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tcc-43

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A Redução de Custos para as empresas através da consolidação dos embarques de 
importação 
 
2013 
Universidade Estadual de Campinas 
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo 
LALT – Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes 
Ana Júlia Scacchetti 
Orientador: José Benedito Santos Jr. 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente, na era de competição, diferentes aspectos da logística contribuem para o 
atendimento das expectativas do cliente. A logística auxilia o planejamento de serviços que diferencia 
o produto original. Por isso, neste trabalho, foi apresentado uma situação real de uma empresa 
multinacional que possui altos custos logísticos, os quais podem ser trabalhados para atingir uma 
redução significativa para a empresa. A sugestão dada foi a consolidação de embarques de importação, 
com o intuito de economizar em diversas taxas obrigatórias, e para isso será necessário um melhor 
planejamento com objetivo de diminuir a quantidade de embarques, e também poder importar mais 
material através de embarques marítimos, os quais possuem taxas extremamente mais baixas, podendo 
assim aumentar sua competitividade no mercado, como resultado na redução de custos. 
 
ABSTRACT 
Currently, in the era of competition, different aspects of logistics contribute to meet the 
customer's expectations. Logistics assists planning services that differentiates the original product. 
Therefore, this work was presented a real situation of a multinational company that has high logistics 
costs, which can be worked to achieve a significant reduction for the company. The suggestion was 
given the consolidation of import shipments, in order to save on various fees, and for that a plan 
aiming to reduce the amount of shipments, and also be able to import more material by sea shipments, 
the which have extremely lower rates, thus being able to increase their competitiveness in the market, 
resulting in cost reduction. 
 
 
1– Objetivo 
 
A situação-problema desta pesquisa é a consolidação de cargas visando redução de custos logísticos 
em despesas aduaneiras de importação. O estudo será feito baseado no caso de apenas um dos clientes 
da Foxconn Indústria de Eletrônicos LTDA. Um cliente que é fabricante de computadores e que tem 
grande importância devido ao seu faturamento. Assim um estudo para redução de custo logístico, pode 
trazer tanto benefícios para a empresa, quanto para o cliente final. 
 
