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ANEMIA REGENERATIVA - indica que há uma tentativa da medula óssea de compensar a anemia por meio do aumento na produção de eritrócitos e da liberação precoce de formas imaturas. -INDICATIVOS DESSE TIPO: aumento de células policromatofílicas no sangue e o aumento da concentração de reticulócitos (exceto em equinos, que liberam raros eritrócitos imaturos); volume corpuscular médio (VCM) pode estar aumentado, mas não significa que haverá liberação precoce de células, reticulócitos e/ou células policromatofílicas; -é secundária à hemorragia ou à hemólise ou ela pode ser verificada na fase de recuperação de disfunção da medula óssea ; ● Hemorragia -pode ser externa ou interna, aguda ou crônica. - causas de H. aguda: traumatismos, lesões hemorrágicas, como tumores ou úlceras extensas, e distúrbios hemostáticos; Exemplos de distúrbios hemostáticos: trombocitopenia, coagulopatias hereditárias e coagulopatias adquiridas, como intoxicação por varfarina ou coagulopatia vascular disseminada; - causas H. crônica: lesões hemorrágicas, principalmente no trato gastrintestinal, parasitas gastrintestinais e ectoparasitas; -Caso haja perda de sangue extracorporal, inclusive no trato gastrintestinal, perdem-se componentes do sangue, como ferro e proteínas. Por outro lado, quando há hemorragia em cavidades corporais, a proteína é reabsorvida no prazo de horas e a maior parte dos eritrócitos é reabsorvida pelo sistema linfático em alguns dias; As células restantes são lisadas ou fagocitadas e o ferro é reutilizado; ➔ Hemorragia aguda : inicialmente, o hematócrito permanece normal, porque há perda simultânea de eritrócitos e de plasma; No entanto, em algumas horas, o VG e o teor plasmático de proteínas diminuem em razão do efeito diluidor decorrente da transferência de líquido intersticial ao sangue. Aproximadamente 72 h após a hemorragia, surgem eritrócitos policromatofílicos (reticulócitos) no sangue ; teor plasmático de proteína deve retornar ao normal em aproximadamente 1 semana, a menos que a hemorragia seja recorrente ou contínua; ex. causas - traumatismos agudos, procedimentos cirúrgicos, distúrbios de coagulação, trombocitopenia e tumores hemorrágicos; trombocitopenia pode resultar em hemorragia se a contagem de plaquetas for inferior a 25.000/ μℓ; sangramentos não provocam contagem de plaquetas diminuindo abaixo de 10.000/μℓ. combinação de reticulocitose (ou aumento da policromasia) e hipoproteinemia é indicativa de anemia por perda sanguínea, ao menos que, simultaneamente, exista hipoproteinemia e anemia regenerativa ; causas de hipoproteinemia - diminuição da ingestão de proteínas (má absorção, má digestão, inanição), redução na produção (insuficiência hepática) ou outros tipos de perda proteica (glomerulonefropatia, enteropatia); hemorragia externa é em geral fácil de diagnosticar, pois, normalmente, a causa da perda de sangue é aparente, a menos que haja hemorragia gastrintestinal. diagnóstico de hemorragias em cavidades corporais é mais difícil, podendo haver necessidade de avaliação do líquido torácico ou abdominal para confirmar o diagnóstico; nesse tipo a morfologia dos eritrócitos é normal, com exceção da hemorragia induzida pelo hemangiossarcoma, um dos tumores mais comuns em cães de meia-idade a mais velhos, especialmente raças grandes, como Pastor-alemão e Golden Retriever; esses tumores vasculares malignos são constatados no baço, no fígado, no átrio direito do coração e, após o diagnóstico, nota-se que a maioria deles evolui com metástase nos pulmões e em outros órgãos. Normalmente, os cães acometidos são levados à consulta devido aos sintomas agudos decorrentes da anemia causada pela ruptura do tumor, com hemorragia na cavidade abdominal. Alguns cães apresentam histórico de episódios de fraqueza intermitente, ocasionados por múltiplas rupturas do tumor e por hemorragia, seguidos de absorção de sangue na cavidade abdominal. Grande parte dos cães com hemangiossarcoma apresenta acantócitos e esquizócitos e essas alterações morfológicas são úteis na definição do diagnóstico; Outros achados laboratoriais comuns incluem reticulocitose (aumento do grau de policromasia), hipoproteinemia transitória e trombocitopenia, em geral de discreta a moderada, devido à microangiopatia que se instala no tumor, ou à coagulação intravascular disseminada. Os cães tratados apenas com ressecção cirúrgica têm sobrevida média de 2 a 3 meses, enquanto aqueles tratados com combinação de quimioterapia e ressecção cirúrgica têm tempo médio de sobrevivência entre 4 e 10 meses, dependendo do protocolo utilizado; ➔ Hemorragia crônica: leva a anemia por deficiência de ferro; Em adultos, a anemia por deficiência de ferro ocorre quase sempre devido à hemorragia crônica; esse tipo de anemia ocorre frequentemente em neonatos de todas as espécies de animais domésticos devido à ingestão inadequada de ferro, pois o leite contém baixo teor de ferro e a taxa de crescimento do animal é alta ; anemia é grave nos leitões que não tenham acesso ao solo contendo ferro, mas ela também ocorre em filhotes de gatos, cães, potros e bezerros; Quando a hemorragia é contínua, ocorre depleção relativamente rápida da reserva de ferro; normalmente, tem-se absorção de 1 mg de ferro diariamente; anemia bastante comum em cães, menos frequente em ruminantes e relativamente rara em gatos e equinos; Normalmente relacionada com sangramento gastrintestinal . causas de perda de sangue gastrintestinal crônicas > neoplasias, tais como leiomioma, leiomiossarcomas e carcinomas; úlceras gastrintestinais, em geral como resultado do uso de medicamentos, tais como glicocorticoide, salicilatos e anti-inflamatórios não esteroidais; doença intestinal inflamatória; e parasitas intestinais de equinos (N. americanus e Ancylostoma duodenale). Infestações graves por ectoparasitas sugadores, como pulgas e alguns piolhos, também podem levar à anemia ferropriva; uso excessivo de doadores de sangue também pode provocar sinais clínicos de anemia por deficiência grave de ferro, embora, em alguns casos, seja possível observar um grau de anemia muito discreto. Raramente a trombocitopenia ou os distúrbios hereditários de hemostasia podem levar à perda crônica de sangue ; sinais clínicos > palidez, letargia e fraqueza, e são variáveis, dependendo da causa primária da hemorragia. Achados laboratoriais > característica da anemia por deficiência de ferro é a diminuição do volume corpuscular médio (VCM) ou uma subpopulação de células microcíticas; Observa-se microcitose porque os precursores de eritrócitos continuam se dividindo na tentativa de obter o conteúdo máximo de hemoglobina; As divisões adicionais podem resultar em eritrócitos menores do que os normais; VCM de reticulócitos também está diminuído, pois o tamanho doeritrócito imaturo deficiente em ferro é menor do que o normal; Embora nesses pacientes se espere diminuição da CHCM, pois as células contêm menor teor de hemoglobina do que o normal, esse parâmetro encontra-se dentro do intervalo de referência norma l. exame de esfregaço sanguíneo é útil na definição do diagnóstico, principalmente nos estágios finais de anemia por deficiência de ferro; eritrócitos, na maioria das espécies, com exceção dos gatos, podem aparecer pálidos, com aumento do grau palidez central; às vezes, nota-se apenas uma fina borda de hemoglobina; É comum encontrar anormalidades de membrana, inclusive formação de ceratócitos e esquistócito, provavelmente devido à maior suscetibilidade à lesão oxidativa; eritrócitos apresentam-se delgados e é possível constatar células dobradas, particularmente em lhamas; Animais com anemia por deficiência de ferro em geral apresentam maior quantidade de plaquetas e algumas delas podem ser grandes. a anemia é regenerativa, mas pode tornar-se não regenerativa nos estágios finais. Ocasionalmente, a resposta da medula óssea pode ser inapropriada devido à anemia primária decorrente de doença inflamatória, pois vários animais apresentam, simultaneamente, inflamação induzida por lesões hemorrágicas ; trombocitose está presente em 50% dos pacientes com deficiência de ferro > O mecanismo pode estar relacionado com o aumento do teor de eritropoetina ou de citocinas. Cerca de um terço dos animais que apresentam hemorragia crônica manifestam hipoproteinemia, visto