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Biossegurança e Ergonomia . A Biossegurança é uma ciência interdisciplinar cujo objetivo é proteger tanto o trabalhador como o objeto de trabalho dos riscos inerentes à atividade do profissional. A Lei 11.105/2005 deixa essa característica muito clara. Visa sempre à prevenção de riscos ou à contenção dos agentes perigosos. A maioria dos acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, imprudência dos operadores, portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é atenção e bom senso. Biossegurança e Boas Práticas O fundamento básico da Biossegurança é assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger a saúde humana e animal e o meio ambiente. São procedimentos seguros de trabalho. Estabelecidos com antecedência, normas técnicas, na legislação vigente, no histórico da atividade ou na prática e no bom senso. Plano de educação baseado nas normas nacionais e internacionais quanto ao transporte, à conservação e à manipulação de microrganismos geneticamente modificados e seus produtos derivados. A biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Caracteriza-se como estratégica e essencial para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável sendo de fundamental importância para avaliar e prevenir os possíveis efeitos adversos de novas tecnologias à saúde. Lei nº 11.105/2005 - Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados. ● Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Procedimentos seguros de trabalho, tanto para o trabalhador quanto para o objeto de trabalho. Todas as atividades relacionadas à saúde possuem riscos inerentes. Expõem tanto o profissional quanto o objeto de trabalho a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos. São sempre preventivas e incluem todos os aspectos da cadeia operacional e, apesar de alguns procedimentos serem específicos de cada tipo de operação, alguns fatores são universais e sempre devem ser observados, como: ● Higiene pessoal; ● Uso de roupas adequadas; ● Limpeza de equipamentos e utensílios; ● Controle de pragas, como baratas, ratos, entre outros; ● Controle da qualidade da água etc. ➔ Boas Práticas - RDC 63/2011 O principal objetivo é estabelecer requisitos de Boas Práticas para funcionamento de serviços de saúde, fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e gestão, e na redução e controle de riscos aos usuários e ao meio ambiente. De acordo com a Seção I - Do gerenciamento da qualidade, estão definidos nos seguintes artigos: Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver ações no sentido de estabelecer uma política de qualidade envolvendo estrutura, processo e resultado na sua gestão dos serviços. Parágrafo Único. O serviço de saúde deve utilizar a Garantia da Qualidade como ferramenta de gerenciamento. Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são os componentes da Garantia da Qualidade que asseguram que os serviços são ofertados com padrões de qualidade adequados. § 1º As BPF são orientadas primeiramente à redução dos riscos inerentes à prestação de serviços de saúde. § 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e Boas Práticas de Funcionamento (BPF) estão inter-relacionados estando descritos nesta resolução de forma a enfatizar as suas relações e sua importância para o funcionamento dos serviços de saúde. Art. 7º As BPF determinam que: o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços dentro dos padrões de qualidade exigidos, atendendo aos requisitos das legislações e regulamentos vigentes. Norma Regulamentadora 32 - NR-32 Tem o objetivo de prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais de saúde, por meio da eliminação ou do controle das condições de risco presentes nos serviços de saúde. Abrange instituições que sejam destinadas às ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência e recuperação, além das atividades de pesquisa e ensino em saúde. É obrigatório ao empregador vedar: ● A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; ● A ato de fumar; ● O uso de adornos e o manuseio de lentes de contato em local de trabalho; ● O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; ● A guarda de alimentos e bebidas em locais não destinados para esse fim; ● O uso de calçados abertos; ● Deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual ou vestimentas utilizadas nos locais de trabalho. É obrigatório ao empregador providenciar: ● Locais apropriados para o fornecimento de vestimentas limpas e para a deposição de usadas; ● Higienização das vestimentas utilizadas em centros cirúrgicos, serviços de