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ANÁLISE DE UM CICLO COMBINADO BRAYTON-RANKINE COM A UTILIZAÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO SUPERCRÍTICO Suellen Cristina Porto Neves Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheira Mecânica. Orientador: Marcelo José Colaço Rio de Janeiro Julho de 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DEM/POLITÉCNICA/UFRJ ANÁLISE DE UM CICLO COMBINADO BRAYTON - RANKINE COM A UTILIZAÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO SUPERCRÍTICO Suellen Cristina Porto Neves PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA MECÂNICA. Aprovado por: ________________________________________________ Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc. (Orientador) ________________________________________________ Prof. Albino José Kalab Leiróz, Ph.D. ________________________________________________ Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, Ph.D. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JULHO DE 2017 i Neves, Suellen Cristina Porto Análise de um ciclo combinado Brayton - Rankine com a utilização de dióxido de carbono supercrítico – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017. VII, 49 p.:il.; 29,7 cm Orientador: Marcelo José Colaço Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia Mecânica, 2017. Referências Bibliográficas: p. 47-49. 1. Dióxido de carbono 2. Ciclo combinado 3. Supercrítico 4. Otimização I. Colaço, Marcelo José. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Engenharia Mecânica. III. Análise de um ciclo combinado Brayton - Rankine com a utilização de dióxido de carbono supercrítico. ii DEDICATÓRIA Dedico este projeto ao meu avô José Abdon por todos os ensinamentos e por ter compartilhado desta conquista comigo. iii AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus pelas bênçãos e por ser tão presente em minha vida. Agradeço ao meu orientador Marcelo Colaço pela paciência e pelo auxílio no desenvolvimento do projeto e aos professores Albino Leiroz e Manuel Cruz por aceitarem o convite para fazer parte da banca. Agradeço à minha família pela educação e pelo o que sou hoje. Aos meus avós maternos, José Abdon e Maria da Glória, pela companhia nas madrugadas de estudo e por sempre acreditarem em mim. Aos meus pais, Elaine e Alberto, por todo amor que me deram desde o dia que eu nasci e ao meu tio Marco por sempre se preocupar comigo e apoiar minhas decisões. Agradeço às irmãs que a vida me deu, Carolina, Natalia, Paloma, Beatriz e Letícia pelos anos de amizade, pelas risadas e pelas conversas intermináveis. Agradeço ao meu namorado Gabriel pelo companheirismo, pelo carinho e pelos conselhos. Agradeço aos amigos que fiz durante a graduação na UFRJ por termos compartilhado tantas histórias. Aos que entraram comigo, João, Bruno Seixas, Bruno Rodrigues, Diego, Daniela, Rafael, Yan e Kelly, e a tantos outros tão importantes que fiz ao longo dos anos. Agradeço também a todos os amigos que fiz durante o meu intercâmbio na Universidade de Birmingham por tantas experiências e alegrias. À Jéssica e Marina pelo apoio, pelas noites viradas e por terem expandido nossa amizade até o Brasil. Agradeço às pessoas incríveis que tive a oportunidade de conhecer durante meu estágio na GE, Susana, Glória, Thiago, Milton, Antônio, Marlon e Flávia, por terem me ensinado tanto, pela paciência e pela amizade. Finalmente, agradeço a Sami M. Ayad por ter cedido sub-rotinas e funções capazes de consultar tabelas termodinâmicas. Seu trabalho teve vital importância no desenvolvimento dos programas em Fortran F90 ao longo do projeto. iv Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Mecânica. ANÁLISE DE UM CICLO COMBINADO BRAYTON - RANKINE COM A UTILIZAÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO SUPERCRÍTICO Suellen Cristina Porto Neves Julho/2017 Orientador: Marcelo José Colaço, D.Sc. Curso: Engenharia Mecânica Este projeto final de graduação apresenta a análise termodinâmica de um ciclo combinado Brayton-Rankine e de seus parâmetros, buscando maior potência e eficiência térmica. É avaliada a utilização de dióxido de carbono em estado supercrítico como fluido de trabalho, suas vantagens e limitações. Tal tópico vem sendo estudado nas últimas décadas como uma alternativa mais simples e compacta a ciclos mais convencionais, como o de Rankine a vapor. Também é apresentado um estudo comparativo com variações dos parâmetros chave do ciclo, a fim de propor a otimização dos mesmos. Palavras-chave: dióxido de carbono, ciclo combinado, supercrítico. v Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Mechanical Engineer. ANALYSIS OF A BRAYTON-RANKINE COMBINED CYCLE USING SUPERCRITICAL CARBON DIOXIDE Suellen Cristina Porto Neves July/2017 Advisor: Marcelo José Colaço, D.Sc. Course: Mechanical Engineering This undergraduate final project presents a thermodynamic analysis of a Brayton- Rankine combined cycle and its parameters in order to find higher power generated and thermal efficiency. It is analyzed the utilization of carbon dioxide in a supercritical state as working fluid, its advantages and limitations. This topic has been studied in the past decades as a simpler and more compact alternative to the conventional cycles, such as steam Rankine cycle. It is also presented a comparative study with variations in the key parameters, in order to propose their optimization. Keywords: carbon dioxide, combined cycle, supercritical. vi Sumário 1. Introdução...............................................................................................................01 1.1. Objetivos..................................................................................................02 1.2. Metodologia.............................................................................................03 1.3. Estrutura do Texto....................................................................................03 2. Revisão Bibliográfica..............................................................................................04 3. Estudo dos Ciclos....................................................................................................07 3.1. Descrição dos Ciclos.......................................................................................08 3.2. Parâmetros e Hipóteses...................................................................................09 3.3. Equacionamento..............................................................................................11 4. Resultados e Discussões.........................................................................................18 4.1. Validação dos Programas................................................................................18 4.2. Resultados Obtidos..........................................................................................19 4.2.1. Variação da Razão de Compressão do Ciclo de Brayton (𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛)......20 4.2.2. Variação da Pressão na Caldeira para o CO2 (𝑃𝑑 = 𝑃𝑎 = 𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑).............26 4.2.3. Variação da Razãode Compressão do Ciclo de Rankine para o CO2 (𝑟𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒)...................................................................................................31 4.2.4. Análise Comparativa com um Ciclo de Rankine a Vapor.......................35 5. Conclusões..............................................................................................................45 vii 6. Referências Bibliográficas......................................................................................47 Apêndice: Programas Desenvolvidos em Fortran F90...............................................50 1 1. Introdução A redução das emissões de dióxido de carbono vem se tornando um objetivo cada vez maior para a humanidade. Ele faz parte de um conjunto de gases emitidos devido a queima de combustíveis fosseis, agricultura, desmatamento, entre outras atividades humanas e que, em quantidade excessiva, agravam o efeito estufa. Um fenômeno natural de vital importância para a manutenção da temperatura do planeta, mas que tem em seu agravamento um perigoso problema, o aquecimento global [1]. A situação do planeta é tão alarmante que em 2015 a necessidade de redução na emissão de gases estufa foi um dos principais tópicos discutidos na COP-21[2], em Paris, onde países como o Brasil se comprometeram a adotar uma abordagem mais sustentável em seu desenvolvimento. Logo, no cenário nacional, destaca-se a Revolução Energética [3] que visa 100% de energias renováveis no Brasil em 2050, e que tem como principais premissas a eliminação do uso de todos os combustíveis fósseis, zerando as emissões desses na matriz energética; a eliminação do uso da energia nuclear; implementação de soluções rentáveis e respeito ao meio ambiente na construção de projetos energéticos. Destaca-se também o aumento da demanda global por energia, que se relaciona diretamente ao crescimento da população mundial e as mudanças em seu estilo de vida [4,5]. Cresce assim a necessidade de buscar novas fontes de energia renováveis de forma a manter um contínuo reabastecimento, e limpas, não fazendo mal à saúde e nem ao ambiente com nenhuma ou com mínima emissão de gases poluentes. Nesse cenário, a cogeração [6] ganha espaço, pois a energia liberada em forma de calor, que seria perdida para o ambiente em um ciclo energético simples é reaproveitada e, com isso, mais energia pode ser produzida e uma maior eficiência energética pode ser obtida. Um exemplo disso é visto na utilização de ciclos combinados Brayton-Rankine, que apesar de bastante estudados, ainda apresentam grande complexidade e sensibilidade na escolha de seus parâmetros para otimização de seu funcionamento. 