que, às vezes, a síntese de proteínas não consegue repor a perda proteica do sangue . há menor concentração sérica de ferro, menor saturação de transferrina (glicoproteína plasmática que transporta o ferro entre os compartimentos) e baixa reserva de ferro; ferro é armazenado na forma de ferritina e de hemossiderina. Embora a ferritina seja principalmente um composto de armazenamento intracelular de ferro, pode ser detectada no soro. No entanto, a hemossiderina é insolúvel e só pode ser detectada em células e tecidos corados. Desse modo, a reserva de ferro pode ser avaliada pela medição de ferritina sérica ou pela análise de aspirado de medula óssea, no qual se nota a ausência de hemossiderina nos macrófagos . difícil medir o teor sérico de ferritina; ela é uma substância espécie-específica e, como é uma proteína de fase aguda , tende a se elevar quando há inflamação ou doença hepática; Não há necessidade de corantes especiais para ferro; o baixo teor sérico de ferro em um paciente com VCM diminuído e anemia em geral é compatível com o diagnóstico de anemia por deficiência de ferro, havendo necessidade de diagnósticos adicionais para determinar as causa da hemorragia, tal como pesquisa de sangue oculto nas fezes. Tratamento - consiste em detectar e tratar a causa da hemorragia. Em neonatos deficientes em ferro é útil a aplicação intramuscular de ferro suplementar; Embora a administração oral de ferro suplementar seja um procedimento comum no tratamento de deficiência de ferro, provavelmente tem pouco valor, particularmente em cães e gatos, porque as rações comerciais destinadas aos animais de estimação em geral apresentam teor de ferro acima daquele capaz de ser absorvido pelo intestino. No entanto, a absorção intestinal desse mineral aumenta acentuadamente quando os animais apresentam deficiência de ferro; Os neonatos, em especial filhotes de gatos, não devem receber ferro suplementar via oral devido ao risco de intoxicação. Diagnóstico diferencial - Outras causas de microcitose - shunts portossistêmicos , que correspondem à conexão vascular entre a circulação portal e a sistêmica, com desvio do sangue portal. Nesses animais, a causa da microcitose está relacionada com anormalidades no metabolismo do ferro; Alguns desses pacientes podem apresentar verdadeira anemia por deficiência de ferro, em geral provocada por hemorragia gastrintestinal secundária às alterações de pressão no fígado . Quando presente, a anemia geralmente é discreta e, embora o teor sérico de ferro possa estar diminuído, em geral a reserva de ferro encontra-se normal ou discretamente aumentada. animais com anemia induzida por doenças inflamatórias geralmente manifestam anemia normocítica; no entanto, por vezes, o VCM encontra-se abaixo da faixa de normalidade. Enquanto nesses animais o teor sérico de ferro está diminuído, a reserva desse mineral encontra-se normal ou aumentada. Por fim, alguns cães da raça Japanese, Shiba e Akita normalmente apresentam microcitose. Esses animais não são anêmicos e seu metabolismo de ferro é normal; ● Hemólise -destruição de eritrócitos (hemólise) -pode ser intra ou extravascular e decorre de fatores intrínsecos (primários), tais como deficiências de membrana de enzima de origens hereditárias , ou de fatores extrínsecos (secundários), como hemoparasitas ou hemólise imunomediada ; - hemólise intravascular > representa a lise verdadeira de eritrócitos no sistema vascular; -hemólise extravascular > ocorre quando eritrócitos anormais são fagocitados por macrófagos, normalmente dentro do baço ou do fígado; -causas comuns > mecanismos imunomediados, parasitas de eritrócitos e medicamentos e substâncias químicas que produzem danos oxidativos, resultando em formação de corpúsculos de Heinz; -Causas pouco frequentes > hipofosfatemia, intoxicação por água em ruminantes jovens, bactérias ( Leptospira, Clostridium ) e doses excessivas de heparina, bem como deficiências de enzimas eritrocitárias e de membranas de origens hereditárias; ➔ Anemia hemolítica imunomediada ( AHIM) -é a consequência do aumento da destruição de eritrócitos, como resultado da ação de anticorpos contra eritrócitos ou da adesão de complexos imunes a eles . -doença que se caracteriza pela diminuição do número dos eritrócitos circulantes, decorrente de hemólise intra ou extravascular. -Considerada comum nos cães, e descrita com menor frequência em gatos -pode ter origem primária, ou seja, autoimune, ou secundária a diversas causas, dentre elas, infecciosas, neoplásicas ou induzidas por drogas ou alimentos, destruindo não só hemácias, mas plaquetas também; -Em geral, exibe regeneração marcante, com alto grau de policromasia (reticulocitose); -No entanto, em alguns casos , a anemia é “arregenerativa” devido à formação de anticorpos contra precursores de eritrócitos, com destruição de eritrócitos policromatofílicos ou de precursores de células imaturas . -início do quadro pode ser agudo ou gradativo. -classificada como primária (idiopática) ou secundária (quando há doençaconcomitante); -Muitas vezes, a causa não é determinada, mas, em alguns casos, pode estar relacionada com outras doenças ou eventos: i nfecções; outras doenças imunomediadas; vacinas com vírus vivo modificado; neoplasia, principalmente do sistema linfoide; picada de abelhas; intoxicação por zinco; e uso de medicamentos. - medicamentos > penicilina, cefalosporinas, sulfametoxazol-trimetoprima, levamisol e amiodarona; nesse caso, ocorre hemólise imunomediada devido à ligação direta do medicamento com os eritrócitos (penicilina) ou à formação de complexos imunes medicamento-anticorpos, que podem também se ligar aos eritrócitos; tipo mais comum em cães. relatos em equinos, bovinos e gatos. raças de cães mais comumente afetadas incluem Cocker Spaniel, Poodle e Collie, sendo a prevalência ligeiramente maior em fêmeas; -Em equinos > tem sido associada à administração de penicilina e outros antibióticos, com infecções por Clostridium e neoplasia; -Em gatos > comumente associada a infecção por Haemobartonella felis (Mycoplasma haemofelis), leucemia felina e doença linfoproliferativa e mieloproliferativa ; -Há relato de anemia hemolítica imunomediada em bovinos com anaplasmose, ocorrência que não surpreende, pois os anticorpos provavelmente são direcionados contra o hemoparasita; -mecanismo de hemólise > podem envolver eritrofagocitose ou hemólise intravascular; Os macrófagos têm receptores para anticorpos e para complemento (C3b) e a remoção dos eritrócitos pelos macrófagos ocorre em vários órgãos, incluindo o baço, a medula óssea e o fígado; eritrofagocitose parcial por macrófagos resulta na formação de esferócitos , uma das características AHIM; -destruição dos eritrócitos no interior dos capilares por ação das imunoglobulinas ou pelo sistema complemento é caracterizada como hemólise intravascular > pode causar uma enfermidade aguda, fraqueza súbita, anemia grave, choque, hemoglobinemia, hemoglobinúria e colapso; já a remoção dos eritrócitos pelo SMF no baço, pulmões, medula óssea, fígado e linfonodos caracteriza a hemólise extravascular > hemólise ocorre por formação de complexos antígeno-anticorpo que farão a captura antecipada dos eritrócitos pelo SMF, ou na presença do anticorpo (IgG), acarretando ao animal acometido quadros de febre, fraqueza, anemia, hepatoesplenomegalia e icterícia. Hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria também são observadas pelo aumento na formação de bilirrubinas não conjugada -Vários graus de leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda e monocitose são esperados nesta enfermidade > A anemia aguda estimula de forma inespecífica a medula óssea explicando a neutrofilia, no entanto, uma lesão inflamatória subjacente leva a um grau moderado a significativo e, uma trombocitopenia imunomediada comumente ocorre junto com uma anemia imunomediada; Observação de autoaglutinação ou esferócitos, ou ambos, em cães que não tenham recebido transfusão sanguínea recentemente, são sinais patognomônicos de AHIM - esferócitos têm aparência pequena, embora seu volume seja normal; como são esféricos, perdem a palidez central e parecem densos; têm meia-vida mais curta porque não são tão deformáveis quanto os eritrócitos em forma de discos bicôncavos normais; Apresentam maior fragilidade à solução salina, teste