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Desnutrição Infantil em Crianças Indígenas

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UNIFAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
 
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DESNUTRIÇÃO INFANTIL EM CRIANÇAS INDÍGENAS MENORES DE CINCO 
BOA VISTA - RR
DEZEMBRO / 2022
UNIFAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
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DESNUTRIÇÃO INFANTIL EM CRIANÇAS INDÍGENAS MENORES DE CINCO ANOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em enfermagem em saúde indígena.
BOA VISTA - RR
DEZEMBRO / 2022
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DESNUTRIÇÃO INFANTIL EM CRIANÇAS INDÍGENAS MENORES DE CINCO ANOS
Autor: LAURICELIA NASCIMENTO DA COSTA[footnoteRef:1] [1: lauricosta1970@gmail.com] 
Declaro que sou autor()¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho”.
RESUMO É evidente que as crianças indígenas menores de cinco anos do estado de Roraima são mais vulneráveis a desenvolver problemas metabólicos, que desencadeiam a desnutrição. Objetivos: Investigar a realidade atual da desnutrição das crianças indígenas menores de cinco anos. Metodologia: O método usado nesse estudo foi a pesquisa de revisão integrativa por meio da base de dados eletrônicos scielo (Scientific Eletronic Llbrary Online) artigos referenciados de 2013 a 2018. Resultados e Discussão: Em Roraima temos crianças indígenas que ainda são afetadas por desnutrição crônica. Entre os Yanomamis, o percentual supera 80%, meninas e meninos indígenas têm mais de duas vezes mais risco de morrer antes de completar 1 ano. E esse cenário vem se mantendo em queda no País. Os bons resultados, no entanto, não alcançam toda a população, inclusive Roraima. Conclusão: É importante que se invista e incentive a atenção primária prestada aos indígenas nas comunidades, e investir na implementação de ações de políticas públicas que influenciem para a diminuição da desnutrição e consequentemente melhoria das condições de vida das populações indígenas de Roraima. 
Palavras Chave: desnutrição, indígena, criança 
ABSTRACT
Introduction: It is evident that indigenous children in the state of Roraima are more vulnerable to developing metabolic problems that trigger malnutrition. Objectives: To investigate the current reality of malnutrition among indigenous children under five. Methodology: The method used in this study was the integrative review research through the scielo electronic database (Scientific Electronic Library Online). Given that the review was based on referenced articles from 2013 to 2018. Results and Discussion: In Roraima we have indigenous children who are still affected by chronic malnutrition. Among the Yanomami, the percentage exceeds 80%, indigenous girls and boys are more than twice as likely to die before their first birthday. And this scenario has been falling in the country. The good results, however, do not reach the entire population, including Roraima. Conclusion: It is important to invest in and encourage the primary care provided to indigenous people in the communities, and to invest in the implementation of public policy actions that influence the reduction of malnutrition and, consequently, improve the living conditions of the indigenous populations of Roraima.
1. INTRODUÇÃO
A desnutrição infantil é um problema grave de saúde pública no Brasil, concentre-se nas regiões onde as populações vivem em precárias condições de vida. Uma das regiões mais afetadas é a região norte, onde concentra a maior parcela da população indígena (38,2%). De maneira geral para alguns autores apesar de ter ocorrido mudanças positivas na vida dos brasileiros, ainda há uma parte da população que vive em condições inadequadas de saúde. Nas populações indígenas os agravos mais presentes na atualidade estão relacionados às más condições de vida em que vivem, juntamente com os problemas nutricionais que surgem em todas as faixas etárias. 
Até a década de 90, a desnutrição infantil estava presente em grande parte dos grupos populacionais mais pobres do Brasil, aumentando a incidência de doenças infecciosas e desempenhando um papel importante na sequência de eventos que levavam ao óbito.	
O primeiro passo para reverter esse quadro é entender as determinantes da desnutrição indígena. O trabalho nesse campo na produção de um estudo focado nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) com os piores indicadores de desnutrição e mortalidade infantil. Com base no estudo, temos por iniciativa, mostrar a importância da enfermagem nesse trabalho de acompanhamento, coleta de dados, e estimulação de práticas de ações de saúde voltadas para a realidades da comunidade indígena de Roraima, para a garantia do direito à saúde de meninos e meninas indígenas.
