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DOS CONTRATOS EM GERAL

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DOS CONTRATOS EM GERAL
O que é um contrato? Contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir direitos.
Principiologia do Direito Contratual
a) Principio da autonomia da vontade privada
É a liberdade de se celebrar contrato, de contratar, com quem quiser, quando quiser e como quiser. (Art. 104, CC).
Exceções: Concessionárias e permissionárias de Serviço Público; Seguro obrigatório DPVAT.
b) Princípio da função social do contrato (Art. 421, CC) 
É uma norma, cláusula geral da natureza principiológica, que determina que um contrato não deva beneficiar as partes contratantes, mas sim toda a sociedade.
Tríplice Função do contrato
1. O contrato entre duas partes não pode prejudicar um terceiro
Ex.: Súmula 308 do STJ (A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel). Caso da Encol.
2. O contrato entre duas partes não pode prejudicar a sociedade
Ex.: Cirurgias bariátricas, utilizar próteses de silicone,clínica de bronzeamento artificial.
3. Um terceiro não pode prejudicar um contrato alheio
Ex.: Artigo 608, CC (Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos). Zeca Pagodinho
c) Princípio da boa-fé objetiva (Art. 422, CC)
É uma norma, cláusula penal de natureza principiológica, que determina que os contratantes devem se comportar com ética e respeito durante e depois do contrato.
Tríplice Função da boa-fé objetiva
1. Interpretativa
Os contratos devem ser interpretados à luz da boa-fé. Ex. Art.112 (Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem).
2. Delimitativa da autonomia privada/vontade
3. Constitutiva dos deveres anexos ou de proteção
DEVERES:
1. De assistência
Ex.: Concerto, Súmula 302 STJ - Plano de Saúde (É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado).
2. De informação
Ex.: CDC – Código de Defesa do Consumidor (30, 31,34 2 38)
É dever da loja informar que a TV de plasma só usa se tiver o receptor de HD. Tem que ter um termo de consentimento informando.
3. De sigilo
Ex. Caso de cartão de crédito
4. De vigilância
Ex.: Estacionamento do shopping da faculdade e etc.
d) Principio da relatividade dos efeitos dos contratos
Em regra, um contrato só produz efeitos entre as próprias partes contratantes.
Exceções:
1. Estipulação em favor de terceiro
2. Promessa de fato de terceiro
3. Contrato com pessoa a declarar
e) Princípio da força obrigatória dos contratos
Ninguém é obrigado a contratar, mas se a partir do momento em que contrata é obrigado a cumprir.
f) Principio do consensualismo
Basta o acordo de vontades para o contrato existir.
Art. 423, CC
Contrato de adesão é aquele contrato pronto, já preparado pela outra parte, sem possibilidade de discussão ou alteração substancial de suas cláusulas.
O artigo diz que quando houver cláusulas ambíguas ou contraditórias nesses tipos de contrato deve-se adotar a interpretação mais favorável ao consumidor que aderiu.
Art. 424, CC
Qualquer cláusula do contrato de adesão que diz que você renuncia a um direito resultante da natureza do negócio é considerada nula, mesmo que você assine um documento renunciando.
Art. 425, CC
O Contrato Típico ou nominado é aquele cuja forma esteja prescrita em lei (art. 104), ou aqueles que a lei dá denominação própria e submete a regra pormenorizada.
O Contrato Atípico ou inominado é aquele que não encontra expressa previsão na legislação vigente (Contrato Típico) são permitidos se lícitos, em virtude do princípio da autonomia da vontade.
O artigo diz que é lícito esse tipo de contrato, desde que respeitas as normas do CC. Ex.: Contrato de publicidade, de hospedagem e etc.
Art. 426, CC
Proibição de se contratar herança de pessoa viva. Pacta corvina
FASES DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Em regra são 3 fases, de acordo com a maioria dos doutrinadores
1. Negociações preliminares/tratativas prévias/puntuação
Fase de conversações prévias, sondagens, estudos. Não cria vinculação jurídica entre os contratantes. Em regra não gera responsabilidade. Só no campo da responsabilidade extracontratual (aquiliana) um dos participantes poderá pretender a responsabilização do outro, em razão de desistência injustificada após a criação de expectativas que levaram a despesas a parte contrária.
