Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ESTUDO DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA LOCAÇÃO DE 
OBRAS DE EDIFICAÇÕES 
 
Eduardo Vidal Magalhães da Silva 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Escola 
Politécnica, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, como parte dos requisitos 
necessários à obtenção do título de 
Engenheiro Civil. 
 
 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
 
Março de 2015 
 
ii 
 
Agradecimentos 
 
 
Dedico este documento a todos que torcem por mim. Especialmente àqueles que 
me acompanharam durante esses anos especiais de minha vida, entendendo 
alguns estresses e colaborando com o meu sucesso. 
 
Aos meus pais Antônio Carlos e Ieda Vidal, deixo registrado o quanto eu os amo e 
o quanto vocês são importantes na minha existência. Nada, absolutamente nada 
conquistaria sem as vossas presenças. Uma com o coração doce e puro e o Outro 
com o coração enorme e enérgico. Talvez seja essa a formula perfeita da boa 
educação. Muito obrigado! 
 
À minha Irmã Isabela Vidal, meu eterno agradecimento. Jamais esquecerei suas 
massagens nas vésperas dos vestibulares. Você é essencial em minha vida e 
estaremos juntos, como dois amigos fieis que se ajudam ao longo da existência. 
Muito obrigado! 
 
À minha vozinha Ernestina, que durante esse trabalho foi para o céu, registro aqui o 
quanto eu a amo. Tantos dias foram necessários para eu decorar a tabuada, mas a 
sua paciência e perseverança comigo ainda criança, junto com o seu exemplo de 
educação e carinho, me fizeram um ser humano melhor. Muito obrigado. 
 
Aos meus amigos da faculdade, registro a importância de vocês na minha vida 
acadêmica e pessoal. Foram tantas provas, tantos trabalhos, tanta correria que o 
incentivo e a ajuda de cada um de vocês serviram de combustível no decorrer 
dessa longa estrada. Todos vocês, de alguma forma, são especiais pra mim. Em 
especial ao Gabriel Leite que sempre esteve comigo, desde os tempos de colégio. 
 
Aos meus “ex-amigos” quero agradecer tantas brigas e encontros animados que 
tivemos durante esse tempo todo. Em especial, aos meus de infância: Daniel 
Moreira, Gustavo Maia e Marcel Loredo. A influência dos amigos é importante na 
vida de qualquer um e vocês, sem duvida nenhuma, me ajudaram a crescer. 
 
iii 
 
Aos meus companheiros do Grupo Espírita da Fé, registro a importância em minha 
vida. Temos aprendido o verdadeiro sentido da vida e a importância de sermos 
melhores a cada dia, com o objetivo único e exclusivo de sermos felizes. 
 
Ao meu orientador desse trabalho, Professor Jorge dos Santos, agradeço 
profundamente a sua atenção e educação desde os primeiros momentos. Muito 
obrigado. 
 
Por fim, cito uma frase de Santo Agostinho que resume uma excelente filosofia de 
vida e o meu sentimento por cada um: “A medida do amor é amar sem medida”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Silva, Eduardo Vidal Magalhães 
 Estudo dos avanços tecnológicos na locação de obra de 
edificações / Eduardo Vidal Magalhães da Silva - Rio de Janeiro: 
UFRJ/ Escola Politécnica, 2015. 
 XIII, 69 f. : il.; 29,7 cm 
Orientador: Jorge dos Santos 
 Projeto de Graduação - UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de 
Engenharia Civil, 2015. 
 Referências Bibliográficas: p. 68-69 
 1. Locação de obra. 2. Estação total. 3. GPS. I. Santos, Jorge 
dos. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, 
Curso de Engenharia Civil. III. Estudo dos avanços tecnológicos na 
locação de obra de edificações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como 
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
 
Estudo dos avanços tecnológicos na locação de obras de edificações 
 
Eduardo Vidal Magalhães da Silva 
 
Março/2015 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
Curso: Engenharia Civil 
 
A Indústria da construção se caracteriza pelo uso de técnicas executivas 
convencionais e apresenta certa resistência na adoção de inovações. Esta 
pesquisa tem por objetivo discutir a metodologia atual de locação em obras de 
edificações e citar os procedimentos executivos em outros ramos da Engenharia 
Civil. Falar da importância dessa etapa para a obtenção da conformidade de 
edificações. Apresentar o procedimento executivo utilizado atualmente para locação 
das estacas, estruturas e alvenarias, chamado de procedimento padrão de locação 
de obra de edificações e discutir as suas vulnerabilidades, abordando 
peculiaridades das construções e cuidados especiais que devem ser tomados para 
evitar não conformidades executivas. O estudo destaca também as consequências 
oriundas dos erros de locação, principalmente dos elementos estruturais e das 
alvenarias e os prejuízos financeiros, ambientais e organizacionais gerados, 
quando as não conformidades afetam a satisfação do cliente. Objetiva também 
propor uma metodologia de locação de obras de edificações alternativa, mediante o 
uso do Global Positioning System (GPS). 
 
Palavras-chave: Locação de obras, edificações, estação total, GPS. 
 
vi 
 
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of 
the requirements for the degree of Engineer. 
 
 
Studies of technological advances to locate building works. 
 
Eduardo Vidal Magalhães da Silva 
 
March/2015 
 
Advisor: Jorge dos Santos 
 
Course: Civil Engineering 
 
The building industry is characterized by using conventional executive techniques 
and presents some resistance in adopting innovations. This research aims to 
discuss the current methodology of location in building works; to mention the 
executive procedures in other branches of civil engineering; to talk about the 
importance of this stage to obtain quality in construction; to present the executive 
procedure used nowadays to locate the piles, structures anda masonry, called 
standard procedure of location of building works and to discuss their vulnerabilities 
by addressing the peculiarities by special constructions and the care that should be 
taken to avoid non executive quality. This study also presents the consequences 
that come from the wrong location, specially the structures elements and the 
masonry, and the financial, environmental and organizational losses generated 
when the non quality affects the customer satisfaction. This research aims to also 
propose a location methodology of alternatives building works, by using a Global 
Positioning System (GPS). 
 
Key-words: Location of civil works, buildings, total station, GPS. 
 
 
vii 
 
 
Sumário 
 
1 Introdução...........................................................................................................................1 
 1.1 Importância do tema...................................................................................................1 
 1.2 Objetivos.....................................................................................................................2 
 1.3 Justificativa da escolha do tema.................................................................................2 
 1.4 Metodologia................................................................................................................3 
 1.5 Estrutura do trabalho..................................................................................................4 
2 Contextualização................................................................................................................6 
 2.1 Etapa de locação de obra..........................................................................................6 
 2.2 Pré-requisitos necessários.........................................................................................6 
 2.3 Importância da locação de obra.................................................................................72.3.1 Locação das fundações................................................................................7 
 2.3.1.1 Fundações profundas..........................................................8 
 2.3.1.2 Fundações superficiais........................................................9 
 2.3.2 Locação dos elementos estruturais..............................................................9 
 2.3.3 Locação das vedações verticais..................................................................10 
 2.4 Peculiaridades das obras de edificações..................................................................11 
 2.4.1 Edifícios em concreto armado......................................................................11 
 2.4.2 Edifícios em concreto protendido.................................................................12 
 2.4.3 Edifícios com estrutura metálica..................................................................13 
3 Método padrão de locação de obra de edificações..........................................................14 
 3.1 Método do gabarito – tabuas corridas.......................................................................14 
 3.1.1 Serviços que antecedem a locação.............................................................14 
 3.1.2 Equipamentos e ferramentas necessárias...................................................16 
 3.1.3 Etapas executivas........................................................................................16 
 3.1.4 Mão de obra utilizada...................................................................................20 
 3.1.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................20 
 3.1.6 Vantagens e desvantagens do método........................................................23 
 3.1.7 Patologias geradas – Estudo de caso..........................................................24 
 3.1.7.1 Pilar da rampa da garagem.............................................................24 
 3.1.7.2 Pilares do Bloco 2...........................................................................28 
 3.2 Metodo dos cavaletes – Derivação...........................................................................29 
 3.2.1 Serviços que antecedem a locação.............................................................30 
 3.2.2 Equipamentos e ferramentas necessários...................................................30 
viii 
 
 3.2.3 Etapas executivas........................................................................................31 
 3.2.4 Mão de obra utilizada...................................................................................32 
 3.2.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................32 
 3.2.6 Vantagens e desvantagens do método........................................................32 
4 Tecnologia disponível para locação de obra.....................................................................34 
 4.1 Medidores eletrônicos de distância (MEDs)..............................................................34 
 4.2 Teodolitos digitais.....................................................................................................35 
 4.3 Estações totais..........................................................................................................35 
 4.3.1 Uso da estação total na construção civil......................................................36 
 4.4 Sistema de posicionamento global – GPS................................................................40 
 4.4.1 Uso do GPS na construção civil...................................................................41 
 4.4.2 Limitação do uso do GPS/GNSS.................................................................42 
 4.5 A tecnologia GPS-RTK como alternativa de locação de obras de 
edificação...............................................................................................................................43 
4.5.1 Apresentação da tecnologia GPS-RTK........................................................44 
 4.5.2 Tecnologia RTK/UHF...................................................................................45 
 4.5.3 Tecnologia RTK/GSM..................................................................................46 
 4.5.4 Comparação entre as tecnologias RTK/UHC e a RTK/GSM nas obras de 
edificações.............................................................................................................................47 
 4.5.5 Vulnerabilidades do processo......................................................................47 
 4.5.6 Avaliação dos custos...................................................................................48 
5 Incerteza de medições dos equipamentos de locação de obra de edificações................51 
 5.1 Precisão e erros da trena convencional....................................................................52 
 5.2 Precisão e erros da estação total..............................................................................53 
 5.3 Importância do processo de calibração ou renovação dos instrumentos.................54 
6 Estudo de caso – Uso da estação total para conferência de locação e qualidade dos 
elementos estruturais da edificação.......................................................................................56 
 6.1 Objetivo do estudo de caso.......................................................................................57 
 6.2 Metodologia Utilizada................................................................................................57 
 6.3 Contextualização do problema..................................................................................58 
 6.4 Ferramenta utilizada.................................................................................................60 
 6.5 Armazenamento de dados e geração de relatórios..................................................61 
 6.6 Resultados e melhorias no procedimento executivo.................................................62 
 6.7 Considerações finais do Estudo de Caso.................................................................64 
7 Considerações Finais........................................................................................................65 
 7.1 Técnicas de locação de obra difundidas no mercado...............................................65 
 7.2 Uso da estação total como alternativa de locação de obra......................................65 
ix 
 
 7.3 A tecnologia GPS/RTK como solução de locação de obra de edificação.................66 
 7.4 Sugestão para trabalhos futuros...............................................................................67 
Referências Bibliográficas......................................................................................................68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
 
Lista de figuras 
 
Figura 1: Análise mecânica do esforço normal transmitido às estacas devido a uma 
excentricidade.............................................................................................................8 
Figura 2: Interferência de recalque na estrutura devido a acréscimo de tensão na 
vizinhança.................................................................................................................15 
Figura 3: Esquema 3D do conjunto de tábuas corridas que formam o gabarito para 
a locação da obra.....................................................................................................17 
Figura 4: Esquema ilustrativo da locação de elementos estruturais na fôrma da laje 
com o auxílio de trenas e lápis de carpinteiro..........................................................19Figura 5: Alvenarias locadas e aguardando a realização da conferência para 
executar a elevação..................................................................................................23 
Figura 6: Projeto de fôrma da rampa de acesso ao subsolo do edifício 
SELETTO.................................................................................................................25 
Figura 7: Ilustração de uma não conformidade na locação do pilar P7B da rampa de 
acesso ao subsolo do edifício SELETTO.................................................................26 
Figura 8: Projeto de fôrma modificado da rampa de acesso ao subsolo do edifício 
SELETTO.................................................................................................................27 
Figura 9: Projeto de fôrma do segundo pavimento do edifício 
SELETTO.................................................................................................................28 
Figura 10: Representação do método dos cavaletes para locação de obras de 
edificação..................................................................................................................29 
Figura 11: Detalhamento da estrutura do cavalete utilizado para locação de 
obra...........................................................................................................................31 
Figura 12: Exemplo de estações totais comercializadas no 
mercado....................................................................................................................36 
Figura 13: Ilustração do processo de locação planimétrica com o uso da estação 
total...........................................................................................................................37 
Figura 14: Utilização da estação total na execução da estrutura 
metálica....................................................................................................................40 
Figura 15: utilização do GPS para locação de obra.................................................42 
Figura 16: Técnica RTK / UHF.................................................................................44 
xi 
 
Figura 17: Par de receptores GNSS ProMark 500 RTK L1/L2................................46 
Figura 18: Comparação do custo médio entre os equipamentos para locação de 
obra...........................................................................................................................50 
Figura 19: Diferença entre precisão e exatidão........................................................52 
Figura 20: Metodologia utilizada para conferir a locação e a qualidade dos 
elementos estruturais de uma edificação após a concretagem................................58 
Figura 21: Erros comuns envolvendo a locação e a qualidade da execução das 
estruturas de edificações..........................................................................................59 
Figura 22: Exemplo de relatório gerado pelo Software para desvios da face A de 
Vigas de uma edificação...........................................................................................62 
Figura 23: Comparação dos resultados de locação entre o 3º e o 4º Pavs da 
edificação teste.........................................................................................................63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xii 
 
Lista de tabelas 
 
Tabela 1: Preço de equipamentos GPS com tecnologia RTK..................................49 
Tabela 2: Classificação de estação total quanto a precisão.....................................54 
Tabela 3: Arquivo de saída de dados registrados na Estação Total........................60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiii 
 
Lista de Abreviaturas e Siglas 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
GNSS - Global Navigation Satellite System 
GPS - Global Positioning System 
MED - Medidor Eletrônico de Distancia 
RTK - Real Time Kinematic 
UHF - Ultra High Frequency 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1. Introdução 
 
1.1. Importância do tema: 
 
A locação de obra consiste em transportar o projeto para o terreno, respeitando 
todas as posições e dimensões pedidas em planta. Essa etapa é fundamental na 
construção porque ela representa a perfeita materialização do projeto. Nesse 
sentido, quando se erra, por exemplo, a posição de uma estaca, o arranjo de 
cargas que é distribuído no terreno, se modifica e sobrecarrega mais uma estaca 
do que outra dentro do mesmo bloco de coroamento. 
 
