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ELETROCARDIOGRAMA ELETROCARDIOGRAMA NORMAL Célula miocárdica em repouso está polarizada = diferença do intra e extra negativa = -90mV o Quando polarizada = repouso = excitável para iniciar processo de despolarização; Estimulo proveniente de células específicas com capacidade de geral estímulos = nó sinusal e nó atrioventricular = estímulo abre canal de sódio; Processo de despolarização se dá de forma sequencial = sincício = inicial no nó sinusal; fascículo de Bachman despolariza átrio esquerdo e direto, impulso vai para nó AV (parada intrínseca para análise do que está acontecendo); nó AV -> feixe de His com seu ramo esquerdo e ramo direito, os quais se dividem em: o Ramo direito: fascículo anterior e posterior; o Ramo esquerdo: divisão anterossuperior, posteroinferior e anteromedial; Dipolo: vetor relacionado a energia elétrica; formação se dá quando células com cargas diferentes; processos sequenciais na condução da despolarização; o Origem do vetor sempre tem carga negativa e a ponta sempre positiva; o Leitor 1 só vê parte positiva do dipolo e leitor 2 só vê parte negativa; o Se tivesse leitor no meio do caminho = inicialmente vai ver positivo e depois negativo = isoelétrica; A formação de múltiplos dipolos = vetores resultantes = leitura destes no ECG; o O registro depende de onde o eletrodo faz a leitura; 1 – Septo alto; 2 – Septo baixo; 3 – Parede lateral; 4 – Base do coração; Pontos de leitura = derivações = 12 (6 no plano frontal e 6 no plano horizontal); o Verticais = frontais = periféricas = bipolares D1, D2, D3; unipolares = aVR, aVF, aVL; o Horizontais ou precordiais = V1 – V6; Sistema de eixos hexa-axial de Bayley. Todos ângulos na porção inferior do círculo = sinal positivo; todos os ângulos na porção superior do círculo = sinal negativo; Onda P: primeira onda registrada no ECG padrão = despolarização atrial. A ativação começa superiormente no átrio direito (nó sinusal) e progride simultaneamente para o átrio esquerdo e inferiormente em direção ao nó atrioventricular (AV). Segmento PR: medido na linha isoelétrica do término da onda P até o início do complexo QRS. Intervalo PR (iPR): início da onda P até o início do complexo QRS; significa o tempo de condução que foi levado do impulso do nó AV até os ventrículos. Complexo QRS: representa a despolarização ventricular. A primeira deflexão negativa é o Q e significa despolarização septal. A primeira deflexão positiva é o R e significa despolarização do ventrículo esquerdo. A segunda deflexão negativa é o S e significa despolarização da parede lateral alta. Ponto J: ponto final do QRS que faz intersecção com segmento ST. Atentar para supra ou infra- desnivelamentos olhando para o nível do ponto J. Segmento ST: está entre o fim do QRS e início da onda T. Representa o período entre a despolarização e repolarização ventricular, normalmente isoelétrico, nivelado em relação a linha de base (linha que continua idealmente a curvatura do segmento PR precendente). Onda T: Representa a repolarização ventricular; arredondada e assimétrica, caracterizada por um início mais lento e final mais rápido. Onda U: a onda T pode ser seguida por uma onda extra de pequena amplitude (onda U), que geralmente tem amplitude inferior a 0,1mV e mesma polaridade da onda T anterior. Sua base eletrofisiológica é incerta. Intervalo QT: desde o início do complexo QRS até o final da onda T. Assim, inclui toda a ativação e recuperação ventricular e, em um sentido geral, corresponde à duração do potencial de ação ventricular. Intervalo PP: frequência de despolarização atrial. Trata-se de um intervalo regular, ritmo sinusal, embora variações cíclicas possam ocorrer ainda dentro do padrão da normalidade, definindo o conceito de arritmia sinusal. Intervalo RR: traduz a frequência de repolarização ventricular e costuma ser a ferramenta utilizada para cálculo da frequência cardíaca, entre QRS; COMO AVALIAR UM ECG Identificação: nome e idade do paciente, além de sexo; Padronização: amplitude (10mm/Mv; a cada onda de 1mV, estará dentro da inscrição de 10mm) e velocidade (25mm/s); Ritmo: ritmo fisiológico = sinusal; onda P positiva em D1, D2 e AVF precedendo todos os QRS (observar D2 longo) e tendo mesma morfologia dentro de cada derivação; não tem onda P = ritmo não-sinusal; Frequência cardíaca: ritmo regular = 1500 dividido pelo número de quadradinho dentro um intervalo RR; eucárdico, bradicárdico (<50bpm) ou taquicárdico (>100bpm); quando irregular = contar 6 segundos do ECG e multiplicar por 10 para contar em 60s; Eixo: onde está direcionado o vetor resultante da despolarização; normal QRS = -30º a +90º; podem existir desvio à esquerda (acima de -30º) e à direita (além de +90º); o valor é definido por ângulo (sÂQRS); calcula com derivações do plano frontal; o Quando tiver derivação isoelétrica estará em cima da perpendicular = forma ângulo de 90º; o Desvio extremo do eixo: quarto quadrante; doenças cardíacas mais graves; o D1: perpendicular com AVF; D2: perpendicular com AVL; D3: perpendicular com AVR; i. Definir se tem derivação isoelétrica: se tem onda isoelétrica, avaliar qual é; definir se sentido na perpendicular é positivo ou negativo; avaliar se está fugindo ou de encontro; resultado de vetor nada tem a ver com polaridade da derivação; ii. Se não tiver derivação isoelétrica = usar D1 e AVF para definir quadrante; D1 positivo = quadrante positivo; D1 negativo = quadrante negativo; Positivo em D1 e AVF = entre 0 e +90º = normal; Positivo em D1, negativo em aVF = entre 0 e -90º; negativo em D1, positivo em aVF = entre +90 e +180º; negativo em D1 e aVF = entre -90º e -180º; D1 positivo, aVF negativo = avaliar D2 = se negativo, desviado para a esquerda entre -30º e -90º; se D2 positivo, eixo normal (até -30º); desvio para direita não calcular; Onda P: despolarização atrial; avaliar DII e aVF; amplitude normal de 2,5mm; QRS: despolarização ventricular; nomenclatura do qrs vai depender da sua morfologia; pode acontecer apenas onda negativa, ou onda negativa, e num ECG normal só pode ter uma onda R (a segunda onda R será a r’); normal de 60 a 120ms; <5mm em todas as derivações frontais = baixa voltagem; <8mm nas precordiais = baixa voltagem; De v1 a v6 tem aumento da onda R e redução da onda S; Onda Q: normal quando <30ms e 25% do tamanho do QRS; diferente do padrão normal = onda Q patológica = significa fibrose; Onda T: repolarização ventricular = ela é assimétrica com início lento e final rápido; deve ser negativa em avR, positiva em D1, D2, aVF e V2-V6; quando simétrica tem algo de errado; Intervalos e segmentos: podemos usar como linhas de base; Intervalo RR: cálculo de frequência cardíaca entre qrs; [tem onda dentro dele] Segmento PR: linha que une onda P ao complexo QRS; normal de 120-200ms; pausa do nó AV; Intervalo QT: sístole elétrica; início do QRS ao fim da onda T; 450ms em homens, 460ms em crianças e 470ms em mulheres; taquicardia = encurtar intervalo QT e a bradicardia = alargar; corrigir; Segmento ST: fim do QRS ao início da onda T; fase inicial da repolarização. SOBRECARGAS, BLOQUEIOS E HEMIBLOQUEIOS SOBRECARGAS 1. Sobrecarga atrial = avaliação de onda P em D2 e V1; Normal: até 120ms e 2,5mm de amplitude; positiva em D2 e aVF; em V1 pode ser bifásica; Quando em sobrecarga de AE = aumento da amplitude da onda atrial esquerda (2ª onda que forma a onda P); duração aumentada (>120ms), e amplitude que pode ser normal; basta um critério positivo; o D2: aspecto bífido, entalhe e com aumento de duração >3 quadradinhos; o V1: predomínio de fase negativa; índice de Morris: fase negativa de onda P com área >1mm além de aumento de duração; Quando em sobrecargade AD: predominância da primeira onda, portanto, não terá aumento de duração, somente aumento de amplitude; >2,5mm em D2 e aumento em V1; o D2: onda P pontiaguda com amplitude >2,5mm; o V1: predomínio de fase positiva com amplitude >2,5mm; o Sinal de Peñaloza-Tranchezi: não sinusal; QRS baixa voltagem em V1 e rápido aumento na amplitude em V2; o Sinal de Sodi-Pallares: não sinusal; QRS começa com Q em V1; Onda P pulmonale: onda p em D3>D1 = doença pulmonar; Onda P congenitale: onda p em D1>D3 = doença congênita. 