2. Proposta/oferta/policitação
Proposta é uma receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar um contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.
3. Aceitação/Oblação
A aceitação é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta em todos os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído, desde que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.
4. Alteração do conteúdo do contrato
Momento em que se poder incluir ou excluir algumas clausulas contratuais.
5. Cumprimento e extinção do contrato
Momento em que os contratos poder ser cumpridos eu extintos.
Art. 427, CC
A proposta de contrato obriga o proponente, isto é, quem propôs tem que cumprir. Deve ser lida: a proposta do contrato, desde que séria e consciente, obriga o proponente.
Ex.: Casas Bahia, no seu comercial que dizia “QUER PAGAR QUANTO?”. Um cidadão foi a loja escolheu um objeto no valor de R$ 800,00 e quis pagar R$200,00, já que o comercial propunha o quanto o consumidor queria pagar. Ganhou a causa na justiça.
Ex.: Um site postou um valor errôneo de uma geladeira e a diferença de valores era muito exorbitante (em vez de R$ 1.999 postou R$ 199). Um cidadão vendo o erro comprou 06 geladeiras. O cidadão perdeu a causa por ter usado de má fé. O site foi amparado pelo princípio da boa-fé e pelo art.427 do cc.
EXCEÇÕES à força obrigatória da proposta
1. Se o contrário resultar dos termos dela
Ex: propostas sujeitas a confirmação; quando não vale como proposta ou quando o ofertante se reserva de qualquer forma o direito de se arrepender.
2. Ou de acordo com a natureza do negócio
EX: limitado a existência de estoque, ou pergunta feita no ar, rádioou TV.
Art. 428, CC
O artigo fala das exceções de que a proposta obriga o proponente. As circunstâncias do caso vão depender se as partes estão presentes ou ausentes.
PRESENTES- Quando há um elo de comunicação direta entre os interlocutores, o contrato será entre presentes. Ex: MSN, telefone e etc.
Com prazo- A proposta deixa de ser obrigatória, perde sua força vinculante com o término do prazo estabelecido.
Sem prazo- A proposta deixa de ser obrigatória, perde sua força vinculante desde não seja imediatamente aceita.
AUSENTES- Quando NÃO há um delo de comunicação direta entre os interlocutores, o contrato será ausente. Ex: e-mail, carta e etc.
Com prazo- A proposta deixa de ser obrigatória, perde sua força vinculante quando não é expedida/enviada dentro do prazo.
Sem prazo- A força obrigatória da proposta deixa de ser obrigatória quando houver transcorrido tempo suficiente de acordo com a boa-fé objetiva, mais ou menos 30 a 40 dias.
Tecida tais considerações passaremos à análise do art. 428 do CC. O referido dispositivo declara que a proposta deixa de ser obrigatória: 
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita – se trata de pessoas presentes, infere-se daí que a resposta ou aceitação deve ser imediata, sob pena de perda de eficácia da oferta. Quando o solicitado responde que irá estudar a proposta feita por seu interlocutor, poderá este retirá-la. Considera-se também presente - aduz o dispositivo em tela – “a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante”.
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorridotempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente – neste caso, a proposta é devida, sem referência a prazo, e decorre tempo suficiente para a manifestação do aceitante, que o deixa transcorrer in albis. Cabe ao julgador, observando o princípio da razoabilidade, aplicar da melhor forma a norma ao caso concreto. 
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado - se foi fixado prazo para a resposta, o proponente terá de esperar pelo seu término. Esgotado, sem resposta, estará este liberado.
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente – aqui, antes da proposta, ou junto com ela, chega ao conhecimento da outra parte a retratação ou o arrependimento do proponente, caso em que a oferta perderá também a sua obrigatoriedade. Por exemplo: antes que o mensageiro entregue a proposta ao outro contratante, o ofertante entende-se diretamente com ele, por algum meio rápido de comunicação, retratando-se. A proposta, in casu, não chegou a existir juridicamente, porque retirada a tempo.
Art. 429, CC
Esta modalidade de oferta não se diferencia essencialmente das demais, singularizando-se apenas por se dirigir a um número indeterminado de pessoas.