2 A ideia de utilizar dióxido de carbono em ciclos energéticos ganha destaque, pois além de se ter um fluido de trabalho sustentável operando, o ciclo faz com que um possível gás que seria emitido ao ambiente possa ser reutilizado. As vantagens se estendem ao fato de ser um fluido não explosivo e não inflamável [4]. Além disso, o CO2 passa a um estado supercrítico sob baixas condições críticas (cerca de 30,98°C e 73atm ≈ 7377 kPa) e, apesar de ter uma massa específica semelhante em estado líquido, é capaz de preencher contêineres como gás. Nessas condições, a massa específica do CO2 se aproxima do dobro da massa específica do vapor, resultando em uma alta densidade de potência e compressão mais fácil do que o vapor, possibilitando a extração de potência em altas temperaturas [7]. 1.1. Objetivos O presente trabalho modela ciclos binários combinados de Brayton a ar e Rankine usando dióxido de carbono supercrítico e vapor de água, e os simula em linguagem Fortran F90. Busca-se aperfeiçoar o aproveitamento de seus componentes, variando parâmetros chave (razões de compressão e pressão nos equipamentos) de modo a se obter a máxima eficiência para tais ciclos e, diante disso, compará-los e analisá-los quanto às suas potências e eficiências. Além disso, também tem como objetivo propor melhorias que possam otimizar ao máximo seus resultados e levantar discussões acerca dos mesmos. 3 1.2. Metodologia Durante a realização do trabalho foram desenvolvidas as seguintes atividades: I. Pesquisa bibliográfica a respeito do tema; II. Estruturação do ciclo através de hipóteses e equacionamento manual; III. Desenvolvimento de códigos e simulação do ciclo em Fortran F90; IV. Variação de parâmetros para otimização do ciclo; V. Criação de tabelas e plotagem de gráficos em Excel; VI. Análise de resultados e desenvolvimento de propostas de melhoria. 1.3. Estrutura do Texto O Capítulo 2 inicia o texto apresentado com uma revisão bibliográfica de diversos estudos que já foram realizados a respeito de ciclos transcríticos e supercríticos do dióxido de carbono, destacando suas principais contribuições e desafios. No Capítulo 3 é apresentado o problema proposto com a descrição detalhada do ciclo e a modelagem do mesmo através de hipóteses e equacionamento. O Capítulo 4 traz os resultados obtidos através de um algoritmo criado em Fortran F90 destacados em gráficos e tabelas produzidos no programa Excel. Além disso, são levantadas algumas discussões acerca dos dados e possíveis formas de otimizá-los. Finalmente, o Capítulo 5 apresenta as conclusões a respeito do texto apresentado, levantando também as dificuldades encontradas ao longo de seu desenvolvimento e possíveis trabalhos futuros a respeito do tema. 4 2. Revisão Bibliográfica Desde a década de 1960, o dióxido de carbono vem sendo citado como alternativa ao uso de vapor em ciclos energéticos. Primeiramente com Angelino em 1967[8], ciclos transcríticos e supercríticos de dióxido de carbono passaram a ganhar destaque graças à sua compactação e suas altas eficiências com baixo potencial de emissões em relação aos convencionais ciclos de Brayton e Rankine. Ciclos transcríticos realizam compressão do fluido de trabalho e recuperação de calor em estado supercrítico, ou seja, acima de seu ponto crítico, mas alcançam o estado subcrítico para rejeição de calor. Sendo assim, são também conhecidos como ciclos de condensação. Em contrapartida, ciclos supercríticos ocorrem quando o fluido de trabalho se mantém em estado supercrítico durante todas as suas etapas. Quanto à escolha do dióxido de carbono como fluido de trabalho, ela se deve à sua baixa pressão crítica (cerca de um terço da pressão crítica da água), como pode ser visto na Figura 1. Essa condição possibilita baixas pressões de operação [9]. Além disso, como gás, o CO2 é conhecido por sua estabilidade térmica e inércia química, por ser não tóxico e relativamente barato. Destaca-se também sua abundante disponibilidade em todas as partes do planeta, o que facilita sua logística de distribuição [10]. Figura 1 - Propriedades Críticas de alguns dos principais fluidos de trabalho [9] 5 Em 1968, Feher [9] fez um estudo comparativo entre ciclos convencionais (Rankine e Brayton com recuperação), destacando suas principais características e limitações. Ambos são caracterizados por dois processos isobáricos (pressão constante) e dois processos isentrópicos (entropia constante), porém no primeiro o fluido do trabalho opera principalmente em sua região saturada enquanto no segundo os processos se localizam integralmente na região de gás superaquecido. Um ciclo de Rankine simples é muito eficiente chegando a alcançar cerca de 90% da eficiência de um ciclo de Carnot (ideal) operando entre as mesmas temperaturas [9], pois faz compressão do fluido na fase líquida e a adição de calor de forma isotérmica. Entretanto, suas limitações também ganham destaque e é notável que: • Sua faixa de temperaturas de trabalho é muito limitada pela natureza do fluido. Ampliá-la pode tornar-se possível com o superaquecimento do fluido, mas fugiriada adição isotérmica de calor. Sem superaquecimento há a verificação de umidade no vapor e, com isso, a erosão das palhetas da turbina; • Um simples recuperador não pode ser empregado na recuperação do calor na descarga da turbina; • A razão de expansão do ciclo geralmente é muito alta podendo necessitar de mais de 30 estágios de turbinas. Quanto ao Ciclo de Brayton com recuperação, o calor é adicionado à pressão constante em uma ampla faixa de temperaturas, e por não ser condensante, não há erosão nas palhetas da turbina [9]. Além disso, sua razão de compressão é baixa requisitando apenas um ou dois estágios de turbinas com um simples recuperador para recuperar grande parte do calor eliminado. Dentre suas limitações temos: • A grande quantidade de energia requisitada no processo de compressão tem como retorno uma baixa potência líquida; • O ciclo é bastante sensível à eficiência do compressor e às perdas de carga. Feher [9] propõe, então, a utilização de ciclos operando com dióxido de carbono como fluido de trabalho e sob pressões sempre acima de sua pressão crítica. Tais ciclos supercríticos abrangeriam características positivas de Rankine e de Brayton, solucionando grande parte de suas limitações. As Figuras 2 e 3 trazem os diagramas 6 temperatura x entropia e entalpia x entropia, e é possível ter uma melhor visualização do ciclo proposto. Figuras 2 e 3 - Diagramas T x s e h x s do ciclo supercrítico [9] Ainda em 1968, Angelino [11] compara ciclos energéticos operando com vapor e dióxido de carbono e é possível notar dois interessantes intervalos térmicos para aplicação do CO2. Sob baixas temperaturas (400-550°C), o seu ciclo destaca-se pela simplicidade e compactação, não havendo necessidade de reaquecimento entre as etapas e sem problemas de condensação na turbina. Sob altas temperaturas (650-800°C), representa maior eficiência e simplicidade com uma maior produção de potência. É importante destacar também que diante da necessidade de buscar fontes de energia sustentáveis, a utilização de energia solar em ciclos supercríticos se mostra promissora. Ao longo dos anos foram realizados diversos estudos acerca do tema, sobre a transformação da fonte térmica dos coletores solares em energia elétrica, ou ainda, sobre o fornecimento de calor para sistemas de aquecimento e refrigeração [12, 13,14]. 