Da mesma forma ocorre também na etapa de montagem das estruturas na qual 
são posicionadas as fôrmas dos pilares, das vigas e das lajes. Esses elementos 
estruturais são calculados para receberem uma determinada carga estrutural e a 
locação correta é determinante para garantir a conformidade das mesmas. Erros 
de posicionamento de peças estruturais podem sobrecarregar outros elementos 
estruturais gerando patologias, podendo inclusive levar a estrutura ao colapso. 
Em alguns casos, quando o erro é percebido a tempo, é necessário executar 
reforço na estrutura, gastando-se tempo e dinheiro. 
 
Na etapa de marcação das alvenarias, a perfeita materialização do projeto é 
fundamental. Uma alvenaria locada errada diminui a dimensão de um 
determinado cômodo e aumenta de outro. A planta de arquitetura é realizada 
pensando na comodidade do usuário, nas possibilidades de uso de um 
determinado ambiente e as dimensões devem ser rigorosamente respeitadas, 
tanto por uma questão prática de usabilidade, quanto por uma questão filosófica 
e extremamente importante que é a satisfação completa do cliente. Por outro 
lado, mudanças dimensionais representam alterações na quantidade de metros 
quadrados comercializados, gerando desgaste e problemas jurídicos junto aos 
clientes. 
 
2 
 
Por fim, existe outra etapa de locação de obra que consiste no posicionamento 
das furações na laje, antes da concretagem, onde está previsto em projeto a 
passagem de instalações. Essas previsões são deixadas na fôrma para evitar 
quebrar o concreto endurecido. Dessa forma, são locadas as caixas de 
passagem de elétrica, os shafts, os ramais de esgoto e etc. Um erro, por 
exemplo, do posicionamento de um vaso sanitário pode inviabilizar a instalação 
do mesmo e obrigar o construtor a abrir um novo furo. Nesse mesmo sentido, o 
posicionamento de uma caixa de passagem de elétrica pode descentralizar a 
luminária no ambiente e obrigar o construtor a reposiciona-la. 
 
Um dos desafios da Construção Civil é diminuir a quantidade de entulho gerada. 
Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção 
Civil e Demolição (ABRECON), aproximadamente 66% do volume dos resíduos 
sólidos urbanos é composto pelos Resíduos da Construção Civil (dobro do 
volume de resíduos domiciliares). Uma das formas de se melhorar a geração de 
entulho na indústria da construção é executar a locação correta em todas as 
etapas. 
 
 
1.2. Objetivos: 
 
O Objetivo deste trabalho é analisar o atual modelo mais utilizado e considerado 
padrão no mercado de construção de edificações para a locação de obras, 
mostrando suas fragilidades e propondo melhorias. Identificar tecnologias 
alternativas existentes e realizar um estudo de caso com a utilização da estação 
total. Propor novas aplicações de uso do GPS na locação de obras de 
edificações. 
 
 
1.3. Justificativa da escolha do tema: 
 
3 
 
A Indústria da construção civil tem registrado problemas oriundos da má 
execução da locação de obra. São fundações executadas erradas em 
comparação ao projeto de fundações, elementos estruturais posicionados em 
não conformidade com o projeto estrutural, alvenarias posicionadas em não 
conformidade com o projeto de arquitetura e previsão para instalações 
hidráulicas deslocadas nas lajesem não conformidade com os projetos de 
instalações. 
 
As não conformidades são oriundas de falhas promovidas por mão de obra 
pouco qualificada, mas também das próprias vulnerabilidades apresentadas pelo 
método de locação de obras mais utilizado pelas construtoras e considerada 
pelo mercado como padrão. Nesse sentido, o estudo é a busca de melhorias em 
métodos de locação de obra de edificações e a identificação de métodos 
alternativos que utilizem equipamentos mais precisos e reduzam a 
vulnerabilidade e assumam importância significativa. 
 
 
1.4 Metodologia 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica 
como o apoio de livros, normas técnicas, catálogos de fabricantes, artigos de 
revistas, sites na internet e da bibliografia utilizada ao longo do curso de 
engenharia civil. Também foram obtidas informações de engenheiros que 
atualmente estão à frente de projetos de construção de edificações e que 
executam os métodos padrões para locações de obras e outros que buscam 
alternativas para o processo. 
 
Nesse sentido, será apresentado um estudo de caso feito a partir do uso do 
método padrão de locação de obras, apresentando uma não conformidade e 
suas consequências. Posteriormente, apresentaremos um estudo de caso com a 
utilização da tecnologia para fazer a conferência da locação dos elementos 
estruturais da edificação. 
4 
 
1.5. Estrutura do trabalho 
 
Para melhor organização e permitir ao leitor maior compreensão dos conceitos 
tratados, o conteúdo desse trabalho foi organizado em oito capítulos: 
 
O capítulo 1 apresenta a introdução geral do tema sendo realizadas 
considerações iniciais sobre o trabalho que englobam a importância e 
justificativa do tema, os objetivos a serem alcançados, a metodologia adotada e 
a estruturação do trabalho. 
 
O capitulo 2 trata da contextualização do tema. Apresenta o que é a locação de 
obra e a importância dessa etapa na construção. Aborda as peculiaridades de 
alguns tipos de construção e os fatores intervenientes na locação de obras de 
edificações. São abordados também alguns aspectos históricos da evolução da 
locação de obras de edificações. 
 
O capitulo 3 contempla a descrição da técnica mais utilizada pelas construtoras 
para a locação de obras de edificações. Descreve como ela é aplicada, os 
equipamentos utilizados, a mão de obra utilizada e sua especialização, 
dificuldades executivas, falhas do processo e patologias geradas nas obras. 
 
O capítulo 4 apresenta tecnologias existentes no mercado que podem ser 
aplicadas na locação de obras de edificações. Aborda a qualificação da mão de 
obra requerida, da exatidão, das tolerâncias, da precisão e da calibração. 
Vantagens e desvantagens considerando a locação de edificações. Será 
apresentado também a tecnologia GPS / RKT como alternativa para a locação 
de obras de edificações. Destaca-se os aspectos práticos de sua aplicação, os 
cuidados que devem ser tomados, as etapas que possibilitam a sua utilização, o 
custo e as dificuldades encontradas na sua utilização. É feita uma análise 
comparativa com a técnica convencional. 
 
No capítulo 5 é discutida a incerteza de medição de equipamentos de locação 
de obras. 
5 
 
 
O capítulo 6 apresenta um estudo de caso com a utilização de uma estação total 
para conferir a locação feita pelo método padrão utilizado pela construtora em 
uma obra de edificações. São apresentados e discutidos os erros encontrados, 
as dificuldades encontradas e as melhorias conquistadas no sistema. 
 
No capítulo 7 será composto pelas considerações finais do trabalho e serão 
apresentadas sugestões para trabalhos futuros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. Contextualização 
 
2.1. Etapa da Locação de Obra 
 
A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da 
edificação para o terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as 
paredes, as aberturas etc. Essa fase é importantíssima, pois determina o 
perfeito posicionamento da construção no terreno. 
 
Primeiramente, determina as posições corretas para executar as estacas e as 
escavações necessárias para concluir a fundação do edifício. Num segundo 
momento, pós-fundação, é a etapa de locar os elementos estruturais, ou seja, os 
pilares, as vigas e as lajes. Quando necessário, ainda nessa etapa, surge à 
necessidade de deixar previsões de passagem para instalações. Essas 
previsões são indicadas pelo sistema de locação, pois os compartimentos do 
empreendimento ainda não estão destacados. Por último, a marcação das 
vedações verticais. 
 
 Na fase de execução da locação da obra deve se adotar o máximo rigor 
possível. A presença do Engenheiro Civil nesta fase deve ser constante. Deve-
se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por 
um tempo razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de 
referência definitivos. 
 
A obra deverá ser locada com rigor, observando-se o projeto quanto à 
planimetria e à altimetria. Esta fase é tão importante que requer também um 
projeto cujo objetivo é definir as escavações e a posição das fundações. A 
planta de locação faz parte do conjunto de informações que compõe o projeto 
arquitetônico, alem do estrutural, do hidráulico, do elétrico (PADUA, 2012). 
 
 
 
2.2. Pré-requisitos necessários 
7 
 
 
Para dar o início à montagem do sistema de locação da obra e a locação 
propriamente dita, é necessário que algumas etapas já tenham sido encerradas. 
 
É interessante que o terreno esteja plano e nivelado de acordo com a primeira 
laje. Isso para evitar bota fora de solo e danificar o sistema montado, além de 
diminuir o fluxo de maquinas e caminhões no canteiro, preservando dessa 
maneira, a estrutura de madeira montada in loco. 
 
É importante também que o Engenheiro tenha definido os portões principais de 
entrada e saída de caminhões, a logística de armazenamento de material dentro 
do canteiro e tenha, portanto, um plano de ataque bem definido para iniciar a 
construção. Saber o que vai acontecer em cada trecho do canteiro de obra é 
fundamental para escolher o tipo de locação e a maneira como será feita a 
locação da obra. Por exemplo, em um determinado local onde está previsto a 
entrada e a saída de caminhões, não é possível instalar um gabarito de madeira, 
sendo necessário estudar alternativas, como o uso de cavaletes temporários e 
recursos tecnológicos como uma estação total, dependendo da complexidade da 
construção. 
 
 
2.3. Importância da locação de obra 
 
Essa etapa é a que possibilita iniciar a execução propriamente dita da obra. 
Depois de montado o sistema para locação da obra, inicia-se os serviços de 
fôrma e execução das fundações, depois de fôrma e concretagem da estrutura e 
posteriormente a marcação e elevação das vedações verticais. Dessa maneira, 
a construção vai se desenvolvendo e ganhando a forma esperada pela 
arquitetura. 
 
 
2.3.1. Locação das Fundações 
 
8 
 
Essa etapa é a mais complexa de todas, pois é a primeira etapa de locação de 
obra da edificação. Todas as demais referências de medição e locação da obra 
utilizará como base a locação inicial e por conta disso, erros de gabarito, pé 
direito, dimensionais, podem ocorrer. Nesse sentido, torna-se necessário não 
haver não conformidades nas locações iniciais, para que as não conformidades 
se acumulem durante as etapas da edificação. 
 
 
2.3.1.1. Fundações profundas 
A execução perfeita das estacas é fundamental para a sua eficiência e rigidez 
estimadas em projeto. Se ela for executada fora do posicionamento, pode gerar 
uma redistribuição de cargas (em caso de mais de uma estaca no mesmo bloco) 
ou uma excentricidade no bloco de coroamento. 
 
 
Figura 1: Ilustração do esforço normal transmitido às estacas devido a uma 
excentricidade. Fonte: O Autor (2015) 
9Durante essa etapa, não é recomendável utilizar o sistema convencional de 
locação, com o auxilio do gabarito, pois a movimentação das grandes máquinas 
pelo terreno pode danificar a estrutura montada no canteiro. 
 
Em grandes obras, costuma-se fazer a locação com o auxilio da topografia, 
marcando a posição correta das estacas. Essa técnica é a mais indicada, pois 
possui uma precisão maior do que o sistema convencional. Em alguns casos, é 
interessante ter dois instrumentos de topografia posicionando simultaneamente, 
aumentando a eficiência do posicionamento. 
 
 
2.3.1.2. Fundações Superficiais 
 
É necessário ter atenção à cota de arrasamento e ao posicionamento cartesiano 
das sapatas para obter centralidade da carga proveniente do pilar. Uma 
excentricidade do carregamento gera momento fletor na sapata. Como ela não 
foi projetada para isso e não possuiu nenhuma viga de equilíbrio, a estrutura 
pode romper. 
 
Para esses casos, pode-se utilizar o sistema convencional, pois há uma menor 
movimentação de máquinas pelo canteiro e o risco de danificar a estrutura de 
locação é menor. 
 
 
2.3.2. Locação dos elementos estruturais 
 
Nessa etapa ocorrem o procedimento de fôrma, armação e concretagem das 
vigas, dos pilares e das lajes. O correto posicionamento desses elementos vai 
garantir a distribuição das cargas esperadas em projeto. Um erro de locação de 
um pilar, por exemplo, sobrecarregará mais um do que outro. 
 
10 
 
Durante a execução das estruturas que servirão de fôrma para a concretagem 
das lajes, é necessário deixar a previsão das instalações, ou seja, prever a 
furação para passar as prumadas de esgoto, de águas pluviais, de água fria, os 
shafts de elétrica, as caixas de passagem de elétrica e etc. É preciso deixar 
essas previsões para evitar o retrabalho e a geração de entulho após a 
concretagem. Se essas furações forem locadas erradas, será inevitável o 
reposicionamento dos mesmos. As consequências são: 
 
1. Utilização de mão de obra específica (marteleteiro) 
2. Geração e gastos com entulho 
3. Perda de material 
4. Perda de tempo 
5. Atraso na obra 
6. Custos inesperados 
 
 
2.3.3. Locação das Vedações verticais 
 
As vedações verticais constituem elemento fundamental para o 
empreendimento. Elas delimitam os ambientes e proporcionam o arranjo que o 
arquiteto desenhou para o espaço. Dessa maneira, a locação das vedações 
verticais deve ser feita de maneira precisa, representando fielmente o projeto, 
obtendo por consequência, ambientes com as exatas medidas da planta baixa. 
 
