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125 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Unidade III 7 PNQ – PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE – SISTEMA DE LIDERANÇA O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), instituído em 1992, busca promover o entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do desempenho e a troca de informações sobre métodos e sistemas de gestão. Administrado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituída em outubro de 1991 por 39 organizações públicas e privadas, o PNQ surgiu do esforço de um grupo de profissionais oriundos das áreas industrial, de consultoria e acadêmica que fizeram estudos na área de gestão. O PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios, conforme segue: 1. Liderança. 2. Estratégias e planos. 3. Clientes. 4. Sociedade. 5. Informações e conhecimento. 6. Pessoas. 7. Processos. 8. Resultados. Clientes Li de ra nç a Pessoas Processos Resultados Sociedade Estratégias e planos Inform ações e Conhecimento Informações e Conhecime nto Figura 104 126 Unidade III Tais critérios mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. Mesmo não concorrendo ao PNQ, qualquer organização pode buscar definir suas próprias estratégias e seus processos de gestão com base nos critérios de excelência. O modelo do PNQ é flexível e adaptável a qualquer ramo de atividade. Além disso, os critérios poderão ser adotados por organizações que pretendem fazer uma autoavaliação e medir seu desempenho, possibilitando a identificação dos seus pontos fortes e das principais oportunidades de melhorias. Outra importante característica do PNQ é o conjunto de fundamentos da excelência que permeiam os oito critérios. Esses fundamentos expressam conceitos reconhecidos internacionalmente e se traduzem em práticas encontradas em organizações líderes de classe mundial. São valores organizacionais facilmente percebidos como parte de uma cultura organizacional e são praticados pelos líderes e profissionais de todos os níveis. Identificados esses valores, foram considerados fundamentos para formar uma cultura de gestão voltada para resultados e para ser competitiva no mercado. São eles: • pensamento sistêmico; • aprendizado organizacional; • cultura de inovação; • liderança e constância de propósitos; • orientação por processos e informações; • visão de futuro; • geração de valor; • valorização das pessoas; • conhecimento sobre o cliente e o mercado; • desenvolvimento de parcerias; • responsabilidade social. Lembrete Cada profissional, compreendendo os fundamentos de excelência em gestão, poderá, aos poucos, incorporá-los em suas atitudes. Com isso, a organização gradativamente é transformada devido à mudança de comportamento. Vamos estudar cada um desses critérios. 127 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES 7.1 Pensamento sistêmico Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. 7.2 Aprendizado organizacional A aprendizagem está orientada para o desenvolvimento de competências (humanas e organizacionais). Esse é um ponto de inquestionável responsabilidade da liderança de uma organização. O objetivo desse critério é “busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências”. 7.3 Cultura de inovação É de responsabilidade da liderança a promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização. 7.4 Liderança e constância de propósitos Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos interesses das partes. 7.5 Orientação por processos e informações Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas; a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e a análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis e a inclusão de riscos identificados. 7.6 Visão de futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo a curto e longo prazo, visando sua perenização. 7.7 Geração de valor Alcance de resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes integrantes. 7.8 Valorização das pessoas Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições para que elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, do desenvolvimento de competências e de espaço para empreender. 128 Unidade III 7.9 Conhecimento sobre o cliente e o mercado Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados. 7.10 Desenvolvimento de parcerias Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para as partes. 7.11 Responsabilidade social Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais se relaciona, estando voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização. 8 ATRIBUIÇÕES DE LIDERANÇA SEGUNDO AS PROPOSTAS DOS CRITÉRIOS DA FUNDAÇÃO DO PRÊMIO NACIONAL DA QUALIDADE 8.1 Critérios do PNQ com relação à liderança Já foi visto que o PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios: liderança, planejamento estratégico, responsabilidade social, foco no cliente e no mercado, informação e análise, gestão de pessoas, gestão de processos e resultados da organização. Observe que esse é o mais relevante critério para o nosso curso. Figura 105 É sabido que os critérios do PNQ mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. Dessa forma, considerando apenas os critérios “liderança” e “gestão de pessoas”, listamos algumas questões que devem ser respondidas positivamente para que a organização atenda a tais critérios. 129 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES O que é preciso para se dizer que uma organização atende a tais critérios? Figura 106 Para que isso ocorra, a organização deve ser constante, rotineira, disseminada, conhecida por todos e deve produzir resultados. Sendo assim, as práticas devem possuir enfoque, aplicação e resultados. Vamos ver cada uma delas: • Enfoque: refere-se às práticas de gestão utilizadas para atender aos requisitos do item dos critérios de excelência. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação do enfoque: — adequação: atendimento aos requisitos aplicáveis, considerando-se o perfil da organização; — exemplaridade: a proatividade, a inovação e/ou o refinamento das práticas de gestão da organização, considerando-se o seu perfil. • Aplicação: refere-se à disseminação e ao uso do enfoque pela organização. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação da aplicação: — disseminação: implementação das práticas de gestão, horizontal e verticalmente, pelas áreas, pelos processos, pelos produtos e/ou pelas partes interessadas da organização, considerando-se o seu perfil, o enfoque descrito e os resultados apresentados; — continuidade: a utilização das práticas de gestão de maneira periódica e ininterrupta. • Resultados: referem-se às consequências da aplicação dos enfoques. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação dos resultados: — desempenho: a situaçãoatual, avaliada em termos de intensidade e variabilidade, do conjunto de resultados da organização em relação às informações comparativas pertinentes; 130 Unidade III — relevância: a importância desse conjunto de resultados, decorrentes das práticas de gestão aplicadas para a determinação do desempenho global, levando-se em conta o perfil, as estratégias, os planos de ação e os processos da organização; — tendência: o comportamento do conjunto de resultados ao longo do tempo. Esse critério examina o sistema de liderança da organização e o comprometimento pessoal dos membros da alta direção no estabelecimento, na disseminação e na atualização de valores e diretrizes organizacionais, que promovam a cultura da excelência, levando em consideração as necessidades de todas as partes interessadas. O critério também examina como a alta direção analisa criticamente o desempenho global da organização por meio dos seguintes questionamentos: • A estrutura organizacional está formalmente definida? (A organização faz uso de organograma atualizado?) • Os líderes são identificados? (A organização faz uso periódico de sociograma?) • Os líderes são avaliados? (É utilizado algum método, por exemplo, escalas gráficas, incidentes críticos, comparativo, escolha forçada, 360 graus, para avaliar os líderes periodicamente?) • Os líderes são desenvolvidos? (Existe um processo destinado ao desenvolvimento dos talentos? Há programas de desenvolvimento para o corpo gerencial, bem como para diretores e supervisores?) • As práticas de liderança relativas ao comprometimento dos líderes, ao envolvimento pessoal deles e ao modo como comunicam valores e diretrizes são sistemáticas e periodicamente avaliadas por indicadores