7 3. Estudo do ciclo combinado Neste capítulo será descrita a estrutura do ciclo combinado Brayton-Rankine, objetivo de estudo do presente trabalho, destacando os dados e hipóteses utilizados ao longo de sua análise. A busca por maior eficiência e aproveitamento da potência disponibilizada ao ciclo é detalhada em tópicos nas seções de forma a justificar a escolha dos parâmetros e as possíveis consequências de suas variações. Apesar de serem utilizados dois fluidos de trabalho diferentes nas simulações para ciclo de Rankine, no decorrer do capítulo, é dada maior ênfase para utilização do dióxido de carbono em estado supercrítico. Além disso, há um estudo comparativo entre ciclos Rankine que tem como fluido de trabalho o vapor e o dióxido de carbono supercrítico. A ideia é comparar as eficiências e as potências de forma a avaliar o uso do CO2 nessas circunstâncias. Na Figura 4 é possível visualizar o arranjo dos componentes no ciclo combinado proposto. Figura 4 - Desenho do Ciclo combinado Brayton - Rankine 8 onde: C = Compressor CC = Câmara de combustão Tg = Turbina a gás Tpg = Turbina de potência a gás CR = Caldeira de Recuperação Tpv = Turbina de potência a vapor/CO2 supercrítico Cd = Condensador B = Bomba 3.1. Descrição do Ciclo O ciclo combinado analisado é composto por um ciclo de Brayton a gás e um ciclo de Rankine que tipicamente tem vapor d’água como fluido de trabalho. No presente estudo, além do vapor, também será analisado o uso do dióxido de carbono em estado supercrítico. O ciclo a ser analisado se inicia com a admissão do ar no compressor. Ele o comprime e em seguida o ar segue para a câmara de combustão onde se mistura com o combustível possibilitando, por hipótese, combustão completa a pressão constante (2-3). Logo, os gases passam pela turbina a gás, sendo responsáveis pelo acionamento do compressor, e pela turbina de potência a gás (tem como função a geração de potência). Os gases então são desviados para uma caldeira de recuperação onde é feita a alimentação do segundo ciclo (5-6). Em um ciclo de Rankine a vapor, o calor fornecido pelo ciclo de Brayton aquece a água e o vapor alcançado é expandido em uma turbina de potência responsável pela geração de potência (a-b). Em seguida, passa por um condensador onde é resfriado a pressão constante até chegar a liquido saturado (b-c). Esse líquido é comprimido em uma bomba (c-d) e segue para uma caldeira de recuperação (d-a), reiniciando o ciclo. Nessa etapa, considera-se que todo calor proveniente do ciclo a gás é usado para aquecer o vapor. 9 Para um ciclo de Rankine a dióxido de carbono supercrítico, todas as etapas do ciclo têm seu fluido em condições de temperatura e pressão superiores às suas condições críticas. Sendo assim, a presença do condensador não se faz necessária, pois não há mudança de fase do fluido em seu interior, podendo ser considerado assim, apenas um trocador de calor. Entretanto, tal equipamento é importante para o ciclo a vapor de forma que a bomba comprima apenas líquido e não tenha seu comportamento prejudicado. Diante disso, ambos os ciclos serão analisados com a presença do condensador de forma a possibilitar análises comparativas sob as mesmas condições. 3.2. Parâmetros e Hipóteses Neste capítulo são descritos os parâmetros e hipóteses utilizados na modelagem do ciclo proposto no decorrer do trabalho. Serão utilizados como dados de entrada alguns valores usuais de pressão e temperatura para o ciclo a gás [15]. São eles: o T1= 298K (temperatura do ar na entrada do compressor) o P1= 101,3 kPa (pressão do ar na entrada do compressor) o T3= 1400K (temperatura dos gases na entrada da turbina a gás) o P5= 101,3 kPa (pressão dos gases na saída da turbina de potência) A temperatura na saída da caldeira, T6, é escolhida de forma a prevenir a condensação de componentes do tipo H2O-SO𝑥, como o H2SO4, na caldeira de recuperação, o que poderia causar uma corrosão ácida no equipamento [16]. Para isso, foi utilizada: o T6 = 120°C (temperatura dos gases na saída da caldeira de recuperação) A vazão mássica de ar está relacionada a uma turbina a gás GE LM600 [16]. Tal equipamento tem como máxima temperatura de exaustão: 471°C [16]. São assumidas temperaturas de saída do CO2 supercrítico da caldeira de recuperação de forma a ter uma diferença de 20°C em relação à temperatura de exaustão da turbina a gás citada [16]. Logo, tem-se: o ṁar= 138,8 kg⁄s (vazão mássica de ar) o T𝑎 = T5- 20°C (temperatura na saída da caldeira de recuperação) 10 Sendo assim, a temperatura máxima que pode ser atingida na saída da caldeira de recuperação é 451°C [16]. Além disso, para o condensador foi assumida uma pressão superior a pressão crítica do dióxido de carbono (7377kPa) a fim de mantê-lo em seu estado supercrítico. É possível observar os dados da Figura 5 obtidos no REFPROP [17] para pressões em torno da pressão crítica e avaliar o comportamento do S-CO2 como fluido de trabalho. Figura 5 – Variação da temperatura em função da pressão para o S-CO2 É notável que após atingir o ponto crítico em 7377kPa e 304,13 K (30,98°C), o comportamento do dióxido de carbono se estabiliza caracterizando seu estado supercrítico. Logo, sendo a temperatura igual ou superior a temperatura crítica, pode-se escolher a seguinte pressão: o P𝑏 = P𝑐= 7400 kPa (pressão no condensador) Para os equipamentos, temos os seguintes valores típicos para eficiências [15]:o η𝑐𝑝 = 89% (eficiência do compressor); o η𝑡𝑔 = 85% (eficiência da turbina a gás); o η𝑡𝑝𝑔 = 85% (eficiência da turbina de potência a gás); o η𝑡𝑣 = 86% (eficiência da turbina de potência a vapor); 303.800 303.900 304.000 304.100 304.200 7350 7360 7370 7380 7390 7400 Tc [ K ] Pc [kPa] 11 o η𝑏 = 80% (eficiência da turbina de potência a vapor). Além disso, foram consideradas as seguintes hipóteses: o Ar como gás termicamente perfeito; o Combustão completa na câmara de combustão; o Ausência de perda de carga na câmara de combustão e nas tubulações; o Todo calor cedido pelo ciclo de Brayton na caldeira de recuperação é aproveitado pelo ciclo de Rankine; o Trocas de calor a pressão constante. 3.3. Equacionamento O equacionamento do ciclo combinado proposto se inicia no ciclo de Brayton e tem como finalidade o cálculo da temperatura de saída da turbina a gás. Assim, a condição de entrada no trocador de calor é encontrada, possibilitando a alimentação do ciclo de Rankine. É importante destacar que para o ciclo de Brayton, foram utilizadas as tabelas termodinâmicas localizados no apêndice B do livro de Bathie [15] cujos dados podem ser obtidos através de sub-rotinas disponibilizadas por Sami M. Ayad. Para os cálculos dos parâmetros ao longo do ciclo de Rankine foram utilizadas as sub-rotinas disponíveis para tabelas termodinâmicas dedicadas à água e ao dióxido de carbono no pacote de propriedades térmicas REFPROP [17]. a) Compressor Primeiramente, com o estado 1 (entrada) definido é possível a obtenção da entalpia ℎ1,e da pressão relativa Pr1, e considerando o compressor como isentrópico, pode-se utilizar sua razão de compressão para obtenção da pressão relativa do estado 2 ideal, Pr2i , assim como a pressão P2 . 𝑟Brayton = Pr2i Pr1 Pr2i = 𝑟Brayton ∙ Pr1 12 𝑟Brayton = P2 P1 P2 = 𝑟Brayton ∙ P1 Logo, encontra-se para a pressão Pr2i , o valor de sua entalpia para um processo isentrópico, h2i, e é possível chegar ao trabalho ideal realizado pelo compressor: wcpi = h2i − h1 Utilizando a eficiência do compressor, o trabalho real pode ser encontrado. wcp = wcpi ηcp Podendo assim chegar ao valor da entalpia real do estado 2 (saída), pois: h2 = wcp + h1 b) Câmara de Combustão Considerando uma combustão completa à pressão constante dentro da câmara, temos que sua pressão de entrada, P2 deve ser igual a sua pressão de saída, P3. P3= P2 Além disso, sabendo a temperatura T3, define-se o estado 3 e obtém - se a entalpia h3 e a pressão relativa Pr3 . Pode-se então chegar à quantidade de calor obtida com a combustão através de: qcc = h3 − h2 e à taxa de variação da quantidade de calor através de: Q̇cc = ṁarqcc 13 c) Turbina a Gás Considerando que o trabalho real da turbina alimenta integralmente o trabalho real do compressor, temos que: wtg = wcp Tal dado pode ser utilizado para encontrar o valor da entalpia na saída da turbina a gás. Faz-se uso então do trabalho da turbina da seguinte forma: wtg = h3 − h4 h4 = h3 − wtg Diante disso, a temperatura T4 e a pressão relativa Pr4 podem ser encontradas. Neste ponto, cabe também o cálculo da pressão P4 e, para isso, se faz necessário um cálculo prévio da pressão Pr4i por meio da eficiência isentrópica da turbina,η t : η t = wtg wtgi wtgi = wtg ηt Assim, tornando possível chegar a: h4i = h3 − wtgi Logo, com a entalpia ideal h4i , um valor para a pressão ideal Pr4i é encontrado e considerando uma expansão isentrópica, tem-se: P3 P4 = Pr3 Pr4i P4 = P3 ( Pr4i P3 ) obtendo-se assim, a pressão no estado 4 (saída). d) Turbina de Potência a Gás Considerando novamente uma expansão isentrópica, pode-se chegar ao valor da pressão relativa ideal na saída da turbina de potência, Pr5i, da seguinte forma: P4 P5 = Pr4 Pr5i Pr5i = Pr4 𝑥 ( P5 P4 ) 14 Com Pr5i , encontramos h5i, e como isso, temos: wtpgi = h4 − h5i onde wtpgpode ser obtido através de: wtpgi = wtpg ηtpg wtpg = ηtpg𝑥wtpgi Logo, temos: wtpg = h4 − h5 h5 = h4 − wtpg Com h5, conseguimos chegar à temperatura na saída da turbina de potência,T5, parâmetro vital para a caldeira de recuperação, cujo desempenho está diretamente relacionado ao ciclo de Rankine, como pode ser visto a seguir. e) Caldeira de Recuperação (Ciclo de Brayton) O cálculo da quantidade de calor trocada entre os ciclos é de grande importância e para ele é utilizada a definição do estado 6. Com a temperatura T6 tem-se a entalpia h6 e com isso, a quantidade de calor trocada através do ciclo de Brayton qtcB. qtcb = h6 − h5 f) Bomba Primeiramente, considerando o estado c (entrada) como líquido saturado para o ciclo a vapor, pode-se utilizar a temperatura Tc para encontrar a entalpia, hc e a entropia, sc. Já para o ciclo a CO2 supercrítico, tais valores podem ser encontrados independentemente da consideração de saturação. Diante disso e se tratando de um processo isentrópico na bomba, tem-se para o estado d ideal (saída): sdi = sc 15 Em posse da entalpia sdi e da pressão Pd, encontra-se hdi tornando possível o cálculo do trabalho isentrópico realizado pela bomba em tais condições, wbi: wbi = hdi − hc Dá-se prosseguimento então ao cálculo do trabalho