Essa resultante da somatória de fatores negativos está fortemente enraizada nos valores culturais da própria comunidade indígena - a falta de educação nutricional. Estes fatores também dependem da disponibilidade de alimento domiciliar, da salubridade do ambiente e do cuidado destinado à criança. Essa situação requer da família uma responsabilidade pois, o menor, tende a cuidar de si próprio muitas vezes devido ao desinteresse dos pais na oferta de alimento à criança que se nega à primeira tentativa. Outro fator que está relacionado à desnutrição é a renda familiar, no sentido da falta de recursos para o plantio junto à comunidade. De lá para cá, houve uma redução considerável nos índices de (medida pela baixa estatura da criança para a idade) caiu 50% no Brasil, passando de 13,4% para 6,7% das crianças menores de 5 anos. Já a desnutrição aguda (baixo peso em relação à altura) passou a ser registrada em apenas 1,5% delas. E esse cenário vem se mantendo em queda no País.
Os bons resultados, no entanto, não alcançam toda a população. No Brasil, cerca de 30% das crianças indígenas são afetadas por desnutrição crônica. Entre os yanomamis, o percentual supera 80%. Meninas e meninos indígenas têm mais de duas vezes mais risco de morrer antes de completar 1 ano do que as outras crianças brasileiras. Partindo da ideia que uma alimentação saudável e balanceada é essencial para o desenvolvimento da pessoa humana, o presente trabalho abordará de forma relativa as prováveis causas da desnutrição infantil na saúde indígena, tendo em vista que a insuficiência de calorias e proteínas diariamente pode acarretar em um déficit nutricional que afetará o crescimento, a socialização e o desenvolvimento cognitivo de crianças com essa patologia. Tornando-as mais vulneráveis às doenças infecciosas e prejudicando seu estado funcional e rendimento escolar. Portanto, o objetivo dessa pesquisa é identificar os principais fatores contribuintes para o desenvolvimento da desnutrição em crianças indígenas menores de cinco anos. 
2. METODOLOGIA
A revisão integrativa é um método que proporciona ao leitor obter entendimento, realizar uma investigação e fazer análises com julgamento crítico de uma temática produzida anteriormente. 
O método usado nesse estudo foi à base de dados eletrônicos SciELO (Scientific Eletronic Library Online), utilizando títulos: (Desnutrição infantil no Brasil, Desnutrição infantil em crianças indígenas menores de cinco anos, Desnutrição infantil em crianças indígenas no norte do Brasil, Desnutrição em crianças indígenas em Roraima). Para refinar os estudos encontrados, usou-se como critérios de inclusão: artigos publicados em português, com os resumos e texto completo disponível online, com pesquisaqualitativa e/ou quantitativa como metodologia empregada e que abordassem a saúde da mulher indígena e/ou dos indígenas na região norte, mais especificamente em Roraima. Foram selecionados 10 artigos referente ao tema, no entanto, apenas 01 correspondia diretamente o objetivo da pesquisa, onde o período estabelecido foi 2013 a 2018. Após a avalição dos dados foi elaborada uma pergunta norteadora para guiar o estudo: Quais os principais fatores da desnutrição em crianças indígenas menores de cinco anos? 
Assim, iniciou-se a montagem do trabalho: foi inserido, o título da pesquisa, nome dos autores, introdução, objetivo do estudo, método usado, resultados e discussões e conclusão.
A análise e interpretação dos resultados encontrados nos estudos selecionados foram orientadas pelo objetivo principal desse estudo e pela elaboração de uma tabela para o artigo selecionado, apresentando os dados mais relevantes, as lacunas e tendências das pesquisas. 
3. RESULTADOS E DISCURSSÃO
Para melhor visualização, apresentamos a síntese de cada trecho e artigo proporcionando extrair a ideia principal de cada estudo selecionado. O artigo foi numerado na ordem de 1 tabela para melhor organização. Pode-se perceber o artigo analisado apresenta uma categoria distinta que foi abordada em trechos com início do parágrafo: revela que, traz também as responsabilidades, constatou que o primeiro, Entre as dificuldades encontradas.
Tabela 1 – Item 1.2.1. Estado Nutricional Das Crianças Indígenas
	Titulo
	Perfil de morbidade e estado nutricional em crianças indígenas pertencentes ao distrito sanitário especial indígena leste de Roraima
	Autores 
	Eliene Mendes De Oliveira
	Ano 
	(2014-2015)
	Objetivo
	Principal descrever o perfil de morbidade das crianças indígenas pertencentes ao distrito sanitário especial indígena leste de Roraima referenciado para a casa de apoio a saúde indígena
	Tipo de pesquisa 
	Quantitativo e descritivo com delineamento documental
Autora: Eliene Mendes de Oliveira, 2018.
Fonte: CID 10.