Observa-se no mercado clientes insatisfeitos com as dimensões encontradas 
nos seus imóveis. Apesar de o Código Civil prever uma margem de tolerância de 
5% para mais ou para menos, as relações de consumo são regidas pelo Código 
de Defesa do Consumidor que tende a beneficiar o comprador. A divergência no 
entendimento sobre a margem de erro permite ao consumidor reclamar e 
receber indenização em caso de metragem menor que a prometida. 
 
 
11 
 
2.4. Peculiaridades das obras de edificações 
 
Existem alguns tipos de métodos construtivos para a estrutura de edificações. 
Será abordado nesse capítulo três, dos mais utilizados que são os edifícios em 
concreto armado, os edifícios em concreto protendido e os edifícios com 
estrutura metálica. Serão apresentados nos três casos quais são os fatores que 
determinam na escolha do método utilizado para locação de obra de edificações 
e as atenções que devem ser tomadas. 
 
 
2.4.1. Edifícios em concreto armado 
 
Esse método construtivo é atualmente o mais utilizado em edificações. O Brasil 
se destaca no cenário internacional como um país de obras fantásticas em 
concreto armado, tanto pela grandiosidade das estruturas como pela criatividade 
e arrojo em seus projetos (SOUZA, 2001). Essa técnica está tão desenvolvida 
que a sua produção hoje é feita em série, dividindo-se em equipe de carpinteiros 
que fazem as fôrmas, em equipe de armadores que farão o devido 
posicionamento das barras de aço dentro das fôrmas e da equipe de 
concretagem que fará o lançamento e o adensamento do concreto. 
 
Durante esse ciclo, os responsáveis pela locação dos elementos estruturais 
devem atuar de maneira precisa, marcando a posição para os carpinteiros 
posicionarem as fôrmas. Recomenda-se que seja um profissional experiente, 
como um técnico, um Mestre de Obras ou um Engenheiro. É importantíssimo 
que haja uma conferência por uma outra equipe, garantindo a perfeição da 
locação. 
 
Para esse tipo de construção, é comum a utilização do método tradicional de 
locação, que consiste na montagem de um gabarito dos eixos de referência no 
perímetro do canteiro e transferir esse gabarito para a estrutura assim que 
possível. É necessário ter a marcação do eixo de referência de projeto na fôrma 
12 
 
da laje e deixar um grampo de aço para, após a concretagem, ter a referência de 
um eixo em cada direção para locar os elementos estruturais da laje superior e 
as vedações verticais. 
 
Para se evitar o retrabalho já aqui mencionado, é preciso ter atenção na 
marcação das passagens de instalações pelas lajes e pelas vigas. Perfurar 
esses elementos após o endurecimento do concreto é danoso à estrutura e gera 
perdas por retrabalho. Nas garagens, muitas vezes, se torna necessário a 
previsão de passagem de instalações através da seção da viga. A maioria delas 
por conta dos sprinklers e dos ralos pluviais. É importante que essas esperas 
sejam posicionadas antes da concretagem, sempre com um diâmetro maior que 
o de passagem, preservando a seção do concreto armado. 
 
 
2.4.2. Edifícios em concreto protendido 
 
A utilização de armaduras protendidas em estruturas de concreto se consagrou 
no Brasil, nas ultimas décadas, como técnica construtiva. Esse fato pode ser 
comprovado através do grande número de obras civil realizadas, desde silos e 
tanques, passando por pontes e viadutos, até edifícios de todos os tipos, 
incluindo obras com mais de 40 anos (VERÍSSIMO, 1998). Foi a partir da 
década de 1970 que se iniciou a utilização de cabos internos (cordoalhas) 
ancorados por meio de cunhas. Esse sistema é interessante porque as 
cordoalhas diminuem a densidade de barras de aço na laje e permite realizar 
vãos maiores apoiados diretamente nos pilares (lajes planas). 
 
Para esse tipo de construção, também é comum a utilização do método 
tradicional de locação de obras. Vale a pena destacar que esse método 
construtivo, por ter uma menor quantidade de vigas, facilita a locação dos 
elementos estruturais, por se tratar de praticamente de pilares e vigas externas. 
 
13 
 
A locação deve ter uma atenção especial nesse método construtivo no 
posicionamento das fôrmas das instalações prediais, ou seja, das passagens de 
esgoto, shafts etc. É altamente não recomendável perfurar uma laje protendida. 
A presença das cordoalhas tensionadas dentro do concreto dificulta a 
perfuração, pois o rompimento de uma cordoalha pode causar riscos estruturais, 
além de a nova protensão ser extremamente trabalhosa. 
 
 
2.4.3. Edifícios com estrutura metálica 
 
A partir da década de 50 e 60 se iniciou a utilização dessa técnica no Brasil. Ela 
tem sido cada vez mais utilizada devido à rapidez de execução e montagem dos 
elementos. 
 
Primeiramente são montados os pilares e as vigas e posteriormente são 
executadas as lajes. Para o posicionamento dos pilares e das vigas, nesse 
sistema estrutural, é fundamental a utilização de um topógrafo e de uma estação 
total no canteiro de obras. 
 
Os elementos metálicos são içados com a ajuda de guindastes e gruas e 
posicionados. Antes de interligar um elemento no outro - atualmente com a 
utilização de cantoneiras e parafusos e não mais de solda devido a fatores 
climáticos e da dificuldade de soldar em grandes alturas - o topógrafo deve 
auxiliar o posicionamento, indicar o local certo e confirmara interligação. Não há 
possibilidade de se utilizar linhas mestras para esse tipo de modelo estrutural 
devido a incapacidade de trabalhar com elas em grandes alturas sem a 
presença das lajes. 
 
Com o início da concretagem das lajes, o topógrafo deve marcar os eixos 
principais de referência nas lajes para facilitar a marcação das vedações 
verticais. 
 
14 
 
3. Método padrão de locação de obra de edificações 
 
As construtoras, basicamente, utilizam uma metodologia para executar a 
locação da obra de edificações. O método é o mais antigo e o mais utilizado. 
Utilizam-se tabuas corridas na periferia da obra com os eixos do projeto 
marcados in loco. Será abordado também o método dos cavaletes, que é uma 
derivação do processo de tábuas corridas. O uso de equipamentos tecnológicos 
para realizar a locação de obra de edificações tem ganhado espaço no mercado 
e tem sido cada vez mais utilizados como ferramentas de auxilio e será 
abordado no próximo capitulo. 
 
 
3.1. Método do Gabarito – Tabuas corridas 
 
Esse é o procedimento executivo mais utilizado para se fazer a locação de obra 
de edificações. Consiste na marcação dos eixos do projeto em tábuas de 
madeira – através de uma referência - que ficam estrategicamente posicionadas 
na periferia do canteiro e toda a locação das fundações e da primeira estrutura é 
feita a partir desse gabarito. Apenas é permitida a retirada do gabarito quando 
os eixos principais são transferidos para a estrutura do prédio, tanto para locar o 
restante da estrutura quanto para servir de referência para locar as vedações 
verticais. 
 
Existe um método derivado do método apresentado à cima que é o processo 
dos cavaletes. Iremos abordar esse método ao final. 
 
 
3.1.1. Serviços que antecedem a locação 
 
 
(a) É importante que o terreno esteja limpo (capinado) e, preferencialmente, 
arrasado na cota das fundações (estacas ou sapatas). 
 
15 
 
É preciso preservar o posicionamento e a estrutura do gabarito para confiar nas 
marcações. Quanto menos movimentação de solo no canteiro, melhor. Até 
porque, se ainda for necessário movimentar solo, é preciso transitar com 
máquinas grandes como escavadeiras, mini-escavadeiras. Além do risco de 
choque dessas máquinas com a estrutura dos gabaritos, se a máquina passar 
perto dos pontaletes cravados, a compactação do solo ao redor vai movimentar 
as tábuas corridas, como mostrado na figura abaixo. 
 
 
Figura 2: Interferência de recalque na estrutura devido a acréscimo de tensão na 
vizinhança. 
Fonte: TEIXEIRA (1994) 
 
Nessa figura observamos o recalque que ocorre nas estruturas A e B, devido a 
compactação do solo entre as estruturas. De maneira análoga, quando um 
equipamento transita pela área de influência dos pontaletes, a compactação do 
solo gera danos na sua estrutura e, por consequência, altera o posicionamento 
do mesmo. 
 
(b) É necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto 
definido no terreno ou uma parede de construção vizinha ou uma 
referência próxima. 
 
A referência é importante porque será a partir dela que serão marcados os eixos 
do projeto no canteiro de obras, ou seja, que será montado o gabarito. 
 
16 
 
(c) Estudar e conhecer os projetos 
 
É preciso conhecer os projetos para traçar um plano de ataque para a obra. 
Dessa forma, toda a logística de construção e apoio deve ser prevista para 
iniciar a montagem do gabarito. Uma vez marcado os eixos, não se pode retira-
lo e recoloca-lo sem a devida conferência a partir da referência. É necessário 
estar definido o local de entrada e saída de caminhões, os locais de 
armazenamento de suprimentos, o refeitório, o escritório, o vestiário, banheiro, 
circulação de pessoas e máquinas. 
 
(d) Todos os equipamentos e ferramentas necessários para a montagem do 
gabarito e para a realização da locação devem estar providenciados. 
 
 
3.1.2. Equipamentos e ferramentas necessárias 
 
1. Teodolitos e níveis; 
2. Nível de mangueira; 
3. Trena de 30 ou 50 metros; 
4. Linhas de nylon; 
5. Nível de pedreiro; 
6. Pontaletes de pinho de 3” x 3”; 
7. Tábuas de pinho de 1” de espessura e largura de 15, 20 ou 30 cm; 
8. Prumo de centro; 
9. Tinta esmalte (cores vermelha e branca) 
10. Marreta, martelo e pregos. 
 
 
3.1.3. Etapas executivas 
 
17 
 
Tendo todos os equipamentos, ferramentas e materiais necessários e os pré-
requisitos atendidos, é o momento de iniciar a montagem do sistema inicial de 
locação, com a montagem dos gabaritos. 
 
 (a) Montagem do gabarito 
 
São cravados pontaletes de madeira de 1 em 1 metro ou de 1,5 em 1,5 metro ao 
redor da periferia do canteiro. Após a cravação dos pontaletes, pregar as tabuas 
corridas (ou travessas) nos pontaletes de madeira, perfeitamente alinhada, como 
na figura abaixo. É necessário nessa etapa, utilizar nível a laser ou mangueira 
de nível para auxiliar na manutenção do nível, além de garantir o perfeito 
esquadro. Quando o terreno tiver caimento elevado, a tabela passará a ser feita 
em degraus, acompanhando a configuração do mesmo, mas sempre em planos 
horizontais nivelados (AZEREDO, 1997). 
 
 
Figura 3: Esquema 3D do conjunto de tábuas corridas que formam o gabarito para a 
locação da obra. 
Fonte: Azeredo (1997). 
 
18 
 
 
Com a estrutura pronta, é necessário marcar os eixos do projeto nas travessas 
de madeira. É imprescindível ter o acompanhamento do Engenheiro responsável 
pela produção da obra e de um profissional experiente na frente do serviço. Se 
tiver previsto no orçamento, a ajuda de um topógrafo nessa etapa é fundamental 
para ter mais precisão. A partir do marco referencial, Transferem-se os eixos do 
projeto e marca-se inicialmente com o lápis de carpinteiro nas travessas. Após a 
conferência das marcações, é preciso pintar com tintas marcantes para garantir 
durabilidade. 
 
 
 
 (b) Locação dos elementos de fundação 
 
Para locar os elementos da fundação, é preciso retirar do projeto as 
coordenadas cartesianas do elemento e marcar no gabarito. Estica-se uma linha 
de nylon, nas duas direções simultaneamente. O cruzamento entre elas será a 
locação do elemento. Para transferir esse cruzamento para o terreno, é 
necessário utilizar um prumo de centro. 
 
 
 (c) Transferência dos eixos para a estrutura da edificação 
 
Concluída a locação das fundações, é preciso transferir os eixos do gabarito de 
madeira para a estrutura da edificação, permitindo a retirada da estrutura de 
madeira e a organização do canteiro. Por questão de praticidade, é transferido 
apenas um eixo em cada direção para a estrutura da edificação. É preciso 
escolher um eixo que tenha menos interferência com as vedações verticais e 
com os elementos estruturais. Dessa forma, minimiza as criações de eixos 
complementares nos pavimentos. Na fôrma das lajes, é deixado um grampo de 
aço para, após a concretagem, servir de mestra pros eixos no pavimento. 
 
19 
 
À medida que os pavimentos vão sendo concretados, é preciso ir transferindo os 
eixos para a laje de cima. Para tanto, é necessário utilizar um prumo de centro e 
pegar o eixo da laje de baixo, já concretada, para a superior. Caso o edifício seja 
baixo, torna-se possível e recomendável ter como referência a primeira laje e 
transferir sempre a partir dela, minimizando o erro acumulado. Essa etapa deve 
ser realizada por um colaborador experiente e caprichoso. Quanto mais alto for o 
edifício, maior o erro propagado. 
 