que pode ter valor diagnóstico; Esferócitos são difíceis de detectar em amostras cujos eritrócitos normalmente não exibam palidez central; No entanto, são facilmente detectáveis em cães; -Quando há fixação de complemento > resultando em dano à membrana pelos complexos formados, ocorre lise intravascular; são constatados eritrócitos “fantasma” no esfregaço sanguíneo; hemoglobinemia, hemoglobinúria, hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria estão frequentemente presentes; -anticorpos associados à AHIM são geralmente IgG ou IgM, também havendo relato de adesão de IgA aos eritrócitos. -Em geral, os anticorpos ligam-se às glicoproteínas das membranas dos eritrócitos. Caso haja envolvimento de IgM, será possível observar uma aglutinação de eritrócitos no esfregaço sanguíneo com possível visualização macroscópica no frasco de sangue. A IgG é, por vezes, referida como anticorpo incompleto, pois em geral não ocasiona hemólise intravascular ou aglutinação; o ideal é predispor à eritrofagocitose pelos macrófagos. -A presença de anticorpos pode ser detectada pelo teste de Coombs > Uma antiglobulina espécie-específica (soro de Coombs) é adicionada a uma suspensão de eritrócitos lavada em solução salina. Caso os eritrócitos estejam recobertos com anticorpos, ocorrerá aglutinação. Portanto, estando presente a aglutinação, o teste de Coombs não é indicado. Em alguns casos, nos quais se constata aglutinação, o teste de Coombs é falsamente negativo, presumivelmente porque o anticorpo IgM é eluído dos eritrócitos durante o processo de lavagem; em animais domésticos tem várias limitações devido à alta frequência de 1. resultados falso-negativos > decorrem da pequena quantidade de anticorpos ligados aos eritrócitos; da inadequada proporção antiglobulina:anticorpo; da não inclusão de medicamentos suspeitos de induzir a resposta do anticorpo; e da temperatura inapropriada. 2. resultados falso-positivos > quando vários tipos de doença induzem a formação de complexos imunes ou de complementos que se ligam aos eritrócitos sem resultar em anemia; muito comuns em gatos; -tratamento prévio com glicocorticosteroides podem ocasionar resultados negativos; a transfusão sanguínea prévia pode levar a um resultado positivo. -Às vezes, anticorpos contra eritrócitos são classificados como quentes, mais comumente, ou frios, mais raramente; a AHIM é causada por anticorpos que reagem com os eritrócitos em temperaturas ≥ 37° C (anemia hemolítica de anticorpos quentes) ou < 37° C (doença da aglutinina fria); 1. anticorpos quentes: reagem de maneira mais forte em temperatura corporal 2. anticorpos frios: reagem com maior intensidade em baixas temperaturas; - doença de aglutinina fria - pode resultar em aglutinação de eritrócitos nas extremidades distais, como as pinas, ponta da cauda, nariz e dígitos, com posterior obstrução de pequenos vasos e necrose; Às vezes, a AH está associada a essa síndrome, descrita no cão e no gato; -Sinais clínicos e achados laboratoriais > variáveis; letargia, esplenomegalia, febre e icterícia, além de outros sinais gerais associados à anemia, como palidez de mucosas, febre, vômito, diarreia, alteração na coloração da urina, hepatoesplenomegalia, sopro cardíaco sistólico em casos de anemias graves, ocasionalmente poliúria e polidipsia e, linfoadenomegalia, intolerância ao exercício, dispneia, taquicardia e sopro cardíaco sistólico, no caso de anemia grave; animais comanemia aguda podem apresentar colapso, enquanto os animais com quadro anêmico de início mais gradativo podem se adaptar à anemia e manifestar sinais clínicos menos graves; sempre incluem diminuição do volume globular, da contagem de eritrócitos e da concentração de hemoglobina ; Quando há hemólise intravascular, pode haver também hemoglobinemia, hemoglobinúria, hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria; teor de hemoglobina pode estar falsamente aumentado em relação ao volume globular, com falso aumento da CHCM; quase sempre revela esferocitose, que é o achado laboratorial mais útil no diagnóstico desses pacientes; Pode haver aglutinação e a contagem de plaquetas em geral estará diminuída devido à destruição imunomediada concomitante (síndrome de Evans) ou à coagulopatia intravascular disseminada (CID); aglutinação pode ser tão acentuada que é possível visualizá-la macroscopicamente no esfregaço sanguíneo ou na parede de tubo com EDTA. Se a aglutinação estiver presente, o VCM pode estar falsamente aumentado, pois os eritrócitos aglutinados (duplos ou triplos) podem ser contados como células grandes; VCM também pode estar aumentado quando houver reticulocitose; resposta leucocitária quase sempre é inflamatória, com neutrofilia madura, aumento da população de bastonetes e monocitose; Acredita-se que essa resposta inflamatória decorra da liberação de fatores estimuladores de colônias pelos macrófagos ativados. Recentemente, correlacionou-se o grau de neutrofilia, bem como o aumento de neutrófilos imaturos e a extensão da lesão tecidual secundária, à hipoxia e à doença tromboembólica; Pode haver azotemia pré-renal e, no caso de hemólise intravascular grave, azotemia renal ; -A insuficiência renal aguda pode ser causada pela deposição de complexos antígeno-anticorpos na membrana eritrocitária ou pelo efeito tóxico direto da hemoglobina livre nas células dos túbulos renais; - pacientes em que a anemia é não regenerativa > parada da maturação da série eritroide, frequentemente no estágio de rubrícito, devido à destruição de eritrócitos mais maduros; diminuição ou a ausência da população de metarrubrícitos e de eritrócitos policromatofílicos e, ocasionalmente, pode-se verificar aumento da eritrofagocitose e da fagocitose de eritrócitos nucleados - Como a ocorrência de CID subclínica ou clínica está comumente associada à AHIM, outros testes laboratoriais que podem estar alterados são aqueles utilizados para diagnosticar CID > prolongamento do tempo de tromboplastina parcial ativada e do tempo de protrombina, menor atividade antitrombina, aumento do teor de produtos da degradação de fibrina/fibrinogênio e aumento da concentração do dímero D; -Diagnóstico diferencial: anemia hemolítica imunomediada é facilmente diferenciada de outros tipos de anemia hemolítica pela presença de esferócitos em AHIM; No entanto, ocasionalmente, esferócitos podem ser vistos em cães picados por cascavel ; embora esferoequinócitos e equinócitos tipo III sejam frequentemente constatados em cães envenenados por cascavel, raramente se notam esferócitos após o desaparecimento das alterações equinocitárias; OBS: Não está claro se o cão picado por cascavel e que apresenta esferócitos tem anemia hemolítica imunomediada ou se a formação de esferócitos decorre simplesmente como resultado de alterações da membrana, secundárias à ação da fosfolipase presente no veneno de serpente. Esferócitos, junto a esferoquinócitos e a equinócitos do tipo III, também podem ser observados em equinos com infecção por clostrídios, provavelmente devido à hidrólise de fosfolipídios da membrana eritrocitária (esfingomielina e lecitina), pela fosfolipase bacteriana, originando lisolecitina, uma substância equinogênica. Esses casos podem ser confusos, pois, em equinos, as infecções por clostrídios têmsido associadas à anemia hemolítica imunomediada, diagnosticada pela presença de esferócitos, autoaglutinação e teste de Coombs positivo. No entanto, a liberação de toxinas pelos clostrídios também pode induzir diretamente hemólise. Também é possível que as fosfolipases sejam capazes de provocar hemólise imunomediada, provavelmente em decorrência da adesão de anticorpos à membrana do eritrócito anemia hemolítica imunomediada pode ser erroneamente diagnosticada em equinos que apresentam anemia por corpúsculo de Heinz , possivelmente porque o colapso da membrana do eritrócito, seguido da formação de excentrócito, resulta em eritrócitos semelhantes aos esferócitos. No entanto, uma explicação alternativa é a de que a hemólise imunomediada de eritrócitos com formação de esferócitos pode realmente ocorrer, uma vez que a formação de corpúsculo de Heinz pode resultar em aglomerado de proteínas banda 3, com agregação de anticorpos secundários. A formação de esferócitos após picada de abelha pode ser induzida pela melitina, uma substância agregadora banda 3, ou pela