Vale lembrar que o parágrafo único abre a prerrogativa de revogação da oferta. Mas o proponente deve reservar-se a faculdade de revogação, dando inclusive ciência dela à outra parte, pois caso contrário não poderá exercê-la 
Lado outro vale ressaltar que um peculiar tipo de oferta, comum nos dias de hoje, e que merece atenção: aquela operada por aparelhos automáticos de venda de produtos.
Essa especial forma de contratação, típica da sociedade em que vivemos, é passível de concretização, na medida em que se reconhece juridicamente à atuação do aparato mecânico, o qual exerceria uma função semelhante à do núncio (mensageiro anunciador) 
	Ex.: quando colocamos uma moeda em uma máquina de refrigerantes, aceitamos uma proposta de contratar formulada pelo vendedor das mercadorias, por meio de um mecanismo transmissor da sua vontade.
Em que momento, de acordo com a lei se entende como realizado o contrato entre ausentes? São duas teorias para explicar o momento:
1- Teoria da Cognição (conhecimento)
Para a teoria da cognição o contrato entre ausentes se forma no instante em que o proponente recebe/ lê a proposta feita pelo aceitante. (Não se aplica essa teoria porque é impossível de comprovar esse instante).
2- Teoria da Agnição (declaração)
Se divide em 3 subteorias. Para qualquer uma delas é desnecessário que o proponente tome conhecimento da resposta do aceitante.
 1. Subteoria da declaração propriamente dita- Para essa teoria o contrato se forma no exato instante que o aceitante escreve resposta afirmativa para o proponente, ou seja, quando ele declara. (Maria Helena Diniz e Silvo Venosa).
 2. Subteoria da expedição- Para essa teoria o contrato se forma no instante exato que o aceitante expede / envia proposta para o proponente. (O CC adota essa teoria com exceções)
 3. Subteoria da recepção- Para essa teoria o contrato se forma no exato instante que o proponente recebe a resposta do aceitante. (Melhor, mais adotada. Carlos R. Gonçalves e Pablo Stolze).
	O ordenamento jurídico pátrio adotou, como regra, a teoria da agnição na forma da subteoria da expedição.
Art. 430, CC
O artigo diz que embora enviada no prazo, a aceitação chegou tarde ao conhecimento de quem propôs (este achando que estava liberado por conta do atraso involuntário, celebrou contrato com outra pessoa), deverá comunicar imediatamente ao aceitante (que acha que o negócio está fechado e pode realizar despesas por conto do contrato) sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431, CC
Se a proposta for apresentada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta, denominada contraproposta. Como o prazo esgotou a proposta perde a força obrigatória e a posterior manifestação do aceitante não obriga mais o proponente, pois não houve aceitação, já que o prazo tinha encerrado, e sim, uma nova proposta.
Art. 432, CC
O art. 432 do CC menciona duas hipóteses de aceitação tácita (silencioso, subentendido, implícito), e que se reputa concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa:
a) quando o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa
Ex: Um fornecedor costuma remeter os seus produtos a determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua os pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. Se o comerciante quiser interrompê-la, terá de avisar previamente ao fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao pagamento da nova remessa, nas mesmas bases das anteriores.
b) quando o proponente a tiver dispensado
Ex. Um turista remete um fax a um determinado hotel, reservando um quarto e informa a data da sua chegada se por um acaso não receber um aviso em contrário. Se a negativa não chegar em tempo, o contrato é considerado concluído e válido.
Art. 433, CC
A lei permite também a retratação da aceitação se antes da aceitação ou junto com ela chegar a retratação do aceitante ao proponente. Assim a declaração de vontade, que continha a aceitação, desfez-se, antes que o proponente pudesse tomar qualquer deliberação no sentido da conclusão do contrato.
Art. 434, CC
O art. 434 acolheu expressamente a teoria da expedição, ao afirmar que os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida. Há 03 exceções à regra: no caso da retratação (art. 433); se o proponente houver se comprometido a esperar a resposta; se ela não chegar no prazo convencionado.
Art.435, CC
O artigo diz que o contrato é celebrado no lugar em que foi proposto. O art. 435 diverge da LICC (Lei de Introdução ao Código Civil) que prescreve que a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente, tal dispositivo aplica-se aos casos em que os contratantes residem em países diferentes. 
Art. 435, CC – Para contratos nacionais
LICC –Art.9°, parág. 2°- Para contratos internacionais.
No caso de loja virtual é o lugar do provedor.
