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Teoria Microeconômica I LISTA III - GABARITO Professora: Valéria Pero Tutora: Daniele Muniz Monitor: Gabriel Neto Instituto de Economia - UFRJ I) a) Alternativa falsa. Para uma alocação ser eficiente no sentido de Pareto não é necessário que a mesma seja justa ou equitativa. Logo, uma alocação onde um indivíduo possui todos os bens enquanto o outro indivíduo tenha um consumo nulo é caracterizado como um ponto de Pareto-eficiência - para melhorar a situação de um dos agentes, necessariamente, o outro tem de piorar. b) Alternativa falsa. Apesar da primeira afirmação ser correta, o 1º Teorema do Bem-Estar nada afirma sobre equidade das alocações ou sobre a divisão das dotações. c) Alternativa verdadeira. A curva de contrato junta todos os pontos eficientes de Pareto na caixa de Edgeworth, logo qualquer ponto situada sobre a curva deverá representar um ponto onde os ganhos mútuos foram exauridos - não sendo possível, então, efetuar nenhuma troca. II) a) Alternativa verdadeira. Na curva de contratos, as TMgS entre os consumidores têm de serem iguais, pois, caso contrário, haveria a possibilidade de melhorar um indivíduo sem piorar o outro. Como podemos perceber, a TMgS de B é uma transformação monotônica de A - a ordenação das escolhas serão mantidas. Além disso, na curva de contrato, as taxas marginais de substituição têm de igualar os preços relativos Logo, TMgSA = TMgSB = px py . TMgSA = TMgSB= %U %X %U %Y = Y X Assim, a curva de contrato será uma linha reta definida por Y X = px py b) Primeiramente, u(x,y) = √ xy = x 1 2 y 1 2 E as dotações: wA = (4,2) e wB = (2,4) Logo, podemos achar a função de escolha ótima pela distribuição cobb-douglas: XA = 1 2 mA px XB = 1 2 mB px YA = 1 2 mA py YB = 1 2 mB py Posteriormente, achar o valor para as dotações: MA = 4px + 2py MB = 2px + 4py Substituindo os novos valores de MA e MB na função de escolha ótima, temos: XA = (1) (2) 4px + 2py px = 2 + py px xB = (1) (2) 2px + 4py px = 1 + 2py px YA = (1) (2) 4px + 2py py = 1 + 2px py YB = (1) (2) 2px + 4py py = 2 + px py Como XA + XB = wXA + w X B (market-clearing), temos: 1 2 + py px + 1 + 2py px = 4 + 2 3py px = 3 —> py px = 1 c) UA = x 1 2 y 1 2 e UB = x 1 4 y 3 4 WA = (4,8) e WB = (5,5) Px = 1 Escolhas ótimas: XA = 1 2 mA px XB = 1 4 mB px YA = 1 2 mA py YB = 3 4 mB py Valor das dotações: mA = 4.1 + 8py = 4 + 8py mB = 5.1 + 5py = 5 +5py Substituindo o valor das dotações nas funções de escolha ótima: XA = (1) (2) 4 + 8py 1 = 2 +4py XB = (1) (4) 5 + 5py 1 = 1, 25 + 1, 25py YA = (1) (2) 4 + 8py py = 2 py + 4 YB = (3) (4) 5 + 5py py = 15 + 15py 4py = 3, 75 py + 3,75 Realizando o market-clearing: XA + XB = wXA + w X B (2 + 4py) + (1, 25 + 1, 25py) = 9 3,25 + 5, 25py = 9 5,25py = 5,75 py = 5, 75 5, 25 ≈ 1, 1 Como obtemos o preço do bem Y, podemos calcular as demandas ótimas: XA = 2 +4(1, 1) = 6, 4 XB = 1, 25 + 1, 25(1, 1) = 2, 625 YA = 2 1, 1 + 4 = 5, 8 YB = 3, 75 1, 1 + 3, 75 = 7, 16 III) Segundo Teorema do Bem-Estar: se todos os agentes tiverem preferências convexas, haverá sempre um conjunto de preços tal que cada alocação eficiente no sentido de Pareto será um equilíbrio de mercado para uma distribuição apropriada de dotações. Varian: ”Portanto, se ambos os agentes tiverem preferências convexas, poderemos traçar uma linha reta entre os dois conjuntos de cestas preferidas, separando-os. A inclinação dessa linha nos dará os preços relativos, e qualquer dotação que coloque os dois agentes nessa linha levará ao equilíbrio de mercado final e será a alocação eficiente no sentido de Pareto original”. Logo, a melhor forma de promover políticas públicas com o objetivo de redistribuir renda é com base em transferências de poder de compra - ou seja, transferências de dotação - e não políticas de distribuição de renda pautadas em distorções nos preços de mercado. Ou seja, se tivermos em um mercado competitivo, 2 qualquer que seja o nível das dotações, pelas forças de mercado, será alcançado um ponto