,4 2,6 -2,4 -0,4 13,1 24,1 36,6 26,1 19,8 32,8 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Média 559,6 552,5 543,0 531,4 538,4 534,0 548,0 558,0 559,6 568,6 566,5 -0,59 -25,50 -44,00 -42,36 -50,36 -39,05 -47,95 -36,95 -50,59 -40,59 -51,55 -3,59 -24,50 -36,00 -22,36 -33,36 -33,05 -38,45 -36,45 -29,59 -40,09 -46,55 1,41 -33,50 -66,00 -10,86 -23,36 -12,05 -22,95 -21,45 -20,09 -32,59 -26,55 22,91 -3,50 0,00 5,64 -5,36 -11,05 -2,95 -4,95 -23,09 -10,59 -17,55 -16,59 5,00 19,00 8,64 -3,86 3,45 -0,95 -8,95 0,41 -10,59 6,45 7,91 11,50 12,50 12,64 4,64 1,95 10,05 5,05 10,41 6,41 13,95 -30,09 3,50 16,00 4,64 18,14 -8,05 14,05 14,05 6,91 14,91 19,45 0,41 4,50 17,50 13,64 0,64 19,95 27,05 22,55 14,91 17,91 24,45 7,41 16,50 20,50 38,64 23,14 18,95 19,05 16,55 32,41 28,41 16,45 14,41 25,50 38,50 51,14 39,14 28,95 25,05 29,05 27,41 32,41 35,45 -3,59 20,50 22,00 -59,36 30,64 29,95 18,05 21,55 30,91 34,41 25,95 9,9 15,8 26,5 24,5 21,1 18,8 20,6 19,8 22,4 24,4 25,9 13,7 18,9 31,7 30,9 26,3 22,3 24,6 22,5 26,1 27,2 29,0 (x0,01 mm) (x0,01 mm) 17 21 Rugosidade da Raiz media CP Madeira s/desmoldante Rugosidade da Raiz media quadrada de todos os perfis Rugosidade Média de todos os perfis Rugosidade Média Rugosidade MédiaCP Madeira s/desmoldante CP Madeira s/desmoldante Rugosidade da Raiz media 68 Média 366,0 364,0 373,0 352,0 431,0 442,0 468,5 474,5 550,0 548,0 612,0 11 452,8 -86,8 -88,8 -79,8 -100,8 -21,8 -10,8 15,7 21,7 97,2 95,2 159,2 70,7 83,7 377,0 373,0 368,0 368,0 444,5 451,0 460,0 422,0 531,0 547,0 599,5 10 449,2 -72,2 -76,2 -81,2 -81,2 -4,7 1,8 10,8 -27,2 81,8 97,8 150,3 62,3 76,2 365,0 378,0 381,0 403,0 427,5 439,0 455,0 455,0 522,0 548,0 577,5 9 450,1 -85,1 -72,1 -69,1 -47,1 -22,6 -11,1 4,9 4,9 71,9 97,9 127,4 55,8 68,2 400,0 405,0 407,0 384,0 430,0 423,0 462,0 458,0 512,0 483,0 599,0 8 451,2 -51,2 -46,2 -44,2 -67,2 -21,2 -28,2 10,8 6,8 60,8 31,8 147,8 46,9 59,7 372,0 349,0 400,0 395,0 431,0 442,0 464,0 470,0 455,0 553,0 594,0 7 447,7 -75,7 -98,7 -47,7 -52,7 -16,7 -5,7 16,3 22,3 7,3 105,3 146,3 54,1 70,2 393,0 398,0 399,0 401,0 408,0 431,0 452,0 461,0 476,0 550,0 587,0 6 450,5 -57,5 -52,5 -51,5 -49,5 -42,5 -19,5 1,5 10,5 25,5 99,5 136,5 49,7 62,3 400,0 396,0 348,0 396,0 410,0 424,0 431,5 443,0 399,0 511,0 521,5 5 425,5 -25,5 -29,5 -77,5 -29,5 -15,5 -1,5 