real realizado pela bomba respeitando sua eficiência isentrópica, η b . η b = wbi wb wb = wbi ηb Pode-se definir obter a entalpia do estado d, hd, de forma que: wb = hd − hc hd = wb + hc g) Caldeira de Recuperação (Ciclo de Rankine) Para a entrada nesse trocador de calor, é utilizada a definição do estado d. Para a saída, são utilizados os parâmetros Pa e Ta e tem-se a entalpia ha. Logo, é possível chegar à quantidade de calor trocada na caldeira de recuperação através do ciclo de Rankine, qtcR , da seguinte forma: qtcR = ha − hd Nesse estágio, tem-se para taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos ciclos (Q̇tc): Q̇tc = ṁarqtcB Q̇tc = ṁr qtcR 16 Igualando as duas equações para Qtc, tem-se: ṁRankine = ṁar ( qtcB qtcR ) onde qtcB refere-se à quantidade de calor trocada na caldeira de recuperação através do ciclo de Brayton e ṁRankine refere-se à vazão do fluido utilizado no ciclo de Rankine. h) Turbina de Potência a Vapor ⁄ CO2 supercrítico Para um processo isentrópico na turbina a vapor, tem-se: sbi = sa Com a entropia sbie a pressão Pb , é possível obter os valores para hbl , sbl ,hblv , sblv e assim chegar ao título xb necessário aos cálculos relacionados ao ciclo a vapor: xb = sbi − sbl sblv Para descobrir as entalpias para processos isentrópicos, faz-se: hbi = hbl + xb ∙ hblv Para o ciclo com a utilização de dióxido de carbono supercrítico, é possível encontrar o valor de hbidiretamente utilizando a entropia sbie a pressão Pb . Além disso, através da eficiência da turbina a vapor, tem-se: η tv = wtv wtvi wtv = ηtv ∙ wtvi onde o valor de wtvivem da equação: wtvi = ha − hbi Logo, é possível chegar ao trabalho real da turbina, wtv. 17 i) Potência Neste ponto, tendo o trabalho real resultante ciclo de Brayton, wtpg e o trabalho real de Rankine, wtv, obtém-se a potencia do ciclo combinado, fazendo: pot = ṁr(wtv − wb) + ṁarwtpg j) Rendimento Por fim, para o rendimento térmico global do ciclo combinado, tem-se: η th = pot qcc ∙ ṁar 18 4. Resultados e Discussões Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos através de simulações em Fortran F90 (ver apêndice) e análises de tabelas e gráficos. Os tópicos serão divididos entre os parâmetros variados no decorrer do trabalho. Tais parâmetros incluem as razões de compressão dos ciclos, de forma a analisar de forma detalhada a geração de potência proveniente dos mesmos, e a pressãona cadeira de recuperação que desempenha importante papel nas trocas de calor realizadas. Inicialmente, para comprovar o funcionamento do programa, será feita uma comparação entre os resultados obtidos através das simulações e os cálculos elaborados manualmente para o ciclo de Rankine a vapor usual. Em seguida, serão analisados os resultados encontrados para o mesmo ciclo operando com dióxido de carbono supercrítico e seus parâmetros. 4.1. Verificação dos Programas Para a verificação do programa, foi criada uma simulação de ciclo combinado, tendo vapor como fluido de trabalho no ciclo de Rankine, utilizando dados usuais de uma planta industrial [18]. São eles: • 𝑃𝑎 = 3922,66kPa (Pressão na entrada da turbina a vapor) • 𝑃𝑐 = 6,86 kPa (Pressão na saída da turbina a vapor) Onde 𝑃𝑑 = 𝑃𝑎 = 𝑃𝐶𝑎𝑙𝑑 , considerando que a troca de calor na caldeira de recuperação ocorre à pressão constante. Além disso, para o ciclo de Brayton a ar é utilizado um valor usual [15] para a razão de compressão dado por: • 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15 (Razão de compressão usual para um ciclo de Brayton a ar) 19 Os resultados estão descritos na Tabela 1 e é possível notar pequenas discrepâncias entre os valores. Isso se deve a possíveis erros de arredondamentos manuais que podem não estar totalmente de acordo com o programa em Fortran. Tabela 1 – Verificação dos resultados do programa em Fortran F90 𝑻𝟓[K] �̇�𝐜𝐜[kW] �̇�𝐭𝐜[kW] pot [kW] 𝛈𝐭𝐡 Manual 731,75 114622,43 49082,46 63783,95 0,56 Programa 734,10 114615,98 49439,70 67536,76 0,59 Erro [%] 0,321 0,006 0,730 5,884 5,357 Após a verificação do programa, foi possível alterar o fluido de trabalho do ciclo de Rankine e prosseguir com a análise do mesmo operando com dióxido de carbono supercrítico e seus respectivos dados de entrada. 4.2. Resultados Obtidos Nesta seção serão analisados os resultados das simulações para o ciclo combinado com a utilização do dióxido de carbono como fluido de trabalho. Para nível de comparação, foram utilizados parâmetros para razão de compressão 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 do ciclo de Brayton (valor usual em análises do ciclo [15]) e para a pressão na caldeira de recuperação 𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑 (Valor selecionado arbitrariamente dentro do intervalo de 16.000 a 28.000kPa citado por Miller [16] para a otimização de ciclo semelhante). • 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛= 15 • 𝑃𝑑= 𝑃𝑎= 𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑= 20.000kPa Cada tópico a seguir terá um desses parâmetros variado e a ideia é detalhar tais variações de modo a otimizar a potência e a eficiência do ciclo. 20 4.2.1. Variação da Razão de Compressão do Ciclo de Brayton (𝒓𝑩𝒓𝒂𝒚𝒕𝒐𝒏): Nesse tópico serão analisados os dados obtidos através da variação da razão de compressão do ciclo de Brayton e expostos na Tabela 2. O dado de entrada utilizado foi a pressão da caldeira de recuperação abaixo: • 𝑃𝑑 = 𝑃𝑎= Pco2 Cald = 20.000kPa Tabela 2 - Dados obtidos através da variação de 𝒓𝑩𝒓𝒂𝒚𝒕𝒐𝒏 Ciclo de Brayton Rankine com S-CO2 rBrayton T5 [K] Q̇cc [kW] Q̇tc [kW] pot [kW] nth 1 1400.00 168905.72 155593.00 75795.69 0.449 2 1199.93 158684.35 122644.52 77665.28 0.489 3 1093.77 151692.08 105482.15 77521.64 0.511 4 1022.75 146226.33 94137.94 76845.88 0.526 5 969.99 141661.26 85789.02 75962.04 0.536 6 928.17 137730.06 79217.87 75033.77 0.545 7 893.79 134241.38 73859.29 74068.03 0.552 8 864.59 131093.14 69334.89 73107.25 0.558 9 839.29 128216.83 65431.10 72163.89 0.563 10 817.03 125554.46 62018.29 71226.95 0.567 11 797.17 123088.11 58987.05 70323.38 0.571 12 779.22 120786.56 56247.93 69460.94 0.575 13 762.90 118615.77 53782.34 68605.26 0.578 14 747.98 116565.86 51522.70 67781.25 0.581 15 734.10 114615.98 49439.70 66976.56 0.584 16 721.39 112760.39 47523.61 66191.16 0.587 17 709.37 110975.36 45723.93 65423.53 0.590 18 698.17 109285.20 44055.94 64687.37 0.592 19 687.67 107651.51 42496.44 63956.47 0.594 20 677.80 106071.57 41022.77 63240.75 0.596 21 668.45 104563.69 39632.82 62556.48 0.598 22 659.43 103098.30 38306.32 61884.04 0.600 23 651.05 101692.18 37061.95 61231.06 0.602 24 642.98 100323.39 35872.59 60588.42 0.604 25 635.31 98993.26 34744.33 59953.53 0.606 26 627.89 97694.48 33651.82 59334.33 0.607 27 620.77 96445.57 32616.26 58734.08 0.609 28 613.98 95225.68 31620.11 58144.80 0.611 29 607.48 94038.10 30669.49 57563.58 0.612 30 601.19 92876.08 29751.33 56992.07 0.614 21 O limitante dessas variações é a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5). Para o modelo de turbina utilizado, temos que a máxima temperatura de exaustão que T5 pode assumir é de 744.15K (471°C) [16]. Diante disso, percebe-se que razões de compressão iguais ou inferiores a 14 não podem ser utilizadas. Ainda em relação à temperatura T5, é importante justificar a queda encontrada em seus valores. Primeiramente, sendo a pressão de entrada no compressor (estado 1) igual a pressão na saída da turbina de potência a gás (estado 5), tem-se que a razão de expansão equivalente das turbinas é igual à razão de compressão do compressor. Além disso, como a temperatura do estado 3 está fixada, não há variação da pressão relativa nesse ponto. É possível perceber que com o aumento de 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛, há a redução da pressão Pr5i e de h5i e, assim, o aumento do trabalho ideal da turbina. Utilizando a eficiência do equipamento, encontra-se um trabalho real maior também. Logo, da equação do trabalho real, tem-se um menor valor para a entalpia h5 e assim, para a temperatura T5 também, como pode ser visto na Figura 6. Figura 6 – Temperatura T5 em função da variação de 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 Quanto à taxa de variação da quantidade de calor gerada através da combustão na câmara do ciclo de Brayton, é notável uma queda em seus valores como pode ser observado na Figura 7. Isso está diretamente relacionado ao fato de que, com o aumento 500.00 600.00 700.00 800.00 900.00 1000.00 1100.00 1200.00 1300.00 1400.00 0 5 10 15 20 25 30 T 5 [K ] rBrayton 22 da razão de compressão, a pressão relativa no estado 2 aumenta e, assim, o valor de sua entalpia também aumenta. Logo, diante do valor fixo para a entalpia do estado 3 (T3 definido), Q̇cc encontra uma menor diferença entre as entalpias h3 e h2 e pode-se justificar sua redução. Figura 7 – Q̇cc em função da variação de 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 Destaca-se também que a taxa de variação da quantidade de calor trocada entre os ciclos reduz consideravelmente com o aumento da razão de compressão do ciclo de Brayton. Isso ocorre porque com a redução da temperatura T5, há também a redução da entalpia h5. Como Q̇tc está diretamente relacionada com a diferença entre as entalpias dos estados 5 e 6 (definido pela temperatura T6), teremos uma consequente diminuição da mesma. A Figura 8 ilustra tais afirmações. 