especificamente projetados para tal fim? Ações corretivas são tomadas em face de resultados indesejáveis ou incompatíveis com as metas? • Os líderes estão continuamente envolvidos com os funcionários no estabelecimento de metas e na verificação dos resultados, estimulando e orientando as pessoas para melhores resultados? • Os líderes estão intensamente comprometidos com a melhoria da organização, estimulando o envolvimento das equipes na solução dos problemas e procurando envolver o pessoal na decisão, de forma tal que os grupos participem da sua análise e apresentem alternativas de solução? • A organização possui seus valores estabelecidos? (Há um quadro contendo crenças e conceitos que moldam o contorno cultural da organização e instituem padrões de comportamento?) • Os valores e princípios da organização são conhecidos por todos os funcionários e há diretrizes definidas que os orientam na tomada de decisões ou na busca de alternativas? É muito clara a definição da vantagem competitiva que a organização busca para cada produto ou serviço, 131 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES sendo do conhecimento de cada funcionário as ações que podem ou não contribuir para tal vantagem competitiva? • A alta direção tem um comportamento exemplar quanto a valores e princípios, que continuamente são reforçados por comportamento coerente e visível? O comportamento e as atitudes dos líderes, tanto dentro quanto fora da organização, são condizentes com os valores e princípios expressos oralmente? • Valores éticos são comunicados e difundidos por toda a organização, e atitudes e comportamentos condizentes com eles são reforçados? Questões de comportamento ético são frequentemente levantadas e discutidas? • A organização dissemina seus valores? (Os valores organizacionais são conhecidos por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • A organização possui sua visão de futuro estabelecida? (Há uma visão de futuro operacionalizável?) • A organização possui sua visão de futuro disseminada? (A visão de futuro, de forma geral, é conhecida por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • A organização possui sua missão estabelecida? • A organização possui sua missão disseminada? (A missão da organização é conhecida por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • Os dirigentes participam da definição e revisão das diretrizes organizacionais? (Diretriz é um conjunto de instruções para se tratar e levar a termo um plano, uma ação, um negócio. Tem o sentido de norma, procedimento, diretiva. Exemplos de diretrizes: as compras devem ser feitas sempre com um mínimo de três cotações; o preço não é o quesito mais importante numa compra.) • Os dirigentes participam da comunicação das diretrizes organizacionais? (Os funcionários conhecem as diretrizes às quais devem atender?) • A alta direção e os líderes departamentais periodicamente fazem a análise dos indicadores referentes ao desempenho da organização, cotejando os resultados alcançados com os objetivos iniciais, verificando os pontos problemáticos e definindo ações corretivas? • Os dirigentes realizam a análise crítica do desempenho global da organização? (Os dirigentes periodicamente comparam os resultados alcançados com os planejados? Utilizam instrumentos de gestão: por exemplo, a planilha 5W2H e o Relatório das Três Gerações – R3G ou semelhantes?) 132 Unidade III • Os dirigentes realizam a análise crítica do desempenho global da organização utilizando indicadores derivados dos objetivos estratégicos? (Quais indicadores são utilizados para análise crítica do desempenho global da organização?) • Os dirigentes interagem com os clientes para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os funcionários para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os fornecedores para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os sindicatos para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com a comunidade (vizinhança) para identificar as necessidades desta? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os clientes? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os funcionários? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os fornecedores? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os sindicatos? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir a vizinhança? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • A organização estimula o comportamento ético dos funcionários (com todas as partes interessadas)? • A organização busca garantir comportamentos éticos dos funcionários (com todas as partes interessadas)? • A organização cumpre os tratos oriundos de negociações ou acordos (evitando sanções contratuais)? É por meio dessas questões que é examinado o comprometimento, assim como a forma como a alta direção estabelece e dissemina os valores e as diretrizes organizacionais. 133 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Agora vamos ver quais são as Práticas e Aplicações dos fundamentos. Figura 107 A liderança está, obviamente, vinculada a todas as práticas referentes aos fundamentos do PNQ, porquanto são eles que sustentam o sucesso de uma organização. Nesse sentido, a liderança está associada a todos os fundamentos. Entretanto, alguns são desenvolvidos extensamente em outras disciplinas. Veremos rapidamente a prática de todos, mas em especial a prática e a aplicação dos valores e princípios da missão e da visãode futuro que dizem respeito especificamente à liderança. 8.1.1 Pensamento sistêmico O pensamento sistêmico, de forma geral, pode ser definido como uma nova forma de percepção da realidade. Segundo Capra (1996), quanto mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Deve-se sempre partir do princípio de que o todo é mais que a soma das partes, assim, o sistema é um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter-relações de suas partes. Entender a realidade sinteticamente significa, literalmente, colocá-la dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações. Usa-se o termo sistêmico porque indica uma forma organizada de pensar, assim como de proceder, considerando-se a existência de um todo. Figura 108 134 Unidade III Ter pensamento sistêmico é ter uma forma de entender a organização como um sistema integrado, inclusive à sociedade, no qual o desempenho de um componente pode afetar não apenas a própria organização, mas suas partes interessadas. Como se coloca essa teoria em prática? Para colocar em prática esse conceito, a liderança deve estar atenta ao entendimento das relações de interdependência dos diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. Deve também focalizar toda a organização na estratégia, o que significa monitorar e gerenciar o desempenho com base nos resultados do negócio e no atendimento, harmônico e equilibrado, das necessidades de todas as partes interessadas. À liderança compete, dessa forma, o preparo para uma leitura sistêmica das variáveis que influenciam a organização direta ou indiretamente, a fim de extrair as informações adequadas para orientar o processo decisório da organização. 8.1.2 Aprendizado organizacional A liderança deve ter entre suas preocupações centrais o aprendizado organizacional. De acordo com Le Boterf (1997, p. 22), o que de fato irá diferenciar a competência de uma empresa ou de uma unidade (divisão, departamento, serviço) não é a competência de seus membros. O diferencial não depende tanto de seus elementos, mas da qualidade da combinação ou da articulação entre eles. Nesse contexto, apresenta-se a aprendizagem organizacional como uma estratégia que busca aproximar e integrar a competência essencial (core competence) e a gerencial. Aprendizagem está sempre relacionada com as palavras “articular, aproximar, interligar”? Figura 109 135 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Sim! Se entendermos que aprender é sistêmico porque relaciona um saber com outro de forma integrada. Ruas (1999, p. 8) afirma que o aprender está associado à capacidade de transformação contínua, baseada no desenvolvimento individual e organizacional, mas sob a forma de um processo de aprendizagem coletivo, por meio da interação das pessoas na empresa. Ao aprender, nós nos recriamos a nós mesmos. Por meio da aprendizagem nós nos tornamos capazes de fazer algo que nunca havíamos sido capazes de fazer antes. A partir da aprendizagem nós repercebemos o mundo e nossa relação com ele. “Através da aprendizagem nós estendemos a nossa capacidade de criar, de ser parte do processo gerativo da vida” (SENGE, 1995, p. 142). 