2. Sobrecarga ventricular = avaliar V1-V6 = iniciam com complexos predominante negativo e sucedem com complexos positivos = onda S de V1 e V2 e onda R de V5 e V6 tende a se tornar muito maior; Quando em sobrecarga de VE: o Cornell: RaVL + SV3 = >20mm em mulheres e >28mm em homens; o Sokolow-Lyon: SV1 + RV5 ou RV6 = >35mm; o Peguero-Loquest: SV4 + maior onda S precordial = >23mm em mulheres e 28mm em homens; o Critérios de Vandemberg: RD1 > 11mm; RV5/V6>15mm ou SV1>2mm; Quando em sobrecarga de VD: ocorre desvio vetorial para frente e para direita (>+110º); o Desvio do eixo para direita >+110° = predomínio onda R em V1 e predomínio onda S em V6; o R alta voltagem em V1 > 7mm o Relação R/S > 1 em V1 o RV1 + SV5/SV6 > 10,5mm o Padrão Strain em V1 ou V2 (infra desnivelamento de ponto J de pelo menos 0,5mm com ST descendente e onda T negativa e assimétrica); V1/V2 (começa de frente para trás) = VD; V5/V6 (começa de trás para a frente) = VE. 3. Sobrecarga biventricular: associação de critérios de SVE e SVD; SVE + SAD: QRS desviado para direita e onda S profunda em V5/V6 >7mm; SVD + SAE: QRS desviado para esquerda com R ampla em V5/V6 >25mm; Fenômeno de Katz-watchel: QRS isodifásicos amplos, do tipo R grande e S grande em V2-V4. BLOQUEIOS E HEMIBLOQUEIOS Estímulo é gerado no nó sinusal passando pelas fibras intranodais e fascículo de Bachman = despolarização dos átrios; segue para nó AV, onde realiza uma pausa e segue para feixe de His e ramos; Feixe de His que se divide em ramo direito e ramo esquerdo; o ramo direito se subdivide em superior e inferior, e o ramo esquerdo se divide em anteromedial, anterossuperior, posteroinferior; QRS alargado em condição sinusal, até que se prova o contrário, é bloqueio de ramo; Além de aumentado, avaliar D1 = D1 para cima é BRD, D1 para baixo é BRE; 1. Bloqueio de ramo direito (BRD): ponto de interrupção do estímulo no ramo direito; a despolarização acontece pela passagem do estímulo célula-célula = mais demorado; desvio para além de >110º; QRS >120ms = será alargado devido atraso na despolarização da câmara direita; Padrão rSR' em V1 com onda R’ espessada (atraso de fase final); BRD tipo Cabrera: relação com doença cardíaca; BRD tipo Grishman: onda S ultrapassa linha de base; sem relação com doença cardíaca; Distúrbio de condução de ramo direito: predomínio de onda R em V1 e V2, sem alteração de eixo e sem QRS alargado; 2. Bloqueio de ramo esquerdo (BRE): bloqueio na transmissão do impulso para o ventrículo esquerdo e será transmitido de célula a célula; a repolarização é discordante do QRS (concordância é sugestivo de processo isquêmico na região); QRS >120ms = será alargado devido atraso na despolarização da câmara esquerda; V1 e V2 com predomínio de onda S com ausência de onda R; V5, V6, D1 e aVL = predomínio de onda r, quase pura, com aspecto em torre (entalhe); Corrige intervalo QT com a subtração do valor corrigido por Bazzet com a metade do QRS; Eixo normal = -30 a +60; além disso consideramos desvio; BRE subentende-se que o paciente tem sobrecarga de câmara esquerda. 3. Hemibloqueios ou bloqueios divisionais: Bloqueio divisionais anterossuperior esquerdo: muito comum; apresentam desvios de eixo >-45º; o Predomínio de ondas negativas em D2, D3 e aVF; onda S negativa maior em D3 do que D2; Bloqueio divisional posteroinferior esquerdo: pouco comum; doença estrutural grave; o Apresentam desvios de eixo para a direita >+90º; o Onda R em D2, D3 e AVF, sendo onda de D3>D2 (predomínio de onda positiva). SINDROMES ISQUÊMICAS Anatomia coronariana: coronárias emergem do seio de valsava (0,7 a 1cm acima das cúspides da valva aórtica, as valvas coronarianas e não coronariana); o Coronárias percorrem superfície epicárdica; o 85% do fluxo das coronárias será para a perfusão do VE; o Coronária esquerda = justaposta a válvula coronariana esquerda = irriga a maior parte do VE; Tronco da coronária esquerda se divide em circunflexa e descendente anterior; o Coronária direita = justaposta à válvula coronariana direita = irriga o VD (obrigatoriamente) e região posterior/inferior do VE; Ramo marginal e descendente posterior (pode não emitir esse ramo); i. Interventricular anterior = DA = principal artéria do coração = maior parte do sangue para o VE; ii. Interventricular posterior = descendente posterior (que na maioria deriva da coronária direita) Ponto de cruzamento entre sulco IV posterior com sulcos atrioventriculares = crux cordis; artéria que percorre crux cordis e emite descente posterior é a artéria que será a dominante (70-80%dos casos é de dominância direita); quando dominância esquerda, a artéria descendente posterior seguirá pela circunflexa; pode haver dominância balanceada = duas descendentes posteriores; iii. AV esquerdo = coronária circunflexa tanto já porção anterior quanto posterior; IAM inferior + IAM lateral = acometimento de CX; Supra de ST D2>D3; supra de ST >1mm em D1 ou aVL; supra de ST V5-V9; infra de ST V1-V3; iv. AV direito = coronária direita tanto na porção anterior quanto na anterior; IAM inferior + IAM de VD = coronária direita; além de supra de ST D3 > D2; infra de ST >1mm em D1 e/ou aVL; supra de ST V1 em V3R; Segmentação coronariana: temos 3 paredes principais = anterior, inferior e lateral; I. Síndrome Coronariana Aguda = problema de repolarização = segmento ST e onda T; Alterações na onda T = isquemia = aguda; Infra ou supradesnivelamento de segmento ST = lesão/ necrose aguda/ injuria; Onda Q = necrose estabelecida/ fibrose/ cicatriz/sequela. i. Isquemia: alteração de onda T; a. Subendocárdica: de dentro para fora; geração de vetor que foge da lesão = encontro ao eletrodo; Onda T positiva, apiculada, simétrica, de base larga; b. Subepicárdica: de fora para dentro; geração de vetor que foge da lesão = fugindo do eletrodo; Onda T negativa, simétrica, apiculada, de base larga. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE ALTERAÇÃO DE ONDA T Alterações na onda T primária: isquemia, miocardite, hipercalemia; Alterações na onda T secundária: BRE; ritmo de marcapasso, SVE, extrassístole ventricular; ii. Corrente de lesão: alteração de segmento ST; a. Corrente de lesão subepicárdica/transmural: vetor foge da lesão = indo de encontro ao eletrodo; >1mm em duas derivações contíguas; Supradesnivelamento ST = positivo; b. Corrente de lesão subendocárdica: vetor foge da lesão = fugindo do eletrodo; 0,5mm é suficiente para diagnóstico e 1 derivação em pacientes sintomáticos; Infra desnivelamento ST = negativo; Isquemia circunferencial: infra ST em 6 ou mais derivações, poupando aVR (onde tem supra ST), com maior intensidade em V4 a V6; ondas T negativas acompanhando o infra ST; supra ST em aVR (eventualmente em V1 e D3); altamente sugestivo de lesão crítica de TCE ou multiarterial; SUPRADESNIVELAMENTO DE ST ISQUÊMICO (lesão subepicárdica) Desvio de ponto J >1mm em duas derivações contíguas (equivalem a mesma parede); Em V2 e V3 >1,5mm em mulheres, >2mm em homens com mais ou igual a 40 anos e >2,5mm em homens com menos de 40 anos; Paciente sintomático e concavidade pra baixo (triste); DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE SUPRADESNIVELAMENTODE ST Aneurismas de VE que pode acontecer pós IAM; Repolarização precoce (atende conceito de supra ST isquêmico em paciente assintomático e supra com concavidade para cima = sorrisinho); BRE (discordância > 5mm, até 5mm é normal entre QRS e ST); Em BRE sintomático para infarto = critérios de Scarbossa = supradesnivelamento de ST em concordância vale 5 pontos, infra concordante vale 3 pontos, discordância >5mm vale 2 pontos; para infarto = igual ou acima de 3 pontos; BRE novo = não precisa de critérios de Scarbossa, somente o BRE já prediz supra de ST com corrente de lesão subepicárdica; iii. Necrose/zona eletricamente inativa = zona de inativação ventricular = ausência de onda R e presença de Q patológica; a. Q patológica = necrose, fibrose, células inativas na parede e na maioria das vezes acontece por evento isquêmico prévio; precisa ter todos critérios abaixo: Duração >30ms; Correspondente a 25% da amplitude do QRS; Acompanhado de alteração de repolarização secundária; Obedece à parede em pelo menos duas derivações contíguas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE Q PATOLÓGICA BRE: alteração de V1 a V3, será uma onda Q patológica, mas não diferencia se é inativa ou é BRE; Posicionamento inadequado de eletrodos: pincipalmente em V1 e V2; mimetiza zona inativa; Onda Q patológica em D3: comum observar em mulher e pedir para inspirar profundamente, repete o exame e melhora; avaliar fatores de risco, eventos prévios; iv. Síndrome de Wellens: sub-oclusão de DA; a. Wellens 1: onda T bifásica/plus-minus em parede anterior principalmente em V2 e V3; b. Wellens 2: onda T com inversão profunda, simétrica, base larga em V2 e V3; pode ocorrer de V1- V4; v. Padrão de De Winter: quadro clínico sugestivo com infra desnivelamento de J com onda T apiculada, simétrica e positiva na parede anterior = oclusão de DA; a. Infra ponto J 1-3mm nas derivações precordiais; b. Onda T apiculada, simétrica e positiva; c. Discreto supra ST em avR. INFARTO DE PAREDE INFERIOR Na maioria das vezes acontece por coronária direita, mas pode acontecer pela circunflexa; Se está acontecendo em artéria circunflexa pode vir acompanhado de infarto de parede lateral e sempre vai precisar de derivações complementares = V7, V8, V9; infarto inferolateral; Infra em V1-V3 com imagem em espelho; Supra em V7-V9 (complementares). Se está acontecendo na coronária direita, realizar derivações complementares para direita (mama direita); Supra ST em V1; Supra de D3 > supra de D2. ECG NAS ENTIDADES CLÍNICAS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS Coração = alteração de calcemia ou calemia; sódio e magnésio não fazem alteração de maneira primária; Potássio = potencial de gravidade; A velocidade de instalação do distúrbio e os valores absolutos deste tem relação direta com a gravidade; 1. HIPERCALEMIA Alteração quando potássio em torno de 6 – 6,5 ou mais; Alterações encontradas na repolarização = onda T e segmento ST; e, também, na despolarização quanto maior a [ ] do potássio; i. Primeira alteração = onda T em tenda = apiculada, simétrica (diferencia de isquemia por não ter base larga nesse caso, base larga somente em isquemia); ii. Achatamento da onda P = tende a desaparecer; iii. Alargamento do QRS = acometimento da despolarização, e se alarga até chegar ao ponto que não se consegue diferenciar o que é QRS e o que é onda T = ritmo sinusoidal; dinâmica do coração extremamente prejudicada, evoluindo em choque cardiogênico franco; iv. Arritmias ventriculares malignas: ritmo determinado pelo batimento do ventrículo = disfunção ventricular por não ter débito satisfatório; QRS alargado e ritmo contínuo; 2. HIPOCALEMIA Alterações exclusivamente na repolarização ventricular, representadas por onda T diminuída e onda U aumentada, quando potássio <3,5mg/dl; i. Maior amplitude de onda U com depressão do segmento ST, e onda T ainda presente; ii. Onda T achatada; iii. Prolongamento do complexo QRS com onda U superposta à onda T; 3. HIPERCALCEMIA Ocorre encurtamento do intervalo QT = fator de risco para arritmias ventriculares (investigar causas, e uma das principais causas é o cálcio); sempre avaliar QT corrigido; 4. HIPOCALCEMIA Alargamento do intervalo QT; sempre avaliar QT corrigido; Para medir QT podemos medir RR e dividir ao meio. Se, por acaso, a onda T termina dentro da primeira metade do intervalo QT está normal. Se a onda T está na segunda metade fala a favor de alargamento de intervalo QT. HIPOTERMIA Lentificação do ECG em fases tardias e graves (temperatura central <33ºC); em fases leves pode ter taquicardia; i. Alargamento do iPR ii. Alargamento do iQT iii. Bradicardia iv. Ondas J de Osborn: entalhe no final do QRS de qualquer derivação, mas são mais comuns em D2, D3, aVF, V5 e V6. PERICARDITE AGUDA Diagnóstico diferencial de síndromes isquêmicas; padrão de acometimento eletrocardiográfico progressivo = importância de reconhecer desde o estágio 1; Inflamação dos folhetos pericárdicos, com consequente inflamação da estrutura mais externa do músculo ventricular = isquemia subepicárdica difusa; Fase 1: alterações difusas do segmento ST com supra em quase todas as derivações e infra de aVR; supra com concavidade para cima = rostinho feliz; associado com infra de PR mais intenso próximo a V6, mas é difuso; o Fazer diagnóstico diferencial de repolarização precoce = diferenciar a clínica e avaliar se há infra de PR que só acontece em pericardite aguda; o Alteração difusa não inclui aVR e é visto ao contrário; nesse caso, se vê supra em PR e infra em ST; LESÃO CEREBRAL AGUDA Alteração na onda T com rebaixamento de nível de consciência = quadro neurológico primário; não pedir CATE nesse caso, pois pode complicar o caso; o A alteração na onda T parece lesão isquêmica, mas esta ocorre pode descarga adrenérgica = aumento do trabalho cardíaco que desbalança a oferta e consumo, o que é princípio da isquemia; mas essa alteração não é primária do coração, portanto, realizar conduta para TTO neurovascular; Ondas T com padrão de isquemia na parede anterior: i. Onda T negativa, profunda e simétrica, de base larga; pode ocorrer onda T positiva de base larga, simétrica, gigantesca; ii. Alargamento do iQT, que pode desencadear arritmias ventriculares malignas Ocorre principalmente nos pacientes com hemorragia subaracnoide e hipertensão intracraniana. TROMBOEMBOLISMO PULMONAR Elevação súbita das pressões da artéria pulmonar e do VD: (VD não aguenta aumento de pressão, somente de volume, portanto, conduta é infundir bastante soro no paciente) o Cor pulmonale agudo = falência ventricular direita aguda; o Compressão das artérias epicárdicas > menor oferta de O2 e aumento de consumo = base para isquemia; Achados mais comuns: Taquicardia sinusal (necessidade de aumento de débito cardíaco) e Infra-ST V1-V4 (isquemia subepicárdica); desvio do eixo para direita; lenta progressão de R em precordiais; o Achado clássico: S1Q3T3 = rotação anti-horária do coração devido a dilatação ventricular direita. DPOC Hipertensão na artéria pulmonar crônica = remodelamento de VD = alterações de sobrecargas de câmaras direitas; e, ainda, alterações primárias da DPOC = Hiperinsuflação pulmonar = muita distância entre leitor de ECG e coração e, portanto, baixa voltagem de QRS; o Coração em gota: por conta da Hiperinsuflação, o coração fica verticalizado = eixo para trás e para baixo; além de sobrecargas de câmaras direitas; o Lenta progressão R nas precordiais, o que pode mimetizar zona inativa na parede anterosseptal (V1 e V2); ARTEFATOS Induzem ao erro por alterações no momento que é feito o eletro; O pior erro é a troca de eletrodos: o Troca de eletrodos dos MMSS: inversãode D1 (P e QRS negativos) e aVR (P e QRS positivos); faz diagnóstico diferencial de dextrocardia; Concordância de aVR e V6 e discordância de D1 e V6 é troca de eletrodo; o contrário acontece na dextrocardia (concordância D1 e V6, discordância aVR e V6). o Posicionamento errado de V1 e V2; Onda P predominante negativa em V1 e V2; ou zona inativa de V1 e V2; o Distúrbio de condução de ramo direito; o Padrão de Brugada tipo 2: fenômeno de Saddleback = fenômeno de sela, supra de ST em associação com distúrbio de condução do ramo direito; REVISÃO AVALIAÇÃO DO ECG o Identificação; o Padronização 10mm/mV e 25mm/s; o Ritmo sinusal (p positiva em D1, D2 e aVF), não sinusal ou sinusoidal (hipercalemia); o Frequência: cálculo do intervalo RR; o Eixo: avaliar D1 e aVF; se positivo em D1 e aVF, está normal, se negativo em ambas as derivações = extremamente desviado à direita (> -90º ou >180º); Derivação isoelétrica? Se sim, olhar perpendicular; se não, buscar o quadrante (D1 e aVF); Se D1 negativo e aVF positivo, entre +90º e +180º = desviado para direita; D1 positivo e aVF negativo, entre 0º e -90º, olhar D2 para avaliar se está em 0º e -30º, se estiver além está desviado para esquerda; se ambos negativos = desvio extremo para direita; o Onda P: positiva em D2, aVF e bifásica em V1; o QRS: 60 a 120ms; avaliar baixa voltagem (<5mm em frontais ou <8mm nas derivações precordiais); Predomínio de S em v1 e v2, complexo de transição em v3 e v4, predomínio de R em v5 e v6; o Onda T: assimétrica e negativa em aVR; o Intervalos: PR: representa todos os fenômenos supraventriculares; início de P ao início de QRS; 120-200s; QT: início do QRS ao final da onda T = sístole elétrica ventricular; corrigir com a fórmula de Bazzet quando eucárdico (quando taquicardia ou bradicardia, usar Hodges, Framingham e Friedericia); taquicardia diminui intervalo QT e bradicardia aumenta; varia com idade e sexo = 470 em mulheres, 450ms em homens, 460ms em crianças; 330ms em todos se QT curto; ALTERAÇÕES I. Sobrecargas atriais SAD: amplificação da primeira onda que forma a P; amplitude da onda >2,5mm em DII e em v1 >1mm; SAE: duração da onda P >120ms (bífida), e em V1 a fase negativa >1mm (índice de Morris >1mm2); II. Sobrecargas ventriculares: SVE: amplificação dos fenômenos naturais; ondas tem mesma progressão, mas acentuadas; i. Cornell: RaVL + SV3 = >20mm em mulheres, >28mm em homens; ii. Sokolow-Lyon: SV1 + R5/V6 >35mm; iii. Peguero-Loquest: sv4 + s da maior precordial, >23mm em mulheres e >28mm em homens; SVD: inversão do padrão habitual; predominância de R em V1/V2, e S em V5/V6; i. Desvio do eixo para direita, com pelo menos mais um dos critérios: R com alta voltagem em V1, Strain em V1/V2, etc; III. Bloqueios de ramo: QRS alargado; V1 para cima = BRD; V2 para baixo = BRE. Diagnóstico definitivo BRD: QRS >120ms, rsR’ com R’ empastada; Diagnóstico definitivo de BRE: QRS >120ms, com entalhe/torre em D1, aVL, V5 ou V6; QRS alargado sem critério definitivo é somente distúrbio de condução do ramo; IV. Síndromes isquêmicas Aguda: onda T e segmento ST; o Isquemia: alteração em onda T; vetor foge da lesão; Subendocárdica: onda T positiva, apiculada, simétrica e de base larga; Subepicárdica/transmural: onda T negativa, apiculada, simétrica e de base larga; o Corrente de lesão: alteração de segmento ST; vetor vai de encontro à lesão; Subendocárdica: infra do segmento ST >0,5mm em qualquer derivação; Subepicárdica/transmural: supra do segmento ST >1mm em 2 derivações contíguas; V2/V3 = >1,5mm em mulheres, 2mm em homens >40 anos e 2,5mm em homens <40 anos; Crônica: onda Q patológica; ausência de ativação ventricular = ausência de onda R e formação de Q; o Critérios de Q patológicas: duração >30ms, 25% do QRS, em pelo menos 2 derivações contíguas, acompanhado de alteração de repolarização (alteração de repolarização = ausência de onda T ou segmento ST, presença normal de onda R, etc). Isquemia circunferencial: infra difuso, mais intenso de V4-V6, em 6 ou mais derivações associado a supra de aVR; acometimento de tronco de coronária esquerda ou multiarterial; Síndrome de Wellens: suboclusão de DA; paciente normalmente assintomático; o Tipo 1: onda T bifásica (plus minus) em derivações precordiais intermediárias em v2-v4; o Tipo 2: onda T negativa profunda e simétrica; Padrão de DeWinter: oclusão de DA; infra de J de 1 a 3mm, com onda T apiculada, simétrica e positiva; e discreto supra em aVR. V. Distúrbios hidroeletrolíticos: cálcio e potássio; calcemia e calemia; Hipercalemia: T apiculada, simétrica e de base estreita; essa onda T em tenda progride para alargamento de QRS e some onda P = fase tardia; ritmo sinusoidal; Hipocalemia: onda U proeminente e onda T desaparece com infra de ST; Hipercalcemia: encurta intervalo QT; hipocalcemia: alarga intervalo QT; VI. Hipotermia: clínica (taquicardia, sudorese) + lentificação eletrocardiográfica