fosfolipase, ambas presentes no veneno de abelhas . Essa substância apresenta uma importante função na hemólise imunomediada e na formação de esferócitos nesses pacientes. Observa-se a formação de esferócitos secundária à agregação de proteínas banda 3 em cães intoxicados por zinco > cães com esse tipo de intoxicação apresentam resultados negativos ao teste de Coombs; acredita-se que, durante o processo de lavagem de eritrócitos, o zinco seja removido, a substância banda 3 retome uma distribuição dispersa e os anticorpos sejam eluídos, resultando em teste negativo; animais que tenham recebido transfusões de sangue incompatível podem desenvolver algum grau de AHIM e esferócitose; animais que apresentarem fragmentação de eritrócitos podem exibir esferocitose, pois pode haver “união” dos fragmentos, assemelhando-se a pequenos esferócitos; deficiência de espectrina tem sido relatada em alguns cães da raça Golden Retriever na Holanda; no entanto, nem todos os cães afetados apresentavam esferocitose e AHIM. -Prognóstico: taxa de mortalidade variável (entre 25 e 50%) ; tromboembolismo é um achado comum em cães que acabam morrendo; É bastante comum a ocorrência de recidiva de AHIM ou de outros distúrbios imunomediados, como trombocitopenia. -Tratamento: emprego de glicocorticosteroides (geralmente de 1 a 2 mg de prednisona/kg/12 h, VO), que reduz a produção de anticorpos, a atividade de células T e a ação dos macrófagos; Costuma-se utilizar dexametasona em equinos; há relatos de uso em bovinos. Entre as desvantagens de glicocorticoides incluem-se predisposição do paciente a infecção, doença tromboembólica, poliúria e polidipsia; associação de medicamentos pode ser justificada em cães que não respondam ou sejam intolerantes aos glicocorticoides. Pode-se empregar azatioprina, danazol, ciclosporina, ciclofosfamida, solução de hemoglobina bovina ou imunoglobulina humana. No entanto, em um estudo retrospectivo, não houve diferença na taxa demortalidade com uso de vários fármacos imunossupressores e o emprego isolado de glicocorticoides; o danazol, um andrógeno sintético, e a ciclosporina, um inibidor da resposta imune, não resultam em benefícios em relação à redução da taxa de mortalidade. Alguns medicamentos imunossupressores, exceto os glicocorticoides, podem prejudicar a ação medular, resultando em perda transitória da resposta regenerativa; além disso, alguns fármacos podem não ser efetivamente metabolizados em animais com anemia grave, tornando-os mais tóxicos do que o usual. Indica-se a fluidoterapia principalmente a pacientes com hemólise intravascular; a acidose láctica secundária à anemia deve ser corrigida ; Em geral, os cães respondem à terapia de glicocorticoides em até 1 semana, embora informações casuais sugiram que os cães que apresentam anticorpos contra precursores eritrocitários podem demorar mais tempo para responder ao tratamento; dose de glicocorticoides deve ser diminuída gradativamente à medida que ocorre aumento do hematócrito; às vezes, pode ser interrompida durante 2 ou 3 meses após o retorno do hematócrito ao valor normal . No entanto, em alguns casos, talvez seja necessário realizar o tratamento com baixa dose de prednisona ou prednisolona (0,5 mg/kg, via oral, em dias alternados) por tempo indeterminado; Indica-se transfusão sanguínea apenas quando houver absoluta necessidade devido à anemia com risco de morte. Em geral, a esplenectomia não é benéfica a longo prazo ; a remoção do baço resulta na diminuição de tecido eritropoético e pode predispor os cães à infecção por Mycoplasma haemocanis. No entanto, isso é controverso, pois, em um estudo recente, a esplenectomia foi associada à melhora na recuperação em cães. Causas: ★ Isoeritrólise neonatal -forma de anemia hemolítica imunomediada que acomete animais recém-nascidos, decorrente da ação de anticorpos maternos contra o antígeno do grupo sanguíneo do neonato, presente nos eritrócitos dele, e posterior hemólise . -Os anticorpos maternos costumam ser produzidos após a sensibilização da mãe com eritrócitos de grupo sanguíneo incompatível, normalmente com sangue do feto da prenhez anterior, que alcança a circulação materna; às vezes, ela pode ser induzida por vacinas que contenham eritrócitos ou por transfusão de sangue inapropriada; -mais comum em potros de éguas e mulas; raramente ocorre em filhotes de cães e gatos, leitões e bezerros; gatas têm uma particularidade, visto que os anticorpos contra eritrócitos de seus filhotes podem ser produzidos sem exposição prévia da gata a eritrócitos incompatíveis; o anticorpo materno alcança o sangue do neonato após a ingestão de anticorpos colostrais; - animais acometidos são normais no nascimento; porém, em 24 a 48 h manifestam fraqueza, letargia, palidez e anemia, com icterícia e dispneia ; hemoglobinúria e hemoglobinemia , esplenomegalia e a hepatomegalia ; pode haver trombocitopenia e CID. -diagnóstico baseia-se na confirmação da presença de anticorpos maternos nos eritrócitos de neonatos por meio do teste de Coombs ou mediante teste hemolítico . -sangue de éguas prenhes pode ser testado 2 semanas antes da parição, a fim de pesquisar a presença de anticorpos para avaliar a probabilidade de ocorrência de isoeritrólise neonatal nos potros; Caso as fêmeas sejam sensíveis, seu colostro não deve ser fornecido ao potro nas primeiras 48 h após o nascimento, substituindo-o por colostro de outra égua. -Tratamento > transfusão de sangue quando o animal apresentar anemia grave; Caso se utilize o sangue da égua, os eritrócitos devem ser muito bem lavados para remover o plasma que contém os anticorpos; glicocorticóides podem ser úteis na redução da taxa de depuração de eritrócitos revestidos por anticorpos; ★ Hemoparasitas -microrganismos que infectam diretamente os eritrócitos podem provocar em hemólise intravascular ou extravascular; alguns deles podem não causar anemia hemolítica. -detecta-se por análise de esfregaço sanguíneo. - maioria causa anemia devido à hemólise extravascular imunomediada ; -Anticorpos contra os microrganismos, complexos imunes ou complementos ligam-se aos eritrócitos, resultando em fagocitose por macrófagos; No entanto, as espécies de Babesia e Theileria causam hemólise intravascular . ➔ Micoplasmas hemotróficos -bactérias pleomórficas que parasitam eritrócitos de muitas espécies de animais domésticos. -gram-negativos, pequenos, não possuem parede celular; -aderem frouxamente à superfície da membrana eritrocitária e, em várias espécies, desprendem-se facilmente, atingindo o plasma. -eram enquadrados no gênero Haemobartonella ou Eperythrozoon, com base na ocorrência em“formas de anéis” e na sua presença livre no plasma. Quando satisfaziam ambos os critérios, eram enquadrados no gênero Eperythrozoon. Atualmente, esses critérios são considerados inconsistentes e arbitrários. Antigamente, esses microrganismos eram classificados como riquétsias; porém, com base na análise do sequenciamento do gene rRNA 16S, foram reclassificados como membros do gênero Mycoplasma. -Dos micoplasmas felinos, M. haemofelis é a espécie mais patogênica e causa anemia hemolítica em gatos imunocompetentes. presença de Candidatus mycoplasma turicensis e Candidatus Mycoplasma haemominutum nem sempre está associada à anemia. - Haemobartonella canis foi renomeada para Mycoplasma haemocanis . -Eperythrozoon suis, E. wenyoni e E. ovis foram renomeados para Mycoplasma haemosuis, M. wenyonii e Candidatus Mycoplasma ovis , respectivamente. -Eperythrozoon em alpacas e lhamas, anteriormente não identificado, foi nomeado Candidatus mycoplasma haemolamae. -Mycoplama haemofelis > Antigamente conhecido como Haemobartonella felis; pequenos bastonetes ou anéis de coloração azul escuro na superfície de eritrócitos; eritrócitos encontram-se achatados; Pode haver aglutinação de eritrócitos, pois a presença do microrganismo neles resulta em anemia hemolítica imunomediada; é altamente patogênico e pode causar grave anemia hemolítica; transmitido pelo sangue infectado, possivelmente por artrópodes que se alimentam de sangue, como pulgas e carrapatos, por mordidas de gato e pela exposição iatrogênica; também é transmitido pelas gatas aos seus filhotes no útero, ao nascimento ou pelo aleitamento; parasitemia é intermitente, tornando difícil o diagnóstico pelo esfregaço sanguíneo; Há disponibilidade de um