8.1.3 Cultura de inovação “A inovação diz respeito à busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, novos processos de produção ou novas formas organizacionais” (DOSI, 1988, p. 222). A inovação envolve um elemento fundamental de incerteza, devido essencialmente à: • existência de problemas tecnoeconômicos cuja maneira de solucionar é desconhecida; • impossibilidade de traçar precisamente quais serão as consequências das ações. As inovações constituem, essencialmente, mudanças empreendidas e adotadas pela empresa. Quando a empresa introduz um novo bem ou serviço, ou usa um novo método, seja em atividades de manufatura, seja em serviços ou gerencial, ou, ainda, utiliza outros tipos de insumos, que são novos para tal empresa, está implantando uma mudança tecnológica (KRUGLIANSKAS, 1996). A teoria de Schumpeter (1988) de que as inovações são o próprio cerne do ciclo econômico tem sido estendida para explicar a inovação do capital como uma causa dos lucros. Ter uma excelente cultura de inovação significa desafiar o status quo e efetuar a mudança, utilizando a aprendizagem para desencadear a inovação e as oportunidades de melhoria. Como se coloca essa teoria em prática? As pessoas são incentivadas a olhar para o futuro e para além das capacidades atuais. São cuidadosas para conservar seu capital intelectual e explorá-lo para fins comerciais, quando apropriado. As pessoas desafiam constantemente o status quo e procuram oportunidades de inovação e melhoria contínuas que acrescentem valor. No âmbito organizacional, as organizações excelentes aprendem continuamente, não só com suas próprias atividades e seu desempenho, mas também com os de outros. Realizam benchmarking rigoroso, tanto interna como externamente. Assimilam e partilham o conhecimento das suas pessoas de forma 136 Unidade III que maximizem a aprendizagem em toda a organização. Existe abertura à identificação e utilização das ideias de todos os stakeholders (partes interessadas na organização: acionistas, proprietários, funcionários, fornecedores, governo municipal e estadual, sindicatos e comunidade, dentre outros). Que benefícios proporciona à organização a prática de uma gestão do conhecimento? Figura 110 As organizações que fazem gestão do seu conhecimento exercendo a prática da aprendizagem contínua podem ter benefícios como: • melhoria na criação de valor; • melhoria da eficácia e eficiência; • aumento da competitividade; • inovação nos produtos e serviços; recolha e partilha do conhecimento e agilidade organizacional. 8.1.4 Liderança e constância de propósitos Ter liderança e constância de propósitos de forma excelente é ter liderança visionária e inspiradora, não dissociada de uma constância de propósitos, isto é, de busca de objetivos definidos previamente. Ter liderança e constância de propósitos é ter o comprometimento dos líderes com os valores e os objetivos da organização, é ter a capacidade de construir e manter um sistema de gestão que estimule as pessoas a realizar um propósito comum e duradouro. Como se coloca essa teoria em prática? Organizações excelentes têm líderes que definem e comunicam um rumo claro para elas. Por meio dessa atitude, unificam e motivam outros líderes para que inspirem seus colaboradores. Estabelecem para a organização valores, ética, cultura e uma estrutura de administração que proporcionam uma identidade única e atrativa para os stakeholders. 137 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Os líderes dessas organizações, em todos os níveis, conduzem e inspiram constantemente os outros em direção à excelência e, dessa forma, desencadeiam comportamentos e desempenhos-modelo. Lideram pelo exemplo que transmitem, reconhecendo os seus stakeholders e trabalhando com eles em atividades de melhoria. São lideres que, durante períodos de turbulência, norteiam-se pela constância de propósitos e pelo equilíbrio que inspira confiança e gera envolvimento por parte dos stakeholders. Ao mesmo tempo, num ambiente externo caracterizado por constante e rápida mudança, demonstram capacidade para adaptar e realinhar o rumo da sua organização, levando com eles as pessoas. A participação pessoal ativa e continuada da alta direção cria clareza e unidade de propósito na organização. No exercício da liderança, a alta direção serve de exemplo a todos. Por meio de seu comportamento ético e transparente, habilidades de planejamento, comunicação e análise estimulam as pessoas a buscar a excelência. Seu papel inclui a criação de um ambiente apropriado à autonomia, à melhoria, à inovação, à agilidade e ao aprendizado. Quebenefícios proporciona à organização uma alta administração com liderança e constância de propósito? Figura 111 Sua pergunta está perfeita: que benefícios a organização tem quando a “alta direção” exerce a constância de propósito? • Clareza de propósitos e orientação na organização. • Clara identidade para a organização e no seio da organização. • Conjunto de valores e ética partilhados. • Comportamentos-modelo consistentes em toda a organização. • Força de trabalho comprometida, motivada e eficaz. • Confiança interna e externa na organização, mesmo em períodos de turbulência e de mudança. 138 Unidade III Perceba que ter uma alta administração orientada por processos e por informações significa ter uma gestão baseada em fatos, em decisões racionais e estrategicamente tomadas, não em meras opiniões. É ter uma alta administração que não adota nem tolera o “achismo”. Ter orientação por processos e informações excelentes é gerir a organização por meio de um conjunto de sistemas, processos e fatos interdependentes e inter-relacionados. Como se coloca essa teoria em prática? Usando como referência as organizações excelentes, estas possuem um sistema de gestão eficaz baseado e concebido para responder às necessidades e expectativas de todos os stakeholders. A implementação sistemática de políticas, estratégias, objetivos e planos da organização é conseguida e assegurada por meio de um conjunto de processos claramente definido e integrado. Esses processos são desdobrados de forma eficiente, geridos e melhorados numa base diária. As decisões são baseadas em informação factual relativamente credível ao desempenho atual e planejado, à capacidade dos processos e sistemas, às necessidades, expectativas e experiências dos stakeholders e ao desempenho de outras organizações, incluindo o da concorrência, quando apropriado. Os riscos são identificados com base em indicadores de desempenho sólidos e eficazmente geridos. A organização é gerida profissionalmente, de forma que satisfaça e exceda todos os requisitos externos corporativos. São identificadas e implementadas medidas de prevenção adequadas, inspirando e mantendo elevados níveis de confiança para os stakeholders. Cabe à alta administração a compreensão e a segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, e a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e a análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis. Os riscos identificados também devem ser incluídos. Como fazer para que o processo de tomada de decisão seja eficaz e a introdução de melhorias e inovações seja mais rápida? Figura 112 139 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Para que o processo de tomada de decisões seja eficaz e a introdução de melhorias e inovações seja mais rápida, a organização deve dispor de sistemas estruturados de informação adequados ao seu negócio e deve desenvolver formas de obtenção e uso sistemático de informações comparativas. Dispondo de informações íntegras e atualizadas, os gestores podem qualificar suas decisões no dia a dia, assim como aquelas relacionadas à estratégia, aumentando a probabilidade de êxito no alcance de seus objetivos. Portanto, compete à liderança a construção de uma gestão baseada em dados e fatos que possibilite a diminuição dos riscos organizacionais e o aumento da precisão no processo decisório nos vários níveis organizacionais, de forma que se desenvolva um ambiente mais seguro para o emprego das práticas organizacionais. Que benefícios proporciona à organização a gestão baseada em fatos? Figura 113 A administração baseada em fatos pode: • maximizar a eficácia e a eficiência na condução dos propósitos da organização e dos seus produtos e serviços; • maximizar a tomada de decisão eficaz e realista; • maximizar a gestão eficaz de riscos; • maximizar o reforço da confiança dos stakeholders. Quando a organização dispõe de sistemas de análises estruturados, baseados em fatos e processos, torna-se capaz de introduzir melhorias de forma mais rápida por conta da sua competência em tomar decisões mais eficazes. 