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Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 DIREITOS FUNDAMENTAIS II – 2022-2 AVALIAÇÃO II CASO PRÁTICO: excerto de doutrina “Outro aspecto lembrado é a perda de eficácia da norma pelo desuso. A norma deixa de ter aplicabilidade porque os valores sociais se alteraram (...) Sob esse aspecto, há que se levar em conta normas que deixaram de ser eficazes pelo decurso do tempo. Também as leis, como regra geral de vida, envelhecem e perdem sua pujança e vigor inicial, pois não mais atendem aos novos valores da sociedade. Toda essa problemática, relativa às normas obsoletas e inapropriadas, conduz diretamente à crítica do positivismo exacerbado (...) - e induz diretamente à aplicação da teoria tridimensional ou de doutrinas axiológicas. Quando o juiz se defronta com uma norma inapropriada ou incoerente, no sentido ora tratado, é de ser lembrada a dicção do art. 5o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: “Na aplicação da Lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.” [VENOSA, Sílvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito. 7. ed. Barueri (SP): Atlas, 2022, p. 113] QUESTÕES/ENUNCIADO ÚNICO - 1,0 ponto/questão Acerca do texto acima, COM CONSULTA LIVRE, ESPECIALMENTE AO MATERIAL DE AULA, levando em conta a realidade social contemporânea, fértil em mecanismos de certa naturalização pública da nudez e da sexualidade humanas – telenovelas, literatura, música, “sites”, “sex shops”, eventos, boates, moda e que tais - assinale, nas questões abaixo, a alternativa correta, sobre a relação entre os direitos fundamentais, sua hermenêutica e garantias, e o art. 234 do Código Penal. 1. a) Dado que, “a contrario sensu”, o desuso de algo é necessariamente o uso de seu oposto, a doutrina referida pode ser entendida como atribuindo ao costume “praeter legem” uma dupla função: atribuir perda de eficácia à regra penal, posto ser certa naturalização pública da nudez e da sexualidade humanas uma prática coletiva reiterada que se tornou legalmente obrigatória; e, ao mesmo tempo, ser fonte hábil a promover um competente Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 procedimento jurídico- integrativo a suprir a lacuna resultante da ineficácia social do dispositivo criminal. b) Dado que, “a minori ad maius”, o desuso de algo é necessariamente o uso de seu oposto, a doutrina referida pode ser entendida como atribuindo ao costume “secundum legem” uma dupla função: atribuir perda de eficácia à regra penal, posto ser certa naturalização pública da nudez e da sexualidade humanas uma prática coletiva reiterada que se tornou culturalmente obrigatória; e, ao mesmo tempo, ser fonte hábil a promover um competente procedimento jurídico- integrativo a suprir a lacuna resultante da ineficácia social do dispositivo criminal. c) Dado que, “a contrario sensu”, o desuso de algo é necessariamente o uso de seu oposto, a doutrina referida pode ser entendida como atribuindo ao costume “contra legem” uma dupla função: atribuir perda de eficácia à regra penal, posto ser certa naturalização pública da nudez e da sexualidade humanas uma prática coletiva reiterada que se tornou culturalmente obrigatória; e, ao mesmo tempo, ser fonte hábil a promover um competente procedimento jurídico-integrativo a suprir a lacuna resultante da ineficácia social do dispositivo criminal. d) Dado que, “ad hominem”, o desuso de algo é necessariamente o uso de seu oposto, a doutrina referida pode ser entendida como atribuindo ao costume “secundum legem” uma dupla função: atribuir perda de eficácia à regra penal, posto ser certa naturalização pública da nudez e da sexualidade humanas uma prática coletiva reiterada que se tornou culturalmente obrigatória; e, ao mesmo tempo, ser fonte hábil a promover um competente procedimento jurídico-integrativo a suprir a lacuna resultante da ineficácia social do dispositivo criminal. 