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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
STELLA COSTA
DRE: 118147419
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO -
PROVA FINAL
Rio de Janeiro - RJ
2022.2
Geraldo Alckmin inicia seu discurso, falando sobre a importância da valorização do pessoal e
da reindustrialização do Brasil como forma de promover o desenvolvimento sustentável e
justiça social, bem como, a recriação MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior) como uma medida importante para alcançar esses objetivos. Neste caso,
fica clara a importância da reindustrialização como um dos elementos-chave para promoção
do desenvolvimento sustentável e a justiça social a partir da criação de oportunidades de
renda e emprego enquanto aumenta a competitividade do país no mercado. Ao abordar o
desenvolvimento sustentável, cita a necessidade da redução de gases de emissão de efeito
estufa e do estabelecimento de uma política de baixo carbono, o que nos permite fazer um
paralelo ao texto de Gramkow (2019), que cita o objetivo cepalino de desenvolvimento
sustentável na América Latina e Caribe. Dentre os objetivos destacam-se romper com o
círculo vicioso de assimetrias tecnológicas, concentração de renda, vulnerabilidade externa e
deterioração ambiental, e criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico que gere
emprego, aumente a renda e reduza desigualdades, simultaneamente, mantendo e
regenerando a base de recursos naturais.
Assim percebemos o Big Push Ambiental no Brasil como um importante motor de
transformação produtiva e de crescimento econômico sustentável, capaz de gerar emprego
e renda, reduzir desigualdades e proteger o meio ambiente. No tocante a diminuição das
emissões de gases de efeito estufa e fomento de tecnologias limpas, citadas como um dos
objetivos de Alckmin, Gramkow o percebe como um importante motor de transformação
produtiva e de crescimento econômico sustentável. O investimento em tecnologias limpas e
em infraestrutura de baixo carbono pode ajudar o Brasil a atingir seus compromissos
internacionais de redução de emissões de gases de efeito estufa e a contribuir para a
mitigação das mudanças climáticas, dessa forma, o novo MDIC contará com uma Secretaria
de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria.
"Esse grande conjunto de investimentos, que a transição de baixo carbono requer,
pode ser um Grande Impulso Ambiental para um novo ciclo de crescimento com
maior igualdade no país, ao contribuir para aquecer a economia e gerar empregos.
Mundialmente, estímulos verdes foram usados pela primeira vez como instrumento
para, ao mesmo tempo, recuperar o crescimento econômico e iniciar a transição de
baixo carbono na última década. (...) O Brasil, cuja economia experimentou crise
econômica mais aguda tardiamente, poderia se utilizar de estímulos verdes como
forma não apenas de ajudar a economia a retomar seu vigor, mas também de iniciar
uma transformação produtiva estrutural, conforme o Big Push Ambiental"(Gramkow,
2019)
O Big Push Ambiental no Brasil poderia adaptar-se as particularidades do país enquanto se
inspira em experiências bem-sucedidas de outros países, uma vez que o país já possui
competência tecnológica e atuação competitiva relevante para tal. Sendo importante
enfatizar que o sucesso do Big Push Ambiental no Brasil dependerá da capacidade de
coordenação entre os diferentes níveis de governo e setores da sociedade, bem como da
participação ativa da iniciativa privada e da sociedade civil. Sem esquecermos do papel da
indústria, esta poderia beneficiar-se com uma expansão de energias renováveis e
modernização de modo a torná-la mais limpa e eficiente, além dos desenvolvimentos de
novas tecnologias verdes, limpas e inovadoras. Segundo Gramkow, 2019, “Em linha com a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o Big Push Ambiental não deixará
ninguém para trás e deve servir para a erradicação da fome e da pobreza em todas as suas
formas”.
Em relação a reindustrialização de nosso país, Alckmin aponta a urgência de se reverter a
desindustrialização precoce ocorrida no Brasil. Desindustrialização essa, que segundo
Bresser-Pereira está intimamente ligada ao baixo crescimento econômico que remonta à
década de 1980 com a queda do desenvolvimentismo, inflação elevada e uma crise fiscal.
Citada por Medeiros como a idade do ouro do capitalismo (1950-1980), a década de 1980 é
marcada por uma política de desregulamentação do Estado, que passa a se retirar de sua
função de regulador da economia, deixando a cargo da iniciativa privada a condução da
economia. A desregulamentação do Estado, segundo Bresser-Pereira, é um dos fatores que
contribuiu para a desindustrialização do Brasil.