O item 1.2.1. Estado Nutricional Das Crianças Indígenas do artigo 1 revela que no estado de Roraima, Em Roraima, um estudo envolvendo morbidade hospitalar materno-infantil Yanomami, destacou que a desnutrição aparece como o principal diagnóstico de acordo com a CID 10ª revisão, no capítulo IV, ela superou as doenças endócrinas e metabólicas, que estão inclusas no mesmo grupo, sendo responsáveis por 8% do total geral dos diagnósticos primários e 18,2% do total geral dos diagnósticos secundários registrados nas AIH (CALDART, 2014). 
 O item 1.2.1 do artigo 1 traz também as responsabilidades das ações à essa população, Os estudos são unânimes em relatar as precárias condições de vida a que as populações indígenas então submetidas, em conjunto com a necessidade de ações que visem à promoção e proteção à saúde no intuito de diminuir as internações hospitalares, e que para tanto, as ações em saúde devem acontecer em conjunto com a comunidade (CARDOSO et al., 2010.; PATZER et al., 2013.; ORELLANA et al., 2007; PÍCOLI et al., 2006; PEREIRA et al ., 2014; FERREIRA et al., 2011
O artigo 1 constatou no tocante aos indígenas pertencentes ao DSEI Leste de Roraima, um estudo recente sobre casos os de beribéri registrados em comunidades indígenas entre 2008-2014 evidenciou que a maioria das doenças nutricionais, dentre elas parte dos surtos de beribéri, associa-se às condições de pobreza e fome, consumo de alimentação monótona, baseada em elevado teor de carboidratos simples (BARRETO, 2016)
Entre as dificuldades encontradas, tem-se ainda a pequena frequência de consultas, ou seja, a desnutrição nas populações indígenas tanto pode ser originada de causa primária, como associada a outras doenças. Em pesquisa envolvendo crianças Yanomami entre 0 a 5 anos, revelou-se que a desnutrição crônica ultrapassa 70% de acordo com o índice Estatura para idade (E/I), para a autora esses resultados superam todos os já apresentados (PANTOJA, 2012) Igualmente, os resultados das pesquisas supracitadas fazem referência às morbidades indígena em diversas regiões do país, considera-se as condições de vida das populações estudadas, como um dos principais indicadores para os agravos encontrados em todos os DSEI estudados. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É evidente a discrepância que ainda há em relação aos povos indígenas no Brasil, que apesar de alguns avanços em relação a melhoria da qualidade em saúde oferecido a esses povos, ainda, não são suficientes para suprir as necessidades básicas de atenção e prevenção de doenças relacionadas a desnutrição. Assim, este estudo poderá alavancar futuras pesquisas referentes à saúde dessa população.
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É necessária uma investigação para identificar a causa principal que leva as crianças indígenas menores de cinco anos a desenvolverem essa patologia, com isso elaborar promoções públicas que contribuirá na prevenção da desnutrição, contudo, melhorar a qualidade de vida desses povos na infância e durante toda sua vida.
 
 	
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima. Relatório Técnico Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. Boa Vista: SISVAN, 2016. 20 p.
2 . CALDART, V.R. Morbidade Hospitalar Materno-Infantil Yanomami, Brasil (2008-2012). 2014. 88p. Dissertação (mestrado em ciências da saúde) Universidade Federal de RoraimaUFRR. Boa Vista, Roraima 2014. 
3. CARDOSO, M. A.; COIMBRA, JR.; C. E. A.; TAVARES, G. F. Morbidade Hospitalar Indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, n. 1, p.21-34, 2010.
4. Eliene Mendes de Oliveira ,Perfil De Morbidade e Estado Nutricional em Crianças Indígenas Petencentes ao Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima (2014-2015) .2018.85P.Dissertação (mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) Universidade Federal de RoraimaUFRR. Boa Vista, Roraima 2018. 
5.LEITE. M. et.al. Crescimento físico e perfil nutricional da população indígena Xavánte de Sangradouro-Volta Grande, Mato Grosso, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n2/20.>acesso em 17 de outubro de 2019. 
6. _________________Nutrição e alimentação em saúde indígena: notas sobre a importância e a situação atual. In: GARNELO, L.; PONTES, L.A. (Org.). Saúde Indígena: uma introdução ao tema. Brasília: MEC-SECADI, 2012. p.156-205.
7. ORELLANA, Y.D.J.et al. Estado nutricional e anemia em crianças Suruí, Amazônia, Brasil. Jornal de Pediatria - Vol. 82, Nº5, Rio de Janeiro, 2006
8. PANTOJA, L. N.; ORELLANA, J. D. Y.; LEITE, M. S.; BASTA, P. C. Cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVAN-I) e prevalência de desvios nutricionais em crianças Yanomami menores de 60 meses, Amazônia, Brasil. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil, Recife, v.14 n.1 p. 53-63 jan. /Mar. 2014.

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