90000 100000 110000 120000 130000 140000 150000 160000 170000 0 5 10 15 20 25 30 Ǭ cc [k W ] rBrayton 23 Figura 8 - Q̇tc em função da variação da 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 Quanto à potência global do ciclo, inicialmente é notado seu aumento e depois de alcançado o maior valor (77.665,28 kW), a sua queda. Essas observações são ilustradas na Figura 9. Figura 9 - Potência global em função da variação de 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 É importante destacar que apesar da razão de compressão igual a 2 estar relacionada ao pico dos valores, a limitação imposta a temperatura T5 impede que razões de compressão iguais ou inferiores a 14 sejam utilizadas, conforme discutido anteriormente. Logo, diante do comportamento decrescente da potência global após 25000 45000 65000 85000 105000 125000 145000 0 5 10 15 20 25 30 Ǭ tc [k W ] rBrayton 55000 60000 65000 70000 75000 80000 0 5 10 15 20 25 30 p o t [k W ] rBrayton 24 atingir o pico, rBrayton igual a 15 possibilitaria o maior valor dentro dos disponíveisao ciclo. Além disso, o comportamento da potência global é abordado novamente através da Tabela 3 onde são descritas as variações das potências dos ciclos de Brayton e Rankine que somadas respondem pela sua composição. Tabela 3 - Composição da potência global em função da variação de 𝐫𝐁𝐫𝐚𝐲𝐭𝐨𝐧 rBrayton Potências [kW] Brayton Rankine Pot. Global 1 0.00 75795.69 75795.69 2 22727.11 54938.17 77665.28 3 32897.21 44624.44 77521.64 4 38775.66 38070.22 76845.88 5 42559.52 33402.52 75962.04 6 45199.46 29834.31 75033.77 7 47069.36 26998.67 74068.03 8 48445.52 24661.73 73107.25 9 49473.00 22690.89 72163.89 10 50223.45 21003.51 71226.95 11 50788.34 19535.04 70323.38 12 51225.91 18235.04 69460.94 13 51520.70 17084.56 68605.26 14 51730.43 16050.81 67781.25 15 51863.55 15113.00 66976.56 16 51924.06 14267.10 66191.16 17 51938.71 13484.82 65423.53 18 51916.54 12770.83 64687.37 19 51842.35 12114.13 63956.47 20 51736.07 11504.68 63240.75 21 51618.15 10938.33 62556.48 22 51479.25 10404.79 61884.04 23 51317.50 9913.55 61231.06 24 51138.08 9450.35 60588.42 25 50936.20 9017.32 59953.53 26 50729.94 8604.39 59334.33 27 50516.58 8217.50 58734.08 28 50292.85 7851.95 58144.80 29 50055.88 7507.70 57563.58 30 49812.02 7180.05 56992.07 25 Inicialmente, com a razão de compressão igual a 1, a potência do ciclo de Brayton é nula. Isso ocorre porque, como a razão de expansão equivalente das turbinas é igual à razão de compressão rBrayton, teremos para os pontos 3 e 5 os mesmos valores de pressão parcial e assim, os mesmos valores para as suas entalpias. Não havendo diferença entre elas, a potência se anula. Neste ponto, tem-se total dependência do ciclo de Rankine, cuja potência passa a ser a potência global. Com o aumento de rBrayton, a potência do ciclo de Brayton tende aumentar, pois a entalpia no ponto 5 alcança maiores valores. Em contrapartida, a potência do ciclo de Rankine diminui, pois, como visto anteriormente, a quantidade de calor trocada entre os ciclos tende a diminuir e com isso, há uma redução da oferta de energia. Na Figura 10 são ilustrados tais comportamentos. Figura 10 - Composição da potência global em função da variação de 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 É importante destacar, também, que, devido à queda mais branda da potência gerada em relação à quantidade de calor disponibilizada na câmara de combustão, a eficiência do ciclo combinado passa a aumentar com o parâmetro 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛, como pode ser visto na Figura 11. 0.00 10000.00 20000.00 30000.00 40000.00 50000.00 60000.00 70000.00 80000.00 0 5 10 15 20 25 30 P o tê n ci a [K W ] rBrayton Brayton Rankine Pot. Global 26 Figura 11 - Eficiência global do ciclo em função da variação de rBrayton Tal aumento é notório, mas ocorre de forma gradual, de modo que considerando a busca por maiores valores de potência, é possível admitir a eficiência em rBrayton igual a 15 e ainda obter bons resultados. 4.2.2. Variação da Pressão na Caldeira para o CO2 (𝑷𝒅 = 𝑷𝒂 = 𝑷𝒄𝒐𝟐 𝑪𝒂𝒍𝒅) Nesta seção serão analisados os dados obtidos através da variação da pressão na caldeira. A adição de calor é feita à pressão constante e os resultados da simulação estão expostos na Tabela 4. O dado de entrada utilizado foi o seguinte: • 𝑟𝑏𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15 0.400 0.450 0.500 0.550 0.600 0.650 0 5 10 15 20 25 30 n th rBrayton 27 Tabela 4 - Dados obtidos através da variação de Pco2 Cald Ciclo de Brayton Rankine c/ S-CO2 𝐏𝐜𝐨𝟐 𝐂𝐚𝐥𝐝 T5 [K] Q̇cc [kW] Q̇tc [kW] pot [kW] nth 16000 734.10 114615.98 49439.70 66544.08 0.581 16500 734.10 114615.98 49439.70 66607.82 0.581 17000 734.10 114615.98 49439.70 66668.46 0.582 17500 734.10 114615.98 49439.70 66726.19 0.582 18000 734.10 114615.98 49439.70 66781.18 0.583 18500 734.10 114615.98 49439.70 66833.57 0.583 19000 734.10 114615.98 49439.70 66883.51 0.584 19500 734.10 114615.98 49439.70 66931.13 0.584 20000 734.10 114615.98 49439.70 66976.56 0.584 20500 734.10 114615.98 49439.70 67019.89 0.585 21000 734.10 114615.98 49439.70 67061.25 0.585 21500 734.10 114615.98 49439.70 67100.72 0.585 22000 734.10 114615.98 49439.70 67138.39 0.586 22500 734.10 114615.98 49439.70 67174.35 0.586 23000 734.10 114615.98 49439.70 67208.68 0.586 23500 734.10 114615.98 49439.70 67241.44 0.587 24000 734.10 114615.98 49439.70 67272.71 0.587 24500 734.10 114615.98 49439.70 67302.56 0.587 25000 734.10 114615.98 49439.70 67331.03 0.587 25500 734.10 114615.98 49439.70 67358.20 0.588 26000 734.10 114615.98 49439.70 67384.11 0.588 26500 734.10 114615.98 49439.70 67408.81 0.588 27000 734.10 114615.98 49439.70 67432.35 0.588 27500 734.10 114615.98 49439.70 67454.77 0.589 28000 734.10 114615.98 49439.70 67476.13 0.589 Como os parâmetros do ciclo de Brayton foram mantidos, assim como o gás utilizado (ar), tem-se que os valores encontrados para a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), as taxas de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc) e da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc) são constantes. 28 Na Figura 12 é mostrada a variação da potência global do ciclo combinado. Figura 12 - Potência global em função da variação da Pco2 Cald É verificado um crescimento dos valores de potência, que pode ser interpretado melhor através da Tabela 5, que indica os componentes de potência dos ciclos de Brayton e Rankine. 66400 66600 66800 67000 67200 67400 67600 16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 p o t [k W ] Pcald (kPa) 29 Tabela 5 - Composição da potência global em função da variação de Pco2 Cald Potência [kW] 𝐏𝐜𝐨𝟐 𝐂𝐚𝐥𝐝 Brayton Rankine Pot. Global 16000 51863.55 14680.53 66544.08 16500 51863.55 14744.27 66607.82 17000 51863.55 14804.91 66668.46 17500 51863.55 14862.64 66726.19 18000 51863.55 14917.62 66781.18 18500 51863.55 14970.01 66833.57 19000 51863.55 15019.96 66883.51 19500 51863.55 15067.58 66931.13 20000 51863.55 15113.00 66976.56 20500 51863.55 15156.34 67019.89 21000 51863.55 15197.70 67061.25 21500 51863.55 15237.16 67100.72 22000 51863.55 15274.84 67138.39 22500 51863.55 15310.80 67174.35 23000 51863.55 15345.12 67208.68 23500 51863.55 15377.89 67241.44 24000 51863.55 15409.16 67272.71 24500 51863.55 15439.01 67302.56 25000 51863.55 15467.48 67331.03 25500 51863.55 15494.65 67358.20 26000 51863.55 15520.55 67384.11 26500 51863.55 15545.25 67408.81 27000 51863.55 15568.79 67432.35 27500 51863.55 15591.22 67454.77 28000 51863.55 15612.57 67476.13 Como não há variações no ciclo de Brayton, sua potência se mantém constante deixando a variação da potência global para o ciclo de Rankine, como pode ser visto na Figura 13. 30 Figura 13 - Composição da potência global em função da variação de 𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑 O ciclo de Rankine tem o aumento de sua potência de forma gradual e isso reflete na potência global. Tal aumento se deve a uma maior diferença entre as pressões de saída da bomba (𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑) e de entrada (estado c definido) e assim, numa maior diferença entre as entalpias também. Entretanto, é possível perceber que dentro do intervalo de pressões analisado, não há variações radicais. Além disso, com o aumento do parâmetro PCO2 Cald, a eficiência aumenta e isso pode ser explicado pelo fato da potência estar aumentando e a taxa de variação da quantidade de calor mantida constante. Logo, nota-se que a potência está sendo gerada pelo ciclo de uma forma mais eficiente diante do calor produzido. A Figura 14 ilustra tais afirmações. 