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O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Apresentação O desenvolvimento humano é uma área de estudo científico que se dedica a compreender e explicar como ocorrem os processos de transformação e estabilidade ao longo de todo o ciclo vital. É um campo que está em constante evolução: inicialmente focava apenas na infância, hoje as suas teorias consideram que o processo de desenvolvimento contempla toda a vida, desde a concepção até a maturidade. Compreender como os processos de desenvolvimento ocorrem pode causar grande impacto na maneira como a educação, a saúde e a criação das pessoas são realizadas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o ciclo vital e as principais teorias do desenvolvimento. Para isso, estudará as etapas do desenvolvimento psicossexual propostas por Freud, aprenderá a reconhecer o desenvolvimento psicossocial à luz de Erikson e a mapear o desenvolvimento motor e cognitivo desde a infância até a velhice. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar as principais etapas do desenvolvimento psicossexual.• Reconhecer o desenvolvimento psicossocial ao longo do ciclo de vida.• Mapear o desenvolvimento motor e cognitivo desde a infância até a velhice.• Desafio De acordo com Erik Erikson, o desenvolvimento humano pode ser organizado em oito estágios ou fases distintas. As fases ocorrem em função de conflitos (ou crises), e a resolução de cada um deles forma a personalidade da pessoa. Pensando nisso, analise o seguinte caso: Sofia está tendo vários desentendimentos com seus pais. Ela, que sempre foi obediente e próxima à família, tem estado distante, não querendo mais participar de encontros, nem de algumas festas de que sempre gostou. Mesmo que Sofia esteja aparentemente saudável, Joyce e Paulo, seus pais, têm ficado preocupados com as mudanças e buscaram ajuda de um profissional. Imagine que você é esse profissional e precisa orientar Joyce e Paulo. Para isso, você precisa compreender alguns aspectos do caso, relacionando-os às teorias do ciclo de vida. Responda: a) Que crise ou conflito você identifica no caso? Identifique no relato elementos que justifiquem sua resposta. b) Com base no conflito apresentado, em que faixa etária você acredita que Sofia está? Qual o estágio correspondente a esse momento do ciclo vital? c) Após essa fase, o que é esperado para o desenvolvimento de Sofia? Qual a próxima fase, que conflito estará presente e o que se espera dele? d) Há relação entre o transcorrer da fase anterior e a subsequente? Como isso ocorre? e) Com base no caso e nas teorias de desenvolvimento, como você pode orientar Joyce e Paulo? Infográfico A teoria freudiana do desenvolvimento é uma das mais importantes contribuições para esse campo de estudo. Com foco na formação da personalidade, Freud organizou o desenvolvimento humano a partir de etapas psicossexuais. Essas etapas acontecem de forma cronológica e em cada uma delas há uma zona erógena predominante que diferencia a busca pelo prazer. A conclusão desse processo constitui a personalidade e a vida sexual do adulto. Neste Infográfico, você verá como as etapas psicossexuais estão organizadas e quais são suas características essenciais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ef746a24-e0de-4bc9-a811-6f22f05c146f/3304fbd6-ae0d-4494-8513-d0c6e709e01a.jpg Conteúdo do livro As diferentes teorias do desenvolvimento humano possibilitam uma compreensão mais ampliada sobre os aspectos envolvidos nesse processo. Observa-se que a grande maioria das teorias concebem o desenvolvimento a partir da descrição de estágios subsequentes. Essa organização permite que se possa prever, explicar e até mesmo intervir nos processos de desenvolvimento para que ocorram da maneira mais positiva possível. Além disso, o estudo dessas teorias sob óticas e perspectivas distintas torna possível a compreensão do desenvolvimento de uma maneira mais ampla. No capítulo O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento, da obra Psicologia aplicada ao cuidado, você aprenderá sobre o desenvolvimento à luz de três perspectivas: psicossexual, psicossocial e cognitiva. Nele você conhecerá a maneira como cada teórico organizou suas perspectivas sobre o desenvolvimento. Boa leitura. PSICOLOGIA APLICADA AO CUIDADO Sabine Heumann O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar as principais etapas do desenvolvimento psicossexual. � Reconhecer o desenvolvimento psicossocial ao longo do ciclo da vida. � Mapear os desenvolvimentos motor e cognitivo da infância à velhice. Introdução O estudo do desenvolvimento humano está em constante evolução. Descrever, explicar e prever o que é esperado em cada momento do de- senvolvimento são alguns dos objetivos dessa área de estudo, que, desde o início, vem sendo construída de maneira interdisciplinar (abrangendo psicologia, biologia, medicina, antropologia, genética, etc.). As explicações sobre como os processos de desenvolvimento humano se dão estão sendo cada vez mais aprimoradas, e diversos autores já elaboraram teorias para explicá-los. Entre eles, destacam-se, no escopo deste capítulo, as contribuições de Freud, Erikson e Piaget. Neste capítulo, você estudará sobre a compreensão do ciclo vital à luz das teorias de desenvolvimento mais importantes. Além disso, conhecerá as principais etapas do desenvolvimento psicossexual. Por fim, estudará o desenvolvimento psicossocial ao longo de todo o ciclo vital, a fim de mapear os desenvolvimentos motor e cognitivo desde a infância até a velhice. 