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Entrevista com Marcelo Moraes (FMASE): “presença nas discussões ambientais” MORAES, Marcelo. “Entrevista com Marcelo Moraes (FMASE): ‘presença nas discussões ambientais’”. Agência CanalEnergia. Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2012. Cada vez mais decisivas no planejamento de expansão do setor elétrico, as questões ambientais continuarão a mobilizar agentes de todos os segmentos, que já se organizam para marcar presença nos debates relevantes relacionados ao tema nos próximos dois anos. As atenções do setor vão desde as discussões sobre mudanças climáticas e os níveis globais de emissões que ocorrerão na Conferência Rio+20 até o andamento do processo de licenciamento ambiental de empreedimentos no país. O novo coordenador do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico, Marcelo Moraes, destaca a necessidade de atenção aos detalhes para que eventuais decisões não afetem o consumidor e torne inviáveis empreendimentos e fontes de energia. "O tempo para a concessão das licenças e as condicionantes cada vez mais numerosas (e em muitos casos descabidas) ainda nos preocupam", revela Moraes, em entrevista à Agência Canal Energia. Diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia, o coordenador do FMASE destaca a importância da articulação entre geradores, transmissores, comercializadores, distribuidores e consumidores para avançar nas discussões dos temas de interesse do setor. "Sabemos que o diálogo é sempre a melhor opção e temos avançado com ele", afirma. Entre as ações incluídas na pauta de discussões da assembleia do FMASE, prevista para fevereiro, está a organização do I Congresso do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico Brasileiro. Moraes acredita que o congresso será uma oportunidade para debater questões ambientais e sociais do setor elétrico com o governo e organizações não governamentais. Confira abaixo a entrevista: CanalEnergia - Quais serão as prioridades da agenda do fórum para o próximo biênio? Marcelo Moraes - O tema "meio ambiente" vem ocupando cada vez mais espaço na agenda do Setor Elétrico Brasileiro. Como o FMASE é composto por representantes de todos os segmentos (geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo) temos que estar atentos aos detalhes, pois tudo o que for feito recairá para o consumidor final e/ou poderá inviabilizar projetos, empreendimentos e até determinadas fontes de energia elétrica. Esse ano ainda teremos a Rio+20, em julho, ocasião na qual poderemos aprofundar nossas preocupações com as mudanças climáticas e as emissões brasileiras, principalmente fazendo uma importante comparação com outros países (o que demonstrará a situação extremamente confortável do Brasil). Além disso, aproveitar nossa vocação hidrelétrica, destacar a importância das térmicas para a segurança do sistema, valorizar nosso espetacular potencial eólico e solar, enfatizar as preocupações com o custo para o consumidor e com a preservação, estarão sempre na pauta. CanalEnergia - Como ficam as questões relacionadas ao licenciamento de empreendimentos do setor? Marcelo Moraes - O FMASE é composto por 18 entidades. Cada uma delas destaca alguns de seus melhores profissionais para nos auxiliar nas discussões socioambientais do SEB. Isso fez com que a qualidade técnica existente no Fórum fosse respeitada por todos os órgãos e institucionais com os quais conversamos. Temos em nossa estrutura diversos Grupos de Trabalho que atuam especificamente com questões ligadas ao licenciamento. O tempo para a concessão das licenças e as condicionantes cada vez mais numerosas (e em muitos casos descabidas) ainda nos preocupam. O recém criado "GT de Boas Práticas" do FMASE terá a grande responsabilidade de demonstrar o quanto já fazemos em prol das causas socioambeintais. Estamos certos que passaremos a ter mais apoio da sociedade e agilidade do governo. CanalEnergia - Existe algum tipo de discussão entre os agentes que possa contribuir para tornar esse processo mais ágil? Marcelo Moraes - Estamos em contato direto com o Ministério de Minas e Energia, Ministério do Meio Ambiente, Congresso Nacional e Casa Civil. Sabemos que o diálogo é sempre a melhor opção e temos avançado com ele. Além disso, o setor elétrico é muito responsável e cumpre com todas as suas obrigações socioambientais. Estamos confiantes que podemos avançar, o que será importante para o desenvolvimento do País e a erradicação da pobreza, meta do Governo Dilma e inclusive da ONU. CanalEnergia - Institucionalmente, como o fórum deverá atuar em 2012 e 2013? Marcelo Moraes - A estrutura do FMASE é simples e bem definida. Somos um Fórum técnico e não abriremos mão dessa condição. O Dr. Luiz Fernando Leone Vianna (presidente executivo da Apine), que me passou a coordenadoria recentemente, terá papel fundamental como vice-coordenador. Além dele, as assessorias Técnica e Institucional farão seus papéis de acordo com suas habilidades, otimizando o trabalho do grupo. Pretendemos continuar atuando junto aos três Poderes, mas sempre com o viés técnico que nos deu a credibilidade que temos. Como inovação, existe a intenção de realizarmos, ainda em junho de 2012, o I Congresso do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico Brasileiro. Será uma oportunidade para discutirmos abertamente com o Governo, ONG's e a sociedade questões ambientais e sociais ligadas ao setor. Iremos amadurecer a idéia na primeira Assembléia do FMASE, em fevereiro. (Agência CanalEnergia – 10.01.2012)