 1.1 - Oportunidade 
Para a realização deste trabalho, será feito um estudo de caso da empresa Foxconn, uma 
empresa que tem sua sede em Taiwan e atualmente é a maior fabricante de componentes eletrônicos e 
computadores do mundo. Sua produção é baseada em contratos com outras empresas de tecnologia. 
Seus produtos mais famosos são: Iphone e Ipad (Apple); placa mãe e outros componentes para Dell, 
HP, Lenovo, Sony; Playstation (Sony), Wii (Nintendo); Xbox (Microsoft) além de telefones celulares 
(Motorola). 
Fundada em ​1974 como empresa de produtos de plástico, em sua maioria conectores, por Terry 
Gou, o qual ainda hoje é o CEO da empresa, está na Bolsa de Taiwan desde 1991. A empresa abriu sua 
primeira fábrica na ​China em ​1988 em Shenzhen que é a sua maior indústria com mais de 270.000 
trabalhadores, e no mundo está presente em 14 países e emprega cerca de 900 mil funcionários. Em 
1994 expandiu suas ações para Estados Unidos e Japão, atualmente também no Brasil. 
A Foxconn iniciou as suas atividades no Brasil em 2005, com a fabricação de celulares. Mais tarde, a 
empresa passou a fabricar máquinas fotográficas digitais. Atualmente, a companhia possui 6 fábricas 
no país, localizadas em Manaus, no estado do Amazonas, 4 no interior de São Paulo (duas em Jundiaí, 
uma em Indaituba e uma em Sorocaba), e outra no interior de Minas Gerais. Atualmente, anunciou que 
irá construir nos próximos anos uma nova fábrica em Itu, com planos de investir R$1 bilhão e ter cerca 
de 10 mil funcionários nessa nova planta. 
1.2– Justificativa 
Por exigência do cliente e do próprio produto (por se tratar de eletroeletronico, o que exige um 
extremo cuidado no momento do transporte), a grande maioria das importações são aereas, o que 
acarreta em altos custos logísticos para a empresa. Além disso, com a falta de um planejamento 
adequado, o número de embarques acaba sendo alto para poder então atender prontamente a demanda 
do cliente. 
Por esses motivos, este trabalho foi desenvolvido, para buscar uma solução para reduzir o custo 
logistico da empresa em questão, a qual a sugestão para que isso ocorra é um estudo para que se tenha 
um melhor planejamento de materias, conseguindo assim consolidar embarques de importação. 
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
O conceito Logística surgiu da França, e de acordo com Luis Silva (2011), a logística possui 
origem militar, onde ela era importante para assegurar às forças armadas com todos os meios 
necessários para a sobrevivência dos soldados, como melhores condições de movimentação, 
abastecimento, alojamento e transporte de tropas. 
Atualmente, na era de competição, diferentes aspectos da logística contribuem para o 
atendimento das expectativas do cliente. A logística auxilia o planejamento de serviços que diferencia 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1974
http://pt.wikipedia.org/wiki/China
http://pt.wikipedia.org/wiki/1988
o produto original. Se empresas concorrentes são equivalentes em tecnologia e desempenho de 
produto, a logística pode ajudar uma empresa a diferenciar-se por meio da adaptação aos clientes de 
uma forma que mantenha os custos baixos e melhore o serviço. A necessidade de reduzir custos tem 
motivado as empresas a rever suas práticas logísticas e a buscar estratégias que viabilizem sua redução. 
Com a extensão geográfica dos elementos da cadeia logística (fornecedores, produção e 
distribuição até o cliente final), há uma crescente necessidade de se organizarem as instalações para 
atender os clientes, melhorando a competitividade das empresas e viabilizando as atividades logísticas. 
Segundo Porter (1989) “as políticas do governo (como a política e a regulamentação tributárias), as 
regras jurídicas, as condições do mercado de capital, os custos de fatores e muitos outros atributos 
comuns a um país tornam importantes às fronteiras nacionais”. Para ele, questões como redução de 
custos com comunicação, transporte e barreiras ao comércio internacional, “tornam ainda mais 
significativas às vantagens que a localização tem para a inovação nas empresas”. 
A vantagem competitiva das empresas se concretiza através de sua presença no mercado em 
que atua, o que pode ser percebido pelo tamanho e renovação de sua carteira de pedidos, portanto o seu 
gerenciamento e o monitoramento da carteira deve mobilizar todas as áreas da empresa e priorizar as 
suas ações. Para Luis Silva (2011), para uma eficiente Cadeia Logística é necessário não somente 
melhorar a gestão do ambiente externo através do estreitamento com fornecedores e distribuidores, 
mas é necessária uma mudança no comportamento gerencial interno, ou seja, toda a empresa 
compreender o modelo logístico, deixar de atuar de maneira segmentada e adaptar organogramase 
fazer a gestão dos processos para que este modelo seja adotado e bem desempenhado. 
Em relação ao processamento do pedido, como é possível visualizar na figura 1, podem ser 
identificadas atividades como a preparação de documentação de embarque, atualização de registros de 
estoque, coordenação de liberação de crédito, checagem de erros nos pedidos, comunicação com os 
clientes e com as partes interessadas dentro da empresa, situação de pedidos e disseminação da 
informação do pedido para vendas, produção e contabilidade. 