 
 (d) Marcação dos elementos estruturais da edificação e das vedações 
verticais 
 
Para fazer a locação dos elementos estruturais do edifício e das vedações 
verticais, utilizam-se linhas de nylon esticadas de um lado ao outro (linhas 
mestras) e as marcações são feitas com o uso de trena, lápis de carpinteiro e 
esquadro, como ilustra a imagem abaixo. 
 
 
Figura 4: Esquema ilustrativo da locação de elementos estruturais na fôrma da laje com 
o auxíliode trenas e lápis de carpinteiro. (Fonte: 
<http://www.clickinterativa.com.br/rooftop/execucao-de-alvenaria-marcacao/>. Acesso 
em: 12 Dezembro 2014.) 
 
O nível das lajes e das vigas costuma ser determinado com nível a laser ou com 
nível de mangueira, tomando como referência o piso da laje inferior. 
20 
 
 
 
3.1.4. Mão de obra utilizada 
 
Durante todas essas etapas, é preciso ter a atuação de profissionais 
competentes e experientes nesse tipo de execução. É preciso formar duas 
duplas. A primeira responsável pela locação e a segunda pela conferência. A 
primeira dupla deve ser formada por um Mestre de Obra - caso a obra tenha - ou 
um Encarregado de Obra e um carpinteiro, pois os processos envolvem 
montagem de estrutura em madeira. A segunda dupla deve ser formada pelo 
Engenheiro responsável pela produção ou algum auxiliar que ele venha a ter e 
outro carpinteiro. 
 
 
 
3.1.5. Vulnerabilidades do processo 
 
Essa metodologia utilizada para locação de obra é a mais utilizada e, por 
consequência, a mais bem dominada pelas construtoras e pelos agentes 
construtores. Por conta de ser uma técnica dominada, os erros são menores, 
mas ainda existem. Nessa etapa de construção, é imprescindível erradicar os 
erros para obter sucesso na edificação. 
 
Em todas as etapas de locação de obra de edificações, existe o risco de o 
colaborador errar a medida na trena. Como são várias medidas tiradas uma 
depois da outra, um momento de distração pode fazer o funcionário errar a 
locação. Por isso, é imprescindível ter concentração e realizar a conferência 
após as marcações. 
 
 (a) Falhas durante a locação das estacas 
 
21 
 
Durante a etapa de locação das fundações, pode acontecer do terreno não estar 
perfeitamente nivelado e ainda precisar movimentar material. Isso acontece pela 
pressa do construtor, querendo iniciar a execução das fundações. 
 
Se a fundação for do tipo estaca cravada, deve tomar cuidado com a 
movimentação do bate-estacas, uma máquina extremamente pesada, que 
poderia danificar a estrutura dos gabaritos. Vale a pena citar que a cravação de 
estacas gera vibrações no terreno e essa vibração pode modificar o 
posicionamento dos gabaritos. Recomenda-se que os pontaletes sejam 
cravados no mínimo 50 cm no solo e as tabuas corridas sejam rigorosamente 
fixadas. 
 
Caso seja necessário retirar o gabarito para a passagem de algum equipamento, 
é preciso reposiciona-lo com o mesmo rigor de antes. É comum vermos a 
retirada e o reposicionamento realizados com pressa e as falhas podem ser 
grandes. 
 
 
 (b) Falhas durante a locação da estrutura 
 
Uma vez que os eixos foram transferidos para a estrutura da edificação, a 
locação dos elementos estruturais deve ser feita tomando como referência o 
eixo principal. 
 
Nesse processo, as falhas decorrem basicamente quando as medidas são 
puxadas a partir de referencias diferentes. O correto é o locador esticar a trena 
sempre da linha de eixo principal. Em alguns casos, essa linha está distante do 
ponto do elemento locado e ele toma como referência outro elemento já locado. 
Por exemplo, para locar um pilar, ele retira do projeto a distancia desse pilar 
para outro, já posicionado, e não do eixo de referencia. Essa técnica é altamente 
não recomendável pois quando se erra uma vez, o erro é propagado pela 
edificação. 
22 
 
 
Outra falha comum nesse processo ocorre quando existem obstáculos que não 
permitem o locador esticar a linha de um lado a outro da laje. Ao invés de retirar 
os obstáculos (em alguns casos não sendo possível) ele desloca o eixo e 
compensa na cota do projeto. Essa medida deve ser feita com muita cautela, 
pois uma conta feita errada gera a falha. 
 
É importante citar que o carpinteiro, na hora de formar o pilar, a viga e a laje, 
deve considerar a espessura da fôrma, compensando a marcação feita pelo 
locador. 
 
 
 (c) Falhas durante a locação das alvenarias 
 
Nessa etapa ocorre o maior número de erros de locação. Existe uma tendência 
hoje do mercado de terceirizar a mão de obra, por uma série de motivos, mas 
principalmente para empreitar um serviço e ter o custo da obra mais bem 
controlado e diminuir as despesas administrativas. 
 
Na execução da marcação das alvenarias, a mão de obra terceirizada costuma 
tarefar o marcador, ou seja, remunera-lo de acordo com a sua produção. A 
consequência disso é uma produção rápida e nem sempre bem feita. Cabe ao 
construtor, conferir toda a locação da primeira fiada, antes de elevar a alvenaria. 
Isso é extremamente importante. Após a elevação da alvenaria, torna-se muito 
mais difícil a conferência por conta dos obstáculos causados pelas mesmas. 
 
A marcação da alvenaria deve ser iniciada com o pavimento totalmente limpo e 
organizado, como mostra a figura abaixo. Caso contrario, será necessário 
deslocar o eixo e compensar as distancias no projeto, aumentando a 
probabilidade de erros. Esse recurso é largamente utilizado em grandes 
pavimentos. Quanto maior a distância da marcação para a parede, maior a 
chance de acumular falhas. 
23 
 
 
 
Figura 5: Alvenarias locadas e aguardando a realização da conferência para executar a 
elevação. Fonte: (<http://www.pdg.com.br/imovel-print.php?idEmpreendimento=415>.
 Acesso em 14 Dezembro 2014.) 
 
Da mesma forma que na locação dos elementos estruturais da edificação, as 
vedações verticais devem ser locadas sempre a partir do eixo referencial fixados 
na laje. Jamais marcar uma parede a partir de outra para não acumular erro. 
Isso ocorre com frequência. Em caso de grandes pavimentos, é necessário 
transferir - do gabarito de madeira para a edificação - mais de um eixo na 
mesma direção. 
 
 
3.1.6. Vantagens e desvantagens do Método 
 
 (a) Vantagens 
 
O método dos gabaritos é mais barato em relação à utilização de tecnologia 
para a locação de obra. Ele gera um referencial planimétrico e altimétrico. Serve 
24 
 
para a locação de fundações profundas ou superficiais, elementos estruturais da 
edificação e para vedação vertical. Possui uma boa precisão em comparação ao 
método dos cavaletes, mencionado abaixo. 
 
 (b) Desvantagens 
 
Ele pode interferir na logística da obra, no que tange a escavação, entrada de 
equipamentos, entrada de caminhões, sequência executiva. Um trecho onde não 
foi possível montar o gabarito, deve ser executado posteriormente. Utiliza-se 
uma quantidade grande de madeira, um suprimento cada vez mais caro e 
valorizado na construção civil. 
 
Deve ser executado com o máximo de cuidado e requer funcionários experientes 
e capazes de exercerem essa função. 
 
 
3.1.7. Patologias geradas – Estudo de caso 
 
Será apresentado nesse tópico dois casos de falhas nas locações dos 
elementos estruturais do Edifício SELETTO, construído pela Construtora 
Norberto Odebrecht, na Barra da Tijuca. 
 
Para executar a locação, foi usado o método apresentado nesse capítulo, com a 
utilização de tábuas corridas na etapa de concretagem das primeiras lâminas e 
posteriormente, os eixos principais foram transferidos do gabarito de madeira 
para a estrutura da edificação. 
 
 
3.1.7.1. Pilar da rampa da garagem 
 
O Pilar P7B, central da rampa da garagem, que faz o acesso do segundo para o 
primeiro subsolo foi locado errado pelo Encarregado de Obra, responsável pelo 
25 
 
setor. O projeto original mostra a locação correta do elemento, como mostrado 
na figura 6. 
 
 
Figura 6: Projeto original de fôrma da rampa de acesso ao subsolo do edifício SELETTO. 
Fonte: O Autor (2015) 
 
Podemos observar que o Pilar P7B está centralizado com o eixo L e deslocado 
em 61 cm em relação aos eixos dos pilares P122 e P123. 
 
A execução do mesmo foi feita em não conformidade com o projeto de locação. 
O pilar P7B foi locado com o seu centro alinhado aos pilares P122 e P123, ou 
seja, com um erro de 61 centímetros como mostra a figura 7. 
 
26 
 
 
Figura7: Ilustração de uma não conformidade na locação do pilar P7B da rampa de 
acesso ao subsolo do edifício SELETTO. 
Fonte: O Autor (2015) 
 
O pilar P7B é um elemento que transfere cargas desde os pavimentos tipo até 
às fundações. A carga proveniente do mesmo, com a locação errada em 61 
centímetros, geraria uma excentricidade não levada em consideração no projeto. 
 
O erro de locação foi descoberto pelo Mestre de Obras. A causa foi erro de 
leitura de projeto. A pressa e a confiança fez com que o Encarregado de Obra 
errasse o posicionamento. 
 
Como o deslocamento foi na direção longitudinal da rampa, a solução 
encontrada pelos projetistas estruturais e pelo arquiteto foi aumentar a seção do 
27 
 
pilar P7B no sentido da rampa, não alterando a funcionabilidade da rampa, como 
mostra a imagem abaixo. 
 
 
Figura 8: Projeto de fôrma modificado da rampa de acesso ao subsolo do edifício 
SELETTO. 
Fonte: O Autor (2015) 
 
No solo da região existem camadas grandes de solos compressíveis. Por conta 
disso, foi necessário criar uma fundação com alta rigidez. Segundo BARATA 
(1986), para solos com alta compressibilidade, é fundamental projetar uma 
fundação rígida para que a interação solo-estrutura não gere recalques 
diferenciais excessivos. A solução utilizada para o projeto de fundações do 
Edifício Seletto Business DOC foi Estacas do tipo Franki com radier de 60 
centímetros. Uma fundação bastante rígida, calculada para ter recalques 
diferenciais mínimos. Por conta da alta rigidez das fundações, a alteração que 
28 
 
foi feita nas cargas que chegam às fundações não foi suficiente para demandar 
um reforço na mesma. 
 
 
3.1.7.2. Pilares do Bloco 2 
 
Toda a linha de pilares (P26B, P27B, P28B, P29B e P30B) do segundo 
pavimento do bloco 2 foi deslocada 10 centímetros em direção ao eixo W. A 
figura 9 representa o projeto original. 
 
 
Figura 9: Projeto de fôrma do segundo pavimento do edifício SELETTO. 
Fonte: O Autor (2015) 
 
A marcação da fôrma foi feita pelo Encarregado de Obra, responsável pelo local. 
Após a conferência pelo engenheiro de produção, ficou constatado a não 
conformidade. 
 
Seguindo as recomendações da ISO 9001 para não conformidades reais, foi 
feita a correção imediata para resolver o problema, ou seja, foi feita a correção 
da locação das fôrmas e estudou-se as causas raiz para o problema não ocorrer 
novamente. Descobriu-se que o eixo W não pode ter sido tomado como 
referência, pois havia obstruções no canteiro que impediam esticar a linha de 
29 
 
nylon. Com isso, o Encarregado de Obras, transferiu as cotas de outro eixo, do 
eixo X e errou na marcação. 
 
 
3.2. Método dos cavaletes – Derivação 
 
O método dos cavaletes é uma derivação do método apresentado à cima. 
Consiste na montagem da estrutura de marcação do alinhamento dos elementos 
que serão locados, como mostra a figura 10. Ele é utilizado quando não há 
possibilidade de montar a estrutura das tábuas corridas ao longo da periferia 
completa da obra ou quando a construção tiver trechos espaçados de 
construção e não houver necessidade de existirem eixos desenhados que não 
serão utilizados para locação de nenhum elemento de obra. Por exemplo, na 
construção de um galpão, apenas é necessário ter a locação no alinhamento 
das fundações e não é preciso distribuir eixos pela periferia do canteiro. Na 
construção de um edifício de pequeno porte, é mais prático marcar os 
alinhamentos das fundações, dos elementos estruturais e das alvenarias, não 
havendo sentido marcar todos os eixos do projeto de arquitetura. 
 
 
Figura 10: Representação do método dos cavaletes para locação de obras de edificação. 
Fonte: Concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (2011) 
30 
 
 
 
3.2.1. Serviços que antecedem a locação 
 
No método dos cavaletes é necessário ter a região dos cavaletes isolada 
durante o processo de marcação dos eixos e da locação da obra devido à 
fragilidade da estrutura dos mesmos. Qualquer movimentação de solo próximo 
ao local, ou até mesmo um pontapé, pode facilmente alterar a posição original. 
 
O engenheiro deve definir um plano de ataque para a locação e dessa forma, 
apenas os eixos que serão utilizados na locação serão desenhados na madeira 
do cavalete. Por exemplo, se o plano de ataque for iniciar a locação das sapatas 
de uma determinada região A da obra, os cavalete serão montados apenas 
nessa localidade e o restante da obra continua aberta para outros serviços, 
como por exemplo, movimentação de solo com uso de equipamentos. 
 