Segundo Medeiros (2013), no período pós-guerra e em países onde havia mais atraso na
agricultura de alimentos e mais influência de oligarquias tradicionais no poder político, a
industrialização foi acompanhada por uma ampla marginalização social e falta de consumo
moderno para as populações rurais, o que resultou em concentração de renda. Por outro
lado, em países onde houve reformas agrárias e modernização da agricultura (como a Coreia
do Sul e Taiwan), houve menos polarização social e um Estado mais coeso em torno dos
interesses do capital industrial.
"Ao contrário dos países da Europa Ocidental, a industrialização no pós-guerra,
guiada por Estados desenvolvimentistas, não foi acompanhada por coalizões
socialdemocratas, visando à distribuição de renda e ao pleno emprego. As coalizões
sociais e o padrão de distribuição de renda foram essencialmente influenciados pela
forma como foi enfrentada a questão da terra e a modernização da produção
agrícola. Onde era maior o atraso na agricultura de alimentos e maior o peso de
oligarquias tradicionais nos pactos do poder político, como, por exemplo, no Brasil,
na Índia ou na Indonésia, a industrialização se deu acompanhada por ampla
marginalização social e do consumo moderno das amplas massas rurais, levando a
grande concentração de renda." (Medeiros, 2013)
Citada no discurso de Alckmin, a China, entretanto, passou por um "continuo e acelerado
processo de industrialização responsável por elevada e persistente taxa de crescimento
econômico; de outro, ocorreu uma profunda transição institucional, com a transformação de
uma economia centralmente planejada num capitalismo de Estado." (Medeiros, 2013),
tendo sido a continuidade fator primordial para o sucesso do país asiático. Alckmin cita a
perda de espaço da indústria de transformação no PIB brasileiro e a necessidade de se
reverter esse quadro e, como até boa parte do século XX, a indústria liderou o crescimento
econômico brasileiro. Segundo Cardoso (2012), o considerável avanço na matriz industrial
neste período gerou bons resultados econômicos. No entanto, ao adentrar a década de
1980, o Estado que agia ativamente na condução de políticas econômicas e sociais perde seu
espaço para a suposta eficiência privada. Para o retorno da industrialização, o
vice-presidente e ministro alerta para necessidade de continuidade da política industrial a
ser implementada.
"Que seja continuada no tempo, porque afinal política industrial tem seu processo de
maturação e, como sabemos, a imprevisibilidade e a descontinuidade de
instrumentos de apoio contribuem historicamente para o insucesso de políticas em
diferentes áreas." (Alckmin, 2022)
Essa nova era do desenvolvimentismo, que pode ser interpretado do discurso de Alckmin,
como um novo ciclo de industrialização, deve ser pautada por uma política industrial que
promova a competitividade e a sustentabilidade, podendo ainda promover o crescimento
econômico, bem como reduzir as desigualdades sociais através de investimentos em
infraestrutura, desenvolvimento da indústria e promoção do comércio internacional.
"No entanto, uma das críticas que se levantam com certa frequência a esse modelo
argumenta quea obtenção de altos níveis de crescimento com a mão pesada do
Estado passou a ocorrer em detrimento de um avanço significativo das liberdades
democráticas. Em outras palavras, esse nível de crescimento somente seria foi
possível em virtude da supressão das “boas” instituições que garantem liberdade aos
indivíduos para definirem e exercerem suas preferências, inclusive no mercado. Essa
crítica encontrou forte eco na América Latina." (Medeiros, 2013)
Alckmin, discursa ainda sobre a importância de uma reforma tributária para melhora do
ambiente de negócios no Brasil. Permitindo novamente referências ao discurso do novo
desenvolvimentismo, o vice-presidente não parece considerar Estado e Mercado como
oponentes, não buscando nem a redução do Estado tampouco a supressão do mercado.
“O empresariado brasileiro é qualificado, resiliente, atento às transformações e às
demandas mundiais. Será da conciliação entre o Estado e o setor privado que
resultará ampliação da integração do Brasil ao mundo. Valorizaremos a transparência
e previsibilidade nas políticas industriais e de comércio exterior.”