Art. 436, CC
O que é estipulação em favor de terceiro?
É o negócio jurídico em que duas partes contratam em favor de um terceiro
Definição: Acordo de vontades pelo qual um das partes se compromete a cumprir uma obrigação em favor de alguém que não participa do ato negocial.
A estipulação em favor de terceiro consiste numa das poucas exceções ao princípio da relatividade dos contratos. Por meio deste negócio jurídico, um terceiro, determinado ou determinável, pode exigir o cumprimento de estipulação em seu favor, mesmo não sendo parte do contrato, a não ser que haja convenção em sentido contrário. 
O contrato de seguro de vida, que já existia muito antes da edição do Código Civil, é um exemplo clássico de estipulação em favor de terceiro. O segurado estipula com a seguradora uma prestação que deve ser entregue a terceiro em caso de sua morte. O segurado figura como estipulante, a seguradora como promitente e o terceiro como beneficiário, podendo exigir o cumprimento do contrato.
Para reste caracterizada, as partes contratantes (estipulante e promitente) devem convencionar a prestação de um ato favorável ao terceiro, sem que haja qualquer contrapartida.
Art. 437, CC
Se estipular que o beneficiário pode reclamar a execução do contrato, o estipulante (contratante) perde o direito de exonerar o promitente (seguradora).
Art. 438, CC
As partes são livres para desfazer o negócio enquanto o terceiro beneficiário não tiver a pretensão, ou seja, a possibilidade de exigir o cumprimento da prestação que lhe é favorável. Nesse sentido, caso ainda não tenha ocorrido a condição ou termo, por exemplo, que torne exigível o direito de terceiro, as partes têm inteira liberdade para alterar o negócio. 
Por fim, pode-se afirmar que a possibilidade de terceiro exigir o cumprimento de contrato está condicionada à existência de pretensão que lhe seja exclusivamente favorável, sem que haja, portanto, qualquer prestaçãoque lhe caiba. Para o terceiro, portanto, a estipulação é um negócio jurídico benéfico e não sinalagmático (vinculação contratual que obriga reciprocamente as partes, ou seja, contrato com vantagens e ônus recíprocos).
A substituição pode ser feita por ao entre vivos ou por disposição de última vontade.
O que promessa de fato de terceiro
É uma obrigação de fazer, é o negócio jurídico em que duas partes contratam, assumem obrigações para um terceiro cumprir.
Art. 439, CC
“Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar”.
Trata-se de denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular o terceiro a uma obrigação. As obrigações têm como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei ou eventual ato ilícito por ele praticado.
Parágrafo único: “Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens”.
A nova regra visa evidentemente, à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro, negando eficácia à promessa de fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente, o ato a ser por ele praticado depender da sua anuência e, em virtude do regime de casamento, os bens do casal venham a responder pelo descumprimento da promessa.
	Silvio Rodrigues exemplifica com a hipótese do marido ter prometido obter anuência da mulher na concessão de uma fiança, tendo esta se recusado a prestá-la. A recusa sujeitaria o promitente a responder pelas perdas e danos que iriam sair do patrimônio do casal, consorciado por regime de comunhão. Para evitar o litígio familiar, o legislador tira a eficácia da promessa.
	Nos ensina Agostinho Alvim que a regra “visa impedir que o cônjuge, geralmente a mulher, por ter usado o seu direito de veto, venha a sofrer as conseqüências da ação de indenização que mais tarde se mova contra o cônjuge promitente.
Qual é a diferença da estipulação em favor de terceiro e a promessa de fato de terceiro?
Na estipulação em favor de terceiro você é credor e na promessa de fato de terceiro você é devedor.
Art. 440, CC
Não haverá conseqüência para o estipulante em caso de inexecução da obrigação por parte do terceiro, após a aceitação deste.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
São defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminue o valor.
O vício redibitório é defeito oculto da coisa, que faz com que o negócio jurídico de compra e venda não produza um dos efeitos ao qual se destina, qual seja a perfeição do bem alienado.
O vício redibitório não se confunde com o erro, uma vez que este é um vício de vontade, passível de levar à anulação do negócio jurídico. No erro há divergência espontânea entre a vontade manifestada e a vontade querida, sendo, portanto, defeito de ordem subjetiva. No vício redibitório o adquirente quer exatamente a coisa adquirida, mas apenas desconhece algum defeito oculto da mesma, sendo, desta forma, defeito de ordem objetiva.