com presença de ondas J de Osborn (entalhe ao final do QRS, mais comuns em D2, D3, aVF, V5 e V6). VII. Pericardite aguda: padrão de lesão subepicárdica difusa, sem obedecer à parede, e infra de PR (não existe em repolarização precoce; é mais proeminente de V4-V6); observa ao contrário em aVR; carinha feliz; VIII. TEP: taquicardia sinusal e isquemia subepicárdica (T negativa V1-V4); cor pulmonale aguda; S1Q3T3 é achado; IX. DPOC: cor pulmonale crônico; relaxamento do diafragma = verticalização do coração = eixo desviado para baixo e para trás (rotação anti-horária); baixa voltagem de QRS e lenta progressão de R nas precordiais; X. Troca de eletrodos: a. Membros superiores: D1 negativo e aVR positivo; fazer diagnóstico diferencial com dextrocardia; i. Discordância de D1 E V6, e concordância de aVR com V6; dextrocardia é o contrário; b. V1-V2 muito altos: onda predominante negativas, padrão de onda q patológica em V1 e v2, ou padrão de distúrbio de condução de ramo direito. ARRITIMIAS CARDÍACAS Relevante em atendimentos de emergência: palpitações, dispneia, sincope ou até quadro de parada cardiorrespiratória; Para que ocorra uma arritmia, independente do mecanismo, depende de 3 coisas: substrato e gatilho são essenciais, e os fatores moduladores não são essenciais, mas facilita o acontecimento da arritmia; o Fatores moduladores: isquemia, sistema nervoso autônono, pH; o Substrato: fibrose, alterações na condutibilidade, isquemia; o Gatilhos: ectopias (extrassístoles), stress físico; Células de geração: nó sinusal e nó AV (marca-passo natural); células de condução: miocárdio (não são especializada para geração, mas se ambos os nós falham, a geração ocorrerá nelas); o Células de condução ou ação rápida = potencial rápido = influxo de sódio; o Células de potencial de ação com despolarização lenta/marca-passo natural = influxo de cálcio (mais demorado para entrar); possuem capacidade exclusiva de auto excitação = despolarização espontânea = automatismo; Célula em condição de repouso = -90mV = excitável; se a célula está em geração de potencial de ação, não pode geral outro potencial = período refratário absoluto (QRS); dentro da fase 3 do potencial de ação, meio para a frente da onda T = período refratário relativo, onde a célula pode ser capaz de gerar potencial de ação se o estímulo do forte o suficiente para gerar estímulo, porém o potencial de ação vai acontecer em cima do potencial que já está acontecendo = potencial de ação aberrante; e, ainda, qualquer estímulo é capaz de gerar potencial de ação = período supranormal, que acontece imediatamente ao término de um potencial de ação, ou seja, também tende a ser aberrante; o Nesses momentos que não gerariam potencial de ação, mas são capazes, é quando tem formação de arritmia por pós-potencial; MECANISMO DE ARRITMIAS • Alteraçõesna formação do impulso: Hiperautomatismo, Automatismo anormal e Pós potenciais tardios ou precoces; • Alterações na condução do impulso: Reentrada; • Alterações na formação E na condução do impulso: Parassistolia. 1. Hiperautomatismo Automatismo: Capacidade da célula de gerar potenciais de ação; o Em condições fisiológicas: impulso se inicia no nó sinusal; hiperautomatismo é secundário a alguma desordem no organismo ou primária por alteração no próprio marca-passo; Acontece em situações que geram mais estímulos a células de marca-passo natural; Hiperautomatismo é a intensificação da fase da fase 4 do potencial de ação; Ativação acelerada das células marca-passo podem ser primárias ou secundárias (Infecção, stress, acidose, hipertireoidismo). Níveis elevados ou sensibilidade elevada às catecolaminas; Tratamento: fármacos que atuem sobre a fase 4 do PA das células marcapasso = bloqueadores de canal de sódio; fármacos que bloqueiem a atividade adrenérgica = beta-bloqueadores; 2. Automatismo anormal Muito comum em acidose; Em situação fisiológica tem mais cargas positivas no extracelular, e o a diferença fisiológica é negativa de -90mV; em situação patológica que isso se altera, alterando a diferença de potencial de ação para -40mV = passam a ter despolarização acontecendo de forma patológica devido alteração no meio iônico; Mecanismo patológico faz com que células de condução passem a ter características e exercem função de células geradoras de potencial de ação; o Situações de stress podem induzir células de condução a gerarem impulso, por redução no potencial de ação de repouso (fase 4). Tratamento: fármacos que deprimem o automatismo celular = bloqueadores de canal de sódio, bloqueadores de canal de cálcio e beta-bloqueadores; o Também podem ser usados fármacos agonistas muscarínicos – acetilcolina (mimetizam a acetilcolina ou inibem acetilcolinesterase para aumentar a acetilcolina) que intensificam a corrente de repolarização, ou seja, prologam a repolarização aumentando o potencial diastólico causando a hiperpolarização. Na prática diária isso não é feito. 3. Atividade deflagrada pós-potenciais; a. Período refratário relativo = pós-potenciais precoce; medir iQT; Fases 2 e 3 do potencial de ação; Desencadeado por situações que prolongam a repolarização, por exemplo, medicamentos que prolongam o iQT = mais tempo de repolarização = mais tempo de período refratário relativo = mais risco de arritmias; • Exemplo clássico: Taquicardia ventricular polimórfica tipo torsade de pointes; Tratamento: atentar para medicações que possam estar aumentando o iQT (cloroquina, azitromicina, antidepressivos, domperidona, amiodarona, em caso de uso desses, deve-se proscrever propafenona); bloqueadores dos canais de cálcio (verapamil e Diltiazem), beta- bloqueadores e sulfato de magnésio. b. Período supranormal = pós potenciais tardios; Após a repolarização, durante a fase 4, por bloqueio das bombas de Na-K-ATPase e acúmulo de cálcio intracelular = prolonga período supranormal = risco de geração de arritmias Uma das principais causas do aumento do período supranormal é a intoxicação digitálica (digoxina e desanosídeo). Utilizar para tratamento o verapamil e Diltiazem (inibidores de canal de cálcio). 4. Mecanismo de reentrada Em condições normais, após o impulso elétrico despolarizar todas as regiões do coração, ele se extingue; para que ocorram novas despolarizações, deve ocorrer um novo estímulo; Em condições patológicas, o mesmo impulso pode reativar as mesmas regiões após o término do período refratário = reentrada; É o mecanismo arritmogênico mais comum, o qual, obrigatoriamente, deve conter: circuito de 2 vias, diferentes velocidades de condução, diferentes períodos refratários e um bloqueio unidirecional. o Via alfa: condução lenta e período refratário curto; o Via beta: condução rápida e período refratário longo; o Desce pela lenta e sobre pela rápida = em condução patológica, pode ter estímulo fora da hora/extra-sístole, o qual alcança a via rápida, mas encontra num período refratário; a via de condução escolhida será a lenta, e chega no ponto de encontro onde vai encontrar a via rápida aberta; sobre pela via rápida e encontra novamente a via lenta em período excitável, desce e encontra a via rápida aberta; 2 períodos vulneráveis para tratamento: o Velocidade de condução: deve-se reduzir com uso de bloqueadores de canal de cálcio e bloqueadores de canal de sódio; o Período refratário: deve-se aumentar com uso de bloqueadores de canal de potássio (amiodarona e sotalol). Via alfa α (slow): Tem velocidade de condução lenta e período refratário curto. Isso significa que elas demoram mais a transmitir o impulso, mas retornam mais rapidamente ao estado excitável (repouso) e que qualquer estímulo pode desencadear um evento. Via beta β (fast): Tem velocidade de condução rápida e período refratário longo. Ou seja, após a passagem do estímulo à célula demora a retornar ao repouso, logo não será qualquer estímulo que será propagado. 1º CIRCUITO: Como o estímulo na via βé conduzido de maneira mais rápida que o α, ele propaga-se antes do αchegar ao ponto de encontro, entrando no período refratário, dessa maneira quando o estímulo da via αencontra esse ponto ele não é propagado. 2º CIRCUITO: O estímulo na via βfoi bloqueado pois ainda estava em seu período refratário, enquanto a via já estava apta a receber e propagar o estímulo. 