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Atividade 2 - TD1 - Leonardo Serikawa

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Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional
Teoria do Desenvolvimento 1
Atividade 2
Texto de Reflexão[footnoteRef:1] [1: Essa reflexão foi elaborada a partir da leitura dos seguintes textos: 
ENRIQUEZ, Maria Amélia (2010), Trajetórias do desenvolvimento: da ilusão do crescimento ao imperativo da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Garamond. 
PIETERSEJ. N. Development Theory Deconstructions/Reconstructions. 2nd Edition. London: Sage, 2010. Chapter1: Trends in development theory. 
WILLIAMSON, J. (1990) What Washington means by policy reform. In J. Williamson (ed.), Latin American Adjustment: How Much Has Happened? (pp. 7–20). Washington, DC: Institute for International Economics.
] 
Leonardo Kazuo dos Santos Serikawa
20/0001566
Não é recente o fato de que os processos de globalização e regionalização acirram a disputa com o papel dos Estados na promoção do que seria o desenvolvimento. Pelo contrário. Contudo, ao final do século XX, com os avanços nas correntes favoráveis ao multilateralismo, esses processos ganharam a dianteira da discussão e trouxeram uma mudança profunda nas relações interestatais e, consequentemente, na forma como a ideia de desenvolvimento é ou deve ser contemplada. 
Em razão disso, fundamentos teóricos foram formulados a partir da observação das novas interações e dinâmicas políticas e econômicas e impuseram novas formas analíticas que conceituam e usam de maneira distinta a palavra “desenvolvimento”, baseadas em visões polarizadas: de um lado os países desenvolvidos, embasados no Consenso de Washington até o início da década de 1990, que impunha um conjunto de regras neoliberais de cunho macroeconômico para garantir ajuda na superação dos desafios do países em desenvolvimento (Williamson, 1990); e pelo lado desses, correntes desenvolvimentistas que conduziam a arranjos onde se incluíam nações dependentes e com elevado grau de endividamento interno e, principalmente, externo, que se organizaram em coalizões para inserir nas agendas internacionais suas demandas e dar visibilidade às suas necessidades e prioridades, justificando suas políticas nacionais.
A existência de correntes tão distintas e forma como adotavam o conceito de desenvolvimento tencionaram os debates que se davam em torno do aprofundamento das crises que ocorreram ao longo do final da década de 1990 e início dos anos 2000 e que foram usadas para interpretar o fracasso da receita neoliberal imposta como condição de assistência econômica aos países em desenvolvimento, em especial da América Latina que seguiam à risca as orientações do Norte, bem como na formatação de novas coalizões, mobilizações e estabelecimento de agendas de interesse periférico, para além da necessidade de interpretação e análise dos seus efeitos sobre o crescimento dos países.
Nesse sentido, nota-se que ao longo das últimas décadas, o conceito de desenvolvimento é nutrido e construído a partir de diferentes perspectivas e interesses, o que nos coloca diante do desafio de compreender como ele é aplicado para justificar as decisões políticas e econômicas nacionais dos países e que causam impactos sociais diversos, bem como de avaliar seu comportamento no âmbito internacional, que determina movimentos de convergência entre as nações.
É nesse contexto que a Teoria do Desenvolvimento ganha novo status como alternativa de apoio para a justificar a incorporação de outras perspectivas do desenvolvimento na formulação de políticas nacionais e também a recomposição das relações globais envolvendo os países em desenvolvimento, colocando novos fundamentos teóricos que passam a orientar os comportamentos e movimentos dessas nações frente aos países desenvolvidos. 
Trazendo enfoques multi, inter e transdisciplinares, a Teoria do Desenvolvimento proporcionou novos conhecimentos que serviram como insumo, inclusive, no reposicionamento de importantes instituições como o Banco Mundial em função das falhas e pressões das políticas e das novas tendências e novos temas globais envolvendo questões como sustentabilidade, diversidade, gênero, desigualdade social, entre outras (Pieterse, 2010). Essa nova frente teórica ocupou o espaço deixado por teorias de fundamento neoclássico e ortodoxo que não conseguiam responder às evidências de fracasso das políticas neoliberais que provocaram a derrocada dos países periféricos.
Novas abordagens dentro da Teoria do Desenvolvimento formularam paradigmas que puseram em xeque a possibilidade de se dissociar os aspectos econômicos das questões sociais ambientais, políticas etc., e consequentemente afetando todo o modus de observação e compreensão da realidade e que hoje modula grande parte dos estudos, ao incorporar também metodologias qualitativas.
Diante do que foi refletido acima, gostaria de interpor duas questões para discussão:
a. Hoje o desenvolvimento, enquanto elemento teórico para políticas públicas, está associado mais a um conceito referente a um processo ou a um fim que se quer alcançar?
b. Existem em curso o surgimento de uma nova tendência teórica que esteja se apropriando de maneira distinta da ideia de desenvolvimento?

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