 
3.2.2. Equipamentos e ferramentas necessários 
 
O método apresentado é mais simplificado que o método anterior apresentado. 
Dessa forma, ainda que seja recomendado o uso de uma estação total para o 
correto posicionamento dos cavaletes no canteiro de obras, o processo costuma 
ser realizado apenas com o uso das ferramentas básicas de aferição. 
 
1. Nível de mangueira; 
2. Trena de 30 ou 50 metros; 
3. Linhas de nylon; 
4. Nível de pedreiro; 
5. Estacas de madeira (3 x 3) cm 
6. Travessas de madeira 
8. Prumo de centro; 
9. Tinta esmalte (cores vermelha e branca) 
31 
 
10. Marreta, martelo e pregos. 
 
 
3.2.3. Etapas executivas 
 
 (a) Montagem dos cavaletes 
 
A montagem dos cavaletes é feita com duas estacas de madeira, cravadas no 
solo e uma travessa pregada sobre elas (AZEREDO, 1997), como mostra a 
figura 11. 
 
 
Figura 11: Detalhamento da estrutura do cavalete utilizado para locação de obra 
Fonte: (<http://www.ecstconstrucoes.com/2014/06/locacao-da-obra.html>. Acesso 
em: 18 Dezembro 2014.) 
 
 (b) Posicionamento dos cavaletes 
 
Os alinhamentos são fixados por pregos cravados em cavaletes. Esses 
alinhamentos constituem a locação dos elementos de obra, ou seja, das 
fundações, depois dos elementos estruturais e, por último, das alvenarias. 
 
É preciso ter o máximo de cuidado para não modificar esses alinhamentos. 
Deslocando-se o cavalete sem que tal seja notado, a parede ficará fora do 
alinhamento previsto, assim como o nivelamento será precário (AZEREDO, 
1997). 
 
32 
 
Dessa forma, o próprio posicionamento dos cavaletes constitui a locação dos 
elementos de construção. 
 
 
3.2.4. Mão de obra utilizada 
 
Os responsáveis pelo serviço devem ser capazes de trabalhar com as 
ferramentas mencionadas à cima. No mercado, costuma-se utilizar um 
carpinteiro experiente, pois assim como no método de locação de obra 
apresentado em 3.1, uma não conformidade é sinônimo de retrabalho ao longo 
da construção. 
 
 
3.2.5. Vulnerabilidade do processo 
 
AZEREDO (1997) determinou que a maior fonte de não conformidades no 
processo dos cavaletes está no deslocamento dos cavaletes após a marcação e 
cravação dos mesmos no terreno. Os cavaletes podem ser facilmente 
deslocados por batidas de carrinhos de mão, pontapés, movimentação de solo. 
 
A perda do alinhamento gera paredes fora de esquadro e no decorrer da obra, 
será necessário recuperar o esquadro da parede utilizando um ponto mais 
grosso no emboço. A consequência é o gasto de mais material ou então na 
perda de qualidade. 
 
 
3.2.6. Vantagens e desvantagens do método 
 
 (a) Vantagem 
 
A vantagem do uso do método dos cavaletes em relação ao método das tábuas 
corridas está no custo do processo. O método dos cavaletes utiliza uma menor 
33 
 
quantidade de material e requer uma mão de obra menos experiente em relação 
ao método do gabarito, pois a montagem do primeiro não é tão complexa 
quando a do segundo. 
 
Em pequenas obras, é possível montar os cavaletes em um nível baixo em 
relação ao solo, ou seja, a 20, 30, 40 centímetros do solo. Dessa forma, se 
ganha precisão no processo de transportar a locação de um elemento para o 
terreno, com a utilização do prumo. 
 
 (b) Desvantagem 
 
A desvantagem do processo está na vulnerabilidade quanto às interferências no 
posicionamento do cavalete. Essas estruturascostumam ser frágeis e facilmente 
deslocáveis. 
 
Esse método apenas é recomendado para pequenas edificações, onde não haja 
muitos elementos a serem locados. Fundações complexas, com blocos de 
coroamentos, estruturas da edificação com muitos elementos e edifícios com 
muitas alvenarias, requerem um sistema de locação mais complexo e inviabiliza 
o processo dos cavaletes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
4. Tecnologia disponível para locação de obra 
 
Apoiados no desenvolvimento da eletrônica e da computação nas ultimas 
décadas, surgiram os equipamentos eletrônicos para medir ângulos e distâncias, 
proporcionando um grande avanço nas tecnologias de obtenção e 
processamento dos dados de campo. O emprego dos distanciômetros 
eletrônicos viabilizou a medição de maiores distâncias com grande precisão 
(TAVARES, 1998 apud SOUZA, 2001). O aparecimento das estações totais, 
reunindo num único equipamento um teodolito eletrônico e um distanciômetro 
eletrônico é considerado como um marco extremamente significativo em toda a 
história da topografia. 
 
 
4.1. Medidores eletrônicos de distância (MEDs) 
 
Segundo RODRIGUES (2003), o distanciômetro é um instrumento eletrônico 
acoplado ao teodolito e alimentado por uma bateria. O operador mirava em um 
prisma refretário no ponto topográfico e disparava um raio laser infravermelho do 
instrumento que retornava ao mesmo com a velocidade da luz (297.600 K/S), 
registrando, assim, a distância percorrida com uma precisão de tr6es casas 
decimais. 
 
O aparecimento do distânciômetro eletrônico (MED) foi um dos mais importantes 
avanços em instrumentação de toda a história da topografia (WOLF & 
BRINKER, 1994). O primeiro MED foi construído pelo físico sueco Erik 
Bergstrand em 1948 e foi resultado de pesquisas dedicadas a melhorar os 
métodos para medir a velocidade da luz. O aparecimento dos MEDs 
revolucionaram a técnica dos procedimentos utilizados nos levantamentos 
topográficos (SCHOFIELD, 1993). 
 
35 
 
De acordo com SILVA (1993), além de facilitar a medição, os MEDs permitiram 
melhorar a qualidade das medidas. A precisão saltou da ordem do milímetro 
para décimos de milímetros. 
 
Esse instrumento era utilizado para fazer levantamentos topográficos. Não era 
portanto utilizado para realizar locação de obra. Foi necessário incrementar os 
equipamentos topográficos para que os mesmos servissem como equipamentos 
de locação. Segundo RODRIGUES (2003), a maior dificuldade dos 
distânciometros estava no tamanho da sua bateria. A mesma pesava mais de 
quarenta quilos e era necessário ser transportada por algum veículo ou animais. 
 
 
4.2. Teodolitos Digitais 
 
Fundamentada nos teodolitos ótico-mecânico durante vários séculos, a 
topografia sofreu, depois do aparecimento dos MEDs, uma segunda inovação 
importante que foi o aparecimento dos teodolitos eletrônicos na década de 70 
(SILVA, 1993). A diferença básica entre os teodolitos eletrônicos e os teodolitos 
clássicos é da substituição do leitor ótico de um circuito graduado por um 
sistema de captadores eletrônicos. Uma outra característica importante é a 
existência de um compensador eletrônico que permite corrigir, de forma 
automática, os erros de calagem do eixo vertical do instrumento (SILVA, 1993). 
Os teodolitos eletrônicos possibilitaram a conexão direta aos MEDs dando 
origem às estações totais. 
 
 
4.3. Estações totais 
 
Uma estação total combina três componentes básicos: um MED, um teodolito 
eletrônico e um microprocessador, formando um equipamento único (WOLF & 
BRINKER, 1994). As estações totais podem medir automaticamente ângulos 
horizontais e verticais e distâncias inclinadas e calcular instantaneamente as 
36 
 
distâncias horizontais e verticais e apresentar os resultados em um visor de 
cristal liquido. Os dados podem ser armazenados em dispositivos do próprio 
equipamento ou em coletores de dados externos. 
 
A figura 12 apresenta algumas das estações totais existentes no mercado. 
 
 
Figura 12: Exemplo de estações totais comercializadas no mercado 
Fonte: SOUZA (2011) 
 
4.3.1. Uso da Estação Total na construção civil 
 
As estações totais permitem a locação de pontos no campo a partir da medida 
de ângulos e distâncias ou coordenadas. O instrumento calcula, com base na 
posição do prisma, a magnitude e direção do mesmo para atingir a posição 
37 
 
desejada, como mostra a figura 13. Inicialmente, grava-se na estação total a 
posição que ela se encontra e essa posição servirá como referência para todas 
as outras. Após esse passo, cria-se na estação total um ponto novo a ser locado 
no canteiro e marca as coordenadas do mesmo na memória interna do 
equipamento. Essas coordenadas são retiradas do projeto de locação. 
 
 
 
Figura 13: Ilustração do processo de locação planimétrica com o uso da estação total. 
Fonte: VIEGA (2000 apud SOUZA 2001) 
 
O próximo passo é encontra-lo no canteiro com o auxilio da estação total. Isso é 
feito em duas etapas: 
 
 1 – Alinhamento do ângulo horizontal até zero. 
 
Com as coordenadas do ponto salvas na estação total, o operador precisa zerar 
o angulo horizontal. Dessa forma, é determinado o alinhamento do ponto a ser 
encontrado. 
 
 
 2 – Distância da estação total até o prisma refletor. 
 
Essa etapa é a mais demorada do processo, pois exige uma boa comunicação 
entre o operador da estação total e do operador do prisma refletor. Quando a 
38 
 
estação total calcula a distância até o prisma através do comendo “distance” 
clicado pelo operador, ela vai dizer a distância da estação total até o prisma. Se 
essa distância foi negativa, significa que o prisma deve se afastar da estação 
total. Caso a distância seja positiva, o prisma deve se aproximar da estação 
total. 
 
Esse processo claramente requer paciência e dedicação dos operadores, visto a 
demora de uma medição para a outra e das inúmeras tentativas até encontrar a 
locação correta de determinado elemento. 
 
Essa tecnologia tem sido cada vez mais utilizada pelas construtoras em obras 
de edificações por conta do aumento do seu domínio, da sua precisão e 
confiabilidade no processo. Essa tecnologia é mais cara em comparação ao 
método convencional de locação de obras, apresentado neste trabalho, porque 
requer equipamentos caros e mão de obra especializada. Entretanto, nas etapas 
de execução da fundação, principalmente, essa tecnologia tem se mostrado 
eficiente. 
 
A execução de fundações profundas normalmente é feita com o terreno 
desnivelado, onde a montagem das tábuas corridas seria prejudicada. Nesses 
casos em que a planimetria é mais importante, o uso da estação total é 
fundamental para locar com precisão a posição das estacas. 
 
No caso de edificações com subsolos, a opção de executar as estacas antes do 
bota-fora tem sido cada vez mais utilizada pelas construtoras para facilitar a 
movimentação do equipamento de execução das estacas, normalmente muito 
grandes. Posteriormente, é feita a retirada do solo até o nível da primeira laje e 
as estacas são arrasadas até as cotas de projeto, ou seja, dos blocos de 
coroamento. Nesse caso, a montagem dos gabaritos pra executar as estacas e 
posteriormente realizar a desmontagem para fazer bota fora e a nova montagem 
para executar as lajes do subsolo também não é a melhor opção pelo gasto de 
39 
 
mão de obra e material para se ter um serviço com menor exatidão e maior 
tempo de execução. 
 
Uma economia nessa etapa da obra não é desejável do ponto de vista que uma 
não conformidade com o projeto de locação das estacas pode gerar prejuízos 
muitos maiores do que as economias. 
 
Para essas características de edificação é recomendável utilizar uma estação 
total: 
 
a) Terrenos desnivelados; 
b) Utilização de fundações profundas; 
c) Edificação com subsolo; 
d) Obras de grande porte, com muitas estacas. 
 
Após a execução das fundações, e inicio daconcretagem da primeira laje, é 
necessário, muitas vezes, montar o sistema de tábuas corridas para auxiliar em 
locações futuras e transferir os eixos do projeto para a estrutura da edificação. 
Nessa etapa, é importante que a topografia faça essas marcações, para 
aproveitar a precisão e confiabilidade dos equipamentos. 
 
Dessa forma, atualmente, as construtoras têm utilizado na produção de obra a 
topografia para locar as fundações e para montar os gabaritos de madeira, ou 
seja, é uma mistura de tecnologia com técnica antiga. Após o início de 
concretagem das lâminas, a locação passa a ser feita pelos eixos do projeto 
marcados nas lajes. 
 
Nas obras de estrutura metálica, a estação total tem se tornado o componente 
principal para realizar a locação da estrutura. As peças são içadas e o topógrafo 
indica a posição correta para o montador. Construções em estrutura metálica 
exigem precisão milimétrica. Quem garante essa conformidade de medidas é a 
equipe de topografia, que trabalha no canteiro em tempo integral. São eles os 
40 
 
responsáveis por conferir o nivelamento, alinhamento e prumo da estrutura, 
obedecendo aos padrões de qualidade. 
 
A topografia é utilizada ainda nas obras de infraestrutura, como pontes, 
barragens, estradas, portos etc. A sua grande vantagem está na precisão e 
confiabilidade. Nas obras de grande porte é preciso ter esses instrumentos para 
acelerar a execução das estruturas sem perder qualidade. Além disso, trabalha-
se com grandes distâncias, dificultando a utilização de ferramentas como trenas 
e linhas de nylon. 
 
Na figura 14, podemos observar a execução de uma estrutura metálica com o 
auxílio de uma estação total trabalhando em tempo integral com a equipe de 
montagem dos elementos estruturais. 
 
 
Figura 14: Utilização da estação total na execução da estrutura metálica. 
Fonte: (<http://construcaoemtemporecorde.com.br/diariodaobra/a-organizacao-do-
canteiro-da-obra/>. Acesso em 3 Janeiro 2015.) 
 