140 Unidade III Nota-se que o desenvolvimento de um sistema de gestão voltado para o alto desempenho requer, por meio de análises estruturadas, a identificação dos processos organizacionais. A análise dos processos leva ao melhor entendimento do funcionamento da organização, assim como permite a definição de responsabilidade, a prevenção e solução de problemas, a eliminação de atividades redundantes e a identificação dos clientes e fornecedores. Daremos continuidade a esse assunto no próximo tópico, quando aprenderemos sobre visualização do futuro. Figura 114 A visualização do futuro ocorre em duas partes: a definição de metas de dez a trinta anos e a descrição de qual será a realidade se a meta for atingida. Saiba mais GUARAGNA, E. V. C. O aprendizado nas organizações vencedoras do PNQ. 2004. 207 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. Disponível em: www. lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6701/000445491.pdf. Acesso em: 1º set. 2014. 8.2 Critérios do PNQ com relação à visão do futuro 8.2.1 Visualização do futuro Por ser um dos pontos mais importantes para a liderança, apresentamos a seguir uma forma de entender a complexa construção da visão que é proposta por Collins e Porras (1998). Já discutimos que cabe à liderança construir uma visão de futuro, isto é, ter a compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo a curto e a longo prazo, visando à sua perenização. 141 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES A visão serve, dentro das organizações, como um norte a ser conquistado e estimula o compromisso das partes interessadas com o processo de melhoria contínua. Segundo Mintzberg (2000) “é uma representação mental de estratégia, criada ou ao menos expressa na cabeça do líder, ela serve como inspiração e também como um senso daquilo que precisa ser feito”. Como se coloca essa teoria em prática? A organização com visão de futuro planeja, pensa e aprende estrategicamente, obtendo sucesso sustentado e duradouro em suas atividades. O planejamento deve ser voltado para o sucesso a longo prazo e para resultados no presente, sem comprometer o futuro em função de ganhos a curto prazo. À alta administração compete a construção, o desenvolvimento e a disseminação de uma visão de futuro que se mostre consistente com as necessidades das várias partes interessadas e que promova desafios que estimulem a busca contínua da excelência. Os autores afirmam que a visão compreende dois componentes principais: ideologia central e visualização do futuro. A ideologia central define o que cada organização defende e o porquê da sua existência. O futuro é o que a organização aspira a se tornar, o que espera alcançar e criar, tudo o que requer mudanças significativas e progresso a ser atingido. A ideologia central define o caráter permanente de uma organização – uma identidade coerente que transcende ciclos de vida de produtos ou de mercado, revoluções tecnológicas, modismos gerenciais ou lideranças individuais. De fato, a contribuição mais duradoura e expressiva daqueles que constroem uma empresa visionária é a ideologia central. Criadores de grandes empresas, como David Packard, Masaru Ibuka, da Sony, George Merck, William McKnight, da 3M e Paul Gavin, da Motorola compreenderam que é mais importante saber quem você é do que para onde está indo. Afinal, o lugar para onde você está indo muda à medida que muda o mundo em que vivemos. Líderes morrem, produtos tornam-se obsoletos, mercados mudam, novas tecnologias surgem, modismos gerenciais vêm e vão, mas a ideologia central de uma grande empresa persiste como fonte de orientação e inspiração. O conceito de visão incorpora a ideologia central da organização,que, por sua vez, compõe-se de duas partes: valores básicos e finalidade básica. 8.2.2 Os valores básicos Valores básicos são os preceitos essenciais e permanentes de uma organização. Formando um pequeno conjunto de princípios de orientação perenes, esses valores não requerem nenhuma justificativa externa: têm valor e importância intrínsecos e são importantes para aqueles que fazem parte da organização. Os valores básicos do entretenimento imaginativo e saudável do grupo Walt Disney estão enraizados não nas exigências do mercado, mas na crença interior de seu fundador. William Procter e James Gamble não introduziram na cultura da Procter & Gamble a excelência de 142 Unidade III produto como uma mera estratégia para o sucesso, mas como um preceito quase religioso. O serviço ao cliente – chegando até à subserviência – é um modo de vida na Nordstrom que remonta a 1901, oito décadas antes de os programas de serviços ao cliente se tornarem moda. Bill Hewlett e David Packard encaravam o respeito ao indivíduo como um valor pessoal profundo e não o aprenderam nos livros ou com um guru do management. Ralph S. Larsen, CEO da Johnson & Johnson, diz o seguinte: "nossos valores básicos podem ser uma vantagem competitiva, mas não foram incorporados por causa disso, e sim porque definem o que defenderemos. E nós os defenderíamos mesmo que, em determinadas situações, se tornassem uma desvantagem competitiva". Uma grande empresa decide por si só quais são seus valores básicos, em grande parte, independentemente do ambiente, de necessidades competitivas ou dos modismos gerenciais. Não existem, portanto, valores básicos universalmente corretos. E eles não precisam agradar ou ser humanitários, embora muitos sejam. Não importa quais os valores básicos de uma organização; o importante é que ela os tenha, dizem Collins e Porras (1998, p. 2). Observação Para identificar os valores básicos de uma organização, defina, com total honestidade, os valores que lhe são verdadeiramente importantes. Se você chegar a mais de cinco ou seis, haverá uma grande possibilidade de que esteja confundindo valores básicos (imutáveis) com práticas operacionais, estratégias comerciais ou normas culturais (que devem estar abertas a mudanças). Lembre-se: os valores devem resistir ao teste do tempo. Depois de fazer uma lista preliminar dos valores básicos, faça a seguinte pergunta em relação a cada um deles: se as circunstâncias mudassem e passássemos a ter uma desvantagem pelo fato de abraçar este valor, continuaríamos, assim mesmo, a defendê-lo? 8.2.3 A finalidade básica A segunda parte da ideologia central é a finalidade básica, ou seja, a razão de ser da organização. A finalidade deve refletir as motivações das pessoas para executar seu trabalho na empresa. Não é uma simples descrição da produção ou dos clientes-alvo. A finalidade, como explicou David Packard em um discurso aos funcionários da HP em 1960, espelha as razões mais profundas da existência de uma organização, aquelas que vão além de fazer dinheiro. Packard disse: Acredito que muitas pessoas supõem, equivocadamente, que uma empresa existe para fazer dinheiro. Embora isso seja uma consequência importante da existência de uma empresa, precisamos ir mais fundo e descobrir as razões reais de existirmos. À medida que examinamos o assunto, chegamos à inevitável conclusão de que um grupo de pessoas se reúne e existe como instituição, que chamamos de empresa, para realizar coletivamente algo que não seriam capazes de realizar individualmente – fazem uma contribuição à sociedade, uma frase que parece banal mas é fundamental. 