O contrato deve ser comutativo, ou seja, sinalagmático, com obrigações recíprocas para ambos os contratantes. Nos contratos não comutativos não há que se falar em vício redibitório. Ocorre nas doações com encargo.
Onde cabem: contrato comutativo, doação onerosa, doação remuneratória.
Vícios Redibitórios x Erro: 
No erro, o adquirente tem uma idéia falsa da realidade. A deficiência é subjetiva. Se o erro é induzido intencionalmente pelo alienante ou por terceiros, o vício de vontade passa a ser dolo. No erro o adquirente recebe uma coisa por outra, o declarante forma uma convicção diversa da realidade, a coisa em si não é viciada.
Ex. quem compra um quadro falso, pensando que é verdadeiro, incide em erro. 
No vício redibitório decorre da própria coisa, que é a verdadeiramente desejada pela parte, e o adquirente não toma conhecimento do defeito, porque está oculto.
Ex. quem compra um quadro que apresenta fungos invisíveis, e, após a aquisição, vem a mofar, estará perante um vício redibitório.
 
Ações Edilícias- São alternativas, tem que escolher uma das 3
 1. Ação Redibitória- Quando o adquirente pretende a resolução total no negócio, enjeitando a coisa e recebendo de volta o preço pago.
 2. Ação estimatória ou quantiminoris- Quando o adquirente pretender a resolução parcial do negócio, ficando com a coisa e pleiteando abatimento do preço. A escolha de uma das ações é direito potestativo do adquirente e, uma vez feita a escolha, não poderá mudar o pedido.
 3. Ex empto- Complemento de área quando for possível.
Classificações do contrato
Contrato Comutativo- É aquele de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. É oneroso e bilateral.
Contrato Aleatório- É bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se pela incerteza pra as duas partes, sobre vantagens e sacrifícios que podem advir. É que a perda e o lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. Ex: Seguro de vida, carro e etc.
Contrato Oneroso- É aquele que ambas as partes auferem benefícios e vantagens. Ex: compra e venda.
Contrato Gratuito- É aquele em que só uma das partes auferem benefícios e vantagens. Ex: doação.
Doação Onerosa- É aquela que exige uma contraprestação por parte do donatário
Doação Remuneratória- É aquela feita em contraprestação a serviços que jamais podem ser cobrados.
Art. 441, CC
O artigo fala que a coisa recebida (com vícios ou defeitos ocultos) que lhe tornem imprópria para o uso ou lhe diminua o valor pode ser devolvida ou enjeitada. São aplicadas também às doações onerosas.
Art. 442, CC
O art. 442, CC deixa duas alternativas: a) rejeitar a coisa, rescindindo o contrato pleiteando a devolução d preço pago, mediante ação redibitória; ou b) conservá-la, malgrado defeito, reclamando porém, abatimento o preço, pela ação quanti minoris ou estimatória.
Art. 443, CC
Se o alienante não conhecia o vício, ou defeito, isto é, se agiu de boa-fé, tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Mas se agiu de má-fé, porque conhecia o defeito, além de restituir o que recebeu, responderá também por “perdas e danos”.
Art. 444, CC
Ainda que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de defeito, por ter ocorrido o seu perecimento (morte de animal por exemplo), a responsabilidade do alienante subsiste, se o fato decorrer de vício oculto, já existente ao tempo da tradição. No exemplo citado, o adquirente terá de provar que o vírus da doença que vitimou o animal, por exemplo, já se encontrava encubado, quando de sua entrega.
Art. 445, CC
Os prazos decadenciais são de 30 (trinta) dias para as coisas móveis e de 01 (um) ano para as coisas imóveis, a contar a entrega efetiva (tradição). Se o adquirente já estava na posse, então os prazos são reduzidos pela metade, a contar da alienação (= do negócio). Quando o vício, por sua natureza somente puder ser conhecido mais tarde, o prazo será de 180 (cento e oitenta) dias para bens móveis e de 01 (um) ano para bens imóveis, a contar da ciência pelo adquirente, conforme Art. 445 e seus parágrafos. 
Os prazos decadenciais não prejudicam os prazos de garantia, mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante dentro de 30 (trinta) dias do seu descobrimento.
