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Luanna Sales - Fits - Medicina Anatomia 1 - M2 - P3 ARQUITETURA MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO E MEDULA ESPINAL Objetivos específicos: Conhecer os constituintes do sistema nervoso Entender a organização anatômica da medula espinal Conteúdo: Tecido nervoso Forma e estrutura geral da medula Vias e conexões da medula Topografia vertebromedular Características do SN ➔ Três propriedades do protoplasma são especialmente importantes: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. ◆ A irritabilidade, ou propriedade de ser sensível a um estímulo, permite a uma célula detectar as modificações do meio ambiente. Sabemos que uma célula é sensível a um estímulo quando ela reage a ele, por exemplo, dando origem a um impulso que é conduzido através do protoplasma (condutibilidade) determinando uma resposta em outra parte da célula. Esta resposta pode se manifestar por um encurtamento da célula (contratilidade), visando fugir de um estímulo nocivo. ➔ Existe células que recebem estímulos do meio ambiente, transmitindo-os às células subjacentes. Estas são células especializadas em irritabilidade (ou excitabilidade) e condutibilidade. ➔ Nessa célula há uma formação especial denominada receptor: O receptor transforma vários tipos de estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos. que podem, então, ser transmitidos ao efetuador, músculo ou glândula. ➔ Neurônios sensitivos/aferentes e motores/eferentes: são aferentes os neurônios, fibras ou feixes de fibras que trazem impulsos a uma determinada área do sistema nervoso, e eferentes os que levam impulsos desta área. Portanto, aferente se refere ao que entra, e eferente ao que sai de uma determinada área do sistema nervoso. Assim, neurônios, cujos corpos estão no cérebro e terminam no cerebelo, são eferentes do cérebro e aferentes ao cerebelo. OBS: Deve-se, pois, sempre especificar o órgão ou a área do sistema nervoso em relação à qual os termos são empregados. Quando isto não é feito. entende-se que os termos foram empregados em relação ao sistema nervoso central. ➔ Neurônios aferentes ou sensitivos: levam informação do meio externo ou meio interno ao sistema nervoso central. Esses neurônios possuem receptores muito elaborados capazes de transformar vários estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos, os quais são conduzidos ao SNC. ➔ Neurônio eferente ou motor: conduz impulso nervoso ao órgão efetuador, músculos lisos, cardíaco ou glândulas. Os corpos desses neurônios ficam fora do SNC e ficam em gânglios viscerais. Esses neurônios pertencem ao sistema nervoso autônomo. ➔ Neurônios de associação: é responsável por aumentar o número de sinapses. Embriologia do SN ➔ Desenvolvimento do sistema nervoso: ◆ Espaçamento da ectoderma, situado acima da notocorda, formando a placa neural por volta do 20º dia da gestação. ◆ A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal chamado sulco neural, que se aprofunda e forma a goteira neural. ◆ Os lábios da goteira neural se fundem para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado então se fecha sobre o tubo neural, isolando-o, assim, do meio externo. ◆ No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam de cada lado uma lâmina longitudinal denominada crista neural, situada dorsolateralmente ao tubo neural. ◆ O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central, ao passo que a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso. ◆ Crista neural: dão origem a diversos fragmentos que vão formar os gânglios espinhais, situados na raiz dorsal dos nervos espinhais. Os elementos derivados da crista são: ● Glânglios sensitivos ● Gânglios do SNA (viscerais) ● Medula da glândula suprarrenal ● Melanócitos ● Células de Schwann ● Células satélites (anfícitos) ● Odontoblastos ● Meninges - Dura-máter e aracnoide ◆ Tubo neural: o fechamento da goteira neural é lenta e as extremidades cranial e caudal do embrião são as últimas partes do SN a se fechar. ● Paredes do tubo neural: a diferenciação das células dessa parede não são uniformes e formam diferentes lâminas que darão origem a tela corioide e aos plexos corioides (estrutura encontrada nos ventrículos do SN onde é produzido a maior parte do líquido cefalorraquidiano) e o sulco do IV ventrículo ● Dilatações do tubo neural: a parte cranial do tubo, que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo a parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião. ○ No arquencéfalo distinguem-se inicialmente três dilatações , que são as vesículas encefálicas primitivas, denominadas prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. ○ Com o subsequente desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem a duas vesículas, telencéfalo e diencéfalo. ○ O mesencéfalo não se modifica, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo. ● Cavidades do tubo neural: ○ A luz da medula primitiva forma o canal central da medula ou canal do epêndima. ○ A cavidade do rombencéfalo forma o IV ventrículo. ○ As cavidades do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo. ○ A luz do mesencéfalo permanece estreita e forma o aqueduto cerebral que une o III e IV ventrículo. ○ A luz das vesículas telencefálicas laterais forma os ventrículos laterais unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares. OBS: Todas essas cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm o denominado líquido cérebro-espinhal ou líquor. ➔ Diferenciação e organização neuronal: o SNC passa por transformações: ◆ Proliferação neuronal. ◆ Migração neuronal. ◆ Diferenciação neuronal. ◆ Sinaptogênese e formação de circuitos: plasticidade neuronal. ◆ Mielinização. ◆ Eliminação programada de neurônios e sinapses. Divisões do SN ➔ Divisão anatômica: ◆ Sistema nervoso central ● Encéfalo: situada dentro do crânio. Dentro do encéfalo temos: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. ● Medula espinhal: dentro do canal vertebral. ◆ Sistema nervoso periférico ● Nervos: são cordões esbranquiçados que unem o SNC aos órgãos periféricos. Se essa união se faz com o encéfalo, são chamados de nervos cranianos, se com a medula, espinhais. Nas extremidades dessas fibras situam-se as terminações nervosas que podem ser sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes).● Gânglios: são dilatações nesses nervos, são constituídos de corpos neuronais. São divididos de forma funcional em gânglios sensitivos e gânglios motores viscerais (SNA). ➔ Divisão embriológica: ➔ Divisão funcional: ◆ Sistema nervoso somático: ou sistema da vida de relação. É aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente. Apresenta um componente aferente e eferente. ● Aferente: conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que se passa no meio ambiente. ● Eferente: eva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando, pois, em movimentos voluntários. ◆ Sistema nervoso visceral: ou sistema da vida vegetativa. É aquele que se relaciona com a inervação das diversas vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. Apresenta também um componente aferente e eferente. ● Aferente: conduz impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas do SNC. ● Eferente: leva impulsos originados em centros nervosos até as vísceras. É denominado sistema nervoso autônomo: e pode ser subdividido em simpático e parassimpático. OBS: Esta divisão funcional do SN tem valor didático, mas não se aplica às áreas de associação terciárias do córtex cerebral, relacionadas às funções cognitivas como linguagem e pensamentos abstratos. ➔ Divisão com base na segmentação ou metameria ◆ Sistema nervoso segmentar: é todo o sistema nervoso periférico e partes do SNC que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinal e o tronco encefálico. Nos órgãos desse sistema não há córtex e a substância cinzenta pode estar dentro da branca, como ocorre na medula. ◆ Sistema nervoso suprassegmentar: o cérebro e o cerebelo pertencem a esse sistema. Os nervos olfatório e óptico se ligam diretamente ao cérebro mas não são nervos típicos. Nesses órgão os sistema nervoso suprassegmentar existe córtex, ou seja uma camada fina de substância cinzenta situada fora da substância branca. OBS: Com base nesta divisão, pode-se classificar os arcos reflexos em suprassegmentares, quando o componente aferente se liga ao eferente no sistema nervoso suprassegmentar e segmentares, quando isto ocorre no sistema nervoso segmentar. Anatomia macroscópica da Medula Espinal ➔ Medula espinhal é uma massa cilindriforme, de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem ocupá-lo completamente. ➔ Limita-se cranialmente no bulbo ao nível do forame magno, e o limite caudal situa-se geralmente na L2. ➔ A medula termina afilando-se para formar o cone medular e continua com um delgado filamento meníngeo o filamento terminal. ➔ Forma e estrutura geral: é aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido anteroposterior. Seu calibre não é uniforme, apresentando duas dilatações: ◆ Intumescência cervical e intumescência lombar. Essas intumescências correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas que formam os plexos braquial e lombossacral, destinadas à inervação dos membros superiores e inferiores. ◆ A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que a percorrem em toda a extensão: ● Sulco mediano posterior ● Fissura mediana anterior ● Sulcos lateral anterior: fazem conexão com as raízes ventrais dos nervos espinhais ● Sulcos lateral posterior: fazem conexão com as raízes dorsais dos nervos espinhais. ◆ Na medula cervical existe ainda: ● Sulco intermédio posterior: situado entre o mediano posterior e lateral posterior. ● Septo intermédio posterior: no interior do funículo posterior. ◆ Substância cinzenta: localiza-se dentro da branca e apresenta a forma de uma borboleta ou de um H. É distinguível nos cortes colunas como cornos: ● Colunas anterior ● Colunas posteriores ● Colunas laterais: só aparece