A montagem do pedido refere-se ao tempo para liberar o embarque para entrega após receber o 
pedido e à disponibilidade da informação para a área responsável pelo embarque ou armazenamento, 
envolvendo a retirada do pedido do estoque, a sua movimentação até a expedição, qualquer 
empacotamento necessário (embalagem) ou ajustes de manufatura e a consolidação com outros 
pedidos que seguem na mesma direção. O tempo de entrega reflete o tempo exigido para movimentar o 
pedido do ponto de estocagem até a localização do cliente, e o tempo para carregamento na origem e 
descarregamento no destino. 
De acordo com o posicionamento estratégico da empresa, o setor de logística pode estabelecer 
um tamanho de pedido mínimo ou máximo. Tais restrições podem representar redução de custos na 
distribuição dos produtos, muito embora precisa-se ter muito cuidado para não acontecer de alguns 
clientes sejam perdidos ou atendidos com menor freqüência ou confiança. Com a formação de lotes de 
pedidos, vários pedidos pequenos poderão ser consolidados e reduzir assim os custos logísticos, que 
serão estudados a seguir. 
A política da empresa para execução de projetos neste segmento determina que as 
oportunidades, ou iniciativas logísticas identificadas, estejam de acordo com a estratégia de médio e 
longo prazo da empresa e atendam às necessidades dos clientes e, que proporcionem benefícios como a 
redução de custos. Encontrar formas de reduzir o custo de frete na operação de distribuição física e 
aliar a essa redução de custo à satisfação do cliente tem importância estratégica. 
De acordo com Ballou (2010), “o transporte normalmente representa o elemento mais 
importante em termos de custos logísticos”, por isso para ele os operadores logísticos precisam ser um 
grande conhecedor da questão dos transportes. Ele ainda afirma que o foco está nas instalações e 
serviços componentes do sistema de transportes e nos custos, além do desempenho dos serviços de 
transportes escolhidos. Para Ballou (2010) “Um sistema de transporte eficiente e barato contribui para 
intensificar a competitividade no mercado, aumentar as economias de escala na produção e reduzir os 
preços dos produtos em geral”. 
Ballou (2010) argumenta que o transporte barato contribui para a redução dos preços dos 
produtos, devido a crescente concorrência no mercado e em virtude do transporte ser um dos 
componentes que perfazem o custo agregado total de produção (junto com produção, vendas e 
distribuição). Assim, à medida que o transporte aumenta em eficiência e passa a oferecer um 
desempenho melhor, a empresa e seus clientes, acabam sendo beneficiados. 
Ainda de acordo com Ballou (2010), os custos logísticos podem ser determinados com exatidão 
pela prática contábil e são dividos em: custos operacionais e os custos de capital. Os operacionais são 
os que ocorrem periodicamente ou aqueles que variam diretamente de acordo com os níveis das 
atividades, por exemplo: salários, despesas com armazenagem, despesas administrativas. Os de capital 
são gastos que não variam com as oscilações normais nos níveis de atividades, como por exemplo 
investimento na frota privada de transporte, construção de armazém, compra de equipamento de 
manutenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para Ballou (2010), os custos de transporte são alocados aos custos dos insumos e assim 
influencia o custo de produção e o preço do bem final. Além disso, esses custos determinam quais 
mercados cada região está apta a atender e concorrer com as mercadorias produzias por outras regiões, 
por isso acabam afetando a renda gerada em cada região (via exportação) e seus preços (via 
importação). O autor também afirma que um sistema de transporte ineficiente acarreta altos custos de 
deslocamentos. Para exportadores de produtos primários, os altos custos e a qualidade inadequada dos 
transpote pode ocasionar a perda dos mercados. 
De acordo com Porter (1989), a corrida pela competitividade faz com as empresas procurem 
novos métodos de gerenciamento da qualidade, criando uma vantagem competitiva decorrente dessas 
inovações, garantindo a sobrevivência no mercado futuro. Segundo Campos (1992) não podemos mais 
garantir a sobrevivência da empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem, ou 
cobrando apenas resultados hoje são necessários métodos utilizados por todos em direção dos objetivos 
comuns. 
A abordagem para a tratativa de melhoria em processos considera a utilização de métodos que 
a partir da análise do fluxo do processo, apresenta uma abordagem sistemática de melhoria e 
incremento dos processos atuais. Neste contexto, as ferramentas mais utilizadas na literatura são o 
PDCA e o MASP. O PDCA é um método de solução de problemas e melhoria contínua, onde as 
causas do problema são investigadas sob o ponto de vista dos fatos, e causa efeito, analisada com 
detalhe, resultando em contramedidas planejadas para o problema. O conceito de melhoramento 
contínuo implica em um processo sem fim, questionando repetidamente os trabalhos detalhados de 
uma operação.De acordo com Slack (1996), a natureza repetida e cíclica do melhoramento contínuo é 
chamada de ciclo PDCA, sendo que este compromisso da equipe é fundamental para que esta atitude 
torne corriqueiro na empresa 
 