1 A visão freudiana: a teoria psicossexual do desenvolvimento humano De acordo com a visão freudiana, o mapa da subjetividade humana é traçado na infância — o que evidencia a importância dada a esse momento do ciclo vital. Em 1905, por meio da publicação Três ensaios para uma teoria sexual, Freud apresentou suas compreensões acerca do desenvolvimento da sexualidade na infância. Segundo essa concepção, compreende-se que a sexualidade e a existência de um sujeito sexualmente desejante se iniciem nesse período do desenvolvimento (CORSO, 1998). Para saber mais sobre a teoria freudiana da sexualidade, leia o artigo A teoria freudiana da sexualidade 100 anos depois (1905-2005), disponível no link a seguir, que celebra o centenário da publicação Três ensaios para uma teoria sexual por meio da discussão dos principais conceitos e de como a teoria é vista hoje em relação a como era vista ao longo do tempo (JORGE, 2007). https://qrgo.page.link/MLGLL Conforme Zornig (2008), a discussão quanto à sexualidade infantil chocou a sociedade quando foi proposta, e mesmo hoje ainda gera desconforto, por se distanciar daquela ideia de pureza comumente atribuída à infância. Entretanto, a visão da sexualidade proposta pela psicanálise é ampliada em relação à entendida em geral. Para Freud, a sexualidade infantil está relacionada à busca por prazer, que pode envolver qualquer área ou órgão do corpo. Para ficar mais claro, pode-se citar o exemplo da mamada, que, além de oportunizar a satisfação orgânica (necessidade de nutrição), também satisfaz uma necessidade afetiva, ligada, de acordo com essa concepção, à sexualidade na infância. A partir do estudo da fase oral, essa compreensão ficará mais clara. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento2 Segundo Couto (2017), a visão da sexualidade infantil é denominada por Freud como perverso-polimorfa. A denominação perversa está relacionada ao entendimento de que a sexualidade na infância não tem relação com a reprodução, apenas com a satisfação. Já a denominação polimorfa representa a compreensão de que o objeto sexual (desejante) da criança assume diferentes formas. Ou seja, a satisfaçãosexual da criança pode ocorrer em diferentes áreas do corpo, sendo a obtenção de prazer encontrada no próprio corpo do bebê (autoerótica), e não em um objeto externo. A partir dessa compreensão, Freud (1905) organiza o desenvolvimento infantil a partir de quatro fases psicossexuais: oral, sádica, anal-fálica e genital, descritas a seguir. As etapas do desenvolvimento psicossexual Cada etapa evidencia um conflito interno pelo qual a criança passa. Essas etapas desenvolvem a libido do sujeito, por meio da preponderância de uma zona erógena. O desfecho desse processo constitui a vida sexual do adulto e sua personalidade, em que a busca pelo prazer está a serviço da função reprodutora (FREUD, 1905). Segundo Freud (1905), existem duas fases pré-genitais, descritas a seguir. A libido, na visão psicanalítica, diz respeito a uma energia direcionada ao objeto desejante (energia sexual). Essa energia surge nas zonas erógenas e é um componente da vida psíquica humana. Ou seja, entendendo a compreensão sexual de maneira ampliada, conforme a visão psicanalítica, a libido também é vista e compreendida de forma mais ampla. Na infância, a libido está disposta de maneira desorganizada no corpo da criança e, mais tarde, se organizará de forma a orientar a busca pela satisfação sexual do sujeito (FURTADO; VIEIRA, 2014). 3O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Fase oral (do nascimento aos 12–18 meses, aproximadamente) Nessa primeira fase do processo psicossexual, também chamada de fase canibalesca, a atividade sexual do bebê não está separada da atividade de nutrição. Assim, é por meio da amamentação que o bebê obtém suas primeiras satisfações. Nessa fase, observa-se que a boca é utilizada pelo bebê como destino para tudo que ele tem contato (COUTO, 2017; FREUD, 1905). Conforme Couto (2017), na fase oral, existe um grande prazer relacionado à mucosa dos lábios (cavidade bucal), de onde vêm as excitações dessa fase, sendo o objeto desejante o seio materno, e o objetivo, a introjeção desse objeto. No entanto, como nem sempre a mãe está disponível, ocorrem as primeiras frustrações da criança, e, a partir