2. a) Se cotejada a regra penal com o disposto no inciso X do art. 5º, da CF, já em elementar exegese histórico-sociológico-evolutiva, determinando que o titular exclusivo da própria intimidade é o indivíduo, desde que, à luz do inciso III do mesmo artigo constitucional, não submeta outrem a tratamento desumano, o que significa que não cabe ao Estado interferir na forma como o sujeito queira legitimamente usufruir de sua nudez e sexualidade, o entendimento doutrinário supra reproduzido pode ser reforçado pela técnica antinômico-eliminativa da “lex superior derogat inferior”, o que, em princípio, eiva de inconstitucionalidade a norma criminal. b) Se cotejada a regra penal com o disposto no inciso X do art. 5º, da CF, já em elementar exegese histórico-sociológico-evolutiva, determinando que o titular exclusivo da própria intimidade é o indivíduo, desde que, à luz do inciso III do mesmo artigo constitucional, não submeta outrem a tratamento desumano, o que significa que não cabe ao Estado interferir na forma como o sujeito queira legitimamente usufruir de sua nudez e sexualidade, o entendimento doutrinário supra reproduzido pode ser reforçado pela técnica Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 antinômico-eliminativa da “lex posterior derogat priori”, o que, em princípio, eiva de inconstitucionalidade a norma criminal. c) Se cotejada a regra penal com o disposto no inciso X do art. 5º, da CF, já em elementar exegese gramatical, determinando que o titular exclusivo da própria intimidade é o indivíduo, desde que, à luz do inciso III do mesmo artigo constitucional, não submeta outrem a tratamento desumano, o que significa que não cabe ao Estado interferir na forma como o sujeito queira legitimamente usufruir de sua nudez e sexualidade, o entendimento doutrinário supra reproduzido pode ser reforçado pela técnica jurídico- integrativa da “lex specialis derogat generali”, o que, em princípio, eiva de inconstitucionalidade a norma criminal. d) Se cotejada a regra penal com o disposto no inciso X do art. 5º, da CF, já em elementar exegese gramatical, determinando que o titular exclusivo da própria intimidade é o indivíduo, desde que, à luz do inciso III do mesmo artigo constitucional, não submeta outrem a tratamento desumano, o que significa que não cabe ao Estado interferir na forma como o sujeito queira legitimamente usufruir de sua nudez e sexualidade, o entendimento doutrinário supra reproduzido pode ser reforçado pela técnica antinômico- eliminativa da “lex superior derogat inferiori”, o que, em princípio, eiva de inconstitucionalidade a norma criminal. 3. a) Já que, teleológico-axiologicamente, violar algo significa a sua invasão por um terceiro desautorizado, o direito fundamental à inviolabilidade não desumana da intimidade, resultado da lógico-sistematicidade dos incisos III e X do art. 5º da CF, quer dizer, a “priori”, que o próprio indivíduo expor sua intimidade não é violação, sendo, portanto, em princípio, lícitas a nudez e a sexualidade públicas, desde que de forma não desumana a outrem. b) Já que, gramaticalmente, violar algo significa a sua invasão por um terceiro desautorizado, o direito fundamental à inviolabilidade não desumana da intimidade, resultado da epistemologia dos incisos III e X do art. 5º da CF, quer dizer, a “posteriori”, que o próprio indivíduo expor sua intimidade não é violação, sendo, portanto, em princípio, lícitas a nudez e a sexualidade públicas, desde que de forma não desumana a outrem. c) Já que, gramaticalmente, violar algo significa a sua invasão por um terceiro desautorizado, o direito fundamental à inviolabilidade não desumana da intimidade, resultado da lógico-sistematicidade dos incisos III e X do art. 5º da CF, quer dizer, a “contrario sensu”, que o próprio indivíduo expor sua intimidade não é violação, sendo, portanto, em princípio, lícitas a nudez e a sexualidade públicas, desde que de forma não desumana a outrem. d) Já que, lógico-sistematicamente, violar algo significa a sua invasãopor um terceiro desautorizado, o direito fundamental à inviolabilidade não desumana da intimidade, resultado da gramaticalidade dos incisos III e X do art. 5º da CF, quer dizer, a “contrario sensu”, que o próprio indivíduo expor sua Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 intimidade não é violação, sendo, portanto, em princípio, lícitas a nudez e a sexualidade públicas, desde que de forma não desumana a outrem. 