QUADRO 1 – Fases de implementação do PDCA 
P (Plan de planejar) - Envolve o exame do atual método ou da área-problema estudada, 
envolvendo coleta e analise dos dados de modo a formular um plano de ação que se pretende 
para melhoria de desempenho; 
D (Do de fazer) - Implementa o plano na operação; 
C (Check de verificar) - A nova solução implementada é avaliada, para ver se resultou no 
melhoramento de desempenho esperado; 
A (Act de agir) - A mudança é consolidada ou padronizada 
Fonte: Adaptado de Slack (1996). 
 
Outro método é o MASP, que é uma ferramenta sistêmica de abordar situações que podem 
exigir tomada de decisão devido a uma situação insatisfatória, um desvio do padrão de desempenho 
esperado ou de um objetivo estabelecido, reconhecendo a necessidade de correção, seguindo 
alternativas de ação. Segundo Arioli (1998), estas situações são tratadas utilizando ferramentas da 
qualidade de uma maneira sequencial e padronizadas, com o ciclo de definição, analise, melhoria, 
padronização e controle do problema. A finalidade do MASP é resolver problemas, obtendo resultados 
em curto prazo, onde o trabalho em equipe é fundamental para o sucesso do método, englobando: 
 
 
QUADRO 2 – Fases de implementação do MASP 
1. Identificação do problema: Definir claramente o problema e reconhecer 
sua importância; 
2. Observação:Investigar as características específicas do problema com uma 
visão ampla e sob vários pontos de vista; 
3. Análise: Descobrir as causas fundamentais; 
4. Plano de Ação: Conceber um plano para bloquear as causas fundamentais; 
5. Execução: Bloquear as causas fundamentais; 
6. Verificação: Verificar se o bloqueio foi efetivo; 
7. Padronização: Evitar o reaparecimento do problema; 
8. Conclusão: Recapitular todo o processo de solução do problema, 
registrando-o para aproveitamento em trabalhos futuros. 
Fonte: Adaptado de Campos (1992). 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- MÉTODOS 
O termo métodos e ferramentas possuem diversas definições. Segundo Campos (1992) 
“método é um conjunto de princípios estipulados para a execução de processos de trabalhos ou 
atividades”. As ferramentas de análise e soluções são as técnicas utilizadas para atingirem 
determinados objetivos, através de ações combinadas, apreendidas e praticadas pelos os envolvidos. 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho, foram obtidos dados reais da quantidade de embarques                         
da empresa no ano de 2011 (divulgados em porcentagem para a devida proteção de dados da empresa),                                 
e os custos (que foram especificados nos quadros) da empresa Foxconn Indústria de Eletrônicos, que                             
foram extraídos através de dados reais em porcentagens também, além de uma revisão bibliográfica de                             
diversos autores citados ao longo do texto, os quais explicam a formação de pedidos nas empresas, o                                 
que é logística e sua importância no cenário global atual. 
Neste artigo, foram utilizados os métodos MASP e PDCA, onde se define o problema, que são 
os altos custos logísticos para a empresa, e suas características específicas devido a problemas internos 
como a falta de planejamento de demanda e produção adequado. Além disso, problemas de modal de 
transporte onde há uma ocorrência muito maior pelo modal aéreo, elevando os custos de frete 
internacional, os quais são notavelmente muito superiores ao modal marítimo. 
Percebe-se então que para que o problema seja minimizado, deverá haver planos para uma 
melhora no planejamento da empresa, para que seja possível consolidar embarques, diminuindo assim 
os custos, como explicado no item 2 deste artigo. 
Após dado a sugestão de solução para que se consiga reduzir os custos, será feito conforme 
prevê o MASP, uma análise com o objetivo de verificar se o problema de altos custos foi realmente 
resolvido com a sugestão dada de consolidação de embarques. 
 