10000.00 20000.00 30000.00 40000.00 50000.00 60000.00 70000.00 16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 30000 P o tê n ci a [k W ] Pcald [kPa] BraytonRankine Pot. Global 31 Figura 14 - Eficiência global do ciclo em função da variação de 𝑃𝑐𝑜2 𝐶𝑎𝑙𝑑 4.2.3. Variação da Razão de Compressão do Ciclo de Rankine para o CO2 (𝒓𝒓𝒂𝒏𝒌𝒊𝒏𝒆) Nesta seção serão analisados os dados obtidos através da variação da razão de compressão do ciclo de Rankine, ou seja, razão de compressão da bomba, descrita por: 𝑟𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 = 𝑃𝑑 𝑃𝑐 = 𝑃𝐶𝑂2 𝐶𝑎𝑙𝑑 𝑃𝑐 Tais dados são expostos na Tabela 6. O dado de entrada utilizado foi a razão de compressão do ciclo de Brayton: • 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15 0.580 0.581 0.582 0.583 0.584 0.585 0.586 0.587 0.588 0.589 0.590 16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 n th Pcald (kPa) 32 Tabela 6 - Dados obtidos através da variação de rRankine Ciclo de Brayton Rankine c/ S-CO2 rRankine 𝐏𝐂𝐎𝟐 𝐂𝐚𝐥𝐝(kPa) T5 (K) Q̇cc (kW) Q̇tc (kW) pot (kW) nth 1 7400 734.10 114615.98 49439.70 64630.70 0.564 2 14800 734.10 114615.98 49439.70 66377.23 0.579 3 22200 734.10 114615.98 49439.70 67152.98 0.586 4 29600 734.10 114615.98 49439.70 67537.70 0.589 5 37000 734.10 114615.98 49439.70 67714.35 0.591 6 44400 734.10 114615.98 49439.70 67763.38 0.591 7 51800 734.10 114615.98 49439.70 67726.55 0.591 8 59200 734.10 114615.98 49439.70 67627.73 0.590 9 66600 734.10 114615.98 49439.70 67481.54 0.589 10 74000 734.10 114615.98 49439.70 67297.36 0.587 11 81400 734.10 114615.98 49439.70 67081.52 0.585 12 88800 734.10 114615.98 49439.70 66838.47 0.583 13 96200 734.10 114615.98 49439.70 66571.36 0.581 14 103600 734.10 114615.98 49439.70 66282.49 0.578 15 111000 734.10 114615.98 49439.70 65973.55 0.576 Como os parâmetros do ciclo de Brayton foram mantidos tal como o gás utilizado (ar), tem-se que os valores encontrados para a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), as taxas de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc) e da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc) são constantes. Na Figura 15 é mostrada a variação da potência global do ciclo combinado. 33 Figura 15 - Potencia em função da variação de 𝑟𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 Inicialmente, é observado o aumento da potência e, quando o ponto máximo é obtido na razão de compressão igual a 6 (67763,38 kW), inicia-se a queda de seus valores. Tal comportamento pode ser interpretado melhor através da Tabela 7 que indica os componentes de potência dos ciclos de Brayton e Rankine. Tabela 7 - Composição da potência global em função da variação de 𝒓𝑹𝒂𝒏𝒌𝒊𝒏𝒆 RRankine Potência [kW] Brayton Rankine Pot. Global 1 51863.55 12767.15 64630.70 2 51863.55 14513.67 66377.23 3 51863.55 15289.42 67152.98 4 51863.55 15674.15 67537.70 5 51863.55 15850.80 67714.35 6 51863.55 15899.83 67763.38 7 51863.55 15862.99 67726.55 8 51863.55 15764.18 67627.73 9 51863.55 15617.98 67481.54 10 51863.55 15433.80 67297.36 11 51863.55 15217.97 67081.52 12 51863.55 14974.91 66838.47 13 51863.55 14707.80 66571.36 14 51863.55 14418.94 66282.49 15 51863.55 14109.99 65973.55 64000 64500 65000 65500 66000 66500 67000 67500 68000 1 3 5 7 9 11 13 15 p o t [k W ] rRankine 34 Como não há variações no ciclo de Brayton, sua potência se mantém constante deixando a variação da potência global para o ciclo de Rankine, como pode ser visto na Figura 16. Figura 16 - Composição da potência global em função da variação de rRankine Tal comportamento se deve à diferença entre as pressões de saída da bomba (Pco2 Cald) e de entrada (estado c definido) e, assim, à diferença entre as entalpias também. A eficiência também aumenta gradativamente com o parâmetro rRankine até atingir o seu valor máximo no intervalo de 5 a 7 (0,591) e, em seguida, sofre uma queda em seus valores. Tal comportamento se assemelha ao da potência global. Isso pode ser explicado pelo fato da potência estar variando e a taxa de variação da quantidade de calor ser mantida constante. A Figura 17 ilustra essa afirmação. 10000.00 20000.00 30000.00 40000.00 50000.00 60000.00 70000.00 1 6 11 P o tê n ci a [k W ] rRankine Brayton Rankine Pot. Global 35 Figura 17 - Eficiência global do ciclo em função da variação de 𝑟𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 Destaca-se, então, a utilização da razão de compressão igual a 6 para o ciclo de Rankine, de forma a atingir os maiores valores de potência e eficiência dentro do intervalo analisado. Nesta razão de compressão, encontra-se uma pressão de 44.400 kPa para a caldeira de recuperação. Tal valor está acima do intervalo analisado no tópico anterior (16.000 a 28.000 kPa), mas o comportamento crescente visto parece ser observado continuamente até esse ponto, pois maiores valores de potência e eficiência foram encontrados. 4.2.4. Análise Comparativa com um Ciclo de Rankine a Vapor Os resultados obtidos para um ciclo combinado Brayton - Rankine com a utilização de dióxido de carbono supercrítico serão comparados com os do mesmo ciclo com Rankine operando a vapor sob as mesmas pressões. A análise é importante para destacar otimizações de potência e de eficiência térmica com tal substituição, diante de variações das razões de compressão rBrayton e rRankine, e da pressão na caldeira de recuperação. É importante destacar que ciclos de Rankine a vapor geralmente apresentam pressões de operação bem mais baixas do que as apresentadas nessa análise. Seu comportamento nessas condições tão discrepantes pode beirar seu estado supercrítico também (22.064kPa e 674,10K). 0.560 0.565 0.570 0.575 0.580 0.585 0.590 0.595 1 3 5 7 9 11 13 15 n th rRankine 36 • Razão de Compressão do Ciclo de Brayton (rBrayton): Inicialmente, serão discutidos os resultados obtidos para a variação da razão de compressão do ciclo de Brayton, como pode ser verificado na Tabela 8. Tabela 8 - Resultados obtidos através da variação da razão de compressão rBrayton Variação de razão de compressão rBrayton Ciclo de Brayton Rankine c/ S-CO2 Rankine c/ H20 pot (kW) nth pot (kW) nth RBrayton T5 (K) Q̇cc (kW) Q̇tc (kW) S-CO2 S-CO2 H2O H2O 1 1400.00 168905.72 155593.00 75795.69 0.449 48721.29 0.288 2 1199.93 158684.35 122644.52 77665.28 0.489 55345.96 0.349 3 1093.77 151692.08 105482.15 77521.64 0.511 57974.30 0.382 4 1022.75 146226.33 94137.94 76845.88 0.526 59230.96 0.405 5 969.99 141661.26 85789.02 75962.04 0.536 59809.58 0.422 6 928.17 137730.06 79217.87 75033.77 0.545 60048.07 0.436 7 893.79 134241.38 73859.29 74068.03 0.552 60037.15 0.447 8 864.59 131093.14 69334.89 73107.25 0.558 59879.20 0.457 9 839.29 128216.83 65431.10 72163.89 0.563 59620.89 0.465 10 817.03 125554.46 62018.29 71226.95 0.567 59271.96 0.472 11 797.17 123088.11 58987.05 70323.38 0.571 58877.31 0.478 12 779.22 120786.56 56247.93 69460.94 0.575 58459.08 0.484 13 762.90 118615.77 53782.34 68605.26 0.578 57984.21 0.489 14 747.98 116565.86 51522.70 67781.25 0.581 57487.99 0.493 15 734.10 114615.98 49439.70 66976.56 0.584 56958.74 0.497 16 721.39 112760.39 47523.61 66191.16 0.587 56447.49 0.501 17 709.37 110975.36 45723.93 65423.53 0.590 56175.48 0.506 18 698.17 109285.20 44055.94 64687.37 0.592 55893.51 0.511 19 687.67 107651.51 42496.44 63956.47 0.594 55580.67 0.516 20 677.80 106071.57 41022.77 63240.75 0.596 55250.69 0.521 21 668.45 104563.69 39632.82 62556.48 0.598 54915.93 0.525 22 659.43 103098.30 38306.32 61884.04 0.600 54523.83 0.529 23 651.05 101692.18 37061.95 61231.06 0.602 52806.23 0.519 24 642.98 100323.39 35872.59 60588.42 0.604 52204.99 0.520 25 635.31 98993.26 34744.33 59953.53 0.606 51616.85 0.521 26 627.89 97694.48 33651.82 59334.33 0.607 51021.06 0.522 27 620.77 96445.57 32616.26 58734.08 0.609 50390.10 0.522 28 613.98 95225.68 31620.11 58144.80 0.611 49679.45 0.522 29 607.48 94038.10 30669.49 57563.58 0.612 48792.94 0.519 30 601.1992876.08 29751.33 56992.07 0.614 47476.98 0.511 37 É importante destacar que não há alteração no gás utilizado no ciclo de Brayton (ar). Diante disso, a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), a taxa de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc) e a taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc) são iguais para ambos os ciclos combinados para cada razão de compressão. Quanto à potência, os ciclos apresentam comportamentos ligeiramente semelhantes com um crescimento inicial e após o alcance de um valor máximo, uma queda. A potência máxima obtida para Rankine operando com S-CO2 é obtida em rBrayton = 2 (77.665,28kJ) enquanto, com vapor é obtida em rBrayton = 6 (60.048,07kJ). Tais comportamentos podem ser verificados na Figura 18. Figura 18 - Potências obtidas através da variação da razão de compressão rBrayton Diante disso, e observando uma queda mais acentuada nos valores para a taxa de variação da quantidade de calor, obtidos com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Figura 7), tem-se o aumento da eficiência de ambos os ciclos, como pode ser visto na Figura 19. 45000 50000 55000 60000 65000 70000 75000 80000 0 5 10 15 20 25 30 p o t (k W ) rBrayton S-CO2 H2O 38 Figura 19 - Eficiências obtidas através da variação da razão de compressão rBrayton Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas variações de rBrayton. É notável em ambos os gráficos o comportamento irregular dos valores para vapor de água próximo a razão de compressão igual a 22. Como visto anteriormente, com o aumento de rBrayton, há a redução da temperatura na saída da caldeira de recuperação (T5) e neste ponto, a irregularidade se dá porque o liquido se mantém em seu estado havendo, assim, uma queda mais drástica de entalpia influenciando diretamente no trabalho da turbina de potência a vapor e logo, na potência do ciclo. • Pressão na caldeira de recuperação (Pd = Pa = 𝑷 𝑪𝒂𝒍𝒅): Será discutida, também, a influência da variação da pressão na caldeira de recuperação. Os dados obtidos para os ciclos combinados operando com dióxido de carbono supercrítico e a vapor estão descritos na Tabela 9. 