 
 
4.4. Sistema de Posicionamento Global – GPS 
41 
 
 
O GPS é um sistema de navegação por satélite desenvolvido pela Força Aérea 
dos EUA durante as décadas de 70 e 80 e colocado em operação na década de 
80. De acordo com HOFMANN-WELLENHOF ET AL (1997), o GPS foi 
estabelecido basicamente para proporcionar ao usuário a capacidade de 
determinar a sua posição, expressa, por exemplo, pela latitude, longitude e 
altitude. Pode ser usado em quaisquer condições meteorológicas para 
determinar posição, velocidade e tempo em relação a um sistema de referência 
definido para qualquer ponto sobre ou próximo da superfície da terra (WOODEN 
1985 apud SEGANTINE, 1999). Tem se constituído no melhor sistema de 
navegação implantado a nível mundial, ternando-se uma grande revolução na 
arte de posicionar qualquer objeto sobre ou próximo à superfície terrestre 
(SEGANTINE, 1999). 
 
HOFMANN-WELLENHOF ET AL (1997) apresentam da seguinte forma, os 
fundamentos do sistema: o GPS pode ser entendido como um sistema de 
medição de distâncias a partir da posição de um satélite no espaço até um ponto 
de posição não conhecida na superfície da terra, mar, ar ou espaço. Estas 
distâncias são medidas a partir de um sinal horário transmitido pelo satélite que 
também transmite simultaneamente a sua posição estimada. As distâncias são 
derivadas da medida do tempo de deslocamento e velocidade ou da medida da 
fase do sinal emitido. 
 
 
4.4.1. Uso do GPS na construção civil 
 
Na construção civil a sua utilização tem sido em obras abertas, como na 
construção de rodovias, ferrovias, portos, obras de infraestrutura, por conta da 
utilização de sinais enviados pelos satélites e da necessidade de estar em um 
campo aberto para o sistema ser mais eficaz. 
 
42 
 
Os aparelhos possuem precisões baixa para a locação de edificações. O 
equipamento Leica Zeno 10, por exemplo, possui precisão da ordem de 0,4m. 
 
Na figura 15, observa-se um operador locando a posição de uma rede de 
abastecimento de água. 
 
 
Figura 15: utilização do GPS para locação de obra. Fonte: 
(<http://www.agrimensordofuturo.com/post.cfm?post=Como%20utilizar%20o%20seu%20
GPS%2FGNSS%20RTK&id=4>. Acesso em 4 Janeiro 2015.) 
 
 
4.4.2. Limitação do uso do GPS / GNSS 
 
Em teoria, o GNSS apresenta posições de ponta em 3d pelo dia inteiro (24 
horas), sob quaisquer condições climáticas. Entretanto, apesar disso, o sistema 
tem algumas restrições (SEGANTINE, 2001). 
 
A captação dos sinais emitidos pelo sistema GNSS e uma atividade realizada 
quase em sua totalidade a “ceu-aberto”. Geralmente, as antenas receptoras são 
43 
 
posicionadas em locais que não exista obstrução para a captação de sinais, ou 
seja, locais onde se deseja conhecer suas coordenadas. Devem-se evitar locais 
que de alguma forma existam obstáculos que dificultem a recepção integral dos 
sinais pelas antenas ou objetos que interfiram na qualidade do sinal 
originalmente adotado. Estes efeitos certamente interferem na qualidade do 
resultado final das coordenadas dos pontos medidos. (TONIOLO et al., 2013). 
 
 
4.5. A tecnologia GPS / RTK como alternativa de locação de obras de 
edificações 
 
Na prática com o GPS você pode fazer dois tipos de levantamento. O mais 
comum é o pós-processado, com a utilização de pelo menos um par de 
receptores. Um na base (ponto previamente conhecido) e outro de 
levantamento. O profissional percorre os pontos a levantar gravando 
informações transmitidas pelos satélites por um intervalo de tempo, pelo 
processo de posicionamento conhecido como “stop and go” . Após o término dos 
trabalhos de campo, descarregam-se as leituras gravadas nos dois receptores 
em um computador e processa os dados em um programa específico, só aí irá 
saber se obteve êxito nos resultados calculados, ou terá que repetir parte do 
serviço de campo (RIBAS, 2010). 
 
O outro tipo de levantamento é o chamado RTK. Um receptor GPS RTK (Real 
Time Kinematic) é aquele que provê o posicionamento relativo cinemático em 
tempo real. É uma técnica que vem evoluindo rapidamente e que permite ao 
operador obter informações, diretamente no campo, sem a necessidade de pós-
processamento, e atingir uma posição centimétrica (RODRIGUES, 2012). 
 
A tecnologia do GPS é largamente utilizada pelos civis e consiste em um 
aparelho receptor de sinais enviados dos satélites e através deles, calcula-se a 
posição do equipamento com referências geodésicas. Ou seja, ele é capaz de 
registrar a posição do equipamento através das coordenadas globais. Apenas 
44 
 
esse processo não é suficiente para locar pontos no terreno, uma vez que não 
há possibilidade de encontrar uma cota conhecida de projeto. Ou seja, esse 
processo é suficiente para registrar pontos e não para loca-los. A tecnologia 
RTK é a solução para essa limitação e permite uma troca de informações 
“online” com o operador. 
 
 
4.5.1. Apresentação da tecnologia GPS – RTK 
 
Essa solução requer dois equipamentos receptores trabalhando juntos. A 
tecnologia GPS RTK permite trocar informações entre o equipamento receptor 
posicionado em uma referência fixa do canteiro com um equipamento receptor 
móvel utilizado para executar a locação dos pontos. A figura 16 ilustra esse 
processo de troca de dados. Essas informações são trocadas de maneira 
“online”, através de sinais de rádio ou com o uso da tecnologia GSM. Os 
próprios aparelhos com essa tecnologia possuem um emissor e um receptor 
para esses tipos de ondas. Segundo GUANDALINI (2012) no Brasil, 95% da 
utilização da tecnologia GPS RKT é feita com ondas de rádio. 
 
 
Figura 16: Técnica RTK / UHF 
45 
 
Segundo SEGANTINE (2005), o RTK é baseado nos seguintes preceitos: 
 
1- Na transmissão de dados de correção (fase e pseudodistancia) oriundos de 
uma estação de referencia para antenas remotas utilizadas por usuários, em 
tempo real; 
 
2- Na resolução das ambiguidades das antenas receptorasremotas de forma 
“on the way” ou “on the fly”; 
 
3- Na determinação segura de vetores, entre a estação de referencia e as 
posições da antena remota, em tempo real ou quase real. 
 
 
4.5.2. Tecnologia RTK / UHF 
 
Essa solução para locação de obras de edificações envolve o uso de um 
aparelho GPS, que possua a tecnologia RTK / UHF. UHF (Ultra High Frequency) 
é uma tecnologia difundida que usa ondas de rádio para trocar informações 
entre os receptores GPS. 
 
A estação base retransmite a fase da portadora que ela mediu, e as unidades 
móveis comparam suas próprias medidas da fase com a recebida da estação de 
referência. Isto permite que as estações móveis calculem suas posições 
relativas com precisão milimétrica, ao mesmo tempo em que suas posições 
relativas absolutas são relacionadas com as coordenadas da estação base. 
 
Esta técnica exige a disponibilidade de pelo menos uma estação de referência, 
com as coordenadas conhecidas e dotadas de um receptor GNSS e um rádio-
modem transmissor, como mostra a figura 17. A estação gera e transmite as 
correções diferenciais para as estações móveis, que usam os dados para 
determinar precisamente suas posições. 
 
46 
 
 
Figura 17: Par de Receptores GNSS ProMark 500 RTK L1/L2. 
Fonte: (<http://www.agrimensordofuturo.com/?p=4>. Acesso em 18 Janeiro 2015) 
 
Na locação de obras de edificações, não é necessário instalar um transmissor 
de radio externo. Os aparelhos GPS com tecnologia RTK/UHC possuem um 
transmissor interno de aproximadamente 1 watt de potencia, que abrange uma 
distância de, em média, 4 quilômetros. Sendo assim, para locação de 
edificações, atende a necessidade. 
 
 
4.5.3. Tecnologia RTK / GSM 
 
A técnica RTK / GSM surgiu na Alemanha, em 2003. Neste país, é muito caro 
utilizar um canal de rádio devido a pouca oferta de canais e restrições pelo 
governo. Dessa forma, foi desenvolvida a técnica que utiliza sinais GSM (Global 
System for Mobile Communication). Essa técnica utiliza sinais de telefonia 
celular para fazer a comunicação entre as receptoras base e a móvel. Dessa 
forma, não utiliza ondas de rádio e precisa que haja antenas de celular em seu 
raio de alcance. 
 
47 
 
Na união europeia estima-se que o uso da técnica RTK / GSM é de 95% 
enquanto que a técnica RTK / UHF apenas 5%. O mercado americano chegará 
nesta proporção no final de 2013; no Brasil o uso da técnica RTK / GSM não é 
superior a 1% quando comparado ao uso da técnica RTK / UHF. Esta vem 
sendo utilizada devido a não dependência de nenhum serviço adicional, exceto 
seus próprios equipamentos (GUANDALINI, 2012). 
 
 
4.5.4. Comparação entre as tecnologias RTK/UHC e a RTK/GSM nas 
obras de edificação 
 
A tecnologia UHC é mais antiga que a tecnologia GSM. A primeira utiliza 
transmissores de rádio para fazer a intercomunicação entre as receptoras do 
GPS e a segunda utiliza um chip GSM nas receptoras - o mesmo utilizado nos 
celulares - para emitirem um sinal até a antena de telefonia e essa retransmitir o 
sinal para a segunda. O diferencial da tecnologia GSM está na possibilidade de 
fazer comunicação em grandes distâncias e com obstáculos entre as receptoras. 
 
Como os sinais GSM são emitidos pela receptora e retransmitidos pela antena 
de telefonia, basta que no local tenha cobertura GSM. Em obras grandes, onde 
há obstáculos no meio, como montanhas, muitas árvores, construções, essa 
opção é a única para viabilizar o processo. 
 
A tecnologia UHC, que utiliza os sinais de radio para realizar as correções de 
posicionamento entre as receptoras GPS, possuem no mercado equipamentos 
com os transmissores de rádio embutidos que possuem alcance de 
aproximadamente 4 quilômetros. Sendo assim, nas obras de edificação, em sua 
maioria, essa tecnologia é suficiente. 
 
 
4.5.5. Vulnerabilidades do processo 
 
48 
 
A solução para locação de obras de edificação apresentada, com o uso da 
tecnologia GPS/RTK, se mostra interessante quando avaliamos a rapidez e 
facilidade, a confiabilidade nas medidas e a precisão do mesmo. Entretanto, 
essa tecnologia tem uma deficiência que inviabiliza o procedimento em algumas 
etapas de locação das edificações. 
 
A vulnerabilidade do processo está na incapacidade do aparelho em se conectar 
aos sinais GNSS quando encoberto por um anteparo. Quando esse anteparo é o 
concreto armado, a receptora não consegue se conectar aos sinais transmitidos 
do satélite e acende uma luz vermelha indicando estar sem serviço. 
 
Foi apresentado neste trabalho que as etapas de locação de obras se dividem 
basicamente em 3 momentos diferentes da construção: Locação das fundações, 
locação das estruturas e marcação das alvenarias. Sendo assim, por conta 
dessa vulnerabilidade da tecnologia, torna-se dificultosa a marcação das 
alvenarias. 
 
Entretanto, para a locação das fundações e para a etapa da locação das fôrmas 
que servirão de molde para os elementos estruturais, é possível utilizar essa 
tecnologia. Na primeira, se trabalha com o campo aberto, em um canteiro de 
obras ainda exposto. Na segunda etapa, na locação dos elementos estruturais, 
trabalha-se em cima da laje já concretada na etapa anterior e permite com isso, 
utilizar a tecnologia. Entretanto, é necessário avaliar os obstáculos entre uma 
estação receptora e outra para não bloquear os sinais de rádio. Caso hajam 
obstáculos, pode ser necessário utilizar a tecnologia GSM para implementar o 
sistema de locação, ganhando rapidez. 
 
 
4.5.6. Avaliação dos custos 
 
49 
 
A avaliação dos custos é importante para ter a capacidade de decidir por uma ou 
por outra tecnologia, diante da necessidade do usuário. Na tabela 1 constam 
preços com alguns produtos GPS com a tecnologia RTK. 
 
Tabela 1: Preço de equipamentos GPS com tecnologia RTK 
Marca Tecnologia Preço 
TOPCON HIPER II UHF e GSM R$45.000 
LEICA Viva GS14 UHC e GSM R$143.000 
SOKKIA Grx-2 UHC e GSM U$32.000 
TRIMBLE r4 UHC U$20.000 
 
Fonte: Catálogo de revendedores diversos (2015) 
 
O uso de GPS com tecnologia RTK para a locação de edificações ainda é caro 
devido a tecnologia ser relativamente nova no Brasil. Entretanto, a rapidez do 
processo é um fator decisivo na hora de escolher essa tecnologia. Tanto por 
conta da alta produção, quanto pelas medições confiáveis que o equipamento 
oferece. 
 
Numa obra de edificações, onde há prazos apertados para o construtor, devido à 
entrega das unidades para os clientes, ganhar tempo nas etapas construtivas 
pode fazer com que uma tecnologia aparentemente cara, possa compensar. 
 
A prática do aluguel desse equipamento é mais utilizada. Além do aluguel do 
equipamento, as fornecedoras indicam a mão de obra para operar. 
 