4. a) Sob o prisma da proporcionalidade, diante do conflito entre o direito do magistrado de insistir na aplicação da regra penal vigente, apesar de socialmente ineficaz, e o direito da sociedade a que o Estado respeite a dignidade humana, conforme o inciso III do art. 1º da CF, o interesse privado da efetividade dos direitos fundamentais, dentre os quais o que estabelece o art. 5º, incisos III e X da CF, impõe que uma decisão judicial aplicativa do art. 234 da lei penal seja mantida. b) Sob o prisma da proporcionalidade, diante do conflito entre o direito do magistrado de insistir na aplicação da regra penal vigente, apesar de socialmente ineficaz, e o direito da sociedade a que o Estado respeite a dignidade humana, conforme o inciso III do art. 1º da CF, o interesse público da efetividade dos direitos fundamentais, dentre os quais o que estabelece o art. 5º, incisos III e X da CF, impõe que uma decisão judicial aplicativa do art. 234 da lei penal seja reformada. c) Sob o prisma da analogia “legis”, diante do conflito entre o direito do magistrado de insistir na aplicação da regra penal vigente, apesar de socialmente ineficaz, e o direito da sociedade a que o Estado respeite a dignidade humana, conforme o inciso III do art. 1º da CF, o interesse privado da efetividade dos direitos fundamentais, dentre os quais o que estabelece o art. 5º, incisos III e X da CF, impõe que uma decisão judicial aplicativa do art. 234 da lei penal seja reformada. d) Sob o prisma da vontade negocial, diante do conflito entre o direito do magistrado de insistir na aplicação da regra penal vigente, apesar de socialmente ineficaz, e o direito da sociedade a que o Estado respeite a dignidade humana, conforme o inciso III do art. 1º da CF, o interesse público da efetividade dos direitos fundamentais, dentre os quais o que estabelece o art. 5º, incisos III e X da CF, impõe que uma decisão judicial aplicativa do art. 234 da lei penal seja mantida. 5. a) A menção doutrinária a valores sociais e sua evolução confirmativa da eficácia da regra jurídica, no caso, penal, por refletir conteúdo próprio da sociologia e sua necessária contribuição para a Ciência do Direito, no entendimento dos direitos fundamentais, é exemplo daquilo que se denomina argumentação jurídica, etapa hermenêutica indispensável para que se cumpram os termos do art. 5º da LINDB. b) A menção doutrinária a valores sociais e sua evolução diluente da eficácia da regra jurídica, no caso, penal, por refletir conteúdo próprio da sociologia e sua necessária contribuição para a Ciência do Direito, no entendimento dos Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 direitos fundamentais, é exemplo daquilo que se denomina epistemologia jurídica, etapa hermenêutica indispensável para que se cumpram os termos do art. 5º da LINDB. c) A menção doutrinária a valores sociais e sua evolução confirmativa da eficácia da regra jurídica, no caso, penal, por refletir conteúdo próprio da sociologia e sua discutível contribuição para a Ciência do Direito, no entendimento dos direitos fundamentais, é exemplo daquilo que se denomina epistemologia jurídica, etapa hermenêutica indispensável para que se cumpram os termos do art. 5º da LINDB. d) A menção doutrinária a valores sociais e sua evolução diluente da eficácia da regra jurídica, no caso, penal, por refletir conteúdo próprio da sociologia e sua necessária contribuição para a Ciência do Direito, no entendimento dos direitos fundamentais, é exemplo daquilo que se denomina epistemologia jurídica, etapa hermenêutica dispensável para que se cumpram os termos do art. 5º da LINDB. 6. a) Pode-se inferir da doutrina citada, se aplicada ao art. 234 do Código Penal, que uma exegese histórico-sociológico-evolutiva dessa norma compreenderia que os valores sociais pudicos e puritanos que ela contemplava, quando de sua criação, substituíram-se por uma maior liberalidade sobre nudez e sexualidade, desde sempre, os quais, até mesmo para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes precoces, exigem retirar-se essa temática da clandestinidade, tornando-a conteúdo educacional familiar e estatal, tendência que parece vir a prevalecer, para o futuro. b) Pode-se inferir da doutrina citada, se aplicada ao art. 234 do Código Penal, que uma exegese histórico-sociológico-evolutiva dessa norma compreenderia que os valores sociais pudicos e puritanos que ela contemplava, quando de sua criação, substituíram-se por uma maior liberalidade sobre nudez e sexualidade, nos dias atuais, os quais, até mesmo para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes precoces, exigem retirar-se essa temática da clandestinidade, tornando-a conteúdo educacional familiar e estatal, tendência que parece vir a prevalecer, para o