daí, ela pode substituir o seio por outros objetos, como o dedo e a chupeta, por exemplo (FURTADO; VEIRA, 2014). Fase sádico-anal (dos 12–18 meses aos 3 anos, aproximadamente) Nessa fase, a mucosa dos lábios, que atuava como fonte de prazer, dá espaço à mucosa do intestino. Essa fase pode ser observada por meio dos distúrbios intes- tinas frequentes na primeira infância. Assim, o objeto que caracteriza essa fase são as fezes, entendidas de maneira simbólica pela criança como um “presente” para quem cuida dela. As fezes são como uma extensão da própria criança, por isso a ideia de presentear a cuidadora com essa “produção” (COUTO, 2017). Conforme Couto (2017), além das fases denominadas pré-genitais, existem as fases fálica e genital, descritas a seguir. Fase fálica (dos 3 aos 6 anos, aproximadamente) Nessa fase, a criança passa a identificar o órgão genital masculino (falo). Con- tudo, de acordo com a teoria, nesse momento, a criança ainda não diferencia as polaridades masculino/feminino. Há apenas a identificação da masculinidade, que é evidenciada através do falo (COUTO, 2017). Assim, conforme Couto (2017), o conflito dessa fase diz respeito à antítese entre ter um órgão genital (falo) ou ser castrado. Dessa forma, o menino conclui que a menina tinha um pênis, mas o perdeu (castração), como uma forma de punição. Já as meninas observam que os meninos têm um órgão maior e mais representativo do que o delas, o que gera a inveja do pênis, de acordo com o que propõe a teoria freudiana. Entretanto, vale destacar que essa inveja é simbólica, ou seja, tem como objeto a potência que o órgão representa, por isso, a nomenclatura que se utiliza é falo (não pênis, propriamente dito). O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento4 Nessa fase, em meio a essas questões, ocorre o que é chamado de complexo de Édipo. Para os meninos, o complexo de Édipo ocorre a partir do momento em que o menino percebe que ele tem o falo, e sua mãe, não. Assim, tendo como objeto desejante a mãe, ele estabelece uma relação de rivalidade com seu pai, que é, ao mesmo tempo, odiado, temido e amado. Como o menino percebe que a libido da mãe é direcionada ao pai, logo, em meio a essa rivalidade, há também uma identificação com o pai. Ou seja, há uma ambivalência de sen- timentos em relação ao pai e o desejo pela mãe (FURTADO; VIEIRA, 2014). Já para as meninas, o complexo, também chamado de complexo de Elec- tra, se inicia de forma semelhante — a partir da identificação de que a mãe (objeto de desejo inicial) não possui o falo. Contudo, o desfecho do complexo é diferente, já que, quando a menina percebe que a mãe não possui o falo (i.e., assim como ela, a mãe também é castrada), isso gera uma frustração, o que a faz atribuir à mãe a culpa pela sua própria castração. A partir daí, a menina direcionará a sua libido para o pai. Ou seja, no caso das meninas, o complexo resulta em uma rivalidade com a mãe e em uma aproximação com o pai (FURTADO; VIEIRA, 2014). Entre as fases fálica e genital, ocorre o período de latência. De acordo com Couto (2017), o período de latência não é considerado uma fase psicossexual, pois não há uma nova zona erógena, e sim uma transição entre a sexualidade infantil e a adulta. Nesse período, o desejo sexual se desloca para outras finalidades, como o desenvolvimento social e intelectual, por exemplo. Fase genital (da puberdade à idade adulta) Nessa fase, ocorre a consolidação da vida sexual adulta. Anteriormente, como visto nas fases pré-genitais, a libido se originava em diferentes partes e órgãos do corpo. Contudo, nessa fase, ela se origina essencialmente na área genital. Além disso, na fase genital, os desejos sexuais se direcionam para objetos externos, não sendo mais autoerótica. Na puberdade, a libido é colocada na função reprodutora, e há o rompimento com os pais, de modo que a energia sexual não é mais destinada a eles, e os desejos libidinais passam a ser dire- cionados ao mundo externo (COUTO, 2017). 5O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Para estudar sobre as fases psicossexuais de uma maneira diferente, ouça o podcast do canal Psicoativo, disponível no link a seguir, para acompanhar a discussão acerca dos estágios do desenvolvimento psicossexual. https://qrgo.page.link/1Uo1z Portanto, de acordo com a teoria freudiana, o desenvolvimento do sujeito se dá por meio processo que ocorre nas etapas psicossexuais. Desse modo, a subjetividade do sujeito advém da forma como ele vivencia cada uma dessas etapas (COUTO, 2017). Entretanto, essa é apenas uma das formas de se entender o processo de desenvolvimento entre tantas teorias. A seguir, será apresentada a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson. 2 A teoria psicossocial do desenvolvimento humano de Erikson Em meados do século XX, Erik Erikson começou a construir a teoria psicos- social do desenvolvimento da personalidade humana, a partir das discussões que