3º CIRCUITO: Eventualmente, o estímulo (ESV, por exemplo) pode chegar as vias quando a βestá no período refratário e a αno período excitável, assim o impulso será transmitido pela via α, mas como a condução dessa via é lenta, quando o estímulo chega no ponto de encontro com a via β para fazer a despolarização ventricular, a β já saiu do seu período refratário e se encontra no período excitável. Então, além de se propagar para frente (despolarizar o ventrículo) ele consegue retornar pela via rápida (despolarização retrógada pela via β)e encontrar a via αexcitável, consequentemente o impulso descerá fechando a reentrada. O mesmo ocorre no 4º circuito, porém mais vezes. Importe saber sua classificação. Entre os antiarrítmicos da classe I, temos no Brasil apenas a Propafenona. Em relação aos de classe IV estão exemplificados os Não di-hidropiridínicos. DIAGNÓSTICO 1. EXAME FISICO Questionar se estável ou instável; instabilidade clínica: hipotensão, inconsciente, sinais e sintomas de IC descompensada e dor precordial; o Paciente estável: sinal do sapo = taquicardia por reentrada nodal; bradicardia = onda A em canhão (BAVT); Sinal do Sapo vemos o batimento da Jugular no triângulo de Sedillot e o paciente refere sentir o coração bater no pescoço. Onda A em canhão: contração AD frente a uma valva tricúspide fechada (dissincronia atrioventricular) faz com que o sangue venoso percorra o caminho inverso e retorne às v. cavas e às v. jugulares. o Vamos considerar instabilidade: PA hipotensão (abaixo de 9x6), nível de consciência rebaixado (sinal de hipofluxo), dispneia (está acontecendo pela arritmia ou não (tipo ele pode ter uma doença de base que cause arritmia, então a causa primária não seria arritmia). História clínica: palpitações = taquicardias, falhas: extra-sístole; síncope e recuperados de PCR arrítmica= alto risco. o Qual a duração dos sintomas? O que desencadeia? Fator de melhora? Comorbidades? Antecedentes pessoais e familiares. Busca ativa de sopros e alterações estruturais; 2. EXAMES COMPLEMENTARES a. Eletrocardiograma: idealmente se faz em crise; avaliar ST e iQT (corrigido, Bazzet quando FC normal); se não tiver na crise, aqueles pacientes que tem crises avulsas (paroxística), um eletro tardio não vai identificar.; taquicárdicos: encurtam intervalo QT e bradicárdicos:alongam o intervalo QT; b. Holter 24h: monitorização 24h; permite fazer a relação causal da queixa com evento arrítmico; utilizado quando o paciente tem sintomas diários; importante na estratificação não invasiva de pacientes com miocardiopatia hipertrófica e pós-IAM. c. Monitor de eventos externo: ativado pelo paciente a partir do sintoma; utilizado quando o paciente não tem sintomas diários; d. Monitor de eventos implantável: utilizar quando tiver alta suspeição de arritmia grave, mas acontece de forma intermitente; monitorização automática; e. Teste ergométrico: quando paciente tiver sintomas relacionados ao esforço; o Taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica é altamente relacionada ao esforço. É uma canalopatia em que ocorre a taquiarritmia num coração estruturalmente normal, porém com defeito elétrico/iônico. Apresentam esse padrão clássico, exclusivo e patognomonio no teste, que é a TV bidirecional, no qual temos um QRS para baixo e outro para cima. f. Estudo eletrofisiológico: análise e avaliação de todo o sistema de condução do paciente; procedimento invasivo por cateteres, longo e indicado em situação não esclarecidas por métodos não invasivos; estratificação de risco de morte súbita em paciente de alto risco, pacientes recuperados de PCR sem causa aparente, diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS largo. EXTRASSÍSTOLES É um aviso, um sinal = relacionada a condição subjacente; tem alguma coisa desencadeando a extra-sístole; É a arritmia cardíaca mais prevalente, envolve a formação prematura ou antecipada do estímulo cardíaco, é aberrante. Apesar de ser benigna, pode ser indício de condição secundária. o Quando ocorre acima do nó AV, é supraventricular, quando ocorre abaixo, é ventricular. Todo estímulo supraventricular afeta o nó atrioventricular, que faz a leitura do estímulo e transmite para o sistema de His Purkinje. O QRS nesse caso, é estreito, porque o qrs ocorre de forma fisiológica. Já, quando é ventricular, o sistema de condução não ocorre pelo sistema de His Purkinje, que faz o estímulo ser mais lento e alarga o QRS. É uma contração aberrante e prematura do estímulo cardíaco; o Supraventricular: QRS estreito, menor ou igual a 120ms; estímulo ventricular é normal, o problema está acima; o Ventricular: QRS largo e >120ms; ELETROCARDIOGRAMA Foco ectópico no miocárdio ventricular, ou seja, não tem onda P e é dissociada do QRS; Pausa compensatória: aumenta o intervalo RR para compensar a extra-sístole. Pausa compensatória completa: Quando o intervalo RR das duas sístoles sinusais corresponde a 2 vezes o intervalo RR fisiológico. O intervalo de acoplamento é o intervalo entre o QRS sinusal e o início da extra-sístole. No geral, ele é fixo, mas quando não ocorre, indica parassistolia, um fenômeno menos comum. CLASSIFICAÇÃO DAS EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES Supraventricular: acontece acima dos ventrículos, antes da bifurcação do sistema Hiss-Purkinge. Ex.: O estímulo do átrio alcança o nó AV, ele faz a leitura e transmite ele para frente. Dali para frente desce pelo sistema de Hiss-Purkinge normal. Esse QRS vai ser estreito, pois o estímulo ventricular foi fisiológico, o problema foi supraventricular; o QRS estreito <120ms; Ventricular: se ocorrer no território ventricular. O QRS é largo, não é o Hiss-Purkinge que vai fazer a transmissão; o foco gerador é no miocárdio ventricular; não vai ter onda P, e se tiver onda P não vai guardar relação com a extra-sístole, pois está acontecendo no ventrículo; o QRS largo >120ms; onda P não visualizada ou dissociada do QRS; o QRS prematuro e de morfologia larga >120ms; o ST/T discordante do QRS; o Foco ectópico no miocárdio ventricular; o Pausa compensatória completa. PAUSA COMPENSATÓRIA Pausa diastólica que sucede a extra-sístole; momento após extrassístole em que tem um intervalo maior que o normal. Completa: soma dos intervalos diastólicos (que sucede e que antecede a ES) é igual a 2 intervalos RR do ritmo de base; denota não interferência da ES no ciclo sinusal; Incompleta: soma dos intervalos diastólicos (que sucede e que antecede a ES) é menor que 2 intervalos RR do ritmo de base; denota interferência da ES no ciclo sinusal; O intervalo RR é normal, se a extra-sístole ocorre antecipadamente, o intervalo RR vai ser normal que o normal. Na extra-sístole ventricular, essa pausa sempre é completa, ou seja, se esse intervalo tem 50 ms, o intervalo RR precisa ter exatamente o DOBRO do RR inicial/fisiológico. Já a supraventricular tem essa pausa incompleta, não acontece com o dobro do RR, vai ser menor. PERÍODO VULNERÁVEL E FENÔMENO R SOBRE T O período vulnerável é aquele que ocorre o pós potencial precoce em que o PA está no período refratário relativo (na onda T), logo algum estímulo que ocorra nesse momento, desencadeia um evento repetitivo que é a taquicardia. Então, teremos uma ES que cairá em cima da onda T, podendo desencadear a taquicardia ventricular com iQT prolongado, mais comumente a Torsales De Points (Taqui. Ventricular polimórfica), gerando o fenômeno de R extrassistólica sobre T (ES em cima da onda T). 1 ESV Bigeminada: Normal – ESV – Normal – ESV – Normal – ESV – Normal – ESV 2 ESV Trigeminada: Normal – Normal – ESV – Normal – Normal – ESV – Normal – Normal – ESV 3 ESV Pareada: 2 extra-sístoles acopladas entre si 4 ESV Interpolada: ESV entre 2 complexos de base, sem interferir no ciclo básico Característica patognomônico: ausência de pausa compensatória; 5 ESV Monomórfica: ESV com mesma morfologia em todo o registro 6 ESV Polimórficas: ESV com morfologias variadas durante o registro TAQUIARRITMIAS VENTRICULARES A maioria é taquicardia ventricular (80% das vezes), mas em 20% dos casos a taquicardia é supraventricular de QRS largo (por condução de via acessória ou com bloqueio de ramo prévio); o Geralmente, tudo que acontece no supraventricular, elas se concentram no nó AV e despolarizar o ventrículo pelo sistema de condução = QRS estreito; o Mas se o paciente tem BRE = naturalmente QRS largo e no pico do esforço, ele estará em taquicardia sinusal, com QRS largo; tem origem supraventricular, mas com QRS largo = supraventricular com aberrância; o Ou, por exemplo, o paciente tem sistema de condução a parte ou ponto de comunicação diferente (Síndrome de Wolff Parkinson Wait) = taquicardia de QRS largo, com origem de arritmia no supraventricular; Taquicardias ventriculares são que se localizam abaixo da bifurcação do feixe de Hiss; o Possuem ativação ventricular anômala = QRS alargado = >120ms; o Ondas T opostas, P não visíveis (maioria das vezes) ou dissociadas; o São graves! Associadas a cardiopatias mais graves = acidente isquêmico grave, dilatação grave, etc. 10% dos casos são TV de coração normal, sem alteração estrutural. A partir de 3 ou mais ESV em sequência, = taquicardia ventricular; o >30s = TV sustentada; <30s = TV não sustentada; 1. TAQUICARDIA VENTRICULAR MONOMÓRFICA: mesmo traçado com mesma morfologia; Importância pelo fato de se relacionar à isquemia (sua principal causa >35 anos de idade); o Fase aguda: paciente chega infartando e, nesse caso, pode estar com TV relacionada e essa TV não influencia na mortalidade do paciente/prognóstico; o Fase tardia >48h: área fibróticca pode desencadear TV e, se ocorre nesse caso, tem relação com prognóstico e deve-se concentrar no TTO pois significa que teve sequela grave e requer cuidado por risco de novos episódios; o Grande maioria das vezes ocorre por mecanismo de reentrada; No Brasil, outra situação que pode provocar é cardiopatia chagásica, devido ao dano no miocárdio, mas também pode afetar somente o sistema de condução; outra doença que guarda importância é a miocardiopatia hipertrófica (concêntrica) e essa doença tem relação comeventos arrítmicos em jovens (<35 anos de idade) com morte súbita; O que fazer? o Abordagem aguda: avaliar estabilidade (hipotensão, alteração de nível de consciência, dispneia intensa, dor precordial) Se instabilidade clínica e risco de morte, realizar cardioversão elétrica (choque sincronizado) com 100J e iniciar antiarrítmico concomitante (amiodarona endovenosa); Se estável: cardioversão química com amiodarona (150mg IV em 10 minutos, > infusão contínua 1mg/min (6h) +0,5mg/min por 18h); lidocaína 1 – 1,5mg/kg (100- 150mg) IV lento e infusão contínua 1-4mg/min; se usa mais amiodarona; o Terapia crônica: em caso de cardiopatia estrutural e instável ou FE <40% = CDI (cardiodesfibrilador implantável); em caso de cardiopatia estrutural e estável ou FE>40% = amiodarona ou sotalol; TV sustentada monomórfica; TV não sustentada. 