 
4 – RESULTADOS 
Atualmente, a cadeia de suprimentos da empresa estudada funciona da seguinte forma (como 
pode-se ver na Figura 1): o cliente em questão, envia a demanda para o gerente da conta, para a 
compra de matéria-prima e em paralelo trabalha-se no sistema deste cliente com uma ferramenta que 
possibilita compromissar a produção de placas de acordo com a necessidade do momento e mais 13 
semanas. Porém esta ferramenta tem que estar alinhada com a demanda enviada pelo cliente, mesmo 
que este tenha um incremento de demanda, o qual é um estoque de segurança caso haja um aumento de 
demanda. 
Uma vez com a demanda em mãos, o gerente de projetos após a sua análise, envia para 
planejamento de produção, o qual ajusta a demanda de modo que seja possível ter uma porcentagem de 
segurança mais 10 dias de estoque. Após este passo, a demanda é enviada para planejamento de 
materiais que trabalha na aquisição de matéria-prima de forma a atender o cliente dentro do prazo 
pedido. 
Assim, emite-se uma ordem de compra para os fornecedores desses materiais que irão analisar 
e assim emitir a ​Invoice com os pedidos (de acordo com a disponibilidade do fornecedor) e o mesmo 
envia para o planejador com as quantidades que ele possui e preços, junto com o lead-time que ele 
levará para produzir e a data de saída planejada da China. Com isso, o departamento de planejamento 
decide o modal do transporte. Após receber o status dos fornecedores, materiais envia o status de cada 
plataforma (produto final – placa mãe) ao planejamento de produção, assim é feito um alinhamento 
entre materiais e a necessidade de placas retirada do sistema do cliente. 
Na maioria dos casos (em média 90%) os embarques são aéreos, o que acaba por gerar altos 
custos logísticos, como é possível notar na tabela 1. Para comparar, serão analisados, através das 
tabelas acima, os custos para embarques aéreos e os custos para embarques marítimos do ano de 2011 
para importação de materiais vindos da China (para produção deste cliente em questão). Pode-se 
observar que os custos dos embarques aéreos são muito maiores que os dos embarques marítimos 
(principalmente a despesa frete internacional). Para a realização dessas importações, a empresa utiliza 
o incoterm (termo de vendas internacionais e são utilizados para dividir os custos e a responsabilidade 
no transporte entre o comprador e o vendedor) ​Ex-works, ​no qual todas as despesas são de 
responsabilidade do importador, desde a coleta da mercadoria na origem até a entrega no destino final. 
Para maior entendimento, frete nacional (o primeiro custo das tabelas) refere-se ao custo pago 
para as Transportadoras para realizar o serviço de coleta da mercadoria no porto ou no aeroporto para 
entregar na Foxconn. Frete Internacional refere-se ao pagamento ao Agente de Cargas escolhido para 
prestação dos serviços logísticos na origem (coleta, documentação e a taxa referente ao frete de 
embarque até a chegada no porto ou aeroporto). Já os custos Fixos dizem respeito aos custos de Taxa 
Siscomex – Sistema Integrado de Comércio exterior - (pago ao governo por adição na DI – Declaração 
de Importação, a qual é formulada pelo Importador no Siscomex onde se consolida todas as 
informações cambiais, tributárias, fiscais, comerciais de uma importação de bens), Taxas de capatazia 
(pagas ao porto/aeroporto pela movimentação da carga no armazém da Receita Federal), taxa paga ao 
despachante para o registro e desembaraço da mercadoria no porto e aeroporto, taxa SDA (Sindicato 
dos Despachantes Aduaneiros). O custo de armazenagem é pago pelo espaço utilizado no porto ou 
aeroporto. E o valor da mercadoria refere-se ao valor da ​Invoice​ paga pela Foxconn para o exportador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1: ​Custos Logísticos 2011 - AÉREO 
Mês 
Frete 
Nacional 
(R$1000) 
Frete 
Internaciona
l 
(R$1000) 
Custos 
Fixos 
(R$1000) 
Armazenage
m 
(R$1000) 
Valor da 
Mercadoria 
(R$1000) 
Quantidade 
de 
embarques 
jan/11 7,6% 4,2% 3,43% 6,32% 5,68% 6,13% 
fev/11 5,58% 3,43% 2,25% 1,39% 2,42% 4,42% 
mar/11 6,8% 4,8% 4,08% 2,83% 3,05% 7,32% 
abr/11 19,05% 10,6% 9,85% 14,03% 7,78% 11,75% 
mai/11 12,92% 10,03% 10,04% 21,99% 12,91% 10,22% 
jun/11 12,2% 11,95% 15,77% 9,62% 14,54% 13,11% 
jul/11 10,4% 4,84% 8,96% 9,63% 5,56% 9,36% 
ago/11 7,49% 7,7% 8,02% 6,65% 6,94% 8% 
set/11 6,8% 9,02% 9,29% 3,76% 10,06% 9,19% 
out/11 7,1% 9,18% 8,74% 6,92% 8,13% 6,98% 
nov/11 7,9% 12,56% 9,82% 9,62% 11,42% 6,64% 
dez/11 7,6% 11,6% 9,32% 9,05% 11,41% 6,81% 
 