teste de PCR mais confiável do que a avaliação do esfregaço sanguíneo; sinais clínicos > anemia, esplenomegalia, febre, letargia e, às vezes, icterícia. Doença concomitante, imunossupressão ou esplenectomia podem predispor os animais à infecção aguda. A anemia é regenerativa,a menos que haja uma doença primária que iniba a eritropoese, frequentemente relacionada com o vírus da leucemia felina; tratamento consiste em transfusão de sangue quando houver anemia grave. A prednisona (2 mg/kg/12 h, por via oral) suprimirá a destruição imunomediada de eritrócitos. A doxiciclina (2 a 5 mg/kg/12 h, via oral, durante 3 semanas) é eficaz contra o microrganismo; porém, os gatos que se recuperam muitas vezes se tornam portadores latentes. A intoxicação por doxiciclina pode provocar febre, distúrbios gastrintestinais e, raramente, a formação de estenose de esôfago; enrofloxacino (5 a 10 mg/kg/24 h, via oral), antibiótico da família das fluoroquinolonas antimicoplasma, tem demonstrado ser eficaz no tratamento contra Mycoplasma haemofelis; entretanto, uma complicação que ocorre raramente é a cegueira aguda. -Mycoplasma haemocanis > anteriormente conhecido como Haemobartonella canis; microrganismo oportunista que em geral causa doenças apenas em cães esplenectomizados ou severamente imunodeprimidos; cães que são esplenectomizados desenvolvem infecções ativas quando recebem transfusão com sangue infectado ou caso sejam portadores de infecção latente; A infecção ativa pode se manifestar dias ou semanas após a esplenectomia. O microrganismo parece diferente do Mycoplasma haemofelis, visto que se apresenta como pequenas cadeias de cocos na superfície do eritrócito. Essa cadeia em geral se ramifica em formato de Y; sinais clínicos incluem os de anemia; raramente nota-se icterícia; tratamento consiste na administração de 5 mg de doxiciclina/kg, via oral, 2 vezes/dia, durante 3 semanas. -Candidatus Mycoplasma haemominutum e Candidatus Mycoplasma haematoparvum > também foram relatados em cães; -Hemoplasmas de ruminantes > * Mycoplasma wenyonii → anteriormente conhecido como Eperythrozoon wenyonii;msemelhante ao Mycoplasma haemocanis de cães; em geral causa anemia grave apenas em bovinos imunodeprimidos ou esplenectomizados. O microrganismo pode ser transmitido iatrogenicamente pelo uso comum de seringa e agulha em vários animais em confinamento. Em bovinos não anêmicos pode-se observar grande número de organismos em esfregaços sanguíneos, vários deles livres no plasma; síndrome em bovinos altamente infectados, cujos sinais incluem edema e linfadenopatia. *Embora o hemoplasma de ovinos e caprinos, anteriormente conhecido como Eperythrozoon ovis, em geral não seja considerado patogênico em adultos, seu envolvimento como causa de anemia em cordeiros é controverso. Foi renomeado para Mycoplasma ovis . * Mycoplasma haemosuis Anteriormente conhecido como Eperythrozoon suis, é um patógeno dos suínos muito jovens, assim como a suínos esplenectomizados; provoca anemia hemolítica grave e, às vezes, morte; Em animais mais velhos, a infecção ocasiona baixo ganho de peso. Os microrganismos assemelham-se àqueles de bovinos; vários deles encontram-se livres no esfregaço sanguíneo; leitões são tratados com dose única de oxitetraciclina de longa duração (25 mg). Às vezes, adiciona-se tetraciclina à ração de suínos para evitar a forma aguda da doença. * Candidatus Mycoplasma haemolamae >> hemoplasmas que infectam lhamas e alpacas parecem ser oportunistas; proliferam em animais fracos e em geral causam apenas anemia discreta. O microrganismo assemelha-se àquele que infecta bovinos -Anaplasmose bovina >> causada pela riquétsia intraeritrocitária Anaplasma marginale > transmitida por carrapato; ocorrência mundial; pequenas inclusões azul-escuras nas margens dos eritrócitos; Anaplasma centrale > menos patogênica, encontrada na América do Sul, Oriente Médio e África do Sul; localizado em posição mais central nos eritrócitos; infecção pelo microrganismo pode causar anemia hemolítica fatal; animais mais velhos são mais gravemente afetados; mecanismo fisiopatogênico da anemia pode ser imunomediado. Bovinos não tratados e que sobrevivem à infecção podem se tornar hospedeiros crônicos. diagnóstico pode ser definido por PCR e pelo exame de esfregaço sanguíneo; tratamento consiste no uso de oxitetraciclina de longa duração; o método mais eficiente de controle de anaplasmose é a vacinação com Anaplasma centrale vivo, capaz de induzir proteção significativa contra cepas de A. marginale mais patogênicas. No entanto, esses métodos de controle têm numerosas limitações; Anaplasma ovis > em caprinos e ovinos; provoca anemia hemolítica; microrganismo assemelha-se ao A. marginale; transmitido por carrapatos, picadas de moscas e iatrogenicamente; -Babesiose > Várias espécies de babésia causam anemia hemolítica e trombocitopenia ; Babesia canis e B. gibsoni são patogênicas em cães; B. bovis e B. bigemina , infectam bovinos; B. equi e B. caballi acometem equinos; B. ovis e B. motasi infectam ovelhas; e B. cati, B. felis, B. herpailuri e B. pantherae acometem gatos. hemoprotozoários; transmitidas por vários tipos de carrapatos; principal causa de hemólise intravascular e extravascular ; outras - transmissão transplacentária e contaminação por sangue infectado; Babesia spp. - formas grandes e pequenas . 1. grandes babésias > B. canis, B. caballi e B. bigemina; assemelham-se a inclusões ovais, individuais, em pares ou tétrades, de coloração ligeiramente basofílica, com núcleo excêntrico; 2. pequenas babésias > pequena; arredondadas; causa doença grave, inclusive anemia hemolítica, icterícia, vasculite, trombocitopenia, hepatite, glomerulonefrite e linfadenopatia reativa . babesiose pode ser diagnosticada por meio de esfregaço sanguíneo ou do exame do creme leucocitário obtido a partir da centrifugação do sangue; entretanto, um teste PCR é mais sensível e específico; Como a maior parte dos cães é positiva ao teste de Coombs e muitos apresentam autoaglutinação, deve-se considerar a AHIM como diagnóstico diferencial; comum ocorrer hiperglobulinemia, trombocitopenia, neutropenia ; portanto, a erliquiose também deve ser considerada no diagnóstico diferencial , visto que tais achados laboratoriais também são comuns nessas doenças. tratamento consiste no uso de dipropionato de imidocarbe (Imizol, Shering-Plough, Union, New Jersey); dosagem - 6,6 mg/kg IM, aplicando uma segunda dose 2 semanas depois. O aceturato de diminazeno também é eficaz, mas não está disponível nos EUA. Após o tratamento, a maioria dos cães permanece como hospedeiro crônico. - Theileriose Theileria parva > causadora da febre da Costa Leste Africana, e T. annulata são protozoários que podem provocar anemia hemolítica em bovinos; transmitidos por carrapatos; linfócitos são as primeiras células infectadas pelos esporozoítos, que dão origem a esquizontes, dos quais os merozoítos são liberados e infectam os eritrócitos. microrganismos são pequenos, formato deanel de sinete ou de vírgula; -Theileria lestoquardi > provoca anemia hemolítica em ovinos e caprinos criados no sul da Europa, no Oriente Médio e norte da África; -Citauxzoonose felina > causada pelo Cytauxzoon felis; protozoário pertencente à mesma família da Theileria; Semelhantes a Theileria, os merozoítos (piroplasmas) infectam eritrócitos, enquanto que em um estágio tecidual os esquizontes infectam e preenchem os macrófagos e os vasos sanguíneos adjacentes em todo o corpo; doença fatal, resultando em trombose de diversos vasos devido à oclusão vascular por macrófagos distendidos; achados clínicos > letargia aguda, anorexia, febre e icterícia ; Apesar de o microrganismo causar anemia hemolítica, ela frequentemente é do tipo não regenerativa e pode ser acompanhada por leucopenia e trombocitopenia; diagnóstico baseia-se na identificação de piroplasmas em forma de anel de sinete nos eritrócitos no esfregaço sanguíneo, em uma fase relativamente final da doença ou na constatação de esquizontes em macrófagos no exame citológico de baço, fígado, linfonodo ou aspirado de medula óssea, ou através de análise de PCR, que é um teste muito sensível e específico; transmitido por carrapatos; embora possa ocorrer eritroparasitemia após a inoculação de sangue, não há desenvolvimento do estágio tecidual do microrganismo nem da