2. TAQUICARDIA VENTRICULAR POLIMÓRFICA: QRS de morfologia diferentes durante o traçado; Graus de gravidade maior devido sistema de condução completamente desestruturado = instabilidade; Aferir intervalo QT após tratamento da arritmia; i. TV polimórfica com iQT normal: sempre relacionado à fase aguda do IAM, acontece por mecanismo de reentrada; Fase aguda: Realizar desfibrilação elétrica (choque dessincronizado) com 200J; Fase crônica: realizar amiodarona; ii. TV polimórfica com iQT alargado: Torsades de pointes = torção das pontas; Acontece por mecanismo pós-potencial precoce (novo potencial de ação que acontece no período refratário relativo por QT alongado); Congênito ou adquirido (por antiarrítmicos, tricíclicos, cocaína, haloperidol, etc); Fase aguda: desfibrilação elétrica com 200J e imediatamente faz administração de sulfato de magnésio 2g IV (estabilização da membrana) e, ainda, deve-se avaliar a FC, se abaixo de 80bpm deve- se colocar marca-passo artificial endovenoso para aumentar de maneira artificial para >90bpm e, temporariamente, diminua intervalo QT para diminuir risco de novos eventos arrítmicos; TAQUICARDIA DE QRS LARGO TAQUICARDIA VENTRICULAR X SUPRAVENTRICULAR COM ABERRÂNCIA 1. Algoritmo de Brugada: qualquer resposta SIM, pode diagnosticar TV, se responder não a todas as perguntas é taquisupra com aberrância; Batimento de captura: estímulo atrial conduzido dentro de TV = dentro de uma taquicardia de QRS largo tem um QRS sinusal; Batimento de fusão: estímulo atrial inicial a despolarização ventricular, indo de encontro à ativação ventricular da TV = começa como batimento de captura e taquicardia engole o batimento de captura; não é tão alargado quanto a TV e não quanto ao batimento de captura; Ele dá como TV, mas é Taquisupra com aberrância: taquicardia de reentrada atrioventricular de condução antidrômica; 2. Critérios de Pava para TV: DII início de R a pico de R >50 mseg; taquicardia ventricular; LR +34; 3. Algoritmo de Santos: se der TV por aqui, ótimo, se não, avaliar pelo Brugada; TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES São aquelas que ocorrem acima da bifurcação do feixe de His; classicamente com QRS estreito, e de morfologia normal (taquicardia sinusal) e acontece pelo sistema fisiológico do coração; o Paroxísticas: início e término súbitos, com caráter repetitivo (FA); não-paroxísticas: início e término gradativos (taquicardia sinusal por atividade física); EXTRASSÍSTOLES SUPRAVENTRICULARES Normalmente não causam problemas, mas deve buscar a causa secundária; tratamento somente em casos sintomáticos; Contração prematura com QRS estreito; o Pausa compensatória: pausa diastólica que sucede a extra-sístole; diferente da ventricular, aqui a pausa compensatória é incompleta = intervalo RR que engloba a extra-sístole tem menos de 2x o seu valor (na ventricular é completa, ou seja, é 2x o intervalo RR); 1. EXTRASSÍSTOLE ATRIAL Foco ectópico/gerador: miocárdio trial = onda P da extra-sístole é diferente da morfologia da onda P normal, devido à frente de onda está diferente do normal e é vista diferente no ECG; o Características no ECG: onda P prematura e diferente do habitual, iPR e QRS/T normais, pausa compensatória incompleta; 2. EXTRASSÍSTOLE JUNCIONAL Foco ectópio/gerador: nó atrioventricular (na junção) = despolariza os átrios e os ventrículos praticamente ao mesmo tempo (tanto de maneira retrógada para os átrios e anterógrada para os ventrículos), portanto, se despolariza ao mesmo tempo, não enxerga onda P no eletro; o Características no ECG: QRS/T tem morfologia normal; P não visível (mais comum); o Em 25% das vezes, pode acontecer a presença de onda P colada ao QRS devido despolarização anterógrada dos ventrículos e retrógada dos átrios (nos átrios acontece debaixo para cima); quando visível = negativa em D2, D3 e aVF, positiva em aVR, achatada em V5 e V6; pausa compensatória incompleta. o Em 5% das vezes, ainda, pode acontecer a onda P após o QRS (deflexão negativa); FLUTTER ATRIAL Circuito de macrorrentrada (acontece numa estrutura cartilaginosa na base do átrio direito = istmo cavotricuspídeo); frequência atrial próxima a 300bpm; o Características no ECG: presença de ondas F (pontiagudas, base larga e semelhantes) = serrilhado monomórfico na linha de base, e ritmo ventricular regular; Classificação do flutter atrial: o De acordo com bloqueio atrioventricular fisiológico: 1 a cada 2, 3, 4 ou mais impulsos atriais é conduzido aos ventrículos; Para calcular frequência ventricular, avaliar quantas onda F dentro de dois QRS e dividir o valor da frequência atrial por esse número; flutter atrial 2:1 = 150bpm, 4:1 = 75bpm, 3:1: 100bpm, 1:1 = 300bpm; o Com BAV variável: frequência ventricular variável; quase evoluindo para fibrilação atrial; o Típico: circuito de macrorrentrada acontece com rotação anti-horária; ondas F negativas em D2. D3. aVF; pelo septo inter-atrial o impulso está subindo; o Atípico: rotação horária = ondas F positivas em D2. D3. aVF; relação com doença estrutural. FIBRILAÇÃO ATRIAL Acontece vários microcircuitos de reentrada, com frequência >400bpm = iRR irregular; o Relacionadas com átrios bem grandes e sem organização do sistema elétrico (doenças estruturais); Ativação atrial totalmente desordenada e caótica = oscilações nas fibras atriais, e por conta disso há ausência de onda P e linha de base com serrilhado polimórfico; Presença de BAV fisiológico, irregular, que protege o ventrículo da tempestade elétrica atrial; Característica no ECG: ausência de onda P; R-R irregular; QRS estreito; serrilhado na linha de base; Classificação da FA: o Paroxística: < 7 dias (<24h) e resolvem espontaneamente; o Persistente: >7 dias e pode ocorrer reversão de ritmo; o Permanente: persistente sem outras estratégias de reversão de ritmo; o Permanente de longa duração: >1 ano; CÁLCULO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM FA 1mm: 0,04’, portanto, 5mm: 0,2’ = 10mm: 0,4’; realizar uma média: pegar 6’ e multiplica por 10; 6’/ 0,2’: 30 quadrados ou 15 quadradões = 6 segundos; contar quantos QRS e multiplica por 10; Taquiarritmia crônica mais comum altamente relacionada com o envelhecimento populacional; o Relacionada com cardiopatias que geram sobrecarga atrial: HAS e cardiopatia reumática crônica; o Quando em jovens ou ausência de cardiopatia, sempre buscar fatores secundários: hipertireoidismo, libação alcoólica (Holiday Heart Syndrome), drogas adrenérgicas, distúrbios eletrolíticos (hipocalemia e hipomagnesemia); A FA é um marcador de gravidade nas cardiopatias, tem prognóstico pior (pode descompensar alguma cardiopatia de base); Quadro clínico variável, podendo ter desde quadro instáveis até assintomáticos (principal forma de apresentação é assintomático; descoberta de forma ocasional ou após alguma complicação – AVE ou embolia sistêmica). O que fazer com esse paciente? o Abordagem aguda= avaliar estabilidade; hipotensão? Nível de consciência? Dispneia? Dor precordial? Se instabilidade = cardioversão elétrica sincronizada (FA = 200J; Flutter = 50J) Iniciar antiarrítmico concomitante = AMIODARONA. TRATAMENTO CRÔNICO COM PACIENTE FA 1. Avaliação quanto ao risco tromboembólico e de sangramento; Principal complicação da FA é o AVE = perda da contração atrial > estase sanguínea > formação de trombo > deslocamento para circulação periférica > AVE e embolia sistêmica. CHA2DS2VASC: homens ≥ 2 ou mulheres ≥ 3 = anticoagulação; o Não deve ser realizada: próteses metálicas ou estenose mitral reumática moderada-grave = alto risco = anticoagulação independente do CHA2DS2VASC; o Uma vez indicada a anticoagulação, esta deve ser mantida ad eternum, mesmo que o paciente retorne para ritmo sinusal; HAS-BLED > 3: Monitorizar e diminuir o risco de sangramento; não contraindica a anticoagulação; abordagem intensiva no controle dos fatores que aumentam risco de sangramento. 