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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA – UniFOA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM VICTÓRIA CRISTINA DA SILVA OLIVEIRA PACIENTES VÍTIMAS DE FERIMENTO POR ARMA DE FOGO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PESQUISA NA LITERATURA Volta Redonda 2022 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA – UniFOA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM PACIENTES VÍTIMAS DE FERIMENTO POR ARMA DE FOGO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PESQUISA NA LITERATURA Relato de Caso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem na Disciplina de Estágio Supervisionado módulo de Unidade de Terapia Intensiva como um dos itens para aprovação no Estágio. Volta Redonda 2022 1. Introdução O traumatismo cranioencefálico (TCE) é conceituado como uma lesão do crânio ou do cérebro que é suficientemente grave para interferir em seu funcionamento normal. O TCE representa a doença mais tratada pelos neurocirurgiões e a maior causa de internamentos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (PONTE et al., 2017). As UTIs são unidades de alto custo, devido à necessidade de espaço físico diferenciado, equipamento de alta tecnologia e equipe multidisciplinar qualificada. (NOGUEIRA et al., 2012). O enfermeiro intensivista deve estar familiarizado com todo o processo para possibilitar à vítima de TCE uma assistência segura, com conhecimento, habilidade e competências necessárias para o melhor cuidado (BESERRA, NÓBREGA & BITTENCOURT, 2008). Portanto, o presente estudo tem objetivo descrever o TCE, seus sintomas, diagnóstico e tratamento, bem como correlacionar a assistência de enfermagem à vítima deste tipo de trauma. 2. Desenvolvimento Um estudo que avalia as principais causas de internação na UTI revela que, dentre os motivos que mais levaram ao internamento dos pacientes na UTI, estão as causas neurológicas, sendo a maioria por trauma (CARVALHO et al., 2013). O trauma é considerado um sério problema de saúde pública por afetar pessoas que estejam na faixa etária de vida produtiva, contribuindo também para o aumento da morbimortalidade no Brasil. Entre as lesões decorrentes de causas externas, o traumatismo cranioencefálico (TCE) é frequente, e em sua maioria é causado pelos acidentes automobilísticos, atropelamento, acidentes ciclísticos, agressões físicas, quedas, lesões por arma de fogo, entre outras causas menos frequentes (PONTE et al., 2017). O TCE é uma lesão causada por uma força física que promove comprometimento funcional ou dano anatômico do encéfalo, vasos sanguíneos, couro cabeludo ou meninges. É um problema de saúde pública com impactos socioeconômicos elevados. As despesas médicas incluem muitas vezes o tratamento neurocirúrgico, admissões em UTI, além da perda de rendimentos com a necessidade de reabilitação na fase tardia (SANTOS et al., 2019). Uma variável utilizada para avaliar a gravidade do trauma é a Escala de Coma de Glasgow (ECG), a qual os valores são de 0 a 15. A letalidade do TCE se relaciona com a pontuação inicial na ECG: quanto menor a pontuação, maior a probabilidade da ocorrência do óbito (PONTE et al., 2017). O TCE leve é definido quando o paciente apresenta um escore de 14 ou 15 na ECG. Ocorre em cerca de 80% dos casos, evoluindo em sua maioria sem intercorrências. TCE moderado é definido como ECG entre 9 e 13, ocorrendo em aproximadamente 10% dos casos. Confusão mental, sonolência, rebaixamento do nível de consciência e déficits neurológicos focais podem estar presentes. Já o TCE grave é definido como ECG entre 3 e 8 e a abordagem terapêutica deve ser imediata, através da estabilização hemodinâmica e de suporte ventilatório adequado para reduzir lesões neurológicas decorrentes de hipóxia (GENTILE et al., 2011). O traumatismo leve pode causar disfunções temporárias, como confusão mental, perda de consciência, vertigem, distúrbios do sono, problemas relacionados a memória e atenção, alterações de comportamento, alterações de equilíbrio. Já traumatismos mais severos podem causar, além dos sintomas supracitados: déficits motores e sensoriais, problemas cognitivos, convulsões, problemas de comunicação, de comportamento e emocionais (VALLE, 2021). O exame padrão ouro para identificar lesões intracraniana é a tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste. Ela deve ser realizada se for indicada, de acordo com fatores de risco, ou se a avaliação seriada alterar a impressão diagnóstica. Se o paciente for considerado de baixo risco, ele deve ser observado por no mínimo quatro horas após o evento traumático. Caso contrário, dependendo do caso, é necessária internação em UTI (PONTE et al., 2017). Tratando-se da conduta, o tratamento do TCE grave visa à monitorização da Pressão Intracraniana (PIC) e à manutenção da perfusão cerebral, bem como otimização da oxigenação e da Pressão Arterial (PA) e o controle da temperatura, glicemia, convulsões e outros potenciais insultos que possam levar à lesão cerebral secundária. Na ocorrência de TCE grave, orienta-se a transferência a hospital com serviço neurocirúrgico. Também é recomendado evitar o uso de benzodiazepínicos para controle de agitação na fase aguda do TCE. Fenitoína é recomendada para reduzir a incidência de crises convulsivas pós-traumáticas precoces (dentro de 7 dias pós lesão) quando o benefício geral compensa o risco de complicações da droga (CARNEY et al., 2017). A monitorização