doença; Linces, panteras e pumas, que atuam como reservatórios naturais, em geral apresentam infecção assintomática persistente, embora os linces ocasionalmente desenvolvam doença fatal; Medicamentos antiprotozoários > como dipropionato (Imizol) e aceturato de dimanazino (Ganaseg, Berenil), às vezes são eficazes no tratamento contra o microrganismo; ★ Anemia por corpúsculos de Heinz -eritrócitos são particularmente sensíveis à lesão oxidativa porque transportam oxigênio e, além disso, são expostos a várias substâncias químicas no plasma; - produtos oxidantes constantemente produzidos pelo organismo: peróxido de hidrogênio (H2O2), radical superóxido (O2–) e radicais hidroxilas (OH). Quando a oxi-hemoglobina é transformada em metemoglobina (da forma férrica para forma ferrosa), os radicais superóxidos reagem com o peróxido de hidrogênio, originando radicais hidroxila. Em seguida, ocorre a formação de hemicromos reversíveis e irreversíveis. Os hemicromos reversíveis incluem hidróxido de hemoglobina e ferri-hemocromo de di-histidina. Eles podem se transformar novamente em metemoglobina e hemoglobina reduzida. Caso sejam formados hemicromos irreversíveis, persiste a desnaturação da hemoglobina, formando-se agregados de hemicromos irreversíveis. Esses agregados são denominados corpúsculos de Heinz; -corpúsculos de Heinz surgem como pequenas estruturas pálidas excêntricas nos eritrócitos e podem projetar-se ligeiramente pela margem dos eritrócitos -estruturas grandes e individuais em eritrócitos de gatos e pequenos e múltiplos em eritrócitos de cães; -Quando corados com corantes vitais, como o novo azul de metileno ou azul cresil brilhante, aparecem como estruturas azuladas -Corpúsculos de Heinz (pontas de seta) são muito aparentes nas células fantasmas; -grupos sulfidrila da região globina da molécula também são sensíveis à lesão oxidativa; embora possa haver formação de corpúsculos de Heinz a partir de oxidação desses grupos, a formação de hemicromo provavelmente é mais importante. complexo formado por essa proteína e o hemicromo faz com que ele forme aglomerados na parte interna e externa do eritrócito. O aglomerado externo de banda 3 origina um local de reconhecimento para autoanticorpos. Desse modo, os eritrócitos com anticorpos aderidos são fagocitados pelos macrófagos. O aglomerado de proteína banda 3 e os autoanticorpos associados podem ser a melhor explicação para a formação, também, de esferócitos e de aglutinação em animais que apresentam corpúsculos de Heinz , ocorrência descrita nos casos de intoxicação por zinco e por azul de metileno em cães e por folhas de bordo-vermelho em equinos; -eritrócitos podem ter aparência de esferócitos devido ao colapso da membrana eritrocitária, seguido da formação de excentrócitos; -Algumas substâncias oxidantes podem influenciar o citoesqueleto dos eritrócitos, resultando em excentrócitos, sem formação de corpúsculos de Heinz. As características dos excentrócitos incluem desvio de hemoglobina para um lado da célula, perda da palidez central normal do eritrócito e uma zona clara delineada por uma membrana; -corpúsculos de Heinz também podem ser removidos pelo baço; a porção remanescente dos eritrócitos retorna à circulação. O hemicromo ligado à membrana dos eritrócitos também pode estimular a proteólise, contribuindo para a perda da integridade da membrana eritrocitária. A lesão oxidativa ocorre quando enzimas e substratos que participam da reversão dos processos oxidativos se esgotam ou se encontram ausentes ou inibidos . -Quando há alto teor de substâncias oxidantes, ocorre maior formação de metemoglobina. Outras enzimas também protegem os eritrócitos contra danos oxidativos. Entre elas estão: superóxido dismutase (SOD), uma enzima que contém zinco e cobre e que converte o superóxido em peróxido de hidrogênio e água; e fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídio ( NADPH ), que mantém a glutationa em estado reduzido, glicose-6-fosfato desidrogenase, que desempenha papel importante nas etapas iniciais da via metabólica. A glutationa tem um grupo sulfidrila facilmente oxidável, que atua como radical livre, com intuito de neutralizar a lesão oxidativa. A glutationa peroxidase catalisa a conversão de peróxido de hidrogênio em água, originando glutationa oxidada, que, por sua vez, é reduzida pela glutationa redutase. O selênio é um componente importante da glutationa peroxidase. catalase - converte o peróxido de hidrogênio em água e O2 -gatos são mais suscetíveis à formação de corpúsculos de Heinz do que outras espécies de animais domésticos por diversas razões, inclusive pela diferença na estrutura de sua hemoglobina; além disso, gatos normais têm uma pequena porcentagem de eritrócitos circulantes que contêm corpúsculos de Heinz; hemoglobina felina tem oito grupos sulfidrilas, comparada aos quatro grupos em cães e aos dois na maioria das outras espécies. - causas de lesão oxidativa aos eritrócitos que resultam na formação de corpúsculos de Heinz ou excentrócitos > medicamentos e substâncias químicas oxidantes, plantas que contêm compostos oxidantes e deficiências enzimáticas e nutricionais hereditárias . -maioria dos compostos oxidantes que resultam na formação também provoca a metemoglobinemia que, quando grave, caracteriza-se pela coloração amarronzada de sangue e pela cianose; ➔ Plantas- Família Allium (cebola, cebolinha e alho) - ingestão pode causar anemia por corpúsculos de Heinz e em formação de excentrócitos; -Fontes de cebola e alho incluem restos de cebolas, para bovinos e ovinos, cebolas silvestres para equinos e cebolas cruas, cozidas ou desidratadas e alimentos que contenham cebola ou alho em pó para cães e gatos; - compostos oxidantes em cebola e alho são sulfetos alifáticos, que diminuem a atividade da glicose-6-fosfato desidrogenase dos eritrócitos que, por sua vez, restringe a regeneração da glutationa reduzida necessária para a prevenção da desnaturação oxidativa da hemoglobina; -Embora o fornecimento de refugos de cebolas domésticas (Allium cepa) pareça razoavelmente seguro para ovinos, os bovinos podem se intoxicar. -Embora ocorra diminuição do hematócrito devido à hemólise associada aos corpúsculos de Heinz, o valor do hematócrito retorna ao normal dentro de 30 dias após a interrupção do fornecimento de cebola. - ingestão de cebola é a causa mais comum de formação de corpúsculos de Heinz e de excentrócitos em cães, sendo causa relativamente comum de anemia clínica e subclínica. - eritrócitos com altas concentrações de glutationa reduzida, como aquelas constatadas em alguns cães da raça Japanase Shiba , podem ser mais suscetíveis à lesão oxidativa induzida por cebolas. - alho também induz a formação corpúsculo de Heinz e de excentrócitos em cães. A ingestão de sopa de cebola e de alimento que contenha cebola em pó também ocasiona anemia por corpúsculo de Heinz em gatos. ➔ Brassica (repolho, couve-galega, colza) -ingestão pode resultar em anemia por corpúsculo de Heinz em ruminantes. -contêm sulfóxido de S-metil-L-cisteína, que é metabolizado pelas bactérias ruminais em dimetil dissulfeto, uma substância oxidante, pelas bactérias do rúmen. As espécies de Brassica não apenas contêm alto teor de enxofre, o que reduz a disponibilidade de cobre, mas também apresentam baixa concentração de cobre e zinco > Essa deficiência de cobre pode desempenhar papel importante na lesão oxidativa da hemoglobina. -gravidade da anemia por corpúsculos de Heinz é proporcional à quantidade de Brassica na dieta. ➔ Folhas murchas de bordo-vermelho (Acer rubrum) -ingestão de folhas murchas ou secas de bordo-vermelho pode causar grave anemia por corpúsculos de Heinz e morte em equinos, pôneis, lhamas e zebras; -achados > formação de excentrócitos e hemólise, sem a ocorrência simultânea de corpúsculos de Heinz; metemoglobinemia, hemoglobinúria, nefrose hemoglobinúrica e necrose hepática; -composto oxidante ácido gálico, provoca rápida depleção de glutationa; -terapia: consiste em ácido ascórbico (vitamina C - atua como um interceptador de oxigênio e como um eliminador de radicais livres; protege as células da destruição ou da alteração pela oxidação), líquidos e transfusões de sangue, quando necessárias; ➔ Paracetamol (acetaminofeno) - causa mais comum de anemia por corpúsculos de Heinz em gatos; - Parte do paracetamol é metabolizada pela