143 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES O quadro a seguir mostra a finalidade básica de algumas organizações: Quadro 7 Finalidade básica de empresas 3M Solucionar problemas não solucionados de maneira inovadora Cargill Elevar o padrão de vida mundial Hewlett-Packard Fazer contribuições técnicas para o avanço e o bem-estar da humanidade McKinsey & Company Auxiliar corporações e governos líderes a obter mais sucesso Merck Preservar e melhorar a vida humana Nike Viver a alegria do avanço e suar tecnologia em benefício do público Wal-Mart Dar às pessoas comuns a oportunidade de comprar as mesmas coisas que os ricos Walt Disney Alegrar as pessoas Fonte: Collins e Porras (1998). A finalidade (que deve prevalecer por pelo menos cem anos) não deve ser confundida com metas específicas ou estratégias comerciais (que provavelmente mudarão muitas vezes em um século). Podemos atingir metas ou concluir estratégias, mas não podemos concretizar uma finalidade. Ela é como uma estrela-guia no horizonte, que buscaremos eternamente e nunca alcançaremos. A finalidade em si não muda; inspira mudanças. Burmann (2003), vice-presidente e gerente-geral da DANA Tecnologias, da DANA Albarus, destacou o critério de Liderança como fator que contribuiu para o crescimento da empresa. Para ele, o comprometimento da alta direção, assim como a disseminação dos valores e diretrizes da empresa, é fundamental na promoção da cultura pela excelência. As lideranças devem estar em sintonia com as propostas, abrindo espaço para os que aceitam os desafios que vêm com as transformações. É da visão e do comportamento do líder quem vêm os sinais que vão determinar a adesão ou não das pessoas às propostas apresentadas (BURMANN, 2003). Discutimos aqui um modo de entender a complexa construção da visão de acordo com Collins e Porras (1998), que consideram dois componentes principais: ideologia central e visualização do futuro. Já foi apresentado a conceito de ideologia central. A segir, uma síntese do que os autores argumentam sobre a visualização do futuro. A visualização ocorre em duas partes: a definição de metas de dez a trinta anos e a descrição de qual será a realidade se a meta for atingida. Para ser expressa, a visualização do futuro deve ter algumas características específicas, expostas a seguir. 144 Unidade III 8.2.4 Estabelecimento de supermetas Uma verdadeira supermeta é clara e inspiradora, concentra esforços e catalisa o espírito de equipe. Apresenta uma linha de chegada bem-definida para que a organização saiba que a atingiu – as pessoas gostam de cruzar linhas de chegada. A supermeta leva as pessoas a se envolverem, requer pouca ou nenhuma explicação e é apreendida rapidamente. Nos anos 1960, a missão da Nasa, a agência espacial norte-americana, não precisou de um comitê de especialistas em retórica para transformar sua meta em uma declaração verborrágica e impossível de ser esquecida. A meta em si era tão compreensível, estimulante e atraente que poderia ter sido expressa de cem maneiras diferentes e seria entendida por todos mesmo assim. Embora, muitas vezes, as organizações tenham várias supermetas concomitantes em níveis diferentes, a visão requer um tipo especial de meta, aplicada à organização inteira, exigindo de dez a trinta anos de esforços para ser alcançada. Para estabelecer metas para um futuro tão distante, é necessário pensar além das capacidades atuais da organização e do ambiente presente. Na realidade, a invenção de uma meta como essa obriga a equipe executiva a construir uma visão, em lugar de formular apenas estratégias ou táticas. A supermeta não deve ser um jogo de cartas marcadas – suas possibilidades de sucesso precisam ficar entre 50% e 70%. 8.2.5 Descrição vívida do futuro Além das supermetas, a visão do futuro necessita do que chamamos de descrição vívida, isto é, uma descrição envolvente e detalhada do que deve ser atingido com as metas. É como pintar um quadro com palavras. A pintura do quadro é essencial para tornar a meta de dez a trinta anos algo claro na cabeça das pessoas. Henry Ford, por exemplo, deu vida à meta de democratização do automóvel com a seguinte descrição: Vou construir um carro a motor para as grandes multidões. O preço será tão baixo que todos [os] que tiverem um bom salário poderão possuir esse carro e desfrutar com a família a bençãode horas de prazer nos espaços abertos de Deus. Quando eu terminar, todos poderão possuir um automóvel. E possuirão. O cavalo terá desaparecido de nossas estradas, e o automóvel será algo corriqueiro. Além disso, proporcionaremos a um grande número de homens bons empregos com bons salários. Paixão, emoção e convicção são partes essenciais da descrição vívida, diz Ford. 8.2.6 Pontos-chave da visualização Não se deve confundir ideologia básica com visualização do futuro. Em particular, não se deve confundir finalidade básica com metas. Muitas vezes os executivos trocam uma pela outra e não 145 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES conseguem encará-las como distintas. Finalidade básica – e não meta específica – é a razão da existência de uma organização. Supermeta é uma meta ambiciosa claramente articulada. A finalidade básica não pode jamais terminar; já uma supermeta pode ser atingida em dez ou trinta anos. Pense na finalidade básica como uma estrela no horizonte, cuja busca é eterna; já a supermeta é uma montanha que precisa ser escalada. Depois de chegar ao topo dela, você escalará outras montanhas. Esclareça, por favor, qual a diferença entre ideologia central e visualização do futuro. Figura 115 Vejamos: a identificação da ideologia central é um processo de descoberta; a visualização do futuro é um processo criativo. Os executivos têm muita dificuldade para criar metas estimulantes. Alguns progridem melhor quando começam com a descrição do futuro para depois voltar às metas. O que pode nos ajudar a tomar essas decisões? Figura 116 146 Unidade III Devemos começar com as seguintes perguntas: • O que gostaríamos de ser daqui a vinte anos se estivéssemos sentados aqui? • Como estará esta empresa? • O que os funcionários vão achar dela? • O que ela terá alcançado? Essas questões vão me ajudar a analisar se a visualização está correta? Figura 117 Não! Não tem sentido analisar se a visualização do futuro é correta! Não existe resposta correta quando o assunto é criar. E a tarefa é criar o futuro, não prevê-lo. A visualização do futuro envolve perguntas essenciais, como: Ela faz o sangue da gente correr mais rápido? Faz as pessoas se mexerem? Ela deve ser tão estimulante por si só que deve continuar a motivar a organização, mesmo que os líderes que estabeleceram a meta desapareçam. O Citibank, predecessor do Citicorp, queria “tornar-se a instituição financeira mais poderosa, com mais serviços e mais influente que jamais existiu” – uma meta que antes de ser atingida motivou muitas gerações ( ALLEN, 1998). 147 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Modelo de um plano de ação para elaboração da visão Instrumento para elaboração da visão (equipe gerencial) Atual enunciado da visão (todos os níveis gerenciais) Reuniões de planejamento (todos os outros funcionários da empresa) • Enunciado da visão da organização • Onde se está agora e onde se deseja estar • Metas e objetivos mensuráveis (dentro da visão) Sessões de planejamento individuais (entre todos os executivos e os membros de suas equipes) • Enunciados individuais da visão • Metas (longo e curto prazo) • Objetivos mensuráveis Figura 118 8.2.7 Geração de valor Gerar valor significa alcançar resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível, de forma sustentada, para todas as partes integrantes. Ter uma excelente geração de valor alcança resultados que encantam todos os stakeholders da organização. Como se coloca essa teoria em prática? No contexto de rápida mudança em que o mundo atualmente se insere, as organizações excelentes são ágeis, flexíveis e responsáveis relativamente aos stakeholders à medida que suas necessidades e expectativas se alteram de forma muito rápida e frequente. As organizações excelentes monitorizam e antecipam as necessidades e expectativas de seus stakeholders, monitorizam suas experiências e percepções, monitorizam e reveem o desempenho de outras organizações. A informação é reunida a partir dos stakeholders atuais e futuros e é usada para estabelecer, implementar e rever políticas, estratégias, objetivos, metas, indicadores e planos, a curto, médio ou longo prazo. A informação recolhida é também uma ajuda preciosa para as organizações desenvolverem e alcançarem um conjunto equilibrado de resultados dos stakeholders. 148 Unidade III Que benefícios proporciona à organização a geração de valor? Figura 119 Em especial, a geração de valor agrega: • Valor acrescentado para todos os stakeholders. • Sucesso sustentável para todos os stakeholders. • Compreensão dos requisitos atuais e futuros do desempenho, visando à definição de objetivos. • Alinhamento e focalização por toda a organização. • Encantamento dos stakeholders. 8.2.8 Valorização das pessoas Valorizar as pessoas dentro de uma organização significa maximizar a contribuição dos colaboradores por meio do seu desenvolvimento e envolvimento. Como se coloca essa teoria em prática? Tomando como exemplo as organizações excelentes, estas identificam e compreendem as necessidades de competências atuais e futuras, que possibilitam a implementação de políticas, estratégias, objetivos e planos na organização. Recrutam e desenvolvem as pessoas de acordo com as competências necessárias à organização e as apoiam ativa e positivamente em todo o seu potencial. O desenvolvimento pessoal é preconizado e apoiado, permitindo a realização das pessoas e a libertação de todo o seu potencial. Por meio dele se prepara as pessoas para receber e se adaptar às mudanças, quer em termos operacionais, quer de capacidades pessoais. 