2. Avaliação quanto ao controle de frequência ou controle de ritmo Controle de FC: manter em FA, com FC controlada (< 110 bpm); Controle de ritmo: reversão do ritmo para sinusal (cardioversão elétrica ou química, ou ablação por radiofrequência por mapeamento eletroanatômico interrompe todo o circuito); o FA estável, até a tomada de decisão do cardiologista, manter apenas com controle de FC (betabloqueador, diltiazem ou verapamil); não administrar amiodarona sem planejamento; Não há evidência que o controle de frequência seja inferior ao controle de ritmo, exceto se: o Pacientes com disfunção ventricular (FE < 40%); o Sintomáticos apesar do uso de medicações para controle de FC ou de ritmo; o FC persistentemente elevada, apesar de medicações otimizadas. ANTICOAGULAÇAO Varfarina (bloqueia proteína C, proteína S, bloqueio dos fatores de coagulação VIIa, IXa, Xa) além de atuar de maneira menos específica, necessita de monitoramento constante da coagulação com a dosagem do INR; o Todos os anticoagulantes diretos (ou novos anticoagulantes) foram melhores que a varfarina; exceção aos pacientes portadores de prótese metálica ou com estenose mitral reumática moderada/grave = varfarina ainda é a escolha; o Atualmente, paciente somente com FA =indicação de anticoagulante direto/novos; TAQUICARDIAS PAROXÍSTICAS SUPRAVENTRICULARES 1. TAQUICARDIA POR REENTRADA NODAL Nós temos a via alfa: condução lenta e período refratário curto; e a via beta: condução rápida e período refratário longo onde o impulso chega mais rápido e período refratário longo; o Sinusal: o impulso rápido vem, despolariza, fica em período refratário e o impulso descendo pela via lenta chega quando o impulso da via rápida já passou, e morre por não conseguir propagar; por que ele vai alcançar a via no período excitável e o outro lado no período refratário (bloqueio unidirecional) = desce pela ia lenta e é bloqueado na via rápida; o Para o paciente desenvolver mecanismo de reentrada ele precisa de uma extra-sístole ventricular; como conduz de maneira lenta na via alfa, no momento que ele alcança a porção distal do circuito de reentrada, a via beta que é rápida já saiu do período refratário e entrou no período excitável = despolariza o ventrículo e retorna pela via rápida = alcança porção proximal com a via de condução lenta no período excitável = desce pela via lenta e sobe pela via rápida (despolariza o átrio debaixo para cima); Características do ECG: o P’ (pós QRS) geralmente não é visível: 70% das vezes se insere dentro do QRS, 25% das vezes pós QRS, 5% das vezes pré QRS; Quando vista: P’ negativa em D2, D3 e aVF; pseudo S na parede inferior; pseudo R em V1; o Intervalo RP’ < 70-80ms; o iRR regular; 140-230bpm; o Início normalmente sucede uma extrassístole supraventricular. Clínica: estava tudo bem e da nada palpitação; e do mesmo jeito que começa, termina. Tratamento: adenosina 6mf IV. 2. TAQUICARDIA POR REENTRADA ATRIO-VENTRICULARES Circuito de macrorrentrada atrioventricular: circuito de reentrada acontece pela presença de feixe acessório, além do sistema de Hiss-Purkinge normal, que acontece pelo feixe de Kent; o Estímulo alcança os ventrículos pelas 2 vias (nodal e acessória), geralmente de forma simultânea, denota via de condução anômala – feixe de Kent = quando o paciente tem via acessória, essa mesma frente de onda após despolarizar o ventrículo, ela pode fazer recondução retrógrada para os átrios (via anômala = comunicação patológica entre átrios e ventrículos), fechando o circuito de reentrada (mesmo mecanismo de reentrada nodal); o Essa condução pode ser ortodrômica ou antidrômica: Ortodrômica é aquela na qual estimulo se propaga de maneira anterógrada no sistema de condução normal e retorna ao átrio pela via acessória; desce pelo sistema de His fisiológico e sobe pela via acessória; 90% dos casos; taquicardia de QRS estreito; P1 pós QRS geralmente visível; negativa em D2, D3 e aVF (parede inferior); positiva em aVR e V1; Pseudo S na parede inferior ou pseudo R em V1; P’ pós QRS, com polaridade: Intervalo RP’ >110ms; distância entre QRS e P; Pode acontecer: Infra-ST em derivações precordiais e, ainda, pode apresentar alternância elétrica (variáveis alturas de QRS durante todo traçado); Antidrômica: condução anterógrada pela via anômala e retrógada pela via nodal; indistinguível de taquicardia ventricular e aborda do mesmo jeito; QRS alargado; o FC 150-230bpm, geralmente mais rápidas que TRN; QRS estreito = ortodrômica; o Quadro clínico comum: mulheres mais afetadas (2:1), sintomas súbitos, palpitação (pescoço = sinal do sapo = TRN; peito TRAV), pode ser acompanhado de dispneia, tontura, dor torácica ou síncope; não gera instabilidade hemodinâmica, geralmente. i. Síndrome de Wolff-Parkinson-White o Taquicardia supraventricular paroxística; iPR curto (< 120ms) = não tem pausa de passagem do impulso do átrio para o ventrículo na via anômala; o Presença de onda delta: atraso na porção inicial do QRS; Início do QRS lento pois acontece pelo músculo, e depois sistema de condução assume e despolariza ventrículo = final rápido; o 1 episódio de TSVP + eletro de superfície com onda delta + iPR curto = síndrome de Wolff-Parkinson-White; se o paciente só apresenta eletro de superfície e intervalo PR curto = via anômala; ABORDAGEM 1. Abordagem aguda Avaliar estabilidade clínica: hipotensão; alteração do nível de consciência; dispneia intensa; dor precordial? o Instabilidade clínica: risco de morte = cardioversão elétrica sincronizada 100J e iniciar antiarrítmico concomitantemente; o Estáveis: bloqueio da via lenta; Manobra de Valsava modificada: expiração forçada por 15 segundos com o paciente em decúbito dorsal a 45º; imediatamente após, deita-se o paciente a 0º e eleva-se os membros inferiores a 45º; manter essa posição por 15 segundos. Adenosina 6mg IV em 1-2s, se não reverter, adenosina 12mg IV por até 2 vezes; 2. Abordagem crônica Ablação com radiofrequência da via alfa; taxa de cura de cerca de 95%. TAQUICARDIAS SINUSAL 1. TAQUICARDIA SINUSAL Marca-passo é o nó sinusal: P e QRS sinusais, FC > 100bpm, sendo a máxima variável (220 – idade); o Em FC muito altas, a onda P pode estar “dentro” da onda T, gerando deformidade; o Não paroxística = início e término graduais; aumento na atividade simpática; o Taquicardia sinusal inapropriada: taquicardia sinusal frequente sem que tenha algo que desencadeie isso (leva o paciente à uma Taquicardiomiopatia). 2. ARRITMIA SINUSAL Marca-passo é o nó sinusal: P, QRS e T sinusais; processo fisiológico com relação em alterações saudáveis; variação no intervalo RR; o Variação na inspiração = taquicardia, expira e bradicardia; Variação no intervalo RR (encurta na inspiração e estende na expiração).É fisiológico! Geralmente benignas, que demonstram problemas secundários, sempre buscar a causa; existe uma situação a qual o paciente tem uma condição patológica que é a taquicardia sinusal inapropriada/permanente = sempre com o coração acelerado >100 bpm; Pacientes com exacerbação na atividade simpática no sistema nervoso autônomo = à longo prazo tem prognóstico pior do que paciente bradicárdico; mais comum em mulheres (tratamento com betabloqueador). TAQUICARDIA ATRIAL 1. TAQUICARDIA ATRIAL PAROXÍSTICA/UNIFOCAL Foco ectópico atrial dispara impulsos com FC >100bpm: onda P diferente da onda p sinusal; o P’ são pouco diferentes das P’s sinusais devido foco ectópico diferente; tem relação e precedem os QRS’s; Resposta ventricular pode ser variável: BAV variável: TAP com condução 2:1, 3:1, 4:1 = TA com bloqueio AV; arritmia altamente correlacionada à intoxicação digitálica; 2. TAQUICARDIA ATRIAL MULTIFOCAL Foco ectópico da arritmia é o átrio, mas é multifocal = num mesmo traçado/derivação, várias ondas P com morfologias diferentes; alto risco de evolução para FA (ritmo pré-fibrilatório); Pode ou não ser associada a BAV; pode ou não ter R-R irregular; Fortemente associada a cor pulmonale crônico e intoxicação por aminofilina; guiar tratamento para causas subjacentes; 3. TAQUICARDIA JUNCIONAL Mecanismo automatismo anormal: foco ectópico é o nó AV; FC 70-130bpm (TRN tem FC >130bpm); o Geralmente P não é visível devido despolarização simultânea de átrios e ventrículos; eventualmente pode se apresentar pré ou pós QRS, muito próximas destes; Geralmente associada a cardiopatias mais graves, pacientes com lesão estrutural (enquanto que TRN acomete pessoas jovens e saudáveis); BRADICARDIAS RITMOS DE ESCAPE Células do sistema de condução que assumem o ritmo em condições que o nó sinusal é inibido; Normalmente tais células são inibidas pela frequência de disparos do nó sinusal; Posição hierárquica para assumir ritmo: Junção AV > Átrios > Ramos ou Fibras de Purkinje. 1. Ritmo juncional: originado no nó AV; QRS estreito (idêntico ao QRS do ritmo sinusal); Frequência cardíaca entre 40-60 bpm; Pode ou não aparecer uma onda P retrógrada (P’), negativa em D2 e “colada” ao QRS (logo antes ou logo depois); 2. Ritmo atrial QRS estreito (idêntico ao QRS do ritmo sinusal); Frequência cardíaca entre 40-60 bpm; Pode ou não aparecer uma onda P retrógrada (P’), negativa em D2 e “colada” ao QRS (logo antes ou logo depois); Aqui vemos onda P mas é diferente da P sinusal, então é um ritmo atrial; Como diferenciar o atrial do juncional? O atrial tem que passar pelo NÓ AV e então vemos uma pausa, que é o intervalo PR, o que não ocorre no juncional porque a despolarização no juncional ocorre simultaneamente no átrio e no ventrículo. 