futuro. c) Pode-se inferir da doutrina citada, se aplicada ao art. 234 do Código Penal, que uma exegese teleológico-axiológica dessa norma compreenderia que os valores sociais pudicos e puritanos que ela contemplava, quando de sua criação, substituíram-se por uma maior liberalidade sobre nudez e sexualidade, desde sempre, os quais, até mesmo para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes precoces, exigem retirar-se essa temática da clandestinidade, tornando-a conteúdo educacional familiar e estatal, tendência que parece vir a prevalecer, para o futuro. d) Pode-se inferir da doutrina citada, se aplicada ao art. 234 do Código Penal, que uma exegese histórico-sociológico-evolutiva dessa norma compreenderia que os valores sociais pudicos e puritanos que ela contemplava, quando de sua criação, substituíram-se por uma maior Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 liberalidade sobre nudez e sexualidade, nos dias atuais, os quais, até mesmo para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidezes precoces, exigem retirar-se essa temática da clandestinidade, tornando-a conteúdo educacional familiar e estatal, tendência que parece vir a prevalecer, desde o passado. 7. a) No texto doutrinário, acima, pode-se identificar, a título de dialética do convergência, a menção ao positivismo jurídico, como antítese, e a referência à tridimensionalidade e à axiologia, como refutação; aquela sustentando a necessidade de aplicar-se a regra do art. 234 do Código Penal; esta advogando pela sua inaplicabilidade. b) No texto doutrinário, acima, pode-se identificar, a título de dialética do contraditório, a menção ao positivismo jurídico, como antítese, e a referência à tridimensionalidade e à axiologia, como refutação; esta sustentando a necessidade de aplicar-se a regra do art. 234 do Código Penal; aquela advogando pela sua inaplicabilidade. c) No texto doutrinário, acima, pode-se identificar, a título de dialética do contraditório, a menção ao positivismo jurídico, como antítese, e a referência à tridimensionalidade e à axiologia, como refutação; aquela sustentando a necessidade de aplicar-se a regra do art. 234 do Código Penal; esta advogando pela sua inaplicabilidade. d) No texto doutrinário, acima, pode-se identificar, a título de dialética do contraditório, a menção ao positivismo jurídico, como refutação, e a referência à tridimensionalidade e à axiologia, como antítese; aquela sustentando a necessidade de aplicar-se a regra do art. 234 do Código Penal; esta advogando pela sua inaplicabilidade. 8. a) Policiais, após denúncia anônima, adentram uma “sex shop”, em horário comercial, dando voz de prisão ao gerente e vendedores, e lacram o estabelecimento,alegando flagrante do crime previsto no art. 234 do Código Penal. O advogado dos detidos deverá, sem prejuízo de outras demandas cabíveis, propor “habeas corpus”, para relaxar a prisão de seus clientes, além de mandado de segurança, visando à retomada das atividades da “sex shop”. b) Policiais, após denúncia anônima, adentram uma “sex shop”, em horário comercial, dando voz de prisão ao gerente e vendedores, e lacram o estabelecimento, alegando flagrante do crime previsto no art. 234 do Código Penal. O advogado dos detidos deverá, sem prejuízo de outras demandas cabíveis, propor “ação popular”, para relaxar a prisão de seus clientes, além de mandado de segurança, visando à retomada das atividades da “sex shop”. c) Policiais, após denúncia anônima, adentram uma “sex shop”, em horário comercial, dando voz de prisão ao gerente e vendedores, e lacram o estabelecimento, alegando flagrante do crime previsto no art. 234 do Código Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 Penal. O advogado dos detidos deverá, sem prejuízo de outras demandas cabíveis, propor “habeas corpus”, para relaxar a prisão de seus clientes, além de ação popular, visando à retomada das atividades da “sex shop”. d) Policiais, após denúncia anônima, adentram uma “sex shop”, em horário comercial, dando voz de prisão ao gerente e vendedores, e lacram o estabelecimento, alegando flagrante do crime previsto no art. 234 do Código Penal. O advogado dos detidos deverá, sem prejuízo de outras demandas cabíveis, propor “mandado de segurança”, para relaxar a prisão de seus clientes, além de “habeas corpus”, visando à retomada das atividades da “sex shop”. 