149 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES A organização reconhece a importância crescente do capital intelectual das pessoas e utiliza o conhecimento em seu benefício. Persegue o propósito de reconhecer, recompensar e assistir suas pessoas, ganhando o seu envolvimento e a sua lealdade para com a organização. Maximiza o potencial e o empenho ativo das pessoas por meio de valores partilhados e de uma cultura de confiança, transparência e empowerment, utilizando esse envolvimento para gerar e implementar oportunidades de melhoria. A organização deve contar com líderes capazes em todos os níveis, com perfis adequados, capacitados e com habilidade para motivar e engajar as equipes. Ao lado do exercício pessoal da liderança, a organização precisa desenvolver um sistema capaz de manter o engajamento das pessoas na causa da organização. Critérios e procedimentos devem ser definidos para orientar a tomada de decisão e a comunicação em todos os níveis da organização. A esse respeito, Burmann (2003) diz: “A comunicação é fator crítico para a companhia. Saber comunicar é crítico, porque quem não entende não faz. Se um colaborador pratica algo errado é porque ele não tem conhecimento, não foi comunicado, e não simplesmente por má vontade”. Como exemplo de táticas de comunicação, Burmann (2003) afirma que a empresa dissemina mensagens positivas de integração: “somos um time de sucesso, temos um bom plano, cada um é chave, nós construímos o nosso futuro e trabalhar na Dana é muito bom”. A Suzano Petroquímica faz reuniões com o objetivo de estimular a participação de todos os funcionários (semanalmente, desde 1997). Também faz avaliação das competências desejáveis para os líderes, avaliação de análise de potencial de liderança, e todos os funcionários ainda avaliam os líderes atuais (anualmente, desde 1994). Também são realizados um intercâmbio com empresas ligadas, job rotation e cursos específicos para os funcionários. A ação da alta direção e dos demais líderes deve conduzir ao equilíbrio e à harmonia no relacionamento com todas as partes interessadas, de forma que se alcancem o engajamento e o consentimento geral para concretizar a visão da organização. Schmidt , Souza e Vicini. (2004) dizem que as empresas por eles estudadas buscam desenvolver a motivação e o comprometimentodas pessoas. Podemos citar: • formação de times de facilitadores para o programa de qualidade; • existência de uma estrutura de cargos; • ações de endomarketing; • comunicação interna: gestão à vista, informativos, reuniões, seminários; 150 Unidade III • avaliação de desempenho; • treinamentos corporativos. Que benefícios proporciona à organização a valorização das pessoas? Figura 120 São muitos os benefícios relacionados à valorização das pessoas, dentre eles: • responsabilidade partilhada em prol dos propósitos e objetivos da organização; • força de trabalho comprometida, leal e motivada; • aumento do valor do capital intelectual; • melhoria contínua das competências e do desempenho dos indivíduos; • aumento da competitividade por meio do reforço da imagem; • potencial alcançado. 8.2.9 Conhecimento sobre o cliente e o mercado Na prática, cabe à alta administração criar, manter e ampliar o quadro de seus clientes. Entretanto, para manter e atrair clientes já não é suficiente possuir as melhores ferramentas e a tecnologia mais recente. Torna-se igualmente necessário conhecer o valor de cada cliente e ter a percepção exata de suas necessidades. Isso exige o uso de tecnologia adequada que resulte num conhecimento completo do cliente. Prática para conhecer o cliente e o mercado: • visualizar toda informação relacionada ao cliente (informação demográfica, comercial, de marketing e de serviço); 151 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES • conhecer o valor de cada cliente para a organização; • reter os melhores clientes, aqueles que geram mais valor; • prestar continuamente um serviço excepcional ao cliente; • potencializar o relacionamento comercial, identificar constantemente novas oportunidades de venda; • satisfazer exigências regulatórias mediante a criação de formulários específicos; • agendar contatos; • registrar todas as interações do cliente e para ele. 8.2.10 Desenvolvimento de parcerias Parceria tem sido a designação de certas formas de cooperação entre organizações. Ela indica, antes de tudo, uma ação conjunta, motivada pela existência de interesses e objetivos comuns, na qual cada um aporta e mobiliza os recursos de que dispõe para atingir esses objetivos. Não é o seu caráter legal ou formal que a distingue, é a qualidade da relação existente, ou seja, é o modo como organizações com distintos interesses, poderes, recursos e atribuições constroem um espaço em que se comportam como iguais na definição dos objetivos comuns, dos papéis e da contribuição de cada uma. A parceria se diferencia da relação de contrato. O contrato impõe a ambas as partes o cumprimento de certas atividades e as penalidades, implícitas ou não, que caberão à parte que não cumprir o que está estabelecido. Uma parceria estabelece uma relação na qual os parceiros buscam alcançar um dado objetivo com esforços mútuos, visando desenvolver ambas as partes. Em um contrato, cada parte está interessada em receber o que foi prometido pelas cláusulas contratuais. Em uma parceria, ambas as partes desejam crescer e querem que o parceiro cresça. A parceria vai além da troca e da satisfação de interesses mútuos. Há uma dimensão de complementaridade, isto é, buscar no outro os recursos e capacidades de que não se dispõe, mas que são necessários para atingir seus propósitos. Entretanto, a diferença reside no fato de que essa troca ou complementaridade tem como motivação o cumprimento de objetivos compartilhados e externos a cada uma. Os objetivos da parceria tendem a ser relativos a um impacto mais profundo na realidade na qual as organizações envolvidas atuam. Por isso elas não apenas suprem necessidades, mas convertem-se tanto numa forma de ampliar e irradiar os efeitos de um trabalho quanto num modo de sensibilizar, mobilizar e corresponsabilizar outros sujeitos, em torno de ações voltadas para a ampliação da cidadania e do enfrentamento dos problemas sociais. 152 Unidade III Portanto, a construção e a gestão de relações de parceria são, por um lado, um processo que, ao mesmo tempo que exige, contribui para o crescimento do grau de transparência nas relações entre os diversos grupos e instituições da sociedade brasileira. Por outro, no plano específico de uma organização, qualquer que seja o seu tamanho ou tipo, a construção de parcerias representa um elemento fundamental do seu desenvolvimento institucional: a sua capacidade de estabelecer relações, influenciando, convencendo, cooperando e mobilizando outros atores para atingir objetivos institucionais, ampliando o impacto e a abrangência de sua atuação, segundo Valarelli (2004). 8.2.11 Responsabilidade social Uma organização tem responsabilidade social quando evita, minimiza, reduz, elimina e compensa os danos que seus produtos, seus processos e suas instalações causam à sociedade e ao meio ambiente. Lembrete Compreender a mudança de paradigma é vital para a competitividade, fazendo com que as empresas se preocupem em incluir, em suas estratégias de negócios, preocupações com o controle de impactos ambientais e sociais. De acordo com Kraeme (2008), o mundo corporativo tem um papel fundamental na garantia de preservação do meio ambiente e na definição da qualidade de vida das comunidades de seus funcionários. Empresas socialmente responsáveis geram, sim, valor para quem está próximo. E, acima de tudo, conquistam resultados melhores para si próprias. A responsabilidade social deixou de ser uma opção para as empresas. É uma questão de visão, de estratégia e, muitas vezes, de sobrevivência. Os assuntos ambientais são muito importantes para a organização. Figura 121 Caro aluno, os assuntos ambientais estão crescendo em importância para a comunidade de negócios em termos de: responsabilidade social, do consumidor, desenvolvimento de produtos, passivos legais 153 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES e considerações contábeis. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos da administração amplia substancialmente todo o conceito de administração. Os administradores têm de lidar cada vez mais com situações em que parte do patrimônio das empresas é simplesmente ceifada pelos processos que envolvem o ressarcimento de danos causados ao meio ambiente, e independentemente de esses danos poderem ser remediados ou não. As companhias estão sendo incentivadas cada vez mais, pela administração pública e pelos seus stakeholders, a focalizar seus impactos ambientais e sociais, a desenvolver maneiras apropriadas para internalizar e reduzir seus custos associados e a construir um relatório para uma sustentabilidade ambiental maior. Nos últimos anos ocorreram progressos surpreendentes na área de gerenciamento e relatório ambiental, e, mais recentemente, o mesmo ocorreu com a conscientização sobre a responsabilidade social e a crescente compreensão dos desafios da sustentabilidade. O Livro Verde (2001) diz que a responsabilidade social das empresas é, essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Observação É recomendável que as organizações que busquem destacar-se em Responsabilidade Social, realizem sua autoavaliação conforme proposto na ABNT NBR ISO 26000:2010, que fornece orientações para todos os tipos de organizações, independentemente do porte ou localização, sobre conceitos, termos, definições e todas as questões referentes à responsabilidade social e ao desenvolvimento sustentável e sua implementação nas organizações. Essa é uma norma de adesão voluntária. 8.2.12 Organizações Ganhadoras do PNQ Em 2010, as organizações ganhadoras foram a AESSUL e Elektro. As finalistas foram Cemig Distribuição S.A; Coelce e Rio Grande Energia (RGE), do grupo CPFL Energia. Segundo o Movimento Catarinense pela Excelência (MCE), as empresas vencedoras do PNQ apresentam modelos de gestão ética. Representantes de empresas vencedoras do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) apresentaram como a Ética é tratada em suas corporações e responderam a perguntas dos participantes. 154 Unidade III Britaldo Soares, presidente do grupo AES Brasil (AES Com Rio, AES Eletropaulo, AES Eletropaulo Telecom, AES Infoenergy, AES Sul, AES Tietê, AES Uruguaiana), explicou os mecanismos que utilizam para assegurar um relacionamento ético dentro da companhia, dentre eles: o Código e o Comitê de Ética, treinamentos de Ética e Compliance e a AES Helpline. Wilson Ferreira Jr., presidente do Grupo CPFL Energia, contou como foi o processo para implementação de uma Cultura Ética. Os primeiros passos foram a criação do Plano Millennium e do Sistema de Gestão Integrado, seguidos da elaboração da primeira versão do Código de Ética e Responsabilidade Social e do Programa CPFL de Responsabilidade Social. 8.2.13 Competências requeridas por organizações ganhadoras do PNQ • Suzano Papel e Celulose – 2008: — Foco em resultados. — Fazer diferente e melhor. — Trabalho em equipe. — Paixão. — Visão do todo. — Atitude. • Liderança. • Belgo – Usina de Monlevade – 2006: — Liderança de equipe. — Orientação para gestão de risco. — Orientação para mudanças. — Orientação para cliente/fornecedor interno. — Orientação para resultado. — Visão estratégica. — Trabalho em equipe. — Capacitação profissional. — Comprometimento. — Expertise. 155 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES • Suzano Petroquímica S/A – 2005: — Orientação para resultados. — Orientação para o desenvolvimento de pessoas. — Visão sistêmica de futuro para a área. — Inteligência emocional. — Pessoal técnico. — Trabalho em equipe (projetos multifuncionais). — Capacidade para resolução de problemas específicos. — Espírito participativo, questionador e empreendedor. — Inteligência emocional. • Belgo – Juiz de Fora – 2004: — Expertise. — Orientação para mudanças. — Orientação para gestão de risco. — Liderança de equipe. — Visão estratégica. — Orientação para resultado. — Orientação para cliente/fornecedor interno. — Trabalho em equipe. — Comprometimento. — Capacitação profissional. Todas as informações da tabela apresentada foram extraídas dos relatórios de gestão das empresas mencionadas, publicados pela Fundação Nacional da Qualidade. A única exceção é a Suzano Papel e Celulose, cujas informações foram extraídas do relatório de gestão resumido, distribuído internamente na empresa. 156 Unidade III Saiba mais Leia o artigo a seguir, que discute os efeitos da adoção do modelo de excelência em gestão da FNQ: OLIVEIRA, G. T. de; MARTINS, R. A. Efeitos da adoção do modelo do Prêmio Nacional da Qualidade na medição de desempenho: estudos de caso em empresas ganhadoras do prêmio. Gestão e Produção. v. 15, n. 2, maio/ago. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 530X2008000200004&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 21 maio 2020. Resumo Nesta unidade vimos que o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) busca promover o entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do desempenho e a troca de informações sobre métodos e sistemas de gestão. O PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios e, tais critérios mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. O modelo do PNQ é flexível e adaptável a qualquer ramo de atividade. Além disso, os critérios poderão ser adotados por organizações que pretendem fazer uma autoavaliação e medir seu desempenho em relação aos clientes, pessoas, fornecedores, produtos e processos, possibilitando a identificação dos seus pontos fortes e das principais oportunidades de melhorias. Outra importante característica do PNQ é o conjunto de fundamentos da excelência que permeiam os oito critérios. Esses fundamentos expressam conceitos reconhecidos internacionalmente e se traduzem em práticas encontradas em organizações líderes de classe mundial. A liderança, que é assunto desta disciplina, está vinculada a todas as práticas referentes aos fundamentos do PNQ, porquanto são eles que sustentam o sucesso de uma organização. Nesse sentido, a liderança está associada a todos os fundamentos. Discutimos, por fim, a importância do papel da alta administração na definição dos rumos organizacionais, a partir da definição da visão de futuro, da missão e dos valores da organização. Cabe ressaltar a importância da sua disseminação e a mobilização de todos os envolvidos, bem como a constância de propósitos e a gestão baseada em fatos e dados. 157 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES Exercícios Questão 1. (Enade, 2006) As novas políticas de pessoal, recentemente implantadas na Confecção Norma Modas, trouxeram insatisfação e estresse para o ambiente de trabalho e consequentes perdas financeiras. A insatisfação e o estresse foram detectados a partir dos seguintes indicadores: I – custos associados a doenças ocupacionais; II – violência no trabalho; III – nível de responsabilidade atribuída ao cargo; IV – inclinações pessoais; V – absenteísmo e rotatividade. Como fontes adequadas de investigação, estão corretos, somente: A) I, II e V. B) I, III e V. C) II, III e IV. D) II, IV e V. E) III, IV e V. Resposta correta: alternativa A. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: segundo a OMS, as doenças ocupacionais, como LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), são causadas por condições desfavoráveis oferecidas para o desempenho do trabalho. O estresse relacionado a essas doenças gera alto custo para as organizações. 158 Unidade III II – Afirmativa correta. Justificativa: algumas das mais importantes categorias de indicadores de desempenho de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) são as que medem o nível de relacionamento, a integração social, a privacidade, a liberdade de expressão e o direito à proteção. Esses indicadores apontam a existência de tipos diversos de práticas violentas no ambiente de trabalho. Essas práticas resultam em estresse, em alto nível de insatisfação entre os colaboradores de uma organização, em ausências e em baixa produtividade. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: um indicador de responsabilidade atribuída ao cargo está relacionado à política de cargos e salários. A indicação da responsabilidade atribuída ao cargo, por si só, não serve como parâmetro para medir o nível de insatisfação e de estresse do colaborador empossado nele. IV – Afirmativa incorreta. Justificativa: as inclinações pessoais não podem ser consideradas indicadores de insatisfação e de estresse para o caso em estudo. V – Afirmativa correta. Justificativa: o absenteísmo refere-se às ausências, aos atrasos e ao não cumprimento de obrigações pelo trabalhador. Dentre suas causas, encontram-se as doenças ocupacionais, a alta rotatividade e outras causas. Segundo Souto (1980), o absenteísmo afeta negativamente tanto o processo de trabalho quanto a remuneração do trabalhador, com descontos no salário ou aumento do índice de rotatividade de pessoal. O resultado é a baixa motivação no desempenho das funções e o aumento das despesas com os processos demissionais e admissionais decorrentes. Questão 2. “A lógica da geração de valor ao acionista vem ganhando força nas últimas décadas por uma série de fatores, sendo o principal a concentração das ações nas mãos de investidores institucionais, os quais exercem enorme pressão sobre os gestores das organizações em busca de um maior retorno sobre o investimento realizado nos papéis destas empresas. Como consequência, instaura-se nas empresas abertas uma nova mentalidade, segundo a qualtodas as práticas devem convergir para a valorização do preço de suas ações.” Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/gp/v15n2/a02v15n2. Acesso em: 9 jun. 2020. Neste sentido, podem ser consideradas práticas de geração de valor: I – Implementação de certificados ISO. II – Aumento no ritmo de trabalho a fim de obter mais resultados usando a mesma quantidade de horas trabalhadas. 159 LIDERANÇA: ATRIBUTOS E ATRIBUIÇÕES III – Diminuição de custos nos processos operacionais. IV – Plano de carreira bem estruturado e fundamentado. Está(ão) correta(s) apenas: A) I. B) I e II. C) II e III. D) I e IV. E) I, III e IV. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: os certificados ISO garantem padronização internacional seguindo critérios de qualidade, conformidade e segurança, elementos que agregam valor à companhia. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: o aumento da produção baseado no aumento do ritmo de trabalho deve gerar jornadas exaustivas que penalizam os stakeholders internos e expõe a empresa a um número maior de problemas operacionais. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: a diminuição de custos nos processos operacionais pode diminuir o ímpeto dos stakeholders internos e culminar em um processo inverso ao de geração de valor. Atividades com a finalidade de diminuir custos que podem e devem ser minorados não são nocivas, mas a diminuição de custos não necessariamente se configura como um processo de geração de valor. IV – Afirmativa correta. Justificativa: o plano de carreira é um dos elementos que mais estimulam os trabalhadores a permanecer na empresa. O sucesso da aplicação deste modelo tende a reter talentos e aumentar a entrega de cada um dos colaboradores para que os processos sejam devidamente realizados. 160 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 2 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 3 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 4 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 6 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 7 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 8 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 10 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 11 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 12 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 13 Grupo UNIP-Objetivo. 161 Figura 14 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 15 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 16 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 18 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 21 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 23 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 24 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 25 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 26 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 27 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 28 Grupo UNIP-Objetivo. 162 Figura 29 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 30 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 31 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 32 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 33 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 34 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 35 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 36 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 37 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 38 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 39 Grupo UNIP-Objetivo. 163 Figura 42 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 43 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 44 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 45 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 46 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 47 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 48 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 49 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 51 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 52 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 53 Grupo UNIP-Objetivo. 164 Figura 54 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 55 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 56 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 57 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 58 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 62 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 65 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 69 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 70 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 71 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 72 Grupo UNIP-Objetivo. 165 Figura 73 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 74 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 76 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 78 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 79 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 80 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 81 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 83 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 84 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 85 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 86 Grupo UNIP-Objetivo. 166 Figura 87 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 88 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 89 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 90 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 91 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 92 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 93 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 94 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 95 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 96 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 98 Grupo UNIP-Objetivo. 167 Figura 99 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 100 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 101 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 102 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 103 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 105 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 106 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 107 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 108 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 109 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 110 Grupo UNIP-Objetivo. 168 Figura 111 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 112 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 113 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 114 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 115 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 116 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 117 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 119 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 120 Grupo UNIP-Objetivo. Figura 121 Grupo UNIP-Objetivo. 169 REFERÊNCIAS Textuais AGUIAR, M. A. F. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Excellus, 1997. ALLEN, R. O processo de criação da visão. 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