Art. 446, CC
Os prazos decadenciais não prejudicam os prazos de garantia, mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante dentro de 30 (trinta) dias do seu descobrimento.
EVICÇÃO- É sinônimo de perda.
É a perda da coisa por decisão administrativa ou judicial em reconhecimento do direito anterior de outrem.
O contrato deve ser oneroso, ou seja, deve haver uma contraprestação através de pagamentopor parte do adquirente. Ocorre mesmo nas alienações em hasta pública.
Bem móvel – hasta pública
Bem imóvel – Praça
 Evicção é a perda da coisa diante de uma sentença judicial que atribui a mesma a outrem, havendo uma garantia nos contratos onerosos (com remuneração, ainda que a venda seja realizada em hasta pública).
Partes:
a) alienante - que transferiu a coisa com o vício da evicção, de forma onerosa;
b) evicto, adquirente ou evencido – aquele que perde a coisa adquirida;
c) evictor ou evecente – aquele que adquire a coisa via “ação judicial”.
Art. 447, CC
Aquele que transmite a outrem o domínio, posse ou uso de alguma coisa, por meio de contrato oneroso, fica obrigado a responder pela evicção, mesmo que, no contrato, não assuma expressamente essa obrigação. A segunda parte do artigo supracitado ainda prevê a evicção quando o bem for vendido em hasta pública, persistindo a responsabilidade do alienante, que é inerente a sua boa ou má fé, cogitando-se de alienação onerosa.
A primeira parte do dispositivo do art. 447, que disciplina a evicção, para que a responsabilidade se manifeste, três requisitos são apontados por Pablo Stolze: A aquisição de um bem; a perda da posse ou da propriedade; como também, a prolação de sentença judicial ou execução de ato administrativo.
Art. 448, CC
Só excluirá a responsabilidade do alienante se houver cláusula expressa, não se admitindo cláusula tácita de não garantia. Podem as partes, por essa forma, reforçar (impondo a devolução do preço em dobro, por exemplo) ou diminuir a garantia (permitindo a devolução de apenas uma parte), e até mesmo excluí-la.
Art. 449, CC
Se o evicto (comprador) não soubesse do risco de evicção ou não foi informado, o comprador tem direito a receber o preço que pagou pela coisa, mesmo que haja cláusula expressa que exclua a garantia contra evicção, porque nesse caso, o alienante usou de má fé.
Art. 450, CC
O principal direito do evicto é o de receber o valor da coisa perdida, e o Código Civil, em seu art. 450 parágrafo único, pôs fim a discussão em torno do valor que será o da época em que venceu. Assim, se na época da perda, sobre a coisa incidiu valorização, será o valor atualizado que deverá ser pago pelo alienante. Idêntico raciocínio se aplica se o valor da coisa diminuiu.
Quanto às espécies, a evicção pode ser parcial e total. Seja total ou parcial, o preço a ser restituído será o do valor da coisa, na época em que se evenceu (se perdeu), e proporcional ao desfalque sofrido no caso de evicção parcial, na forma do parágrafo único do art.450 do C.C.
O evictor tem direito além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou ( se não tiver estipulação em contrário), à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultem da evicção e às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Art. 451, CC
Subsiste para o alienante a obrigação de indenizar, restituir, ainda que a coisa alienada estea deteriorada, com exceção se houver dolo do adquirente.
Art. 452, CC
Se o adquirente tiver usufruído dessas deteriorações (auferido vantagens) e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor dessas vantagens serão descontadas da quantia que o alienante tiver que lhe dar.
Art. 453, CC
No tocante as benfeitorias realizadas na coisa dispõem esse artigo que o evicto, como qualquer possuidor, tem direito de ser indenizado das benfeitorias necessárias e úteis. O alienante deverá pagar por essas benfeitorias.
Art. 454, CC
Se as benfeitorias tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas serão levadas em conta na restituição da dívida. A finalidade da regra é evitar o enriquecimento sem causa do evicto, impedindo que embolse o pagamento, efetuado pelo reivindicante, as benfeitorias feitas pelo alienante.
Art. 455, CC
Se a evicção for parcial (quando o evicto perde apenas uma parte ou fração da coisa adquirida em contrato oneroso), mas com perda considerável da coisa poderá o evicto optar entre: a) rescisão do contrato ou b) restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido.