tratamento intensivo e quando em unidades de doenças infectocontagiosas, em que a vestimenta tenha contato com material orgânico. A manipulação de qualquer produto deve minimizar qualquer tipo de risco e dano, por isso deve conter: ● Nome técnico do produto; ● Palavra de advertência, segundo o grau de risco (perigo, cuidado e atenção); ● Indicação de risco; ● Medidas preventivas (“mantenha afastado do calor”); ● Primeiros socorros; ● Informações para médicos e outros profissionais de saúde; ● Instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento. A NR-32 determina que deve ser mantida a rotulagem original do fabricante nas embalagens dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. Veda o procedimento de reutilização das embalagens de produtos químicos. É obrigatório: ● Nome do produto; ● Composição química; ● Concentração; ● Data do envasamento; ● Validade; ● Nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. NR 32 - Profissionais de Enfermagem A NR-32 recomenda a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro, além de determinada a adoção de medidas preventivas para cada situação de risco. NR-32 - Quimioterapia Ambiental - Contaminação do ambiente devido à saída do medicamento do envase no qual esteja acondicionado, seja por derramamento ou por aerodispersóides sólidos ou líquidos. Pessoal - Contaminação gerada por contato ou inalação dos medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer das etapas do processo. Empregador deve: ● Proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos ou se maquiar; ● Afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes; ● Proibir que os trabalhadores expostos realizem atividades com possibilidade de exposição aos agentes ionizantes; ● Fornecer aos trabalhadores avental confeccionado com material impermeável, com frente resistente e fechado nas costas,mangas compridas e com punho justo, quando no preparo e na administração; ● Fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes durante a manipulação e a administração dos quimioterápicos ➔ RDC 220 A recomendação da ANVISA pela RDC 220 é que em casos de acidentes com quimioterápicos deve-se: ● Registrar todos os acidentes em formulário específico; ● O vestuário deve ser removido imediatamente quando houver contaminação; ● As áreas da pele atingidas devem ser lavadas com água e sabão; ● Quando da contaminação dos olhos ou de outras mucosas, lavar com água ou solução isotônica em abundância, e providenciar acompanhamento médico; ● Promover a descontaminação de toda a superfície interna da cabine. Simbologia em Biossegurança A Norma Regulamentadora 26 determina cor na Segurança do Trabalho: ● Indicar e advertir acerca dos riscos existentes; ● Identificar os equipamentos de segurança; delimitar áreas; ● Identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases; ● Advertir contra riscos. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. ➔ Cores ❖ Distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. ❖ Deve ser usado em canalizações para identificar gases não liquefeitos. Também é utilizado para indicar “Cuidado”, partes baixas de escadas, parapeitos, pisos, faixas de pisos de entradas de elevadores, por exemplo. ❖ Empregar em direção e circulação por meio de sinais e localização e coletores de resíduos. ❖ Indicar canalizações de gases inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (óleo lubrificante, asfalto e óleo combustível). ❖ “Cuidado!” - limitado o seu emprego a avisos contra o uso e a movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora do serviço. ❖ “Segurança” - deverá ser empregado para identificar: ➢ Macas, localização de EPI, dispositivo de segurança e mangueiras de oxigênio. ❖ Utilizar em canalizações que contenham álcalis ❖ Tonalidade clara, canalizações em vácuo. Tonalidade escura, identificar eletrodutos. ❖ Canalização de gases liquefeitos, inflamáveis e de baixa viscosidade, óleo diesel, gasolina e querosene, por exemplo. ❖ A critério da empresa para qualquer fluido não identificável por outras cores. ❖ Canalizações contendo ácidos. Dispositivos de corte, borda de serras e prensas. ❖ Para indicar perigo conveniente das radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares. ➔ Simbologia Sinais de Perigo É importante que os sinais de perigo sejam padronizados em formato triangular, com um pictograma negro sobre fundo amarelo, com margem negra. Sinais de Proibição Os sinais de proibição devem possuir as seguintes características: ● Ser de forma circular; ● Pictograma negro sobre o fundo branco; ● Margem e faixa na diagonal, descendente da esquerda para