A figura 18 representa um comparativo entre os custos da tecnologia GPS RTK 
com o uso de estação total para executar a locação de obra. 
 
50 
 
 
Figura 18: Comparação do custo médio entre os equipamentos para locação de obra 
Fonte: POLEZEL, W., 2011, Quando e porque vale a pena investir na tecnologia GPS 
RTK? 
 
 
Segundo POLEZEL (2011), a locação de obra realizada com a tecnologia GPS 
RTK pode ser até 5 vezes mais barata que utilizando uma estação total e 
caderneta de campo. Segundo ele, isso se deve basicamente à agilidade do 
procedimento e a menor quantidade de pessoas envolvidas. Para executar a 
locação com o auxílio de uma receptora GPS, apenas são necessárias duas 
pessoas, enquanto na outra serão necessárias quatro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
5. Incerteza de medição dos equipamentos de locação de obra de 
edificações 
 
Durante as etapas de locação de obra, tanto durante a execução das estacas 
quanto no posicionamento das fôrmas para concretagem dos elementos 
estruturais e da marcação das vedações verticais, é extremamente necessário 
que as ferramentas utilizadas para tais serviços tenham exatidão adequada e 
que desempenhem, ao longo do processo, aferições confiáveis.A trena manual é a ferramenta mais utilizada para fazer medições dentro do 
canteiro de obras de edificações. O seu uso é simples e não requer mão de obra 
especializada. Outra ferramenta que tem ganhado espaço e sendo utilizada nas 
locações de obras de edificações de grande porte são as estações totais que 
aparecem no mercado como uma boa solução para tal, por conta da maior 
precisão em relação à trena convencional. Nesse caso, é necessária uma mão 
de obra especializada para manusear o instrumento. 
 
No processo de locação de obra, segundo recomendação de 2013 da COMASA, 
é requerida uma exatidão de 3 milímetros ou 0,3 centímetro para preservar as 
diretrizes de projeto e não alterar consideravelmente os projetos de locação. 
Para tanto, as trenas convencionais devem ser constantemente renovadas ou 
calibradas e as ferramentas de auxílio, como por exemplo, o lápis de carpinteiro 
utilizado para fazer as marcações no chão, deve passar por manutenções 
periódicas. 
 
Segundo Alves (2010), Exatidão denota uma absoluta aproximação das 
quantidades de medidas aos seus valores verdadeiros. Ou seja, é o desvio 
padrão dos valores medidos e dos valores nominais ou de projeto. Ainda 
segundo Alves (2010), a precisão refere-se ao grau de refinamento ou a 
coerência de um grupo de medições e se avalia com base na magnitude das 
discrepâncias. Se forem feitas múltiplas medições da mesma quantidade e surgir 
52 
 
pequenas discrepâncias, isso reflete uma alta precisão. A figura 19 ilustra essa 
diferença. 
 
 
Figura 19: Diferença entre precisão e exatidão. 
Fonte: ALVES (2010) 
 
 
5.1. Precisão e erros da trena convencional 
 
A trena convencional é basicamente uma fita graduada que apresenta divisões 
de metro, centímetro e milímetro. Usada para medição direta de distâncias entre 
dois pontos topográficos sobre alinhamentos (Orth, 2008). Sendo assim, a sua 
menor medida corresponde a 1 milímetro e corresponde às expectativas 
necessárias para as atividades de locação. 
 
A precisão das trenas convencionais diminui com o aumento da distância 
aferida. A trena com fita de fibra de vidro está disponível em 10, 20, 30 ou 50 
metros no mercado. O comprimento e a resistência do material a torna perfeita 
para grandes construções. Conta com roldana plástica acoplada, o que torna a 
trena longa ainda mais forte. 
 
Durante a locação é necessário esticar a trena com o máximo de tensão 
possível entre os operadores. Isso porque a trena de fibra de vidro possui uma 
elasticidade natural e necessita ser tensionada para que os valores aferidos 
53 
 
correspondam à realidade. Caso contrário, a trena poderá ficar enrugada e gerar 
uma não conformidade na medida aferida. 
 
Além desse fator que altera significamente a precisão das medidas, existe outro 
que se refere ao procedimento de locação. Durante o uso da trena convencional, 
costuma-se utilizar como apoio nas marcações um lápis de carpinteiro para 
desenhar as posições no local. Esse lápis deve estar perfeitamente apontado 
para que a marcação feita seja realizada com precisão e não acumule erros 
durante o processo. 
 
 
5.2. Precisão e erros da estação total 
 
As estações totais estão ganhando espaço na construção civil por apresentarem 
melhorias no procedimento de locação de obra. Nas obras de infraestrutura, ou 
seja, rodovias, pontes, estradas, portos, hidrelétricas entre outras em campo 
aberto, ela domina o sistema de locação. A típica Estação Total EDM (Eletronic 
Distance Meter) pode medir distâncias com precisão de cerca de 0,1 milímetros, 
mas a maioria das aplicações requer precisão de 1,0 milímetro. Essas estações 
totais usam um prisma de vidro como refletor para o sinal EDM. 
 
Segundo a norma brasileira NBR13133:1994 (Execução de levantamentos 
topográficos), classificar consiste em distribuir em categoria ou grupos a partir de 
um sistema de classificação. Tal norma define as divisões que devem ser 
enquadradas nos instrumentos baseados no desvio padrão de um conjunto de 
observações obtidas seguindo uma metodologia própria (NBR 13133, 1994). 
Será apresentado na tabela 2 de classificação dos instrumentos que estão 
envolvidos nesta norma: Medidores eletrônicos de distâncias (MED). 
 
 
 
 
54 
 
Tabela 2: Classificação de estação total quanto a precisão 
 
Fonte: Norma ABNT NBR 13133:1994 
 
 
Sendo assim, as estações totais utilizadas para a locação de obra de 
edificações, devem ser, segundo a norma brasileira, de precisão alta (classe 3). 
 
Durante o processo de locação com o uso de uma estação total, é utilizado 
sempre um ponto de referência para locar os elementos. Eventualmente, esse 
ponto de referência pode não ter visão direta para todos os elementos locados e, 
dessa forma, é preciso criar outros pontos de referência, que chamamos de 
poligonal. Nesse processo de criar uma poligonal, é preciso conferir se os 
valores da mesma está abaixo do erro mínimo e assim, gerar valores confiáveis. 
 
 
5.3. Importância do processo de calibração ou renovação dos 
instrumentos 
 
O uso dos equipamentos os desgasta e perde precisão ao longo do tempo. 
Sendo assim, é extremamente importante calibrar periodicamente os 
instrumentos de medida ou renova-los. Desde as ferramentas básicas como o 
esquadro, o lápis de carpinteiro e as trenas convencionais até os equipamentos 
sofisticados como as estações totais. 
55 
 
 
O processo de calibração de uma trena convencional é simples. Consiste na 
limpeza da ferramenta com benzina, éter ou álcool isopropílico. Em um local 
com temperatura constante, tencionar a trena com um peso na ponta ao lado de 
um instrumento laboratorial de medidas calibrado. Com uma lupa, o calibrador 
analisa e compara as diferenças com os padrões de aceitação. 
 
Na prática de construção, não se costuma calibrar as ferramentas básicas 
porque são instrumentos que quebram e perdem com uma frequência razoável 
no canteiro de obras. Dessa forma, é importante a renovação constante para 
não gerar não conformidades no processo de locação de obras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
6. Estudo de caso – uso da estação total para confe rência de locação 
e qualidade dos elementos estruturais da edificação 
 
As exigências do mercado de edificações com respeito à busca de novas 
tecnologias de locação de obra e a necessidade de criar mecanismos menos 
frágeis e mais eficazes para tal etapa motivaram esse estudo de caso. A ideia de 
produzir cada vez mais e aliar a rapidez com a perfeição pede uma fiscalização 
rigorosa e precisa, no que diz respeito à gestão da qualidade. 
 
Nesse sentido, será apresentado um estudo de caso que se trata da utilização 
de uma estação total para conferir a locação e a qualidade dos elementos 
estruturais da estrutura da edificação, ou seja, as vigas, as lajes e os pilares. As 
estações totais, já apresentadas neste trabalho, possuem tecnologia avançada, 
com emissores de ondas eletromagnéticas e processadores internos para 
cálculo de coordenadas. Dessa forma, após a concretagem e a desfôrma dos 
elementos estruturais, um operador utilizava a estação total para registrar as 
coordenadas dos elementos concretados. 
 
Em paralelo ao registro das coordenadas executadas in situ, retira-se do projeto 
- com auxílio do programa AUTO CAD, o valor dessas medidas e tanto os 
valores executados no campo quanto os valores esperados em projeto são 
armazenados num software desenvolvido pela empresa parceira desse projeto. 
 
Esse programa gera relatórios oriundos do confronto entre os valores teóricos 
retirados do projeto e os valores reais executados no campo. Esse relatório é 
uma análise do como está a locação e a qualidade das fôrmas de concretagem. 
Os resultados são devolvidos para as equipes diretamente envolvidas no 
trabalho de campo e servem de alerta para os erros sucessivos na montagem 
das fôrmas. 
 
Na práticado mercado, as estações totais têm sido utilizadas para a locação de 
grandes fundações, não sendo utilizadas para as etapas seguintes de locação 
57 
 
como, por exemplo, na locação dos elementos estruturais da edificação e das 
vedações verticais. Isso se deve à dificuldade de se trabalhar com esse 
equipamento em um ambiente denso de pessoas, ferramentas e materiais. Além 
dessa dificuldade, existe a restrição de acesso a todos os locais da laje com a 
estação total devido à presença ainda de escoras das fôrmas. 
 
 
6.1. Objetivo do estudo de caso 
 
O objetivo é utilizar a tecnologia para conferir a locação dos elementos 
estruturais da edificação e aferir a qualidade dos mesmos, bem como testar a 
estação total no que diz respeito a sua aplicabilidade nas locações em cima dos 
pavimentos da edificação e avaliar o seu desempenho devido às dificuldades 
encontradas no que tange os obstáculos existentes no canteiro de obras e que 
dificultam a utilização desse equipamento. 
 
Foram avaliados dois aspectos: Primeiro no que diz respeito à eficácia da 
estação total para locar as fôrmas que serão utilizadas para concretar os 
elementos estruturais; Segundo será avaliada a eficiência do processo de 
registrar os valores executados, confrontar esses valores com os valores de 
referência do projeto e o retorno do resultado para os diretamente envolvidos no 
processo de execução com o objetivo de aumentar a qualidade dos elementos 
concretados e diminuir o retrabalho. 
 
 
6.2. Metodologia utilizada 
 
A Metodologia utilizada foi definida a partir de entrevistas realizadas com os 
profissionais atuantes na construção de edificações, principalmente com os 
colaboradores diretamente envolvidos no serviço de locação de obra. Foi 
necessário entender os mecanismos de execução. As dificuldades encontradas 
e as soluções de engenharia encontrada para cada dificuldade. 
58 
 
Experimentações no campo foram necessárias para desenvolver uma 
ferramenta capaz de convergir os dados registrados com os dados do projeto de 
locação de fôrmas. A figura 20 explicita as etapas percorridas até a validação do 
sistema. 
 
 
Figura 20: Metodologia utilizada para conferir a locação e a qualidade dos elementos 
estruturais de uma edificação após a concretagem. 
Fonte: O Autor (2013) 
 
Após experimentações no campo, foi desenvolvida uma ferramenta capaz de 
confrontar os valores teóricos de projeto com os valores práticos registrados no 
campo. Sendo assim, a ferramenta desenvolvida respondia com precisão de 
milímetros as diferenças de locação. 
 
Aplicando a ferramenta através dos dados registrados e validando junto à 
Empresa parceira, obtivemos resultados consideráveis que serão apresentados. 
 
 
6.3. Contextualização do problema 
 
Devido à necessidade de produzir cada vez mais em menor tempo, torna-se 
necessário criar mecanismos de controle de qualidade. Após a preparação das 
fôrmas que servirão de molde para o concreto armado e depois da desforma é 
necessário conferir a execução. A conferência deve ser feita imediatamente 
59 
 
antes da concretagem para corrigir erros grosseiros e evitar retrabalho e 
também após a desforma para que os erros possam ser descobertos e não 
serem propagados nos pavimentos a cima. 
 
Na execução da estrutura da edificação, acontece uma série de erros que 
devem ser sanados ainda na etapa de estruturas para evitar gastos excessivos 
de recursos nas etapas seguintes, como ilustra a figura 21. 
 
 
Figura 21: Erros comuns envolvendo a locação e a qualidade da execução das 
estruturas de edificações. 
Fonte: O Autor (2013) 
 
Quando os erros de locação são da ordem de 1 ou 2 centímetros e ocorrem de 
maneira não uniforme em um determinado elemento, ou seja, o elemento é 
concretado fora de prumo ou fora de esquadro, são necessários gastos com 
recursos, como por exemplo, gasto excessivo com emboço na estrutura ou na 
alvenaria para recuperar o esquadro e não apresentar não conformidades nas 
etapas de acabamento da edificação. 
 
60 
 
É necessário desenvolver mecanismos que diminuam essas não conformidades 
ao longo da execução da edificação para reduzir os recursos gastos para manter 
o padrão de qualidade. 
 
 
6.4. Ferramenta utilizada 
 
A ferramenta comumente utilizada para conferir as locações é a trena 
convencional já apresentada neste trabalho. Para conferir a qualidade dos 
elementos são necessárias algumas ferramentas: O prumo de face para medir o 
prumo do elemento; O esquadro do elemento comumente é verificado com a 
utilização um esquadro de alumínio, tendo ainda outros recursos; O nível dos 
elementos são verificados com um nível de bolha. 
 