6,0 17,5 -26,5 85,5 96,0 37,3 48,8 403,0 403,0 395,0 390,0 400,5 415,0 419,0 444,0 456,0 499,0 552,0 4 434,2 -31,2 -31,2 -39,2 -44,2 -33,7 -19,2 -15,2 9,8 21,8 64,8 117,8 38,9 48,4 416,0 415,0 407,0 400,0 401,0 385,0 396,0 431,0 448,5 540,0 552,0 3 435,6 -19,6 -20,6 -28,6 -35,6 -34,6 -50,6 -39,6 -4,6 12,9 104,4 116,4 42,5 54,7 410,0 360,0 302,0 349,0 392,0 411,0 407,0 451,0 453,0 537,0 534,0 2 418,7 -8,7 -58,7 -116,7 -69,7 -26,7 -7,7 -11,7 32,3 34,3 118,3 115,3 54,6 69,0 363,0 360,0 384,0 382,0 385,0 402,0 422,0 455,0 457,0 540,0 537,5 1 426,1 -63,1 -66,1 -42,1 -44,1 -41,1 -24,1 -4,1 28,9 30,9 113,9 111,4 51,8 61,4 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Média 387,7 381,9 378,5 383,6 414,6 424,1 439,7 451,3 478,1 532,4 569,6 -21,73 -17,91 -5,55 -31,64 16,41 17,91 28,77 23,18 71,86 15,64 42,36 -10,73 -8,91 -10,55 -15,64 29,91 26,91 20,27 -29,32 52,86 14,64 29,86 -22,73 -3,91 2,45 19,36 12,91 14,91 15,27 3,68 43,86 15,64 7,86 12,27 23,09 28,45 0,36 15,41 -1,09 22,27 6,68 33,86 -49,36 29,36 -15,73 -32,91 21,45 11,36 16,41 17,91 24,27 18,68 -23,14 20,64 24,36 5,27 16,09 20,45 17,36 -6,59 6,91 12,27 9,68 -2,14 17,64 17,36 12,27 14,09 -30,55 12,36 -4,59 -0,09 -8,23 -8,32 -79,14 -21,36 -48,14 15,27 21,09 16,45 6,36 -14,09 -9,09 -20,73 -7,32 -22,14 -33,36 -17,64 28,27 33,09 28,45 16,36 -13,59 -39,09 -43,73 -20,32 -29,64 7,64 -17,64 22,27 -21,91 -76,55 -34,64 -22,59 -13,09 -32,73 -0,32 -25,14 4,64 -35,64 -24,73 -21,91 5,45 -1,64 -29,59 -22,09 -17,73 3,68 -21,14 7,64 -32,14 17,4 19,5 22,4 15,2 16,6 15,4 22,4 11,9 36,8 18,9 27,5 18,6 21,3 29,8 18,4 18,3 18,8 24,3 14,9 42,9 22,5 29,8 (x0,01 mm) (x0,01 mm) 36 44 Rugosidade da Raiz media CP Madeira c/desmoldante Rugosidade Média de todos os perfis Rugosidade da Raiz media quadrada de todos os perfis Rugosidade Média Rugosidade MédiaCP Madeira c/desmoldante CP Madeira c/desmoldante Rugosidade da Raiz media 69 APÊNDICE 4 Planilhas dos Ensaios de Cisalhamento 70 Amostra: Areia de itaipuaçu 5x5 Área (cm²) 25,6 e0 0,499 Leit. inicial (δvi) 468,5 Volume (cm³) 94,2 σn inicial: 25 kPa F. Vertical (kgf) 6,631 Altura (cm) 3,68 Leit. final(δvf) 467 Wdi (g) 166,05 Gs 2,643 Veloc. (mm/min.) 0,207 Volume (cm³) 94,2 Δδv 1,5 e1 0,496 C. Anel (kgf/div.) 0,074 C.
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