 
Tabela 2: ​Custos Logísticos 2011 - Marítimo 
Mês 
Frete 
Nacional 
(R$1000) 
Frete 
Internacional 
(R$1000) 
Custos 
Fixos 
(R$1000) 
Armazenage
m 
(R$1000) 
Valor da 
Mercadoria(R$1000) 
Quantidade 
de 
embarques 
jan/11 11,17% 7,78% 15,54% 12,2% 8,61% 17,14% 
fev/11 9,86% 14,83% 14,93% 18,69% 22,79% 13,33% 
mar/11 5,05% 6,8% 4,24% 3,92% 3,81% 10,47% 
abr/11 6,04% 8,61% 8,72% 7,51% 5,04% 11,42% 
mai/11 38,93% 14,81% 4,60% 15,82% 12,74% 6,66% 
jun/11 8,08% 5,23% 8,57% 17,20% 8,72% 6,66% 
jul/11 2,47% 3,23% 3,84% 3,65% 3,96% 5,71% 
ago/11 5,17% 6,54% 11,66% 3,74% 9,01% 7,61% 
set/11 4,03% 7,39% 11,8% 5,38% 6,07% 7,61% 
out/11 2,87% 4,79% 6,06% 3,33% 3,18% 6,66% 
nov/11 1,42% 6,78% 4,5% 2,23% 0,8% 0 
dez/11 4,87% 13,15% 5,41% 6,26% 15,11% 6,66% 
 
Ainda que seja de conhecimento de todos esses altos custos, não há um planejamento adequado 
para que se consolidem diversos embarques saindo da mesma origem, e poucos embarques sendo 
transportado via marítimo. Seria necessário um estudo com o planejamento de materiais juntamente 
com o cliente para que fosse possível consolidar os embarques sem afetar a produção tanto da empresa 
quanto do cliente, que depende da placa-mãe para a produção final do computador. 
Acabar com os embarques aéreos, é uma situação que é considerada pouco provável dentro da 
empresa, afinal é de exigência do cliente que certos tipos de matéria-prima, não seja transportada via 
marítimo, pois poderia danificar o produto. Então, como é possível notar os altos custos consolidar os 
embarques em poucos, afinal todos saem de uma mesma origem (China), acarretaria em uma 
diminuição do preço final do produto, que de acordo com o gerente da conta deste cliente, os custos 
logísticos representam cerca de 10% do preço final do produto. Assim, se for possível consolidar 
embarques e consequentemente reduzir os custos logísticos, resultaria em ganhos para empresa. 
Outro problema que a empresa enfrenta com frequência é a variação na demanda do cliente, e 
muitas vezes esta demanda está maior do que estava planejado no início, sendo assim o cliente solicita 
urgência (por exemplo quando o cliente recebe uma ordem que também não estava dentro de seu 
planejamento) e o departamento de planejamento de materiais precisa negociar com seus fornecedores 
e avisar da urgência para o departamento de Logística, que muitas vezes solicita embarque “flash” ao 
agente de cargas, o qual possui uma tarifa que custa o dobro da tarifa de frete normal e tem um trânsito 
mais rápido. 
Entretanto, existem diversas etapas logísticas antes do material entrar na fábrica para começar a 
produção. Após o recebimento da ​Invoice e ​Packing List enviados pelo fornecedor, o departamento de 
planejamento confere e envia para Logística iniciar o processo de embarque. Logística então, autoriza 
o embarque para o agente de cargas, o qual efetua a coleta e envia os documentos de embarque. Assim, 
toda documentação é enviada para o despachante parceiro, que inputa os dados no sistema da empresa 
e no sistema do próprio despachante, o qual integra para o SISCOMEX – sistema de Comércio 
Exterior da Receita Federal Brasileira. 
Com a mercadoria no porto/aeroporto, e o mantra “visado” para registro, o despachante inicia o 
processo de Declaração de Importação. Após isso, é dado o canal (verde, amarelo, vermelho e cinza). 
Caso o canal seja verde, o departamento de Logística emite uma nota fiscal e a mercadoria está pronta 
para ser coletada no aeroporto/porto e entregue na fábrica. Caso seja diferente, será necessária 
conferência documental, física, onde um fiscal da Receita irá liberar ou não a mercadoria para poder 
carregar e ser entregue. 
Com a consolidação de embarques, este processo seria otimizado (pois não seria necessário 
registrar este grande número de DI´s). Afinal, para cada processo registrado temos as despesas fixas 
como: Armazenagem, Impostos (II, IPI, ICMS, PIS, COFINS), Taxa Siscomex, Comissão de 
Despachante, SDA (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros), Frete Nacional , e o Frete Internacional. 
Para exemplificar essa redução, e demonstrar seus benefícios, será reduzido de 50 para 25 embarques 
Como pode-se ver na tabela abaixo, onde foi feito um simples exemplo de reduzir 30% o número de 
embarques, nota-se que alguns custos também caem, como por exemplo o custo de desembaraço da DI 
que é pago ao despachante, neste caso R$300 por DI. Como este custo é fixo e pago obrigatoriamente 
por embarque, reduzindo-se o número de embarques, reduzirá consequentemente o número de DI´s, e 
no exemplo da tabela 5 a empresa consegue reduzir R$4.500,00 por mês, R$54.000,00 por ano. 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3​ – Comparação dos custos para embarques normais com consolidados 
Número de 
embarques 
Custo com 
desembaraço 
DI 
Custo 
Siscomex 
Custo Frete 
internacional 
Custo 
Desconsolidaçã
o 
50 R$ 15.000,00 R$ 10.775,00 R$ 96.875,00 R$ 5.000,00 
35 R$ 10.500,00 R$ 7.507,50 R$ 45.125,00 R$ 3.500,00 
Diferença (mês) R$ 4.500,00 R$ 3.267,50 R$ 51.750,00 R$ 1.500,00 
Diferença (ano) R$ 54.000,00 R$ 39.210,00 R$ 621.000,00 R$ 18.000,00 
 
