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Aula 9 Traumatismo Crânio-Encefálico

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Introdução 
 O TCE acontece quando há um agente 
mecânico externo agressor forte o suficiente 
para causar lesão ao tecido encefálico. 
 Principais causas do TCE: acidentes 
automobilísticos e motociclísticos, por projétil 
de arma de fogo, atropelamento, queda e 
agressão. 
 Perfil mais acometido: homens entre 20 
e 29 anos e entre 40 e 49 anos de idade, pois 
apresentam um maior risco comportamental. 
 Tipos de TCE: 
o Não penetrante ou lesão fechada, 
como colisão, golpe ou sacudir a 
cabeça; 
o Penetrante ou lesão aberta, como tiro 
na cabeça. 
Fisiopatologia 
Lesão Cerebral Primária 
 Ocorrem como resultado imediato e 
direto do trauma. Geralmente acometem mais 
nos lobos frontal e temporal. Pode ser dividido 
em: 
 Lesão cerebral focal: são aquelas cujo 
dano ocorre em uma área bem delimitada. 
o Contusões cerebrais: danos causados 
por um impacto direto e violento sob 
um ponto da cabeça. 
o Hemorragias intracranianas: ocorre 
lacerações do tecido cerebral em 
decorrência de fraturas e/ou 
movimentos bruscos de aceleração e 
desaceleração. 
 Lesão cerebral difusa: são produzidas 
quando movimentos rápidos de cabeça 
determinam interrupção concomitante da função 
cerebral em muitas áreas cerebrais. 
o Concussão: forma mais branda de 
lesão difusa, devido à movimentação 
brusca sem que haja força 
significativa de contato. 
 Breve perda das funções 
neurológicas; 
 Confusão ou amnésia; 
 Dura menos de 6 horas; 
 Cefaleia, tonturas ou náuseas. 
o Lesão axonal difusa: resulta da 
movimentação brusca mais 
importante da cabeça. 
 Tração e ruptura de axônios e 
vasos em várias regiões dos 
hemisférios cerebrais; 
 Pacientes mais graves. 
MECANISMO DE LESÃO 
 Golpe: no local do impacto; 
 Contragolpe: oposto ao local do golpe. 
 
 Aceleração-desaceleração-rotação – 
lesão difusa: resulta do movimento do cérebro 
dentro da caixa craniana. 
Lesão Cerebral Secundária 
 Iniciam após o momento da agressão. 
Podem agravar a lesão primária e torna-la mais 
difusa. 
 Aumento da PIC => danos hipóxico-
isquêmico => redução do oxigênio no sangue + 
fluxo sanguíneo; 
 Hematomas; 
 Hidrocefalia; 
 Infecções; 
 Convulsões. 
Complicações Associadas 
 Crises convulsivas nos primeiros 2 anos; 
 Hidrocefalia em 40% dos casos; 
 Hipertensão Arterial Sistêmica; 
 Alterações endocrinológicos. 
Quadro Clínico 
Alterações Cognitivas 
 Atenção; 
 Memória; 
 Dificuldade de resolução de problemas; 
 Dificuldade de tomada de decisão; 
 Dificuldade de realizar 
autominitoramento; 
 Velocidade de processamento reduzida. 
 
Traumatismo Crânio-Encefálico 
Alterações Linguísticas 
 Dificuldade de compreender a fala ou o 
que lê; 
 Dificuldade de elaborar narrativas; 
 Discurso oral ou escrito vago; 
 Produção de comentários irrelevantes ou 
indiscretos. 
Alterações Comportamentais 
e Emocionais 
 Depressão/ansiedade; 
 Impulsividade ou desinibição; 
 Apatia; 
 Irritabilidade; 
 Agressividade; 
 Distúrbio do sono; 
 Problemas na área sexual. 
Alterações de Motricidade 
 Espasticidade, rigidez e distonia; 
 Paralisias, hemiparesia, hemiplegia; 
 Desordens de equilíbrio e coordenação; 
 Encurtamentos/contraturas musculares. 
 
 Controle da motricidade: 
o Sistema piramidal => movimento 
voluntário; 
o Sistema extrapiramidal => movimento 
involuntário. 
Fisioterapia 
Exame Clínico 
 História clínica do paciente: idade, 
mecanismo do trauma, sintomas associados, 
tempo decorrido, doenças associadas. 
 Exame neurológico: Escala de Coma de 
Glasgow. 
 
o Classificação dos pacientes em coma: 
 