eficiente no sentido de Pareto. Dessa forma, programas como o Bolsa-família é um meio desejável de redistribuição de renda, enquanto políticas de meia-entrada para estudantes seria uma forma menos eficiente para promover tal objetivo. IV) a) Quantidade máxima de horas por dia: 12 Logo, ele vai produzir conforme a restrição: horas colhendo frutas + horas pescando = 12 horas Como, ele pesca 4 peixes ou colhe 8 frutas em uma hora, então a fronteira de possibilidade de produção será: 12 = frutas 8 + peixes 4 Produção máxima de frutas: 12 = frutas 8 + 0 4 —> frutas = 96 Produção máxima de peixes: 12 = 0 8 + peixes 4 —> peixes = 48 b) TMS = %U %p %U %f = F 2 2 P = F P TMT = ∣∣∣∣∆F∆P ∣∣∣∣ = ∣∣∣∣ 8−4 ∣∣∣∣ = 2 Igualando TMS e TMT: F P = 2 F = 2P (I) Substituindo (I) na fronteira de produção: 12 = 2P 8 + P 4 12 = 4P 8 P = 96 4 = 24 Então, dá relação (I), temos: F = 2(24) = 48 c) Ambos os indivíduos possuem vantagens absolutas em colher frutas, devemos, então, olhar o conjunto de produção de cada indivíduo e o conjunto comum de produção para decidir qual indivíduo se especializará em cada produção. 3 O conjunto comum de produção combina o melhor de ambos os indivíduos. Pelas vantagens comparativas, o primeiro indivíduo possui vantagem na pesca enquanto o segundo possui vantagens em colher frutas. Portanto, caso queiram a produção máxima de ambos os bens, o primeiro indivíduo deverá se especializar em obter peixes enquanto o segundo deverá se especializar em obter frutas. V) a) Alternativa falsa. Enquanto o conjunto de possibilidades de produção engloba todas as combinações de insumos factíveis - eficientes ou não - a fronteira de possibilidade de produção apenas liga os pontos de produção eficiente dos bens. b) Alternativa verdadeira. A TMgT tem que ser igual à TMgS, porque, se houver diferença, haverá uma maneira de melhorar a satisfação dos consumidores via um rearranjo do padrão de produção das firmas, sem piorar sua situação, o que indica que, nessa circunstância, a alocação não é ótima de Pareto. Além disso, entre os consumidores, as TMgS entre todos têm que ser iguais, pois, caso contrário, um consumidor poderá aumentar a sua satisfação sem piorar a de um outro, o que mostra que, nesta situação, a alocação não é ótima de Pareto. c) Alternativa falsa. Não necessariamente. Temos, por exemplo, o caso de de uma fronteira de possibili- dade de produção linear - quando os recursos de produção são perfeitamente substituíveis entre si. VI) a) Se o conjunto de produção, dado pela tecnologia factível, e as preferências dos indivíduos forem conve- xas, os agentes – indivíduos e empresas – analisam apenas os conjuntos de preços vigentes da economia para tomarem suas decisões, respectivamente de consumir e produzir. Um exemplo clássico de não convexidade é quando a empresa possui uma função de produção com retornos crescentes de escala. Neste caso, não haverá uma reta tangente comum à curva de indiferença e a função de produção no ponto de escolha ótima, não sendo possível separar os pontos preferidos dos pontos factíveis de escolha – impossibilitando que o preço 4 determine uma alocação eficiente no sentido de Pareto, pressuposto fundamental dos mercados competitivos.. b) A taxa marginal de substituição (TMS) mede o quanto um indivíduo está disposto a substituir de um determinado bem para conseguir mais unidades de um outro bem. A referida taxa também mede a inclinação em um determinado ponto na curva de indiferença. Já a taxa marginal de transformação (TMT) mede a taxa à qual um bem pode ser transformado em outro, ou seja, a quantidade adicional possível de ser produzida de um bem ao abrir mão de se produzir outro bem. Pode também ser entendido como o custo de oportunidade da produção. Para que exista eficiência de pareto e possamos encontrar um ponto de ótimo para consumo e produção é necessário que as Taxas Marginais de Substituição sejam iguais a Taxa Marginal detransformação. 5
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