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Traumatismo Raquimedular

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Neurologia II
TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR
Lesão Medular 
Toda injúria às estruturas contidas no canal medular (medula, cone medular e cauda equina), podendo levar a alterações motoras, sensitivas, autonômicas e psico-afetivas.
-Acomete não só a parte física como também acomete muito a parte psico-afetiva por conta da incidência do TRM, em jovens e homens
- Além disso também apresenta alterações sexuais 
* O TRM é uma doença adquirida
A lesão medular causa perda parcial ou total abaixo do nível de lesão: 
- Motricidade e sensibilidade. 
- Distúrbios neurovegetativos: comprometimento vasomotor, intestinal, vesical e sexual. 
* Começar a avaliação ASIA de baixo para cima, deve ir subindo até direito e esquerdo estarem preservados tanto o sensitivo como o motor.
ETIOLOGIA 
• Lesões traumáticas: ferimento por arma de fogo (FAF), mergulho em água rasa, acidente automobilístico, perfuro cortantes, traumas no esporte, transferências equivocadas, efeito chicote.
• Lesões não traumáticas: neoplasias e hérnia de disco.
• Congênitas: mielomeningocele. 
- O traumatismo raquimedular é uma lesão traumática, mas a lesão medular pode ser não traumática também.
Áreas da coluna mais susceptíveis a fraturas e luxações que resultam em lesão medular - grande faixa de mobilidade.
-Cervical: C5 a C7 
-Toracolombar: T12 a L2
CONCUSSÃO MEDULAR
Distúrbio transitório da função da medula espinhal, que mostra sinais iniciais de interrupção completa ou parcial da função da medula ou cauda equina, mas que geralmente resulta em completa recuperação dentro de poucas horas após o trauma.
Fases da lesão medular 
• Fase aguda ou de choque medular 
• Fase crônica ou de automatismo medular
Automatismo medular ( clônus, babinsk, tríplice flexão) – todo paciente com lesão medular terá automatismo de origem medular e não encefálica como no AVE, isso ocorre na fase crônica.
Lesão na via corticoespinal
CHOQUE MEDULAR 
• Redução nos impulsos nervosos devido a uma depressão do SNC como forma de proteção contra lesões neurológicas posteriores. (Para não ocorrer mais lesão)
• Todas as sensibilidades encontram-se diminuídas. O mesmo para os reflexos e tônus muscular. (Abaixo da lesão, ocorre hiporreflexia ou arreflexia, hipotonia)
• Rebaixamento do nível de consciência e redução das transmissões sinápticas. (Pode ocorrer principalmente em lesões mais altas)
• A intensidade das sequelas é diretamente proporcional à duração da fase aguda. Quanto maior o tempo de permanência da depressão do SNC, maiores disfunções o paciente desenvolverá. Reorganização funcional das estruturas medulares.
*Quando o paciente começa a apresentar automatismo medular significa que ele está saindo da fase aguda e indo para fase crônica. A evolução para a fase crônica também pode ser notada com a melhora da sensibilidade em casos de lesão parcial, mas o mais comem é o automatismo medular. A evolução da fase aguda para a crônica pode levar até 1 ano.
FASE CRÔNICA 
• Espasticidade, automatismo medular, hiperrreflexia, contraturas. 
• Complicações secundárias: 
- Imobilismo 
- Esquema corporal: perda de movimentos funcionais
- Disreflexia autonômica: sudorese, cefaléia, visão turva, eritema cutâneo, taquicardia, congestão nasal, espasmos musculares, hipertensão arterial. 
- Dor crônica no ombro (Principalmente em cadeirantes por sobrecarga)
- Úlceras por pressão 
- Hipotensão postural- ortostática 
- Trombose venosa profunda (ocorre pelo imobilismo nas pernas)
BEXIGA NEUROGÊNICA 
• Inervação da bexiga. Reflexo da micção. 
• Controle por centros medulares: corno anterior S2,S3,S4. 
• Perda da função normal da bexiga, provocada por lesão no sistema nervoso. 
• Imediatamente após TRM - bexiga atônica. 
• Tratamento - evitar infecções, preservar função renal, favorecer integração social.
Bexiga reflexa ou espástica - acumula quantidade menor de urina - músculos da bexiga passam a ter contrações involuntárias com perdas frequentes de urina (em jato). 
Bexiga Flácida – passa a acumular uma quantidade maior de urina – músculos da bexiga não se contraem, saindo por gotejamento. 
Bexiga Não Inibida – (lesão parcial) – paciente sente desejo de urinar mas não consegue controlar a saída de urina.
Tipos de bexiga e a relação com a lesão
Manobras: supra púbica, credê, valsalva. 
Orientações
Tratamento clínico
Intestino Neurogênico 
• Intestino Reflexivo (espástico) 
• Intestino Arreflexivo (flácido) 
• Programa Intestinal: dieta e líquidos, nível de atividades, medicações.
TOPOGRAFIA VERTEBROMEDULAR 
-Relação entre a vertebra e o segmento medular, para cada segmento medular tem-se dermatomos e miotomos.
Dermatomos = áreas da pele com inervação da medula
Miotomo = músculos que a medula inerva
O crescimento da coluna vertebral e da medula não é proporcional a partir do 4° mês de vida intrauterina, por isso a regra abaixo.
A medula não ocupa todo o canal vertebral, terminando ao nível da 2ª vértebra lombar (L2).
Correspondência entre vértebra e medula 
- Entre os níveis das vértebras C2 e T10 adiciona-se “2” ao número do processo espinhoso da vertebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. 
- Aos processos espinhosos das vertebras T11 e T12 correspondem os 5 segmentos lombares. 
- Ao processo espinhoso de L1 correspondem os 5 segmentos sacrais.
Nível neurológico 
• A lesão medular é classificada segundo a padronização internacional determinada pela American Spinal Injury Association (ASIA). 
• Nível da lesão: 
- Tetraplegia: acometimento de tronco, membros superiores e inferiores. 
- Paraplegia: comprometimento de tronco e membros inferiores.

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