sucederam por meio da compreensão freudiana do desenvolvimento. Erikson, também psicanalista, evidencia o ser humano como um ser social, ou seja, um ser que vive em grupo e sofre pressões em decorrência disso. No entanto, embora tenha uma base psicanalítica, Erikson entende o desen- volvimento humano a partir de enfoques diferentes, principalmente porque evidencia as relações sociais, e não a energia sexual, como precursora desse desenvolvimento (RABELLO; PASSOS, 2008). Assim como outros autores do desenvolvimento, Erikson também organiza esse processo em etapas, porém, ao contrário da teoria psicossexual, os estágios ou etapas do desenvolvimento propostos por ele englobam outros momentos do ciclo vital, além da infância. Erikson entende que o que é construído na infância quanto à personalidade não é totalmente imutável (como a visão freudiana), podendo ser modificado nodecorrer do ciclo vital a partir de outras experiências (PAPALIA; FELDMAN; 2013; RABELLO; PASSOS, 2008). O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento6 Embora as teorias de Freud e de Erikson tenham como base a psicanálise, elas diferem bastante. Na teoria psicossexual de Freud, o desenvolvimento é balizado por impulsos sexuais. Já na teoria psicossocial de Erikson, o desenvolvimento é balizado pela interação com a sociedade e é desenvolvido a partir da vivência de uma série de crises (PAPALIA; FELDMAN; 2013). As etapas do desenvolvimento psicossocial A teoria psicossocial de Erik Erikson envolve oito estágios do ciclo vital, sendo que cada estágio corresponde a uma crise ou conflito da personalidade, conforme descrito a seguir. Fase sensorial (do nascimento aos 18 meses, aproximadamente) A primeira crise ou conflito que surge no desenvolvimento humano diz respeito à relação entre confiança e desconfiança. Nesse estágio, o bebê está percebendo se o mundo é um lugar seguro ou não. Por exemplo, quando a mãe está ausente e depois retorna, a criança entende esse processo e passa a ter confiança. Essa fase, quando bem-sucedida, tem como resultado o surgimento do sentimento de esperança (PAPALIA; FELDMAN, 2013; VERISSIMO, 2002). Fase muscular (dos 18 meses aos 3 anos, aproximadamente — primeira infância) Nessa fase, a criança vive a crise em relação a autonomia versus vergonha e dúvida. Ela desenvolve o equilíbrio e a autossuficiência, a partir do controle dos seus movimentos musculares, e consegue desenvolver atividades explo- ratórias. Contudo, ao mesmo tempo que a criança está apta a fazer algumas coisas (p. ex., manipular objetos), há vergonha e dúvida de se ela pode e como fazer isso. Nessa fase, são desenvolvidos o autocontrole, a força de vontade e a autoconfiança (PAPALIA; FELDMAN, 2013; VERISSIMO, 2002). 7O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Fase do controle locomotor (dos 3 aos 5 anos, aproximadamente — segunda infância) Caracterizada pela crise entre iniciativa e culpa, nessa fase, a criança já tem a confiança e a autonomia, resultantes das fases anteriores, e, por meio da associação dessas duas virtudes, desenvolve a iniciativa. A culpa vem quando a criança não consegue realizar as atividades para as quais teve iniciativa. Nessa fase, a virtude desenvolvida é a orientação para resultados (PAPALIA; FELDMAN, 2013; VERISSIMO, 2002). Período de latência (dos 5 aos 13 anos, aproximadamente — puberdade) O período de latência é caracterizado pela crise entre produtividade e infe- rioridade. Nessa fase, a criança desenvolve o controle de atividades físicas e intelectuais, muito relacionadas ao contexto escolar, em que a criança aprende o que é valorizado na sociedade. A virtude associada a essa fase, quando bem-sucedida, é a habilidade (PAPALIA; FELDMAN, 2013; RABELLO; PASSOS, 2008; VERISSIMO, 2002). Fase da moratória psicossocial (dos 13 aos 21 anos — puberdade e adolescência) Erikson atribui especial importância a essa fase, sendo uma das mais explo- radas nos seus estudos. De acordo com sua teoria, é nessa fase que ocorre a crise da identidade versus confusão de identidade. Nesse momento, o adolescente busca identificar seu senso de identidade, e a virtude associada como resultado dessa fase é a fidelidade. O adolescente se diferencia de seus pais, a partir dos questionamentos que se faz quanto à sua própria identidade, e busca se encaixar em algum papel social. É nessa fase que costuma ocorrer a escolha profissional, do parceiro, entre outras (PAPALIA; FELDMAN, 2013; RABELLO; PASSOS, 2008; VERISSIMO, 2002). O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento8 Fase da maioridade jovem (dos 21 aos 40 anos, aproximadamente) Nessa fase, o sujeito já tem sua identidade desenvolvida e irá, a partir dela, unir-se a outras pessoas. Nesse momento, o conflito se dá na relação entre intimidade e isolamento. Quando a identidade está bem firmada, abre-se a possibilidade de intimidade, ao passo que, quando o ego não está suficien- temente seguro, há