da PIC se deve ao fato que o TCE pode elevá-la, e o modo mais efetivo de diminuí-la é remover a lesão expansiva que está ocupando o espaço das estruturas cerebrais. As duas formas genéricas de se reduzir o espaço ocupado pela lesão são a drenagem ventricular externa (DVE) e a craniotomia descompressiva. Ambos os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados por profissionais qualificados e preparados para realizar a técnica, por isso a presença de um neurocirurgião se faz necessária ao atender um paciente com TCE (GENTILE et al. 2011). Os profissionais de Enfermagem como integrantes ativos da equipe de saúde desempenham um papel fundamental durante a assistência aos pacientes vítimas de TCE, desenvolvendo técnicas e atitudes de acordo com as necessidades apresentadas por cada paciente. Portanto, acredita-se que a sistematização da assistência, realizada mediante o processo de enfermagem, pode contribuir para a melhoria da assistência prestada. 2.1. Processo de enfermagem Levando em consideração as características do TCE, foram identificados os diagnósticos de enfermagem para clientes que sofrem tal trauma. São eles: - Risco de infecção - Risco de hipotermia - Dor aguda - Integridade da pele prejudicada - Mobilidade física prejudicada - Ansiedade - Risco de aspiração - Risco de choque - Risco de pressão arterial instável - Risco de queda - Risco de sangramento - Comunicação verbal prejudicada - Distúrbio no padrão de sono - Memória prejudicada - Risco de padrão respiratório ineficaz Dito isto, serão prescritos cuidados de enfermagem para este paciente: 1) Informar se temperatura corporal < 35.0 °C 2) Observar, informar e registrar se dor, calor, rubor e edema na inserção do cateter venoso periférico e/ou DVE 3) Realizar curativo estéril de inserção de DVE com clorexidina alcoólica 4) Administrar analgésico SOS prescrito em caso de dor 5) Manter cabeceira elevada 30° 6) Aplicar ECG a cada 4 horas e registrar 7) Registrar e informar se PA<100x60 ou > 140x90mmHg 8) Registrar e informar se FC <50bpm ou > 100bpm 9) Manter grades do leito elevadas 10) Observar, informar e registrar sinais de hemorragia 11) Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas 12) Realizar troca de manguito de PA e sensor de oximetria a cada 2 horas 13) Informar se esforço respiratórioe/ou Saturação de oxigênio <95% 3. Conclusão Percebeu-se que o TCE é um trauma no crânio ou no cérebro que causa sintomas neurológicos variáveis. O diagnóstico é clínico e/ou por meio de Tomografia Computadorizada, e a depender da gravidade, os pacientes vítimas deste trauma podem se recuperar sem demais complicações, enquanto outros necessitam de neurocirurgia e hospitalização em unidades de terapia intensiva. Portanto, por se tratar de uma causa comum de internação nas UTIs, faz-se necessário que haja enfermeiros intensivistas capazes de prestar assistência de qualidade, humanizada e individualizada para cada cliente, aplicando o processo de enfermagem no dia a dia de trabalho, visando uma boa recuperação. 4. Referências: BESERRA, P.J.F.; NÓBREGA, M.M.L.; BITTENCOURT, G.K.G.D. Assistência de Enfermagem a um Paciente Vítima de Trauma Utilizando a Teoria de Roy e a Cipe. Rev enferm UFPE on line, Recife, v.2, n.1, p.23-27, jan./mar. 2008. CARNEY, N., et al. Guidelines for the Management of Severe Traumatic Brain Injury. Neurosurgery, v.80, n.1, jan. 2017. CARVALHO, N.Z. Principais Causas de Internamento na Unidade de Terapia Intensiva em um Hospital De Maringá – PR. 2013. VIII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar. Maringá (PR). Disponível em: https://www.unicesumar.edu.br/epcc-2013/wp- content/uploads/sites/82/2016/07/Naiara_Zanquetta_Carvalho.pdf. Acesso em: 20 nov. 2022. GENTILE, J.K., et al. Condutas no paciente com trauma cranioencefálico. Rev Bras Clin Med, v.9, n.1, p.74-82, 2011. NOGUEIRA, L.S. et al. Características clínicas e gravidade de pacientes internados em UTIs públicas e privadas. Texto & Contexto - Enfermagem [online], v.21, n.1, p.59-67, 2012. PONTE, F.R. et al. Vítimas de Traumatismo Cranioencefálico: Perfil Epidemiológico em uma Unidade de Terapia Intensiva. Rev enferm UFPE on line., Recife, v.11, n.5, p.1826-1834, mai. 2017. https://www.unicesumar.edu.br/epcc-2013/wp-content/uploads/sites/82/2016/07/Naiara_Zanquetta_Carvalho.pdf https://www.unicesumar.edu.br/epcc-2013/wp-content/uploads/sites/82/2016/07/Naiara_Zanquetta_Carvalho.pdf SANTOS, M.F. et al. TCE em UTI: epidemiologia, tratamento e mortalidade no maranhão, Brasil. Revista brasileira de neurologia e psiquiatria, v.23, n.1, p.46-56, jan./abr. 2019. SILVA et al. 2021. Diagnósticos de enfermagem para pacientes com traumatismo cranioencefálico: revisão integrativa. Maria Isabel Caetano da Silva. Enfermería Global, n.64, out. 2021. VALLE, F.D. O que acontece quando uma pessoa sofre TCE (traumatismo cranioencefálico)?. Exponential Medical Education – EME. Disponível em: https://emedoctors.com.br/o-que-acontece-quando-uma-pessoa-sofre-tce- traumatismo-cranioencefalico/. Acesso em: 20 nov. 2022. https://emedoctors.com.br/o-que-acontece-quando-uma-pessoa-sofre-tce-traumatismo-cranioencefalico/ https://emedoctors.com.br/o-que-acontece-quando-uma-pessoa-sofre-tce-traumatismo-cranioencefalico/ SANTOS, M.F. et al. TCE em UTI: epidemiologia, tratamento e mortalidade no maranhão, Brasil. Revista brasileira de neurologia e psiquiatria, v.23, n.1, p.46-56, jan./abr. 2019.
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