na medula torácica e parte da lombar. ● Canal central: localizado no centro da medula, resquício da luz do tubo neural. ◆ Substância branca: formada por fibras, a maior parte delas mielínicas, que sobem e descem na medula e podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: ● Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior ● Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior ● Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, este último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior. Na parte cervical da medula, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. ➔ Conexões com os nervos espinais - segmentos medulares: nos culcos lateral anterior e lateral posterior, fazem conexão com pequenos filamentos nervosos, chamados filamentos radiculares. ◆ Filamentos radiculares: se unem para formar, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. ◆ Nervos espinhais: formados por essas duas raízes acima, ocorrendo essa região um ponto distalmente ao gânglio espinal existente na raiz dorsal. ◆ Existem 31 pares de nervos espinhais: ● 8 cervicais: existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete vértebras. O primeiro par cervical (C1) emerge acima da 1ª vértebra cervical, portanto entre ela e o osso occipital. Já o 82 par (C8) emerge abaixo da 7 1 vértebra. Então nesse caso, todos os nervos espinhais abaixo de C8 emergem sempre abaixo da vértebra correspondente. ● 12 torácicos ● 5 lombares ● 5 sacrais ● 1 coccígeo ➔ Topografia vertebromedular: a medula não ocupa o canal vertebral todo, termina ao nível da 2ª vértebra lombar. Abaixo desse nível, o canal vertebral contém apenas meninges e raízes nervosas dos últimos nervos espinhais que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal constituem, em conjunto, a chamada cauda equina. OBS: Diferença de ritmos de crescimento entre coluna e medula. há um afastamento dos segmentos medulares das vértebras correspondentes. no adulto, as vértebras T11 e T12 não estão relacionadas com os segmentos medulares de mesmo nome, mas sim com segmentos lombares. O fato é de grande importância clínica para diagnóstico, prognóstico e tratamento das lesões vértebromedulares. Assim, uma lesão da vértebra T12 pode afetar a medula lombar. Já uma lesão da vértebra L3 irá afetar apenas as raízes da cauda equina, sendo o prognóstico completamente diferente nos dois casos. E, pois, muito importante para o médico conhecer a correspondência entre vertebral e medula.Para isso, existe a seguinte regra prática: entre os níveis das vértebras C2 e T10, adiciona-se 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e tem-se o número do segmento medular subjacente. Assim, o processo espinhoso da vértebra C6 está sobre o segmento medular C8; o da vértebra T1O sobre o segmento T 12. Aos processos espinhosos das vértebras T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 correspondem os cinco segmentos sacrais. Esta regra não é muito exata, sobretudo nas vértebras logo abaixo de C2, mas na prática ela funciona bastante bem. OBS: ANESTESIAS LOCAIS Os anestésicos locais. como a lidocaína, bloqueiam a geração de potenciais de ação dos axônios por se ligarem aos canais de sódio dependentes de voltagem. OBS: ANESTESIAS NOS ESPAÇOS MENÍNGEOS A introdução de anestésicos nos espaços meníngeos da medula, de modo a bloquear as raízes nervosas que os atravessam, constitui procedimento de rotina na prática médica, sobretudo em cirurgias das extremidades inferiores, do períneo, da cavidade pélvica e em algumas cirurgias abdominais. Em geral são feitas anestesias raquidianas e anestesias epidurais ou perídurais. Anestesias raquidianas: nesse tipo de anestesia, o anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo por meio de uma agulha que penetra no espaço entre as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-L5. Em seu trajeto, a agulha perfura sucessivamente a pele e a tela subcutânea, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo, a dura-máter e a aracnoide. Certifica-se que a agulha atingiu o espaço subaracnóideo pela presença do liquor que goteja de sua extremidade. Anestesias epidurais (ou peridurais): são feitas geralmente na região lombar, introdu zindo-se o anestésico no espaço epidural, onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais, pelos quais passam as raízes dos nervos espinhais. Confirma-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa súbita baixa de resistência, indicando que ela acabou de perfurar o ligamento amarelo. Essas anestesias não apresentam alguns dos inconvenientes das anestesias raquidianas, como o aparecimento frequente de dores de cabeça, que resultam da perfuração da dura-máter e de vazamento de líquor. Entretanto, elas exigem habilidade técnica muito maior e hoje são usadas quase somente em partos. OBS: falta envoltório da medula (dura-máter, aracnoide, pia-máter) e espaços entre as meninges. MAS N ESTÁ NO CRONOGRAMA...
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