conjugação com glicuronídio; os gatos têm capacidade limitada para formar glicuronídios, provavelmente devido à baixíssima atividade da enzima hepática paracetamol UDP-glicuronosiltransferase, resultando em aumento da concentração de metabólitos oxidantes de paracetamol; Como consequência, tem-se que a menor atividade de glutationa é diminuída e ocorrem lesões oxidativas aos eritrócitos; - achados > metemoglobinemia, associada à coloração amarronzada do sangue e cianose, além de necrose hepática; menor atividade de glutationa é diminuída e ocorrem lesões oxidativas aos eritrócitos; -tratamento consiste no fornecimento de doadores de glutationa, tais como N-acetilcisteína, por via oral; -também ocorre em cães; nessa espécie, a dose tóxica é de cerca de 150 mg/kg de peso corporal. ➔ Propilenoglicol -utilizado como aditivo em alimentos semi-úmidos destinados aos animais de estimação e às vezes induz a formação de corpúsculos de Heinz em gatos, mas não causa anemia quando ingeridos em pequenas quantidades. https://meusanimais.com.br/caes-paraliticos-conseguem-andar-gracas-as-celulas-seus-focinhos/ -Ainda que não ocorra anemia evidente, os eritrócitos com corpúsculos de Heinz têm meia-vida reduzida. ➔ Zinco - ingestão de materiais que contenham zinco, inclusive moedas , cujo peso corresponde a 98% de zinco, outros objetos metálicos, como porcas e parafusos, e unguento composto por óxido de zinco foi determinada como causa de anemia por corpúsculos de Heinz em cães; -esse mineral está envolvido na agregação de proteínas de banda 3. Como consequência, pode ocorrer opsonização de anticorpo e formação de esferócitos, resultando em diagnóstico errôneo de anemia hemolítica imunomediada. ➔ Cobre -toxicose cúprica em ruminantes; especialmente em ovinos -resulta em anemia por corpúsculos de Heinz -acumula-se no fígado > esse cobre é liberado após estresse, resultando em crise hemolítica; -deficiência tem sido associada à formação de corpúsculos de Heinz. ➔ Deficiência de selênio -em ruminantes, associada ao pastejo em solos com deficiência de selênio em certas partes do mundo, - anemia por corpúsculos de Heinz. -também está associada à menor atividade da glutationa peroxidase em eritrócitos de seres humanos que vivem em áreas com deficiência de selênio -Especula-se que a redução da atividade da glutationa peroxidase possa estar envolvida na fisiopatogenia da anemia por corpúsculos de Heinz em bovinos com deficiência de selênio. ➔ Azul de metileno -historicamente utilizado como antisséptico urinário para gatos; - uso prolongado resulta em anemia por corpúsculos de Heinz. -é a droga de escolha para o tratamento dos níveis de metemoglobina em seres humanos e na maioria dos animais domésticos. ➔ Óleo cru -ingestão de óleo cru por aves marinhas resulta em anemia por corpúsculos de Heinz , uma das principais manifestações da intoxicação de pássaros pela ingestão de óleo cru. -Várias outras substâncias químicas, tais como naftaleno , um ingrediente da naftalina; propofol , um anestésico intravenoso; fenazopiridina , um analgésico urinário; fenotiazina , um anti-helmíntico; ecabapido , um fármaco gastroprocinético; benzocaína , um anestésico local; e fenilidrazina , um composto oxidante comumente utilizado para induzir anemia hemolítica experimentalmente, causam anemia por corpúsculos deHeinz. -Sprays de pulverização que contenham tiol e outros agentes oxidantes também têm sido relatados como causadores de anemia por corpúsculos de Heinz em cães. ➔ Doenças - Nota-se maior formação de corpúsculos de Heinz em doenças específicas de gatos, o que pode contribuir na instalação de anemia. - Diabetes melito, hipertireoidismo e linfoma têm sido correlacionados à formação dos corpúsculos de Heinz. Gatos com cetoacidose apresentam quantidade significativamente maior de corpúsculos de Heinz em comparação aos gatos diabéticos sem cetoacidose. diretamente relacionada com o teor plasmático de beta-hidroxibutirato, o que sugere que as cetonas estejam associadas à ocorrência de lesões oxidativas em hemoglobina de gatos. As acetonas podem representar uma fonte potencial de geração de radicais de oxigênio in vivo emanimais com acetonemia, como acontece em vacas após o parto . - hiperglicemia, com conseqüente aumento de ROS, reduz os níveis de óxido nítrico (NO) ativando a aldose redutase. O aumento do fluxo pela via dos polióis, induzido pelo aumento de ROS, determina maior conversão de glicose a sorbitol, reduzindo NADPH e glutationa (antioxidante intracelular) e aumentando o estresse oxidativo induzido pela hiperglicemia; -elevação do metabolismo basal e do consumo de oxigênio ocasionada pela alta produção de tiroxina, conhecida como hipertireoidismo, predispõe a célula a produzir espécies reativas de oxigênio, podendo ser utilizada como modelo experimental para estimulação de estresse oxidativo; ★ Hemólise induzida por hipofosfatemia - hipofosfatemia grave, em geral com teor de fósforo inferior a 1 mg/dℓ, ocasione hemólise ; -A glicólise eritrocitária é inibida pela hipofosfatemia, principalmente devido ao menor teor intracelular de fósforo, necessário para a atividade normal da enzima gliceraldeído fosfato-desidrogenase. Isso resulta em menor grau de glicólise, levando à diminuição das concentrações de ATP nos eritrócitos e à subsequente hemólise. Em alguns casos, tal ocorrência parece ser decorrente da diminuição da glutationa e do aumento da suscetibilidade a danos oxidativos. - síndrome hemolítica mais conhecida induzida por hipofosfatemia é a hemoglobinúria pós-parto em vacas. -Causas em pequenos animais > hipofosfatemia relacionada com o diabetes e com a alimentação enteral; -pode provocar morte, não apenas pela hemólise, mas também devido à depressão da função miocárdica, rabdomiopatia, convulsões, coma e insuficiência respiratória aguda. ➔ Hemoglobinúria pós-parto -bovinos; doença esporádica de vacas leiteiras multíparas de alta produção, caracterizada por hemólise intravascular, anemia hemolítica, hemoglobinúria, e em geral ocorre dentro de 4 semanas do parto . A maioria das vacas com essa síndrome apresenta hipofosfatemia no momento do diagnóstico de anemia . -Supõe-se que hipofosfatemia predisponha os eritrócitos a lesões e danos oxidativos, principalmente devido aos menores conteúdos de ATP e glutationa. -outras manifestam cetoacidose devido ao seu estado nutricional antes e imediatamente após o parto . As cetonas estão associadas aos danos oxidativos à hemoglobina e podem representar uma fonte potencial de geração de radicais de oxigênio in vivo. ➔ Hipofosfatemia em gatos diabéticos -Às vezes, nota-se hipofosfatemia em animais diabéticos, provavelmente devido à perda urinária de fósforo em razão da poliúria. -hemólise, podem apresentar cetonemia e anemia por corpúsculos de Heinz ; nesse caso, a hemólise pode ser ocasionada por hipofosfatemia e/ou cetose, pois é provável que a hipofosfatemia predisponha à formação desses corpúsculos. Além disso, há relato de hipofosfatemia e consequente anemia hemolítica em gato com lipidose hepática. ➔ Alimentação enteral em gatos -hipofosfatemia pode se instalar entre 12 e 72 h após o início da alimentação entérica; ★ Microrganismos (exceto hemoparasitas) -Bactérias > As infecções causadas por clostrídios e leptospira podem resultar em anemia hemolítica; - infecção por Clostridium perfringens tipo A ocasiona anemia hemolítica em cordeiros e bezerros, sendo às vezes denominada “doença do cordeiro amarelo” ou “icterícia enterotoxêmica”. bactéria produz uma fosfolipase, que hidrolisa os fosfolipídios da membrana celular dos eritrócitos, bem como de outras células. - sinais clínicos incluem letargia, febre, palidez de mucosas, anemia, hemoglobinúria e icterícia; achados de necropsia incluem evidências de hemólise intravascular, cilindros renais de hemoglobina renais, necrose da mucosa intestinal, necrose hepática e hemorragias petequiais e equimóticas. Têm-se associado infeção por Clostridium perfringens a anemia hemolítica imunomediada em equinos. -Clostridium haemolyticum e C. novyi tipo D causam anemia hemolítica em bovinos, às vezes denominada “hemoglobinúria bacilar”, que é uma doença aguda fatal. A doença ocorre no verão e no início do outono e está associada à migração de parasitas do fígado (Fasciola hepatica), sendo endêmica em áreas pantanosas de