a direita, ao longo do pictograma, a 45º e na cor vermelha. Sinais de Obrigação ● Forma circular; ● Pictograma branco sobre fundo azul. Sinais de Emergência Para os sinais de padronização de salvamento e de orientação, a sinalização deve ser: ● De forma quadrada ou retangular; ● Cor de fundo, cor de segurança, verde; ● Cor do símbolo, cor de contraste, fotoluminescente; ● Margem opcional, fotoluminescente. Sinais de Sinalização de Equipamentos ● Forma quadrada ou retangular; ● Cor de fundo, segurança, vermelha. ● Cor de símbolo, cor de contraste, fotoluminescente; ● Margem opcional, fotoluminescente. Diamante de Hommel Não informa qual é a substância, mas indica todos os graus de risco. Essa simbologia foi proposta pela NFPA, Associação Nacional dos EUA para proteção contra incêndios, por meio da norma NFPA 704 e é adotada internacionalmente. Os números necessários para o preenchimento do Diamante de Hommel variam de 1 a 4 conforme os riscos apresentados pela substância química perigosa, podendo também constar no diagrama os riscos específicos dessa substância. Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS RDC ANVISA nº 306/04 e Resolução CONAMA nº 358/2005. Aproximadamente 1 a 3% dos resíduos urbanos são provenientes de serviços de saúde, transformando essas instituições em grandes geradoras de resíduos infectantes. Fases de manejo: ● Geração; ● Segregação; ● Condicionamento; ● Armazenamento; ● Coleta; ● Transporte; ● Tratamento; ● Disposição final. Componentes químicos: ● Tóxicos; ● Corrosivos; ● Inflamáveis; ● Reativos; ● Genotóxicos; ● Mutagênicos; ● Produtos mantidos sob pressão ○ Gases; ○ Quimioterápicos; ○ Pesticidas; ○ Solventes; ○ Ácido crômico; ● Limpeza de vidros de laboratórios; ● Mercúrio de termômetros; ● Substâncias para revelação de radiografias; ● Baterias usadas; ● Óleos; ● Lubrificantes usados; ● Etc. Componentes biológicos: ● Agentes patogênicos que possam causar doença. Componentes radioativos: ● Utilizados em procedimentos de diagnóstico e terapia, os que contêm materiais emissores de radiação ionizante. Saúde Ocupacional - De quem manipula esse tipo de resíduo, seja o pessoal ligado à assistência médica ou médico-veterinária, seja o pessoal ligado ao setor de limpeza e manutenção. Meio Ambiente - Como decorrência da destinação inadequada de qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio. RDC 306/2004 Geração - Início do processo de trabalho. O profissional já deve ter planejado ações para que a geração desse resíduo não cause nenhum impacto ou risco à sua saúde ou a do paciente ou dano ao ambiente. Segregação - Necessário que o empregador garanta o uso de EPI adequado pelos profissionais. Evitar a mistura de resíduos incompatíveis. Acondicionamento - Guarda dos resíduos em recipientes adequados de acordo com o seu tipo e suas características, logo após a sua manipulação e geração. Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Deve ser respeitado o limite de peso de cada saco, além de ser proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Devem ser sinalizados com símbolos internacionais de risco. Coleta Interna - Recolhimento e transporte do local onde foi gerado o resíduo até o seu abrigo dentro da instituição de saúde. Deverá ser realizada a coleta de acordo com a necessidade da unidade, sendo, no mínimo, por uma vez ao dia. O transporte até o local destinado ao armazenamento temporário até a sua retirada deverá acontecer de maneira segura e com utilização adequada dos profissionais que fazem essa coleta e transporte. Armazenamento - Deve ser temporário, em local específico e apropriado. Deve ser um local em ambiente externo, exclusivo, e com acesso para os veículos coletores. Coleta Final - Transporte até a unidadede tratamento ou destinação final. Utilizar técnicas de preservação da integridade física do pessoal designado para essa atividade, da população e do ambiente, além de estar de acordo com as normas dos órgãos de limpeza urbana. Tratamento Final - Processo realizado dentro dos padrões de segurança que modifica as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, eliminando ou minimizando o risco associado a eles. Grupo A - Risco Biológico - incineração, autoclave, micro-ondas, tratamento químico, radiação ionizante. Grupo B - Risco Químico - Devolver ao fabricante. Grupo C - Rejeitos Radioativos - Aterro sanitário industrial. Grupo D - Resíduo Comum - Reciclagem ou aterro sanitário comum. Grupo E - Perfurocortante - Incineração. Portanto, somos todos responsáveis, desde sua geração até o tratamento final.
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