Ex: Se o evicto adquiriu cem alqueires de terra e perdeu sessenta, pode optar por rescindir o contrato, ou ficar com os quarenta restantes, recebendo a restituição da parte do preço correspondente aos sessentas alqueires que perdeu.
Art. 456, CC
Somente após a ação do terceiro contra o adquirente é que este poderá agir contra aquele. Para exercitar o direito decorrente da evicção, o adquirente deverá denunciar à lide o alienante, o que é obrigatório.
Novidade no art. 456, parágrafo único, CC – não atendendo o alienante à denunciação à lide e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação ou usar de recursos.
Art. 457, CC
O artigo diz que não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
CONTRATOS ALEATÓRIOS (contrato acidentalmente aleatório)
Pode ocorrer de duas formas: a) coisa futura/inexistente; b) coisa existente, mas exposta à risco de vir a se perder ou se deteriorar.
O risco quanto a coisa futura se divide em: a) risco quanto a própria existência da coisa: Emptio Spei = venda de esperança; b) risco quanto a sua quantidade: Emptio Rei Sperant = venda de coisa esperada.
Art. 458, CC
Esse artigo trata da probabilidade das coisas ou fatos existirem ou não e da obrigatoriedade de um das partes pagar o que tinha prometido caso não houvesse culpa ou dolo da parte contrária.
Ex: A pessoa propõe pagar determinado valor a um pescador pelo o que ele apanhar na rede que lançará no mar. Mesmo que na rede não tenha vindo nenhum peixe, a pessoa terá que pagar ao pescado o valor integral. Não pode haver dolo ou culpa por parte do pescador. Se for ao contrário e o pescador colher uma quantidade muito superior ao preço combinado, fica este obrigado a cumprir com o acordado.
Art. 459, CC
Esse artigo cuida do risco à quantidade maior ou menor da coisa esperada. Assim, se o risco da aquisição da safra futura limitar-se à sua quantidade, pois deve ela existir, o contrato fica nulo se nada puder ser colhido. Porém, se vem a existir alguma quantidade, por menor que seja, o contrato deve ser cumprido, tendo o vendedor de todo preço ajustado.
Art. 460, CC
A venda de coisas já existentes, e não futuras, mas sujeitas a perecimento ou depreciação é disciplinada por esse artigo. Ex: A venda de mercadoria que está sendo transportada em alto-mar por pequeno navio, cujo risco de naufrágio o adquirente assumiu. É válida, mesmo que a embarcação já tenha sucumbido na data do contrato.
Art. 461, CC
Se, contudo, o alienante sabia do naufrágio, o alienação poderá ser anulada como dolosa ou culposa pelo prejudicado, cabendo ao adquirente a prova dessa ciência.
CONTRATO PRELIMINAR- 
Contrato provisório, preparatório, na qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo.
Art. 462, CC
O contrato preliminar deve conter todo os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. Exceto quanto á forma não exigida para o contrato definitivo a ser celebrado.
Art. 463, CC
Concluído o contrato preliminar (promessa de compra e venda), sendo é considerado irretratável e irrevogável por não conter cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do contrato definitivo, assinando prazo à outra para que se efetive.
Art. 464, CC
Se o prazo esgotar, o interessado poderá pedir ao juiz que suprima a vontade do inadimplente e confira caráter definitivo ao contrato preliminar. Salvo se isso se opuser a natureza da obrigação.
Art. 465, CC
Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
Art. 466, CC
Se a promessa for unilateral há a necessidade do credor se manifestar no prazo previsto/assinado, sob pena de decadência.
DO CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
É o negócio jurídico por meio do qual uma das partes se reserva ao direito de indicar uma terceira pessoa que deverá adquirir os direitose assumir obrigações dele decorrentes.
Estipulante- contratante
Promitente- vendedor 
Terceiro nomeado- declarado, eleito
Finalidades do contrato com pessoa a declarar: evitar tributação; evitar especulação imobiliária
Art. 467, CC
Nessa modalidade, um dos contraentes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468, CC
Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.
Art. 469, CC
A pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo, ou seja, o terceiro já está obrigado, desde o dia do contrato principal.