vários países, inclusive os EUA. A doença raramente é diagnosticada antes da morte do animal. sinais clínicos incluem anemia, letargia, cifose, diarreia sanguinolenta, febre, dispneia e, ocasionalmente, hemoglobinúria. Os esporos bacterianos são ingeridos e alojam-se em macrófagos hepáticos. As condições anaeróbicas do fígado, em consequência da migração de parasitos, resultam na multiplicação bacteriana e na produção de enzimas tóxicas, inclusive a lecitinase, que metaboliza os lipídios e as proteínas das membranas celulares. A hemólise e necrose de outras células, inclusive de células endoteliais e de hepatócitos , resultam em morte do animal. achados de necropsia incluem mucosas pálidas e ictéricas, focos de necrose hepática, hemorragias, derrame torácico e abdominal, hemoglobinúria, cilindros renais e edema . -leptospirose (Leptospira pomona) > pode causar anemia hemolítica em bezerros e cordeiros, mas quase nunca em animais adultos ; na leptospirose canina não há anemia hemolítica. Na fisiopatogênese da anemia podem estar envolvidas toxinas produzidas pelas bactérias, enzimas que atuam como hemolisinas; contudo, o mais provável é que ocorra anemia hemolítica imunomediada , provavelmente por IgM. Em cordeiros, os achados de necropsia incluem icterícia, hemoglobinúria, necrose tubular renal com cilindros de hemoglobina e necrose hepatocelular . -Vírus > vírus da anemia infecciosa equina (AIE) pode induzir anemia hemolítica na fase aguda da doença; Provavelmente,a anemia é imunomediada, como resultado da adesão de vírus à membrana eritrocitária e à ativação do complemento . Posteriormente, a anemia é “arregenerativa” e pode ser semelhante à anemia causada por doença inflamatória . diagnóstico é feito por meio da detecção de anticorpos contra o vírus da AIE, utilizando o teste de Coggins ou o teste ELISA competitivo. ★ Hemólise induzida por intoxicação por água em bezerros -resultando em hemólise, hemoglobinúria, edema pulmonar, edema cerebral, convulsões, coma e morte , -pode acometer bezerros que tenham acesso ilimitado à água após períodos de privação hídrica. - hemólise é ocasionada pela diminuição da osmolalidade do plasma. -ocorre em bezerros com 4 a 5 meses de idade devido à fragilidade osmótica de seus eritrócitos ser maior nessa idade, provavelmente relacionada com presença residual de eritrócitos deficientes em ferro. ★ Anomalias hereditárias de membrana e distúrbios metabólicos - Anomalias hereditárias de membrana ou deficiência de enzimas ocasionam distúrbios metabólicos que podem resultar em anemia hemolítica . -incluem: esferocitose hereditária, eliptocitose hereditária, estomatocitose hereditária e disfunções de transporte de membrana . No entanto, a eliptocitose hereditária em cães, causada pela deficiência da proteína 4.1, ocasiona aumento da fragilidade osmótica, eliptocitose, fragmentação da membrana, microcitose e poiquilocitose, mas não causa anemia. -Anomalias de membrana > 1. esferocitose hereditária resulta em anemia hemolítica, esferocitose e esplenomegalia ; em humanos, ratos, cães e bovinos. Em bovinos deve-se à deficiência hereditária da banda 3, característica autossômica dominante que tem sido relatada embovinos da raça Japanese black; A proteína banda 3 é a mais abundante em membranas de eritrócitos de mamíferos e suas funções incluem troca aniônica na membrana e manutenção da morfologia normal de eritrócitos. apresentam anemia leve, esferocitose, hiperbilirrubinemia, esplenomegalia e subdesenvolvimento. mais grave em bezerros; os adultos são relativamente normais; esferocitose hereditária também pode ocorrer devido à deficiência de espectrina. A espectrina é o constituinte principal do citoesqueleto subjacente à membrana do plasma dos eritrócitos. É associada à banda 4.1 e à actina para formar a superestrutura do citoesqueleto da membrana plasmática dos eritrócitos. Esse complexo é ancorado na face citoplasmática da membrana plasmática por meio de outra proteína, a anquirina, que se liga à betaespectrina e medeia a ligação de todo o complexo à banda 3 da proteína transmembrana. A interação da espectrina dos eritrócitos com outras proteínas por meio de sítios de ligação específicos leva à formação de grande malha subplasmalemal, a qual se supõe ser a responsável pela manutenção da forma bicôncava dos eritrócitos, pela regulação dos componentes da membrana do plasma e pela manutenção da assimetria lipídica na membrana plasmática . deficiência de espectrina relatada na família de Golden Retrievers holandeses. 2. estomatocitose hereditária em cães da raça Schnauzer miniatura e de condrodisplasia em cães das raças Malamute-do-alasca e Drentse Patrijshond, que também manifestaram gastrite hipertrófica; Schnauzers não têm anemia, embora seu tempo de sobrevivência de eritrócitos seja ligeiramente menor. Descreveu-se anemia hemolítica crônica intermitente, negativa ao teste de Coombs, em gatos das raças Abissínia e Somali. Os sinais clínicos e os achados laboratoriais incluem anemia de discreta a grave, esplenomegalia, aumento do VCM e presença de alguns estomatócito s. A fragilidade osmótica dos eritrócitos encontra-se aumentada. Alguns gatos melhoram após a esplenectomia. 3. animais com distúrbios no transporte de membrana dos eritrócitos, principalmente aqueles relacionados com o transporte de aminoácidos envolvidos no metabolismo da glutationa, podem desenvolver anemia hemolítica (anemia por corpúsculos de Heinz) quando expostos a oxidantes. Alguns ovinos da raça Finnish Landrace apresentam deficiência de glutationa nos eritrócitos, herdada como característica autossômica recessiva. A absorção de cisteína e a síntese de glutationa são prejudicadas; cães da raça Japanese Shiba e da raça Akita têm eritrócitos com alto teor de potássio e baixas concentrações de sódio devido à retenção de Na,K-ATPase em eritrócitos maduros, condição herdada como característica autossômica recessiva. Alguns desses cães têm maior concentração de glutationa reduzida em seus eritrócitos; com isso, os eritrócitos ficam protegidos da lesão oxidativa induzida pela acetilfenilidrazina, mas isso aumenta o risco de danos oxidativos por ingestão cebola -Distúrbios metabólicos > Distúrbios hereditários de enzimas eritrocitárias resultam em anormalidades metabólicas, em geral provocando anemia hemolítica. A energia necessária aos eritrócitos maduros de mamíferos é gerada exclusivamente pela glicólise anaeróbica, uma vez que essas células perderam suas mitocôndrias e, consequentemente, sua capacidade de fosforilação oxidativa. o metabolismo da glicose dá origem a trifosfato de adenosina (ATP), que é usado para manter a forma do eritrócito, sua deformabilidade, o transporte de membranas e a síntese das purinas, pirimidinas e glutationa nos eritrócitos. Várias enzimas estão envolvidas na glicólise anaeróbica, inclusive a fosfofrutoquinase e a piruvatoquinase . 1. Deficiência de piruvatoquinase - enzimopatia mais comum nos seres humanos e foi a primeira disfunção enzimática diagnosticada em cães da raça Basenji; A partir daí, tem sido relatada em cães da raça Beagle, West Highland White Terrier, Cairn Terrier, Poodles miniatura e várias outras. sinais clínicos incluem os da anemia, tal como a intolerância ao exercício. A anemia é altamente regenerativa e metade ou mais dos eritrócitos no esfregaço sanguíneo podem ser reticulócitos. O VCM pode estar muito elevado devido à reticulocitose. Pode haver hepatoesplenomegalia . Os cães acometidos morrem de mielofibrose ou de insuficiência hepática em 3 a 5 anos de idade. Mielofibrose e osteosclerose são achados consistentes em cães com deficiência de PK, mas tais lesões não se desenvolvem em humanos ou em gatos com essa deficiência.transplante de medula óssea tem corrigido o distúrbio e evitado o desenvolvimento de osteosclerose. várias raças de gatos, inclusive Abssínia e Somali, e em gatos domésticos de pelo curto. A anemia é de discreta a moderada e de ligeira a intensamente regenerativa; a esplenectomia minimiza a gravidade da anemia hemolítica. 2. Deficiência de fosfofrutoquinase > distúrbio genético raro; relatos em cães da raça English Springer Spaniel, em um cão American Cocker Spaniel e em um cão mestiço. característica hereditária recessiva autossômica; doença do armazenamento
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