0.200 0.300 0.400 0.500 0.600 0.700 0 5 10 15 20 25 30 n th rBrayton S-CO2 H2O 39 Tabela 9 - Resultados obtidos através da variação da pressão na caldeira de recuperação 𝑷𝑪𝒂𝒍𝒅 É importante destacar que, sendo mantidos os parâmetros do ciclo de Brayton, tem- se que os valores para a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), a taxa de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc) e a taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc) são constantes. Tais comportamentos ocorrem para o S-CO2 e para o vapor de água. Variação da Pressão na Caldeira de Recuperação (Pcald) Ciclo de Brayton Rankine c/ S-CO2 Rankine c/ H20 pot (kW) nth pot (kW) nth Pcald (kPa) T5 (K) Q̇cc (kW) Q̇tc (kW) S-CO2 S-CO2 H2O H2O 16000 734.10 114615.98 49439.70 66544.08 0.5806 56977.86 0.4971 16500 734.10 114615.98 49439.70 66607.82 0.5811 56992.94 0.4973 17000 734.10 114615.98 49439.70 66668.46 0.5817 57002.85 0.4973 17500 734.10 114615.98 49439.70 66726.19 0.5822 57007.71 0.4974 18000 734.10 114615.98 49439.70 66781.18 0.5827 57007.60 0.4974 18500 734.10 114615.98 49439.70 66833.57 0.5831 57002.61 0.4973 19000 734.10 114615.98 49439.70 66883.51 0.5835 56992.78 0.4972 19500 734.10 114615.98 49439.70 66931.13 0.5840 56978.15 0.4971 20000 734.10 114615.98 49439.70 66976.56 0.5844 56958.74 0.4970 20500 734.10 114615.98 49439.70 67019.89 0.5847 56934.55 0.4967 21000 734.10 114615.98 49439.70 67061.25 0.5851 56905.57 0.4965 21500 734.10 114615.98 49439.70 67100.72 0.5854 56897.45 0.4964 22000 734.10 114615.98 49439.70 67138.39 0.5858 56956.31 0.4969 22500 734.10 114615.98 49439.70 67174.35 0.5861 57011.90 0.4974 23000 734.10 114615.98 49439.70 67208.68 0.5864 57064.30 0.4979 23500 734.10 114615.98 49439.70 67241.44 0.5867 57113.59 0.4983 24000 734.10 114615.98 49439.70 67272.71 0.5869 57159.81 0.4987 24500 734.10 114615.98 49439.70 67302.56 0.5872 57203.04 0.4991 25000 734.10 114615.98 49439.70 67331.03 0.5874 57243.31 0.4994 25500 734.10 114615.98 49439.70 67358.20 0.5877 57280.66 0.4998 26000 734.10 114615.98 49439.70 67384.11 0.5879 57315.12 0.5001 26500 734.10 114615.98 49439.70 67408.81 0.5881 57346.70 0.5003 27000 734.10 114615.98 49439.70 67432.35 0.5883 57375.44 0.5006 27500 734.10 114615.98 49439.70 67454.77 0.5885 57401.33 0.5008 28000 734.10 114615.98 49439.70 67476.13 0.5887 57424.37 0.5010 40 Quanto à potência, é possível perceber baixas variações para ambos os ciclos combinados, como pode ser visto na Figura 20. Figura 20 - Potências obtidas através da variação da pressão na caldeira de recuperação 𝑃𝐶𝑎𝑙𝑑 Entretanto, é notável uma maior inclinação de aumento nos valores relacionados ao S-CO2 e, além disso, tais valores se mostram bastante superiores aos obtidos para vapor de água sob as mesmas condições. Diante disso, observando o comportamento constante dos valores para taxa de variação da quantidade de calor obtidos com a queima de combustíveis na câmara de combustão, tem-se o aumento da eficiência de ambos os ciclos, como pode ser visto na Figura 21. 56000 58000 60000 62000 64000 66000 68000 70000 16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 p o t [k W ] Pcald [kPa] S-CO2 H2O 41 Figura 21 - Eficiências obtidas através da variação da pressão na caldeira de recuperação 𝑃𝐶𝑎𝑙𝑑 Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas pressões. Quanto ao comportamento irregular da água próxima a pressão de 22.000kPa, será realizada uma discussão mais abrangente na próxima seção. • Razão de Compressão do Ciclo de Rankine (rRankine): Por último, será discutida, também, a influência da variação do valor da razão compressão do ciclo de Rankine. Os dados obtidos para os ciclos combinados operando com dióxido de carbono supercrítico e a vapor estão descritos na Tabela 10. 0.4800 0.5000 0.5200 0.5400 0.5600 0.5800 0.6000 16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 n th Pcald [kPa] S-CO2 H2O 42 Tabela 10 - Resultados obtidos através da variação da razão de compressão rRankine Variação da taxa de compressão do ciclo de Rankine Ciclo de Brayton Rankine c/ S-CO2 Rankine c/ H20 pot (kW) nth pot (kW) nth rRankine PCald(kPa) T5 (K) Q̇cc (kW) Q̇tc (kW) S-CO2 S-CO2 H2O H2O 1 7400 734.10 114615.98 49439.70 64630.70 0.5639 55612.373 0.4852 2 14800 734.10 114615.98 49439.70 66377.23 0.5791 56919.723 0.4966 3 22200 734.10 114615.98 49439.70 67152.98 0.5859 56978.929 0.4971 4 29600 734.10 114615.98 49439.70 67537.70 0.5893 57478.923 0.5015 5 37000 734.10 114615.98 49439.70 67714.35 0.5908 57340.535 0.5003 6 44400 734.10 114615.98 49439.70 67763.38 0.5912 56795.350 0.4955 7 51800 734.10 114615.98 49439.70 67726.55 0.5909 56311.492 0.4913 8 59200 734.10 114615.98 49439.70 67627.73 0.5900 55913.646 0.4878 9 66600 734.10 114615.98 49439.70 67481.54 0.5888 55545.593 0.4846 10 74000 734.10 114615.98 49439.70 67297.36 0.5872 55185.049 0.4815 11 81400 734.10 114615.98 49439.70 67081.52 0.5853 54821.471 0.4783 12 88800 734.10 114615.98 49439.70 66838.47 0.5832 54449.087 0.4751 13 96200 734.10 114615.98 49439.70 66571.36 0.5808 54064.467 0.4717 14 103600 734.10 114615.98 49439.70 66282.49 0.5783 53665.382 0.4682 15 111000 734.10 114615.98 49439.70 65973.55 0.575653250.236 0.4646 Novamente, é importante destacar que, sendo mantidos os parâmetros do ciclo de Brayton, tem-se que os valores para a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), a taxa de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc) e a taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc) são constantes diante da variação da razão de compressão do Ciclo de Rankine (rRankine). Tais comportamentos ocorrem para o S-CO2 e para o vapor de água. Quanto à potência, os resultados são mais significativos do que os encontrados através da variação da pressão na caldeira de recuperação para ambos os ciclos, conforme discutido anteriormente. Além disso, a potência máxima obtida para Rankine operando com S-CO2 é obtida em rRankine = 6 (67763.38kJ) enquanto, com vapor é obtida em rRankine = 4(57478.923kJ). Tais comportamentos podem ser verificados na Figura 22. 43 Figura 22 - Potências obtidas através da variação da razão de compressão rRankine Diante disso, observando o comportamento constante dos valores encontrados para taxa de variação da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão, tem-se o aumento da eficiência de ambos os ciclos, como pode ser visto na Figura 23. Figura 23 - Eficiências obtidas através da variação da razão de compressão rRankine 50000 52000 54000 56000 58000 60000 62000 64000 66000 68000 70000 1 3 5 7 9 11 13 15 p o t [k W ] rRankine S-CO2 H2O 00.350 00.400 00.450 00.500 00.550 00.600 00.650 1 3 5 7 9 11 13 15 n th rRankine S-CO2 H2O 44 Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas condições. É importante destacar o comportamento irregular do vapor próximo à razão de compressão igual a 3. Neste ponto, chega-se a uma pressão na saída da bomba superior à pressão crítica da água, havendo, então, um salto de entalpia de seu estado supercrítico e, com isso, uma maior diferença entre a entalpia de entrada e de saída da bomba, influenciando assim o seu trabalho e, consequentemente, a potência e a eficiência do ciclo. 45 5. Conclusões Neste capítulo serão discutidas conclusões obtidas ao longo do projeto, as dificuldades enfrentadas e possíveis trabalhos futuros. Inicialmente, foi proposto um ciclo binário combinado Brayton-Rankine com arranjo simples em que Rankine pudesse operar com dióxido de carbono supercrítico como fluido de trabalho. Foi realizada uma análise da sensibilidade do ciclo frente à variação da razão de compressão do ciclo de Brayton (rBrayton,), da pressão do S-CO2 na caldeira (Pco2 Cald) e da razão de compressão do ciclo de Rankine (rRankine), buscando a otimização da potência específica gerada pelo ciclo combinado e de sua eficiência térmica. A variação de rBrayton trouxe resultados esclarecedores, possibilitando a limitação do intervalo de parâmetros aplicáveis, facilitando a escolha de equipamentos e combustíveis adequados. Foi possível chegar também à razão de compressão mais adequada para otimização do ciclo (15). Em contrapartida, a variação de Pco2 Cald dentro do intervalo analisado não apresentou modificações impactantes ao ciclo, o que demonstra a necessidade de elevar essa pressão a valores ainda mais altos para expressivas potências e eficiências. Tal abordagem pode ser verificada com a variação da razão rRankine, que está diretamente relacionada a Pco2 Cald e trouxe resultados mais impactantes. Foi possível verificar um valor ótimo para o ciclo (6) e ainda compatível como as bombas existentes no mercado [19]. Além disso, a análise comparativa com o ciclo a vapor d’água demonstrou que a utilização do dióxido de carbono pode ser bastante vantajosa, pois foram obtidos valores superiores de potência e eficiência para as três variações de parâmetros verificadas. Tais resultados estão relacionados a massa específica do CO2 supercrítico se aproximar do dobro da massa específica do vapor, o que proporciona maior facilidade de compressão e alta densidade de potência. 