Neste trabalho será apresentada a estação total como recurso de verificação da 
locação e da qualidade dos elementos através do sistema de coordenadas 
internas que o equipamento tem capacidade de registrar e posteriormente 
transmitir ao computador, como mostra a tabela 3, em que ilustra um trecho do 
arquivo no formato .txt gerado pelo equipamento topográfico. Ela estabelece a 
origem de um espaço (3D) e através do laser mirado em um ponto específico 
armazena sua coordenada. 
 
Tabela 3: Arquivo de saída de dados registrados na Estação Total 
 
 
Fonte: O Autor (2013) 
61 
 
 
A coordenada desse ponto indica se há alguma irregularidade nos elementos 
(Vigas, Lajes e Pilares). Para tanto, é necessário medir alguns pontos em cada 
face de cada elemento para estudar o comportamento pós concretagem. Cada 
coordenada é comparada com a sua coordenada do projeto de locação e, dessa 
forma, o sistema desenvolvido tem a capacidade de confrontar os dados e emitir 
relatórios. 
 
 
6.5. Armazenamento de dados e geração de relatórios 
 
O Software desenvolvido pela Empresa parceira tem a opção de importar o 
arquivo .Txt gerado pela estação total com as coordenadas dos elementos 
medidos e armazenar. 
 
Paralelamente a essa etapa, é necessário carregar nesse Software as 
coordenadas de projeto de cada elemento medido em campo. É estabelecido 
um eixo de referência no projeto e esse eixo será utilizado como origem tanto 
para as medições no campo quanto para os valores teóricos do projeto de 
locação dos elementos estruturais. 
 
Armazenando os valores teóricos e os valores reais, o Software confronta esses 
dados e exibe relatórios que verificam a locação dos elementos e 
consequentemente a qualidade dos mesmos, como mostra a figura 22. 
 
62 
 
 
Figura 22: Exemplo de relatório gerado pelo Software para desvios da face A de Vigas 
de uma edificação. 
Fonte: O Autor (2013) 
 
Para desvios de até 0,4 centímetros para mais ou para menos, o relatório exibe 
o número na cor azul. Para desvios de 0,5 até 0,9 centímetros, o relatório exibe 
os números na cor vermelha. Para diferenças de 1,0 até 1,9 centímetros, o 
relatório exibe os desvios na cor verde. E, por fim, para desvios a cima de 2,0, o 
relatório exibe números na cor preta. 
 
Dessa forma é possível notar as diferenças entre os valores de locação pedidos 
no projeto e dos executados no campo. Inicialmente é possível fazer uma 
análise visual da qualidade do produto executado. 
 
 
6.6. Resultados e melhoras no procedimento executivo 
 
63 
 
Após o confrontamento dos valores teóricos e dos valores reais e da geração 
dos relatórios referente aos desvios na locação dos elementos estruturais da 
edificação, é necessário responder à equipe de execução das fôrmas, que 
serviram de molde pros elementos aferidos, o resultado do serviço executado 
por eles. 
 
O objetivo é apresentar os desvios aferidos e buscar entender a origem dos 
mesmos. Sendo assim, os desvios grosseiros não deverão ser repetidos nos 
pavimentos tipo a cima. 
 
Dessa forma, foi possível diminuir os desvios aferidos ao longo da execução da 
estrutura nos pavimentos tipo, como ilustra a figura 23. 
 
 
Figura 23: Comparação dos resultados de locaçãoentre o 3º e o 4º Pavs da edificação 
teste 
Fonte: O Autor (2013) 
 
Ao longo do processo é necessário conversar com os profissionais diretamente 
envolvidos na tarefa, como o Mestre de Obras, os Encarregados e os 
64 
 
colaboradores de linha para identificar a causa raiz da não conformidade 
encontrada. 
 
 
6.7. Considerações Finais do Estudo de Caso 
 
As ferramentas desenvolvidas geraram resultados satisfatórios no que diz 
respeito à qualidade das locações dos elementos estruturais da edificação. 
 
Erros grosseiros, da ordem de 3 centímetros foram basicamente eliminados 
devido à conferência em tempo real da execução e do retorno à equipe de linha. 
 
A estação total não costuma ser utilizada para locação dos elementos estruturais 
e das vedações verticais da edificação, devido à dificuldade de se trabalhar com 
a mesma no local onde há trafego intenso de pessoas, materiais, ferramentas e 
equipamentos. Sendo assim, a trena é apresentada no mercado com uma 
solução aparentemente mais rápida. 
 
Esse trabalho destaca a real possibilidade de utilizar a estação total junto com a 
etapa de fôrma e armação da estrutura da edificação, desde que haja 
organização e treinamento da equipe de linha. Sendo assim, a estação total se 
apresenta como uma excelente ferramenta de locação ou de conferência de 
locação não apenas na etapa de fundação, mas também nas etapas seguintes, 
contrariando a prática do mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
7. Considerações Finais 
 
7.1. Técnicas de Locação de Obra Difundidas no Mercado 
 
As atuais técnicas difundidas no mercado tem se mostrado eficientes para 
determinadas obras de edificações, principalmente para as obras pequenas e 
que possuem fundação direta. Quando a complexidade da edificação aumenta, 
o uso de tecnologia pode ser feito de maneira complementar, principalmente nos 
primeiros momentos, para locação das fundações profundas. 
 
O uso de tecnologia para locação de obras de edificações, ou seja, o uso da 
estação total, tem se restringido à locação das fundações, não sendo utilizada 
para a locação da estrutura da edificação em concreto armado nem das 
vedações verticais. O único tipo de estrutura em que se utiliza a estação total 
como auxílio na locação é a estrutura metálica, devido à precisão requerida no 
processo e à possibilidade de trabalhar com esse equipamento no nível do 
terreno ao longo da montagem dos perfis estruturais. 
 
Os métodos convencionais, que utilizam ferramentas simples e procedimentos 
complexos podem gerar erros perigosos que podem arruinar um projeto inteiro. 
As etapas de locação de obra devem ser tratadas com bastante atenção pelo 
Engenheiro responsável pela atividade devido às vulnerabilidades estudadas 
neste trabalho. Sendo assim, novos procedimentos executivos devem ser 
pensados para ganhar velocidade e confiabilidade no processo. 
 
 
7.2. Uso da Estação Total como Alternativa de Locação de Obra 
 
Foi apresentado neste trabalho um estudo de caso envolvendo o uso da estação 
total para a conferência da locação dos elementos estruturais de uma edificação. 
Concluímos que as aferições foram feitas de maneira adequada e, dessa forma, 
foi possível pensar nesse equipamento como alternativa tanto para locação dos 
66 
 
elementos estruturais em concreto armado quanto para posicionar as vedações 
verticais. 
 
A dificuldade nesse processo está em manter um canteiro de obras organizado e 
treinar uma equipe que saiba trabalhar respeitando o operador do equipamento. 
 
Ainda assim, esse procedimento possui fragilidades. Tanto em relação aos 
obstáculos presentes no pavimento da edificação - que dificulta o acesso e a 
mira da estação total, quanto pela dificuldade natural de locar o ponto medindo 
distâncias com o prisma refletor de raios eletromagnéticos. É necessário medir 
várias vezes até encontrar a distância exata. 
 
 
7.3. A Tecnologia GPS/RTK como Solução de Locação de Obra de 
Edificação 
 
 Não foi encontrado no mercado o uso dessa tecnologia em obras de edificação. 
Ela é utilizada em obras de infraestrutura como rodovias, pontes e hidrelétricas. 
Essa tecnologia revoluciona a técnica de locação uma vez que apresenta de 
maneira instantânea a posição de um determinado ponto a partir de outro 
previamente conhecido. Ou seja, se a transmissora base for posicionada na 
origem dos eixos que compõem o projeto de locação, a transmissora móvel 
pode registrar qualquer coordenada pedida em projeto de maneira simples. 
 
A dificuldade dessa tecnologia se deve à dependência direta dos sinais de 
satélite e, atualmente, não conseguem trabalhar com algum anteparo a cima da 
receptora. Dessa forma, fica inviabilizado o uso dessa tecnologia para locação 
dos elementos estruturais e das vedações verticais, ou seja, não há 
possibilidade de trabalhar com ela dentro de um pavimento. 
 
67 
 
Durante a locação das fundações, a praticidade e a precisão dessa solução 
deve ser testada com mais aprofundamento, pois possui um potencial 
considerável de desenvolvimento. 
 
 
7.4. Sugestões para Trabalhos Futuros 
 
Como sugestão para trabalhos futuros, é interessante pensar em um novo 
modelo de locação, em que haja dentro do canteiro de obras um sistema próprio 
de coordenadas. Esse sistema deve ser capaz de registrar na sua memória 
interna a origem de referência da obra. Essa origem servirá como base para 
locação das fundações, dos elementos estruturais e das vedações verticais. 
 
Uma receptora base ficará fixada no mesmo local durante todo o período de 
obra e deverá trocar informações com a receptora móvel. A partir da coordenada 
de origem do projeto de locação já registrada na receptora base, ela deverá 
informar de maneira “online” as coordenadas da obra que a receptora móvel se 
encontra. 
 
As receptoras trocarão informações entre elas, podendo ser em ondas 
eletromagnéticas, e não precisarão estar conectadas à satélites, pois não 
precisarão de um georreferenciamento. 
 
Dessa forma, será eliminada a maior vulnerabilidade que é a dependência da 
conexão com satélites para o georreferenciamento das receptoras, permitindo a 
utilização dessa tecnologia para locação dos elementos estruturais e das 
vedações verticais da edificação. 
 
 
 
 
 
68 
 
Referencias bibliográficas 
 
ALVES, I. M. S., 2010, A calibração de instrumentos de medições topográficas e 
geodésicas: A busca pela acreditação laboratorial, Tese de M.Sc., Escola de 
Engenharia de São Carlos, SP, Brasil. 
 
AZEREDO, H.A., 1997, “Canteiro de Obras”. O edifício até sua cobertura, 2 ed, 
capítulo 2, São Paulo, SP, Brasil, Edgard Blucher Ltda. 
 
BARATA, F. E., 1986, Recalques de edifícios sobre fundações diretas em 
terrenos de compressibilidade rápida e com consideração da rigidez da 
estrutura. Tese de Concurso para Professor Titular do Departamento de 
Construção Civil do Setor de Geomecânica da EEUFRJ, Rio de Janeiro, Brasil. 
 
GUANDALINI, M., 2012, Análise metodológica do posicionamento relativo 
através do GNSS e suas aplicações na engenharia: Uso da técnica RTK/GSM. 
Tese de M.Sc., Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 
SP, Brasil. 
 
HOFMANN-WELLENHOF, B.,et al, 1997, Global position system – Theory and 
practice. New York, USA, Springer-Verlag/Wien. 
 
ORTH, D., 2008, Topografia Aplicada, Notas de aula, Curso de Arquitetura e 
Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. 
 
PADUA, M. [S.I.]: Virtual Book, 2012. Disponivel em: 
< http://profmarcopadua.net/locacaodeobra2.pdf >. Acesso em: 10 dez. 2014, 
20:00. 
 
POLEZEL, W., 2011, Quando e porque vale a pena investir na tecnologia GPS 
RTK?. 
Seminário Geomática nas Obras de Engenharia e Infraestrutura, SP, Brasil. 
 
RIBAS, P. [S.I.]: Virtual Book, 2010. Disponível em: 
69 
 
<https://ribasgps.wordpress.com/2010/10/28/gps-l1l2-rtk-tempo-real-
%E2%80%93-saiba-o-que-esta-comprando-%E2%80%93-parte-1/>.Acesso em: 
02 Fev. 2015, 19:30. 
 
RODRIGUES, D. A., 2003, Evolução dos equipamentos topográficos aliados à 
qualidade na construção civil, Trabalho de conclusão de curso, Universidade 
Anhembi Morumbi, SP, Brasil. 
 
RODRIGUES, D. [S.I.]: Virtual Book, 2012. Disponível em: 
http://www.agrimensordofuturo.com/post.cfm?post=Como%20utilizar%20o%20s
eu%20GPS%2FGNSS%20RTK&id=4. Acesso em: 02 Fev. 2015, 19:14. 
 
SCHOFIELD, W., 1993, Engineering surveying, Oxford, USA, Butterworth 
Heineman Ltd. 
 
SEGANTINE, P.C.L., 2005, GPS: Sistema de Posicionamento Global. 1 ed. 
São Carlos: EESC/USP, Brasil. 366 p. 
 
SILVA, I., 1993, Instrumentos topográficos modernos – topografia moderna, 
Congresso Brasileiro de Cartografia, 16. Rio de Janeiro, p. 252 – 260. 
 
SOUZA, G. C., 2001, Análise de metodologias no levantamento de dados 
espaciais para cadastro urbano, Tese de M.Sc., Escola de Engenharia de São 
Carlos, SP, Brasil. 
 
TEIXEIRA, Alberto H., 1994, Fundações rasas na Baixada Santista. 
Livro editado pela ABMS. São Paulo, Brasil. 
 
TONIOLO, B. P. et. al., 2013, O uso do sistema TRK nas locações de obras de 
engenharia civil. 
Trabalho de conclusão de curso., Universidade de Mogi das Cruzes, SP, Brasil. 
 
VERISSIMO, G. S., 1998, Protendido: fundamentos básicos. Apostila de aula, 
Curso de engenharia civil, Universidade Federal de Viçosa, M.G. 
 
WOLF, P. R., BRINKER, R. C., 1994, Elementary surveying, New York, USA, 
Harper Collins College Publishers.

Mais conteúdos dessa disciplina