(Alckmin, 2022)
Em linhas gerais, o novo Ministério terá como base a proposta de construção de uma
economia inclusiva - em nível social, econômico e político; criativa e sustentável, tendo
como premissa agregar valor à produção - seja no campo, indústria ou comércio – de forma
que a economia de todos os setores se aprimore e se reforce mutuamente, em um cenário
de ganha, ganha. “Ganha o empresariado, ganha o trabalhador, ganha o meio ambiente,
ganha o Brasil e ganha a comunidade internacional.” (Alckmin, 2022)
Para garantir “dias de crescimento e justiça social” se faz necessário uma nova geração de
políticas para o desenvolvimento sustentável. A redução das brechas estruturais e a
diminuição da desigualdade social são objetivos importantes para o novo governo, porém
necessitam superar fatores como a falta de investimento em educação e infraestrutura, a
instabilidade política e econômica e a corrupção. Além disso, a degradação dos recursos
naturais e o aquecimento global são problemas que exigem respostas urgentes e mudanças
nos padrões de consumo e produção.
“A nova revolução tecnológica (biotecnologia e nanotecnologia, a economia digital
etc.), a transição demográfica e a nova geopolítica, esta última que emergiu com a
ascensão da China, tendem a transformar radicalmente a vida em sociedade (CEPAL,
2016a, 2018a). Para combater as insustentabilidades dos atuais estilos de
desenvolvimento e enfrentar as mudanças tectônicas em curso, faz-se necessária
uma nova geração de políticas para o desenvolvimento sustentável.” (Gramkow,
2019)
É verdade que não existe uma fórmula única para criar um Estado desenvolvimentista, pois
cada país tem seu próprio contexto político, ideológico e econômico, e precisa encontrar
soluções adequadas para essas circunstâncias específicas. (Chang 2004)
“O problema crucial é definir o tipo de industrialização capaz de gerar o verdadeiro
desenvolvimento. (...) Hoje, estamos em outro estágio, e o país deveria se voltar para
a industrialização que lhe dê acesso às tecnologias de ponta. Mas a questão de fundo
não deve ser esquecida: qualquer política de industrialização no Brasil tem de levar
em conta a dimensão continental e as peculiaridades regionais do país.” (Furtado
2004)
Por fim, para que as ideias propostas por Alckmin alcancem sucesso, é importante
considerar as diferenças da experiência desenvolvimentista dos países latino-americanos e o
restante do mundo, em especial a China, citada pelo ministro. Além disso, deve se
considerar que a desindustrialização é um problema sério que afeta a economia do Brasil.
Em face ao conteúdo exposto durante o curso podemos concluir que para mudar a
tendência de desindustrialização no país, o Estado deve implementar medidas protecionistas
em relação aos produtos industriais que são mais afetados pela concorrência do mercado
chinês e retomar políticas de incentivo às indústrias de transformação. Além disso, é
fundamental promover políticas que aumentem a distribuição de renda e diminuam a
desigualdade social para que o país possa alcançar níveis mais elevados de renda per capita
e atingir a próxima fase de desenvolvimento, assim como fizeram os países desenvolvidos.
Referencias:
1. BRESSER-PEREIRA, L.C. Desenvolvimento, progresso e crescimento econômico. Lua
Nova, São Paulo, 93: 33-60, 2014.
2. CARDOSO, F.G. Os pioneiros do desenvolvimento. In: Cardoso, F. A armadilha do
subdesenvolvimento: uma discussão do período desenvolvimentista brasileiro sob a
ótica da abordagem da complexidade. Partes 3 e 4. Tese (Doutorado), 252p.
Universidade de São Paulo, 2012.
3. CHANG, H.J. Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva
histórica. São Paulo: Ed. Unesp, 2002.
4. GRAMKOW, C. O big push ambiental no Brasil: investimentos coordenados para um
estilo de desenvolvimento sustentável. Comissão Econômica para a América Latina e
o Caribe – CEPAL, 2019
5. MEDEIROS, C.A. Estratégias nacionais de desenvolvimento. In: CGEE. Padrões de
desenvolvimento econômico (1950-2008): América Latina, Ásia e Rússia. Cap.2 (pp.
79-112). Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2013, v.1.
6. MEDEIROS, C.A. Padrões de investimento, mudança institucional e transformação
estrutural na economia chinesa. In: CGEE. Padrões de desenvolvimento econômico
(1950-2008): América Latina, Ásia e Rússia. Cap. 9 (pp. 435-489). Brasília: Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos, 2013, v.2.
7. PAULA, J.A. Desenvolvimento: tentativa de conceptualização. Revista Eletrônica
Gestão & Sociedade, v.10, n.27, p. 1523-1539 Setembro/Dezembro – 2016.

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