Diagnóstico 
 TC: detectar fraturas, hematomas 
intracranianos e edema cerebral. 
 RM: exame mais oneroso e demorado. 
Fatores prognóstico de fase aguda 
 Escala de Glasgow < 8; 
 Amnésia pós traumática; 
 Reatividade pupilar; 
 Idade > 65 anos; 
 Fatores pré-mórbidos (drogas, álcool, 
déficits neurológicos). 
Reabilitação Cognitiva 
 Melhor rendimento motor e possibilita 
maior independência ao paciente. 
 Plasticidade neural: quando os neurônios 
morrem, não são substituídos, porém, alterações 
nas sinapses, reorganização funcional, promovem 
recuperação da lesão. 
 Reaprendizado motor: processo de 
recuperação funcional. 
 Programa sensório-motor individualizado; 
 Avaliar; 
 Traçar metas individualizadas; 
 Reavaliação da conduta. 
Baseia-se em 3 fases, incluídas em 10 
níveis. 
Fases 
Fase Despertar 
 Nível Cognitivo 1 – coma: paciente em 
estado de não responsividade, considerado por 
muitos neurologistas como estado vegetativo. 
Não responde a sons, sinais, luzes, toques ou 
movimentos; 
 Nível Cognitivo 2 – resposta 
generalizada: reage a qualquer estímulo externo 
através de alterações fisiológicas generalizadas 
como mastigação, gemido, sudorese, taquipneia, 
hipertensão arterial, etc. Responde a sons, 
sinais, luzes, toques ou movimentos, mas não 
consegue se comunicar; 
 Nível Cognitivo 3 – resposta localizada: o 
paciente começa a reagir mais especificamente, 
mas de forma lenta. Reconhece familiares e 
amigos e segue comandos simples. Pode ser 
estipulado um código de comunicação. 
FISIOTERAPIA – MANEJO CLÍNICO 
 Garantir integridade de vias aéreas; 
 Suporte respiratório; 
 Auxiliar na recuperação do estado 
neuronal; 
 O objetivo não pode ser somente 
sobrevivência; 
 Estímulo sensorial adequado: ambiente 
calmo, presença mínima de pessoas, tempo de 
terapia reduzido, poucas informações, descanso 
constante, explicações sobre os procedimentos 
e aguardar o tempo de resposta (20 – 30s); 
 Assistência respiratória: permeabilidade 
de vias aéreas, melhora do padrão respiratório e 
da ventilação pulmonar; 
 Posicionamento e manobras de higiene 
brônquica; 
 Mobilização passiva de tronco e 
extremidades: mobilização, alongamento e 
fortalecimento utilizando a bola; 
 Estímulos vestibulares: verticalização do 
paciente o mais precoce possível, ou seja, 
colocá-lo de pé desde que suas condições clínicas 
e hemodinâmicas estejam controladas; 
 Estímulos táteis: na pele com diferentes 
texturas; 
 Olfatórios e auditivos: sons e aromas 
conhecidos; 
 Orientação familiar. 
Fase Adequar 
 Nível Cognitivo 4 – confuso e agitado: 
despertado, alerta, estado elevado de atividade, 
perdido, agitado, mínima ou nenhuma capacidade 
de atenção. Atendimento em ambiente tranquilo, 
por curto período de tempo e mais vezes ao dia, 
pois sua colaboração é restrita em decorrência 
da exaustão mental; 
 Nível Cognitivo 5 – confuso e inadequado: 
a confusão é menor, mais ainda se encontra 
desorientado no tempo e espaço, sem limites de 
seus atos e palavras, sem crítica e age de forma 
compulsiva. Terapeuta precisa de voz de 
comando firme e encorajadora; 
 Nível 6 – confuso e apropriado: confusão 
por problemas de memória e pensamento. 
Apresenta reações apropriadas; 
FISIOTERAPIA – MANEJO CLÍNICO 
 Atividades mais ativas e repetidas; 
 Aumentar o grau de dificuldade das 
tarefas; 
 Aumentar a atenção e colaboração com 
atividades do contexto de vida do paciente e que 
seja do seu interesse, aumentando a motivação. 
Fase Reorganizar 
 Nível Cognitivo 7 – automático e 
apropriado: assistência mínima para as AVDs, 
maior colaboração e atenção (por 
aproximadamente 1h), introdução aos poucos de 
atividades em ambientes barulhentos, 
inflexibilidade e rigidez de pensamentos; 
 Nível Cognitivo 8 – intencional e 
apropriado: mais flexível quanto aos 
pensamentos, facilmente zangado, independente 
em realizar atividades durante 1h, quadros de 
tristeza e depressão, atividades com grau de 
responsabilidade maior e mais complexa, maior 
concentração e colaboração; 
 Nível 9 – intencional e apropriado: pede 
ajuda somente quando julga necessário, noção do 
perigo e incapacidades; 
 Nível 10 – intencional e apropriado: 
praticamente independente, capaz derealizar 
várias tarefas em todos os ambientes, mas pode 
necessitar de intervalos de descanso, 
comportamento social normalmente é adequado. 
FISIOTERAPIA – MANEJO CLÍNICO 
 Atividades dinâmica, ativa e complexa; 
 Associação de atividade motora e 
habilidades cognitivas; 
 Repetição e variabilidade da prática; 
 Não faça por ele; 
 Desempenho X emocional. 
Prevenção 
 Uso de cinto de segurança e capacete; 
 Não dirigir alcoolizado e não usar drogas; 
 Não dirigir em alta velocidade; 
 Diminuição da violência urbana; 
 Prevenção de quedas.

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