a busca pelo isolamento. Como resultado favorável, há o surgimento da virtude do amor (PAPALIA; FELDMAN, 2013; RABELLO; PASSOS, 2008; VERISSIMO, 2002). Fase da meia-idade (dos 40 aos 60 anos, aproximadamente) O conflito existente nessa fase diz respeito à questão da generatividade versus estagnação. O sujeito passa a se preocupar com o que pode ser gerado (p. ex., filhos, ideias, produtos) e se dedica ao cuidado do que gerou. Nesse sentido, a virtude resultante dessa fase é o cuidado, como uma forma de se fazer sobreviver. Quando isso não ocorre ou não é possível, o indivíduo se sente estagnado (PAPALIA; FELDMAN, 2013; RABELLO; PASSOS, 2008; VERISSIMO, 2002). Fase da maturidade (a partir dos 60 anos, aproximadamente) A última das fases descritas por Erikson representa a fase em que o ser humano refletirá sobre a vida e suas realizações. O conflito desse momento está entre a integridade e o desespero. Quando a pessoa tem o sentimento de dever cumprido e sente satisfação com a sua história, ocorre a integridade, já quando a pessoa sente que o tempo está acabando e que há coisas a serem realizadas, vem o sentimento de desespero. Se bem-sucedida, essa fase resulta na virtude da sabedoria (PAPALIA; FELDMAN, 2013; RABELLO; PASSOS, 2008; VERISSIMO, 2002). Ao analisar as diferentes fases propostas por Erikson, pode-se identificar o especial foco nas crises ou conflitos ao longo de todo o ciclo vital. Essas crises vão surgindo a partir de um cronograma de maturação do indivíduo (seguindo uma ordem cronológica relativamente estável) e devem ser resolvidas de maneira satisfatória para que delas emerjam as virtudes necessárias para o desenvolvimento de uma personalidade saudável (PAPALIA; FELDMAN, 2013). 9O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento A seguir, serão apresentados os desenvolvimentos motor e cognitivo, a partir da teoria de Piaget. 3 Os desenvolvimentos cognitivo e motor Antes de iniciar a discussão sobre os desenvolvimentos cognitivo e motor, faz-se necessário compreender de uma forma mais ampla a relação desses aspectos com o que foi discutido anteriormente. Pode-se dizer que o desen- volvimento, como um todo, ocorre no interlace entre os domínios físico (que engloba o desenvolvimento motor, as capacidades sensoriais e o crescimento do corpo e do cérebro), cognitivo (que envolve aprendizagem, atenção, me- mória, linguagem e raciocínio) e psicossocial (relacionado à personalidade e às relações sociais). Todos esses domínios estão interligados, afetando uns aos outros (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Sabe-se que o desenvolvimento físico, do qual o aspecto motor faz parte, se inicia antes mesmo do nascimento, na gestação (com a formação dos órgãos e a estrutura do corpo). Entretanto, é na primeira infância (do nascimento aos 3 anos) que ocorre um acelerado desenvolvimento dos aspectos motores. Na segunda infância (dos 3 aos 6 anos), há o aprimoramento dessas habilidades, surgindo a preferência pela utilização de um dos lados (canhoto ou destro), as habilidades motoras finas (com maior capacidade para detalhes) e a força física (PAPALIA; FELDMAN, 2013). O desenvolvimento motor está relacionado a uma mudança progressiva no com- portamento motor ao longo do ciclo de vida. Esse aspecto do desenvolvimento está ligado aos movimentos aprendidos em decorrência da interação entre os aspectos biológicos, cognitivos e do ambiente em que o indivíduo se encontra (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento10 Como visto anteriormente, os desenvolvimentos motor, cognitivo e psicosso- cial estão inter-relacionados. Para que um ocorra da forma mais plena possível, os demais precisam o acompanhar. Quando se trata do aspecto cognitivo, um dos principais autores a explicar os fenômenos, responsável, inclusive, pela forma como a sociedade em geral entende como as crianças pensam, é Jean Piaget. De acordocom Piaget, o desenvolvimento cognitivo inicia-se a par- tir de uma capacidade inata da criança de se adaptar ao ambiente, envolvendo: organização, adaptação e equilibração (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Organização O processo de organização permite criar categorias mentais (também chamadas de esquemas) para agrupar informações semelhantes. À medida que a criança cresce, seus esquemas vão se tornando cada vez mais sofisticados. Quando a criança conhece alguns animais, ela vai agrupando essas informações (que têm semelhança) na categoria “animais” — esse é o processo de organização. À medida que ela se desenvolve, essas categorias vão ficando mais complexas, e ela passa a identificar, por exemplo, animais mamíferos, aves, entre outras categorias. Ou seja, a criança passa a criar esquemas mais específicos, mais sofisticados. Adaptação A adaptação diz respeito ao processo de absorção de novas informações a partir da relação com as informações já conhecidas. Ela contempla o processo de assimilação (absorção e incorporação de novos conhecimentos) e acomo- dação (mudanças na estrutura, ou esquemas, para que as novas informações sejam incluídas). 