9. a) Um mandado de injunção que requeira a regulamentação do inciso X do art. 5º da CF, para, por lei, restringir a noção de direito à intimidade, excluindo dessa noção a publicidade da nudez e da sexualidade humanas, em que pese tal dispositivo não vede sua regulamentação, deverá ser rejeitado, de imediato, dado o seu total descabimento, em face da inconstitucionalidade da lei requerida. b) Um mandado de injunção que requeira a regulamentação do inciso X do art. 5º da CF, para, por lei, restringir a noção de direito à intimidade, excluindo dessa noção a publicidade da nudez e da sexualidade humanas, em que pese tal dispositivo vede sua regulamentação, deverá ser rejeitado, de imediato, dado o seu total descabimento, em face em face da inconstitucionalidade da lei requerida. c) Um mandado de injunção que requeira a regulamentação do inciso X do art. 5º da CF, para, por lei, restringir a noção de direito à intimidade, excluindo dessa noção a publicidade da nudez e da sexualidade humanas, em que pese tal dispositivo não vede sua regulamentação, deverá ser rejeitado, de imediato, dado o seu total descabimento, em face da própria natureza da ação. d) Um mandado de segurança que requeira a regulamentação do inciso X do art. 5º da CF, para, por lei, restringir a noção de direito à intimidade, excluindo dessa noção a publicidade da nudez e da sexualidade humanas, em que pese tal dispositivo vede sua regulamentação, deverá ser rejeitado, de imediato, dado o seu total descabimento, em face da própria natureza da ação. 10. a) O governo de um certo estado-membro, por meio de sua secretaria de cultura, destina verba pública para a produção de um vídeo educativo sobre doenças sexualmente transmissíveis, a ser veiculado nas aulas de biologia das escolas estaduais de ensino médio, aproveitando cenas de nudez e sexualidade já veiculadas, em horário nobre, em uma telenovela de grande sucesso nacional, com a devida autorização autoral. Em face da doutrina defensora do desuso da norma do art. 234 do Código Penal e da noção de probidade moral e patrimonial do administrador público, caso se proponha Prof. Hamilton Rangel Junior Reg. USP 052191 ação popular contra o governador, este não deverá ser absolvido e a veiculação do vídeo proibida. b) O governo de um certo estado-membro, por meio de sua secretaria de cultura, destina verba pública para a produção de um vídeo educativo sobre doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, a ser veiculado nas aulas de biologia das escolas estaduais de ensino médio, aproveitando cenas de nudez e sexualidade já veiculadas, em horário nobre, em uma telenovela de grande sucesso nacional, com a devida autorização autoral. Em face da doutrina defensora do desuso da norma do art. 234 do Código Penal e da noção de probidade moral e patrimonial do administrador público, caso se proponha ação popular contra o governador, este deverá ser condenado e a veiculação do vídeo proibida. c) O governo de um certo estado-membro, por meio de sua secretaria de cultura, destina verba pública para a produção de um vídeo educativo sobre doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, a ser veiculado nas aulas de biologia das escolas estaduais de ensino médio, aproveitando cenas de nudez e sexualidade já veiculadas, em horário nobre, em uma telenovela de grande sucesso nacional, com a devida autorização autoral. Em face da doutrina defensora do desuso da norma do art. 234 do Código Penal e da noção de probidade moral e patrimonial do administrador público, caso se proponha ação popular contra o governador, este deverá ser condenado, mas a veiculação do vídeo autorizada. d) O governo de um certo estado-membro, por meio de sua secretaria de cultura, destina verba pública para a produção de um vídeo educativo sobre doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, a ser veiculado nas aulas de biologia das escolas estaduais de ensino médio, aproveitando cenas de nudez e sexualidade já veiculadas, em horário nobre, em uma telenovela de grande sucesso nacional, com a devida autorização autoral. Em face da doutrina defensora do desuso da norma do art. 234 do Código Penal e da noção de probidade moral e patrimonial do administrador público, caso se proponha ação popular contra o governador, este deverá ser absolvido e a veiculação do vídeo autorizada.
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