3. Ritmo multifocal / marca-passo atrial migratório É a mesma coisa que a taquiatrial multifocal; Frequência cardíaca menor que 100; Paciente penumopata, com alteração eletrolítica e etc. 4. Ritmo idioventricular Quando o ritmo é gerado no ventrículo, por despolarização muscular: completa ausência de onda P; QRS alargado e aberrante (origem ventricular) Frequência cardíaca < 40 bpm Ao contrário dos anteriores, o ritmo idioventricular é intitulado como maligno. BRADIRRITIMIAS SINUSAIS Bradicardia relativa é quando a FC é inapropriadamente reduzida, conhecida também como baixa reserva ionotrópica. Exemplo: paciente com trauma automobilístico começa a sangrar, a pressão abaixa. Para compensar, nosso organismo faz vasoconstricção (aumento da resistência periférica) e aumenta a FC. Logo, se tivermos um paciente com choque e não estiver taquicardico, estamos frente a uma bradicardia funcional. Fisiopatologia: sistema de condução cardíaco é formado por células especializadas em despolarizar e repolarizar espontaneamente, gerando impulsos elétricos em determinada frequência (AUTOMATISMO). Quanto maior o automatismo de uma célula, maior será a frequência de despolarização e, assim, maior a capacidade de comandar a despolarização de outras células, logo, o ritmo cardíaco. As células do sistema de condução têm maior automatismo quanto maior a proximidade com o nó sinoatrial (NSA, marca-passo do coração), logo depois células do nó átrio- ventricular (NAV) e as do sistema His-Purkinje. O ritmo cardíaco ainda sofre influência do sistema nervoso autônomo, por meio do sistema simpático e parassimpático. Eles apresentam a capacidade de aumentar (SIMPATICO) e diminuir (PARASSIMPATICO) a frequência. 1. Crise vagotônica Diferentes fatores desencadeantes: dor, stress, calor, exercício físico, vômito, evacuação, ortostaseprolongada, etc; Pode desencadear, além de bradicardia, vasodilatação periférica: Hipotensão arterial; Síncope vasovagal (neurocardiogênica); Síndrome da hipersensibilidade do seio carotídeo. SÍNCOPE VASOVAGAL Ocorre devido crise vagotônica: Reflexo de Bezold-Jarisch: o Fator desencadeante: redução do retorno venoso devido a descarga colinérgica, com consequente redução da PA e ativação do SNA simpático devido ao barorreceptor carotídeo na tentativa de manter a homeostase. o Ocorre aumento do inotropismo com volume sistólico reduzido por reação vagal e inibição simpática = bradicardia e vasodilatação (hipotensão); Causa mais comum de síncope; afeta principalmente mulheres; Diagnóstico: ausência de doença cardíaca, longa história de síncope recorrente, síncope com pródromos, síncope situacional (som, cheiro, dor, lugares fechados e quentes, exercício, etc); Confirmada com tilttest: resposta mista (bradicardia + hipotensão) o Tipo I (após aumento da PA e FC, ocorre queda da PA > 30 mmHg ou PA sistólica < 80 mmHg com redução da FC > 10% do basal); mais comum; o Tipo II: resposta cardioinibitória, com diminuição exagerada da FC < 40 bpm por mais de 10 segundos ou assistolia por mais de 3 segundos); casos refratários nessa forma necessitam de marca-passo; o Tipo III: resposta vasodepressora, que ocorre por queda da PA com síncope sem diminuição importante da FC). Tratamento: cuidados quanto aos fatores precipitantes; se síncopes frequentes: Betabloqueadores cardiosseletivos (atenolol, metoprolol, bisoprolol); o Se refratários: Midodrina (não tem no BR) e fludrocortisona; DOENÇA DO NÓ SINUSAL Doença fibrodegenerativa que acomete o nódulo sinusal ou a região perinodal; acomete principalmente indivíduos idosos; o Disfunção do nó sinusal = paciente sem sintomas, mas com alteração eletrocardiográfica; o Doença do nó sinusal = tem alteração eletrocardiográfica e sintomas; indica marca-passo; DISTÚRBIOS POSSÍVEIS FC inapropriada < 50 bpm e/ou ritmo atrial ectópico; Bloqueio sinoatrial; Pausas sinusais > 3 seg; Parada sinusal: átrio ou algo perto assume o ritmo, em geral um ritmo juncional; Síndrome taqui-bradi; Incompetência cronotrópica (COM sintomas); Dissociação isorítmica: átrio contrai, mas em FC baixa, fica dissociado do ventrículo, assumido pelo nodo AV ou feixe His. Bloqueio sinoatrial (falha na saída do estímulo); BSA tipos 1 e 3 não são detectáveis aos ECG; Deve-se pensar em BSA de 2o grau na presença de diversas pausas sinusais no ECG. 1. Bloqueio sinoatrial de 2º grau do tipo 1 (fenômeno de Wenckebach) Normalmente benigno: falha na geração do estimulo sinusal, mas é “avisado”; Intervalo PP maior, depois diminui e bloqueia. Redução progressiva do intervalo P-P até a pausa sinusal. 2. Bloqueio sinoatrial de 2º grau do tipo 1 Normalmente maligno; falha na geração do estimulo sinusal; paciente normalmente sintomático; normalmente é simétrica; sempre 2x o intervalo P-P; Sem redução progressiva do P-P antes da pausa que, por sua vez, deve ser múltipla do intervalo P-P normal. 3. Síndromebradi-taqui Períodos intercalados de bradicardia e taquicardia (pode fazer qualquer uma intercalada com a outra); Pacientes geralmente sintomáticos, possui sincopes e é maligno; Degeneração do nó sinusal, fibras perinodais e miocárdio atrial; Predisposição a pausas e paradas sinusal, bem como arritmias atriais; Principal sintoma: síncope; o Normalmente após alguma arritmia atrial, o nó sinusal leva muito tempo para se recuperar, levando a longas pausas sinusais; o Síndrome de Stoke-Adams: Toda síncope que tem sua fisiopatologia baseada no hipofluxo cerebral transitório (bradi ou taquiarritmias); Diagnóstico: BSA, bradicardia atrial ectópica ou pausa sinusal alternando com períodos de taquicardia atrial, flutter atrial ou fibrilação atrial. Tratamento doença do nó sinusal Indicado somente nos sintomáticos; Avaliar rotineiramente uso de medicações cronotrópicas negativas (que vão prosseguir com bradicardia); Implante de marca-passo definitivo. BLOQUIEOS ATRIOVENTRICULARES O problema está na passagem do estimulo; o Supra-hissianos (do feixe de hiss para cima), benignos; ocorrem no nó AV; o Determinados por vagotonia ou efeito medicamentoso; 1. Bloqueio atrioventricular de 1º grau Prolongamento do intervalo PR (acima de 200ms) e os intervalos são constantes. É um bloqueio parcial, pois não bloqueia a onda P (toda onda P é conduzida), ela só tem um atraso e a relação é 1:1 (1 QRS para 1 onda P). Pode ser fisiológico, ex: atleta vagotônico. Ritmo Cardíaco supra-ventricular. É uma arritmia “não maligna”, cursa com estabilidade elétrica e raramente evolui para formas mais graves. 2. BAV de 2º grau Mobitz1 (Fenômeno de Wenckebach): Tempo de condução átrio-ventricular AUMENTA progressivamente, ou seja, há um aumento progressivo do intervalo PR, até ocorrer o bloqueio. “Tem a onda P, mas ela não passa para o ventrículo. ” O distúrbio pode ocorrer em qualquer nível do sistema de condução AV., mas, 75% dos casos é pré-hissiano, ou seja, estão localizados ao nível do nó-AV, isso confere uma característica que nem sempre é patológico e raramente progride para formas mais severas de bloqueio (não necessitam de marca- passo). O menor IPR corresponde ao complexo que sucede a onda P bloqueada e o maior IPR ao complexo que antecede a onda P bloqueada. Por vezes, pode ocorrer que o impulso atrial que sucede imediatamente a pausa prolongada tem a sua condução aos ventrículos alentecida, cursando com IPR maior que 200ms, configurando a associação de BAV de 1º grau com BAV de 2º grau Mobitz I. • Ritmo irregular. 3. BAV de 2º grau Mobitz2 Intervalos PR dos impulsos conduzidos são fixos, com PR>200ms. E bloqueio súbito da onda P. Maioria é infra-hissiano, logo, estão localizados no feixe de Hiss ou abaixo dele, e pode evoluir para formas mais severas de bloqueio. As causas mais frequentes de Mobitz II são: a doença aterosclerótica coronariana, o infarto agudo do miocárdio (especialmente de parede anterior), a doença degenerativa dos feixes de condução e a cardiopatia chagásica. 4. BAV tipo 2:1 Pode ser supra ou infra-hissiano; A cada 2 ondas P, uma é bloqueada; Não há como diferenciar se é fenômeno de Wenckebach ou Mobitz2; Sugere bloqueio supra-hissiano: QRS estreito e BAV 1º grau associado; melhoram com atropina e com exercício físico; Sugere bloqueio infra-hissiano: QRS largo e ausência de BAV de 1º grau; não melhoram com atropina e exercício físico; Persistindo a dúvida, deve ser feito estudo eletrofisiológico. 5. BAV avançado ou 3:1 Infra-hissiano; presença de mais de uma onda P bloqueada em sequência; Mantém associação de onda P com QRS = 3 ondas P para 1 QRS. 6. BAV total ou de 3º grau Impedimento total a que o impulso atrial alcance e ative os ventrículos. Não há mais a relação entre o ritmo atrial e o ventricular, estando os impulsos atriais independentes dos ventriculares. O coração é comandado por dois marcapassos: o primeiro localizado acima da área do bloqueio, usualmente sinusal, e o segundo abaixo da referida área, em geral ventricular. A frequência atrial é sempre superior à ventricular, traduzindo-se no ECG por ondas P em maior número do que os complexos QRS/T. No BAVT com QRS estreito, o distúrbio de condução localiza-se, de preferência, na região nodal AV e habitualmente cursa com bom prognóstico. No BAVT com QRS largo, o bloqueio situa-se no sistema His-Purkinje e cursa com pior prognóstico. A amplitude da onda P é constante (regular) = Bloqueio não é no nó-sinusal. Onda P é FIXA; QRS é FIXO; porém os dois não estão na mesma frequência, batem em tempos diferentes. • iPR não se aplica: não há relação causal entre onda P/ QRS. Tratamento Implante de marca-passo; Na emergência, caso paciente instável, implante de marca-passo provisório transcutâneo e/ou transvenoso; A MORFOLOGIA DO QRS DEPENDE DE QUEM ASSUMIR A CONDUÇÃO. “Quando mais baixo você desce, menor a frequência de disparo e maior o QRS (alargado)” QRS ALARGADO: ESCAPE VENTRICULAR (20 a 30bpm) QRS ESTREITO: ESCAPE JUNCIONAL ALTO – 40 a 60bpm; ESCAPE JUNCIONAL BAIXO - 30 a 40 bpm. ONDA P NEGATIVA – a porção que fez a sístole atrial foi no assoalho.