11O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Equilibração Esse processo diz respeito a um esforço constante da criança para manter o equilíbrio ou homeostasia. À medida que a criança conhece novas coisas, os seus esquemas vão se desiquilibrando, e, para voltar ao equilíbrio, ela precisa reconfigurá-los (para que acomodem aquelas novas informações). Quando a criança estabelece a categoria “pássaros”, identificando-os como animais voadores, por exemplo, ela vai agrupando novas informações que se assemelham a essa mesma categoria. No entanto, em um dado momento, a criança vê um avião. Quando isso acontece, ocorre um desequilíbrio na sua estrutura, pois o avião tem semelhanças com a categoria “pássaros”, porém tem várias diferenças. Buscando a volta ao equilíbrio, a criança, então, desenvolve o processo de adaptação, em que ela assimila aquela nova informação (absorve e incorpora) e a acomoda (muda suas estruturas e cria categorias, para que aquela informação faça sentido). Quando forma novas estruturas (acomoda) que sejam coerentes com as novas informações que foram assimiladas, ela retorna ao equilíbrio. Para a teoria piagetiana, a busca pelo equilíbrio, que envolve organização e adaptação, é a força motriz do desenvolvimento humano, com ênfase no crescimento cognitivo. Para organizar esse processo ao longo do ciclo vital, Piaget descreveu quatro estágios de desenvolvimento, que emergem a partir de momentos de desequilíbrio, descritos a seguir. Os estágios cognitivos de Piaget Piaget organizou o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios subsequentes, são eles: sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório- -formal. Esses estágios vão transcorrendo de maneira contínua, porém as idades podem variar de criança para criança (SCHFFER, 2002). O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento12 Estágio sensório-motor (do nascimento aos 2 anos, aproximadamente) É o estágio mais primitivo do desenvolvimento, em que o bebê vai desen- volvendo suas primeiras manifestações de inteligência por meio das per- cepções sensoriais e do desenvolvimento motor (movimentos). Inicialmente, sua atividade motora é essencialmente reflexa, ou seja, sem comportamentos intencionais (até o primeiro mês). A partir do segundo mês, o bebê começa a desenvolver atividades motoras coordenadas (p. ex., colocar a mão na boca). Aos poucos, o bebê vai se familiarizando com o próprio corpo e passa a dar atenção ao ambiente onde está, aos objetos e às pessoas com as quais tem contato. Entre o 4º e o 8º mês, o bebê começa a compreender que objetos que ele não vê podem estar presentes (passa a procurar objetos parcialmente escondidos). No fim desse processo, já é possível observar a ocorrência de organização, assimilação, acomodação e equilibração, ou seja, o bebê vai evoluindo de um ser essencialmente biológico (com movimentos apenas re- flexos) para um ser social, relacionando-se com o ambiente (ABREU et al., 2010; PAPALIA; FELDMAN, 2013; SCHFFER, 2002). Estágio pré-operatório (dos 2 aos 7 anos, aproximadamente) Nesse estágio, a criança começa a utilizar símbolos para representar pessoas, lugares ou eventos, por exemplo. Sendo assim, um importante aspecto desse estágio é o desenvolvimento da linguagem (representação simbólica) e do jogo imaginativo que ela propicia. Ainda assim, nesse momento, o pensamento da criança não é lógico, como o dos adultos (ABREU et al., 2010; PAPALIA; FELDMAN, 2013). Estágio operatório-concreto (dos 7 aos 11 anos, aproximadamente) Nesse estágio, já há desenvolvimento lógico, e a criança consegue resolver problemas, quando estes se apresentam de maneira concreta (real). Ou seja, a criança ainda está limitada ao aqui e agora, mas consegue entender conceitos espaciais, causais, compreender números, categorizar e deduzir (ABREU et al., 2010; PAPALIA; FELDMAN, 2013). 13O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Estágio operatório-formal (a partir dos 11 anos, durando toda a vida adulta) De acordo com Piaget, esse estágio representa o nível mais alto do desenvolvi- mento cognitivo. A partir de então, o adolescente consegue pensar em níveis abstratos (ultrapassando o concreto, a necessidade de pensar o aqui e agora, do estágio anterior). Esse desenvolvimento cognitivo permite que o adolescente compreenda lições de álgebra, metáforas, imagine possibilidades e pense em hipóteses, por exemplo. Portanto, o estágio operatório-formal constitui-se no nível mais sofisticado do desenvolvimento, possibilitando o raciocínio hipotético-dedutivo, que consiste na capacidade de desenvolver, considerar e testar hipóteses abstratas (ABREU et al., 2010; PAPALIA; FELDMAN, 2013). Vale destacar que, de acordo com a teoria piagetiana, o desenvolvimento cognitivo ocorre a partir