Art. 470, CC
O contrato terá eficácia somente entre os contratantes originários se não houver indicação da pessoa, se o nomeado se recusa a aceitá-la ou se era incapaz ou insolvente e a outra pessoa desconhecia essa circunstancias no momento da indicação.
Art. 471, CC
O contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação.
DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
O contrato termina basicamente de duas formas: a) seu cumprimento normal; b) desfazimento por 3 formas decorrentes: 1. RESOLUÇÃO – quando houver inadimplemento contratual; 2. RECISÃO – quando houver invalidade contratual. 3. RESILIÇÃO - quando houver simples vontade. 
A vontade pode ser: BILATERAL (distrato); UNILATERAL (denúncia).
Exceção de contrato não cumprido (esceptio non adimpleti contractus)– É o direito que uma das partes tem de não cumprir com sua obrigação se a outra não cumpriu com a dela antes.
Depende do contrato. Ex: compra e venda; prestação de serviço
Existirá situações que um contratante não poderá alegar “exceção de contrato não cumprido”? Sim. Quando houver as chamadas clausulas pague primeiro questione depois ou excptio solutions ou solue et repet.
Art. 472, CC
O distrato (anulação do contrato) faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.  Distrato é o fim do vínculo contratual anteriormente estabelecido. O art. 472 estabelece que se faça o distrato, ou que se opera o distrato, pela mesma forma exigida para o contrato. Exemplo: Num contrato onde a lei exige instrumento público, desse mesmo modo deverá se efetuado o distrato.
         O rompimento do vínculo contratual pela vontade de apenas uma das partes é possível, porém como exceção.
Art. 473, CC
A resilição unilateral, nos casos em que alei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notifica à outra parte.
O parágrafo único do art. 473 do C.C. expõe que dependendo da natureza do contrato, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a etiologia particular do contrato e ainda com o vulto dos investimentos realizados.
Art. 474, CC
A cláusula resolutiva EXPRESSA opera de pleno direito; a TÁCITA depende de interpretação judicial.
Art. 475, CC
Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos.
O contratante pontual tem, assim, ante o inadimplemento da outra parte, a alternativa de resolver o contrato ou exigir-lhe o cumprimento mediante execução específica. Em qualquer das hipóteses fará jus a indenização por perdas e danos.
Art. 476, CC
Os contratos bilaterais geram obrigações para ambos os contratantes, envolvendo prestações recípocras, alteradas umas às outras. Qualquer um dos contratantes pode, ao ser demandado pelo outro, utilizar-se de uma defesa chamada exceptio non adimpleti contractus ou exceção do contrato não cumprido, para recusar a sua prestação, ao fundamento de que o demandante não cumpriu a que lhe competia. Aquele que não satisfez a própria obrigação não pode exigir o implemento da do outro.
Art. 477, CC
Garantia da execução da obrigação a prazo. Formas de garantia: Penhor, hipoteca, avalista, fiador e etc.
Procura-se acautelar os interesses do que deve pagar em primeiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outro contratante. Autoriza-se, por exemplo, o vendedor a não entregar a mercadoria vendida, se algum fato superveniente à celebração do contrato acarretar diminuição considerável no patrimônio do comprador, capaz de tornar duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, podendo aquele, neste caso, reclamar o preço imediato ou exigir garantia suficiente.
Art. 478, CC
Resolução por onerosidade excessiva ou também chamada cláusula pebus sic stantibus (mesmo estado de antes).
A leitura do artigo 478 nos revela que o Código Civil condiciona a resolução do contrato, por onerosidade excessiva, a acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, ao contrário do Código do Consumidor, que alude, apenas, a fatos supervenientes, prescindindo da imprevisibilidade. 
Resguarda o direito do devedor pedir a resolução do contrato, por conta de ter se tornado muito oneroso.
Art. 479, CC
Permite, todavia, que a parte contrária possa, considerando que lhe é mais vantajoso manter o contrato, restabelecendo o seu equilíbrio econômico, oferecer-se para modificar equitativamente as suas condições. Renegociar.
Art. 480, CC
Uma das partes pode pleitear que a sua prestação seja reduzida.
O dispositivo admite que a parte prejudicada possa pleitear a redução do montante devido, ou, ainda, a alteração do modo como se deve ser efetuado o pagamento, no intuito, sempre, de que se evite a resolução pelo excesso oneroso.

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