46 Como possíveis trabalhos futuros, tem-se a utilização de biocombustíveis na câmara de combustão e de processos de separação do gás carbônico dos demais gases de combustão. Aplicações de membranas e criogenia são alguns dos que vem sendo estudados [20]. A ideia é reutilizar esse gás no ciclo de Rankine reduzindo suas emissões para o ambiente. Além disso, pode-se levar em consideração a utilização de métodos de otimização numérica que possam aperfeiçoar a escolha dos parâmetros e as análises feitas em torno do ciclo. 47 6. Referências Bibliográficas [1]LIVESCIENCE, Global Warming: News, Facts, Causes & Effects. Disponível em: <http://www.livescience.com/topics/global-warming>. Acesso em: 2 fev 2017, 20:46:02. [2]ONU BR NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/cop21/>. Acesso em 2 fev 2017 23:23:44. [3]GREENPEACE BRASIL, Revolução Energética. Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Clima-e-Energia/revolucao- energetica/?gclid=COyMrtO_5dECFYcFkQoduwsEPA>. Acesso em: 28 jan 2017 16:58:14. [4]IODICE, P., D'ACCADIA, M.D., ABAGNALE, C., CARDONE, M., Energy, economic and environmental performance appraisal of a trigeneration power plant for a new district: Advantages of using a renewable fuel. Applied Thermal Engineering, Vol.95, pp 330-338, 2016. [5]EPE (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA), Relatório Final - Balanço Energético Nacional 2016: Ano base 2015. Rio de Janeiro, 2016. [6]INEE (INSTITUTO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA), O que é coogeração. Disponível em: <http://www.inee.org.br/forum_co_geracao.asp?Cat=gd>. Acesso em: 3 fev 2017 12:27:36. [7]IRFAN, U. Can Carbon Dioxide Replace Steam to Generate Power?.Disponível em: <https://www.scientificamerican.com/article/can-carbon-dioxide-replace-steam-to- generate-power/#>. Acesso em: 14 jan 2017, 19:15:23. [8]ANGELINO, G., Perspectives for the Liquid Phase Gas Turbine. ASME. Journal of Engineering for Power, Vol. 89, pp 229-237, 1967. 48 [9]FEHER, E.G., The Supercritical Thermodynamic Power Cycle. Energy Conversion, Fergamon Press. Vol. 8, pp. 85-90.1968. [10]ZHANG, X., YAMAGUCHI, H., FUJIMA, K., et al., Feasibility Study of CO2- Based Rankine Cycle Powered by Solar Energy. JSME International Journal, Vol.48, pp 540-547, 2005. [11]ANGELINO, G., Carbon Dioxide Condensation Cycles For Power Production. ASME Journal of Engineering for Power, Vol. 90, pp 287-296, 1968. [12]ZHANG, X., YAMAGUCHI, H., UNENO, D., et al., Analysis of a novel solar energy-powered Rankine cycle for combined power and heat generation using supercritical carbon dioxide. Renewable Energy, Vol.31, pp 1839-54, 2006. 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Disponível em: <https://w3.siemens. com.cn/energy/cn/zh/mechanical-drives/Documents/Industrial_Steam_Turbines_EN_ 2013.pdf>. Acesso em: 01 jul 2017, 11:33:55. [19]LAB SOLUTIONS. Bomba de CO2 supercrítico SFT-10. Disponível em: <http://www.labsolutions.com.br/adm/app/webroot/uploads/ProdutosDocumentos/bomb a-sft-10-site.pdf>Acesso em: 18 maio 2017, 13:30:17. [20]LÓPES, D. Separação de CO2 em gases de combustão – Aplicação de Membranas e Criogenia. 2010. 87f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - UFRS, Rio Grande do Sul, Brasil. 2010. . 50 Apêndice Programas Desenvolvidos em Fortran F90 51 A) Programa para simulação de um ciclo combinado Brayton-Rankine utilizando vapor como fluido de trabalho !CICLO COMBINADO GÁS - VAPOR (REFPROP) program CicloCombinadovapor use ThermCoeffProp use Thermo_Prop_Calc implicit double precision (a-h,o-z) implicit integer (i-k,m,n) real(8) T1,P1,T2,P2,T3,P3,T4,P4,h1,h2,h3,h4 real(8) Pr1,Pr2,Pr3,T2i,h2i,h4i,rb,ncp,ntg,ntpg real(8) Wc,Wci,Wtg, Wtgi, Qcc,Air(5,489) integer(4) Col1,Col2_1,Col2_2 integer nc, ierr, kphl,kphv parameter (ncmax=20) character hrf*3, herr*255 character*255 hf(ncmax),hfmix real(8) sbl,hbi,hbl,hblv,sbi,sblv real(8) Ta,Pa,ha,Tb,Pb,Tc,Pc,sc,hc,Pd,Td,rr, nb,ntv, w real(8) sdi,hdr,hdi real(8) Wb,Wbi,Wtv,Wtvi,xb,Qtc, wv, nv real(8) convert,cp,cv,q,e,e2,hjt,d,dl,dv,x,y,x1,xliq,xvap,rhov, rhol,rhol1 real(8) T5, h5, mpa, mpv, Wl, nl open(unit=25,file= 'Ciclo combinado gás - vapor (REFPROP).dat',status= 'unknown 52 !########Variação dos Parâmetros do Ciclo Combinado############### !do rb = 1,30,1 !do Pa = 16000,28000, 500 !do rr = 1,15,1 rb=15d0 !Pressão na entrada da bomba: Pc=6.86d0 !Parâmetro usual !Pc=7400d0 !Pressão na caldeira de recuperação: Pa=3922.66d0 !Parâmetro usual !Pa=20000; !Pa=rr*Pc !########### Ciclo de Brayton - ar ############################### T1=298d0; P1=101.3d0; !Temperatura e pressão do ar na entrada do compressor T3=1400d0; !Temperatura dos gases na saída da câmara de combustão P5=101.3d0; ! Pressão dos gases na saída da turbina de potência a gás T6= 393.15d0 ! 120ºC ncp=0.89d0; ntg=0.85d0; ntpg=0.85d0; !Rendimentos do compressor e das turbinas a gás mpa = 138.8d0 !Vazão mássica de ar call Air_Prop(Air) !Estado 1 (T1 e P1 dados) Col1=1 h1=hAir(T1,Air,Col1) Pr1=PrAir(T1,Air,Col1) 53 !Processo 1-2 (Compressor isentrópico) Pr2=Pr1*rb P2 = P1*rb Col2_1=5 T2i= TAir(Pr2,Air,Col2_1) h2i=hAir(Pr2,Air,Col2_1)! Estado 2 ideal Wci = h2i-h1 Wc = Wci/ncp h2 = h1 + Wc !Estado 2 real T2 = TAir(h2,Air,3) !Processo 2-3 (Câmara de combustão a pressão constante) P3=P2 !Definição do estado 3 (Saída dos gases da câmara de combustão) h3 = hAir(T3,Air,1) Pr3 = PrAir(T3,Air,1) Qcc = h3 - h2 !Processo 3-4 (Turbina a gás) Wtg = Wc !Estado 4 ideal (Saída da turbina a gás) Wtgi = ntg * Wtg h4i = h3 - Wtgi T4i = TAir(h4i,Air,3) Pr4i = PrAir(T4i,Air,1) P4 = P3*(Pr4i/Pr3) 54 !Estado 4 real (Saída da turbina a gás) h4 = h3 - Wtg T4 = TAir(h4,Air,3) Pr4 = PrAir(T4,Air,1) P4 = P3*(Pr4i/Pr3) !Estado 5 ideal (Saída da turbina de potência a gás) Pr5i = Pr4*(P5/P4) T5i = TAir(Pr5i,Air,5) h5i = hAir(Pr5i,Air,5) wtpgi = h4 - h5i wtpg = ntpg * wtpgi h5 = h4 - wtpg T5 = TAir(h5,Air,3) !write(*,*) T5 ! Caldeira de recuperação (Ciclo de Brayton)(5-6) h6 = hAir(T6,Air,1) !############# Ciclo de Rankine - Vapor d'água ################ !Parametros do programa e propriedades do fluido i = 1 x1 = 1.d0 !Composição kphl = 1 !Estado físico kphv = 3 nc = 1 !Número de componentes 55 hf(1)='water.fld'!Arquivo com propriedades do fluido hfmix ='hmx.bnc' hrf = 'DEF' !Estado de referência convert = 0.0555085593095202d0 Ta = T5 - 20 !Parâmetros na entrada da turbina a vapor Pb = Pc !Pressão na entrada da bomba Pd = Pa !Pressão na entrada e na saída da caldeira de recuperação ntv = 0.86d0; nb=0.80d0 !Eficiências da turbina de potência a vapor e da bomba call SETUP (nc,hf,hfmix,hrf,ierr,herr) !write (*,*)ierr !if (ierr.ne.0) write (*,*) herr !Liq saturado no ponto c call SATP (Pc,x1,kphl,Tc,rhol1,rhov,xliq,xvap,ierr,herr) call THERM (Tc,rhol1,x1,Pc,e,hc,sc,cv,cp,w,hjt) !write(*,*) Pc, 'Tc=', Tc,'hc=',hc*convert,'sc=',sc*convert !Processo c-d(Bomba) sdi=sc call PSFLSH (Pd,sdi,x1,Td,D,Dl,Dv,x,y,q,e2,hdi,cv,cp,w,ierr,herr) wbi=hdi-hc wb=wbi/nb !write(*,*) 'Td=', Td, sdi*convert,hdi*convert, wbi*convert, wb*convert !Processo d-a (Caldeira de Recuperação) hd=hc+wb !Ponto d call TPFLSH (Ta,Pa,x1,D,Dl,Dv,x,y,q,e,ha,sa,cv,cp,w,ierr,herr) Qtc = ha-hd 56 mpv = mpa*((h5-h6)/(Qtc*convert)) !write(*,*) 'Ta=',Ta,hd*convert, ha*convert, Qtc*convert !Estado b (Pb dado) call SATP (Pb,x1,kphl,Tb,rhol1,rhov,xliq,xvap,ierr,herr) call THERM (Tb,rhov,x1,Pb,e,hbv,sbv,cv,cp,w,hjt) call TPFLSH (Tb,Pb,x1,D,Dl,Dv,x,y,q,e,hbl,sbl,cv,cp,w,ierr,herr) sblv = sbv-sbl !write(*,*) Tb, sa*convert, sbv*convert,sbl*convert, sblv*convert !Processo a-b (Turbina a vapor) sbi = sa xb =(sbi-sbl)/sblv if (xb>1) then !Vapor superaquecido call PSFLSH (Pb,sbi,x1,Tb,D,Dl,Dv,x,y,q,e2,hbi,cv,cp,w,ierr,herr) else hblv = hbv-hbl hbi = hbl+xb*hblv end if !write(*,*) xb,hblv*convert,hbv*convert,hbl*convert Wtvi = ha-hbi Wtv = ntv*Wtvi Wv =(Wtv-Wb) nv = Wv/Qtc !#####Resultados esperados para o ciclo (Rendimento e trabalho) Wl= Wv*convert*mpv + Wtpg *mpa nl= Wl/(Qcc*mpa) 57 !write (*,*) "Para o ciclo combinado temos(T5, Qcc, Qtc, Wl, nl):", T5, Qcc*mpa, Qtc*convert*mpv, Wl, nl !enddo end program B) Programa para simulação de um ciclo combinado Brayton-Rankine utilizando dióxido de carbono supercrítico como fluido de trabalho !CICLO COMBINADO GÁS - CO2(REFPROP) program CicloCombinadoCO2 use ThermCoeffProp use Thermo_Prop_Calc implicit double precision (a-h,o-z) implicit integer (i-k,m,n) real(8) T1,P1,T2,P2,T3,P3,T4,T5,P4,h1,h2,h3,h4,h5,h6 real(8) Pr1,Pr2,Pr3,T2i,h2i,h4i,rb,ncp,ntg,ntpg real(8) Wc,Wci,Wtg, Wtgi, Qcc,Air(5,489) integer(4) Col1,Col2_1,Col2_2 integer nc, ierr, kphl,kphv parameter (ncmax=20) character hrf*3, herr*255 character*255 hf(ncmax),hfmix real(8) sbl,hbi,hbl,hblv,sbi,sblv real(8) Ta,Pa,ha,Tb,Pb,Tc,Pc,sc,hc,Pd,Td,rr, nb,ntv, w 58 real(8) sdi,hdr,hdi real(8) Wb,Wbi,Wtv,Wtvi,xb,Qtc, wv, nv real(8) convert,cp,cv,q,e,e2,hjt,d,dl,dv,x,y,x1,xliq,xvap,rhov, rhol,rhol1 real(8) mpa, mpv, pot, nth open(unit=25,file= 'Ciclo combinado gás - CO2(REFPROP).dat',status= 'unknown') !######## Variação dos Parâmetros do Ciclo Combinado ######## do rb = 1,30,1 !do Pa = 16000,28000, 500 !do rr = 1,15, 1 !rb= 15d0 Pa=20000d0; !Pressão na saída da caldeira de recuperação Pc=7400d0 !Pressão na entrada
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