da combinação entre a maturação cerebral e as oportunidades ambientais. Ou seja, esse desenvolvimento envolve aspectos neurológicos e estimulação apropriada, incluindo escolarização, cultura, entre outros (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Como visto, o desenvolvimento humano pode ser compreendido e anali- sado sob diferentes óticas. É importante que você conheça essas diferentes contribuições, para que entenda o desenvolvimento das teorias e o ciclo da vida de uma maneira mais ampliada. Lembre-se de que esse campo de estudo está em constante evolução, de modo que novas perspectivas podem surgir, fazendo as antigas serem revisadas. ABREU, L. C. et al. A Epistemologia Genética de Piaget e o Construtivismo. Revista Brasi- leira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 361–366, 2010. CORSO, D. M. L. A invenção da criança da psicanálise: de Sigmund Freud a Melanie Klein. Estilos da Clínica, São Paulo, v. 3, n. 5, p. 104–114, 1998. COUTO, D. P. Freud, Klein, Lacan e a constituição do sujeito. Psicologia em Pesquisa, Juiz de Fora, v. 11, n. 1, p. 1–10, 2017. FREUD, S. Fragmento da análise de um caso de histeria. In: FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos. [S. l.: s. n.], 1905. FURTADO, L. A. R.; VIEIRA, C. A. L. A psicanálise e as fases de organização da libido. Scientia, [s. l.], v. 2, n. 4, p. 93–107, 2014. O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento14 GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. JORGE, M. A. C. A teoria freudiana da sexualidade 100 anos depois (1905-2005). Psychê, São Paulo, v. 11, n. 20, p. 29–46, 2007. PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. RABELLO, E.; PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do desenvolvimento. [S. l.: s. n.], 2008. SCHFFER, C. C. R. Fundamentos da teoria piagetiana do desenvolvimento cognitivo. Paidéia, Belo Horizonte, ano1, v. 1, n. 1, p. 16–37, 2002. VERISSIMO, R. Desenvolvimento psicossocial (Erik Erikson). Porto: Faculdade do Porto, 2002. ZORNIG, S. M. A-J. Las teorías sexuales infantiles en la actualidad: algunas reflexiones. Psicologia em Estudo, v. 13, n. 1, p. 73–77, 2008. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 15O ciclo da vida e as teorias de desenvolvimento Dica do professor O desenvolvimento humano contempla alguns marcos muito importantes. No desenvolvimento cognitivo, a aquisição da linguagem é um desses marcos. Piaget foi um dos autores que se debruçou muito sobre o tema. Para ele, a aquisição da linguagem ocorre em decorrência da função simbólica, que é a capacidade da criança de entender símbolos e representações mentais, ou seja, coisas que extrapolam o ambiente concreto. Nesta Dica do Professor, você vai entender com mais detalhes a discussão sobre o processo de aquisição da linguagem e refletirá sobre uma importante pergunta que muitos estudiosos já se fizeram: a linguagem é algo inato ou aprendido? Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/9b2962f740d4d322b5ee2100eb865460 Exercícios 1) A perspectiva teórica freudiana defende o desenvolvimento da personalidade a partir de etapas ou estágios psicossexuais. A vivência de cada uma delas constitui a vida sexual do adulto e sua personalidade. Tendo em vista a compreensão dos estágios psicossexuais, assinale a alternativa correta: A) A primeira etapa do desenvolvimento psicossexual é a fase oral. Essa fase tem como marco a ocorrência do complexo de Édipo e vai do nascimento até os 12 a 18 meses, aproximadamente. B) Na fase oral, também chamada de canibalesca, a zona erógena está localizada na mucosa dos lábios. Por isso, a amamentação pode ser considerada uma fonte de satisfação sexual para o bebê, não apenas de nutrição. C) Na fase sádico-anal, que ocorre dos 12/18 meses até os três anos (aproximadamente), as fezes do bebê apresentam um sentido real. O bebê utiliza-as como meio de afrontar e desafiar a mãe. D) A fase fálica (dos três aos seis anos) é considerada uma fase de transição entre a sexualidade infantil e a adulta. Por essa razão, o período é considerado pouco importante, já que o desejo sexual se canaliza para outras direções. E) Na fase genital (que vai da puberdade à vida adulta), homens e mulheres vivem a antítese de ter um órgão (homens) ou ser castrado (mulheres). Esse conflito também é chamado de perverso-polimorfo. 2) De acordo com a perspectiva de Erik Erikson, o desenvolvimento ocorre em função de etapas ou estágios psicossociais que acontecem a partir de crises ou conflitos. Assinale a alternativa que correlaciona corretamente o conflito/crise e a etapa psicossocial. A) Na fase sensorial, ocorre a primeira crise do bebê, que começa a mostrar os primeiros sinais de autonomia. Nesse momento, desenvolve-se a autoconfiança. B) Na fase do controle locomotor, o conflito está entre a ideia de autonomia (que a criança vai adquirindo com o desenvolvimento motor) e culpa. C) Na fase de moratória psicossocial, ocorre o desenvolvimento da concepção de identidade, a partir do conflito entre identidade e confusão de identidade. Nesse momento, o adolescente busca encontrar sua maneira de ser no mundo. D) O período de latência é considerado menos importante, pois o sujeito se volta para si mesmo, em um conflito que não apresenta resultados expressivos. E) A fase da maturidade está relacionada à aquisição da sabedoria. Entretanto, esse fase não pode ser considerada de desenvolvimento por causa da idade avançada em que ocorre. 3) As perspectivas psicossexuais (Freud) e psicossociais (Erikson) têm semelhanças e diferenças na maneira de perceber o desenvolvimento humano. Sobre isso, assinale a alternativa correta: A) A base teórica psicanalítica, presente na perspectiva psicossexual, não aparece na perspectiva de Erikson. B) Diferentemente da perspectiva psicossocial, o desenvolvimento ocorre do nascimento até a morte na perspectiva psicossexual. C) Na perspectiva psicossexual, o desenvolvimento tem como base as relações sociais do indivíduo ao longo do ciclo vital. D) Na perspectiva psicossocial, o desenvolvimento ocorre a partir da resolução de conflitos ou crises, que duram todo o ciclo vital e não apenas a infância. E) Ambas utilizam a visão psicanalítica. Porém, na perspectiva psicossexual, o desenvolvimento ocorre ao longo de todo o ciclo vital e não apenas na infância. 4) Quando se trata do desenvolvimento cognitivo, a visão de Piaget é importante. Para ele, o desenvolvimento inicia a partir da capacidade da criança em se adaptar ao ambiente, o que envolve processos de organização, adaptação e equilibração. Sobre esses três conceitos, assinale a alternativa correta. A) A organização diz respeito à capacidade da criança de organizar informações em categorias ou grupos de acordo com suas semelhanças. B) A adaptação diz respeito à tendência ou capacidade de a criança se manter em homeostase mesmo diante de situações novas. C) Assimilação e adaptação são conceitos que contemplam o processo de acomodação, sendo que o primeiro diz respeito à tendência autoatualizante. D) A equilibração contempla o processo de absorção e incorporação de novos conhecimentos a partir do que já havia sido aprendido. E) A equilibração ocorre a partir de mudanças na estrutura mental (esquemas) para que novas informações sejam incluídas. 5) De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo pode ser organizado em quatro estágios subsequentes: sensório-motor, pré-operatório, operatório-concreto e operatório-formal. A partir dessa compreensão, marque a alternativa correta: A) No estágio sensório-motor, o bebê tem como atividade motora primordial a introjeção de objetos na boca. Isso ocorre devido à natureza erógena da área. B) No estágio pré-operatório, o bebê começa a perceber a presença e ausência da mãe. Isso ocorre a partir do conflito entre confiança e desconfiança característico desse momento do ciclo vital. C) O estágio operatório-concreto é caracterizado pela aquisição da linguagem e da compreensão simbólica. D) O estágio operatório-formal é caracterizado pelo desenvolvimento do pensamento abstrato, da imaginação de possibilidades, do pensamento dedutivo e da elaboração de hipóteses. E) Para Piaget, a aquisição da linguagem no estágio sensório-motor é um dos marcos do desenvolvimento. Na prática O desenvolvimento humano ocorre a partir da interação entre os domínios físico (que envolve o desenvolvimento motor, além do crescimento e funcionamento do corpo e do cérebro), cognitivo (englobando, entre outros aspectos, a aprendizagem e a linguagem) e psicossocial (mais relacionado à personalidade e às relações sociais). Neste Na Prática, você verá como os domínios físico e cognitivo se entrelaçam no desenvolvimento humano. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/d0713248-96c7-4bba-aa02-1b739a5a52c0/d6d41218-ae96-4310-a707-25ea3ef8f25a.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Cuidar em enfermagem na primeira infância: contribuições do reconhecimento intersubjetivo Neste artigo, você poderá aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da compreensão do desenvolvimento infantil para o profissional da enfermagem. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ouclique no código para acessar. Desenvolvimento humano Papalia, Diane E.; Martorell, Gabriela Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Contribuições de B. F. Skinner para o estudo do desenvolvimento humano Quer conhecer uma outra perspectiva teórica sobre o desenvolvimento humano? Neste link, você poderá conhecer a visão de Skinner e da análise do comportamento sobre o desenvolvimento, enfatizando o papel da aprendizagem nesse processo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.scielo.br/j/reben/a/tvF3KD3xmbNc5gTDGSFL73q/?format=pdf&lang=pt https://www.redalyc.org/journal/2745/274544251007/html/
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