Outro custo que se consegue reduzir com a consolidação de embarques é a taxa SISCOMEX 
que também é paga por DI ao governo, essa taxa é de no mínimo R$214,50. Portanto, considerando a 
redução de 30% a empresa reduziria seus custos de R$10.775,00 para R$7.507,50, ou seja uma 
economia de R$39.210,00 por ano. Outro custo que pode ser reduzido, é o custo com a 
desconsolidação dos embarques (pago ao agente de cargas) que gira em torno de R$100,00 por 
processo, ou seja, caindo 30% o número de processos, a empresa conseguiria uma economia de 
R$18.000,0 por ano 
Além desses, outra redução que se conseguiria consolidando os embarques seria no frete 
internacional. Na tabela abaixo, encontramos os valores em dólares das taxas por kilo, para embarques 
saindo da China. Como a média do peso dos embarques é de 250kg, e mantendo os 50 embarques no 
mês sem consolidar, a empresa teria um valor médio de U$1.937,50 por embarque, ou seja, 
U$96.875,00 com despesa de frete internacional. Consolidando os embarques, a taxa utilizada seria de 
U$6,90 (como pode-se notar na tabela 4, quanto maior o peso, menor a taxa) e não mais U$7,75, 
portanto o custo com frete internacional seria de U$1.725,00 por embarque, totalizando em 
U$51.750,00 no mês, portanto um ganho de aproximadamente U$ 57.750,00. 
Tabela 4​ – Tarifa frete (U$/kg) 
<100kg 100 a 499kg 500 a 999kg >1000 
U$10,6/kg U$7,75/kg U$6,9/kg U$6,65/kg 
 
Além do ganho com a redução das despesas fixas citadas, a empresa ganharia também com a 
redução do custo-hora dos analistas que fazem tais importações, ou seja, com a quantidade de 
embarques reduzida, o trabalho com o acompanhamento destas importações também se reduz, com 
isso a empresa tem um ganho qualitativo, onde esse pessoal terá mais tempo hábil para realizar outros 
trabalhos, como por exemplo dedicar-se em melhorias no processo de importação, ou melhora no 
planejamento da demanda, que se possível realizar maiores quantidades de embarques marítimos, onde 
o custo é de 35ton/m (com valor mínimo de U$30,00), ou seja, no caso de 250kg que é a média 
considerada, o custo deste frete internacional seria de U$30,00, comparado com U$1.937,50 do aéreo, 
a empresa teria uma economia extremamente considerável. 
 
5- CONCLUSÃO 
Considerandoum cenário onde a empresa em questão estudada neste trabalho, conseguisse se 
planejar com maior precisão, com a consolidação dos embarques, foi notável a quantidade de 
benefícios que a empresa consegue obter. Além dos custos de frete e de custo fixo serem reduzidos, 
como mostra a tabela 3, os analistas responsáveis por essas importações teriam mais tempo hábil para 
se dedicar em processos de melhoria para as importações na empresa. 
Pode-se concluir que com um estudo focado na Logística das empresas, onde existem diversas 
alternativas de melhoria para se atingir uma redução de custos, conseguindo assim, aumentar a 
satisfação dos executivos da empresa, e do cliente, a alternativa de consolidar embarques é altamente 
atrativa para as empresas e consegue-se através dela bons resultados de melhoria e economia nos 
gastos da empresa, o que hoje é foco dentro de todas as companhias. 
Por isso utilizar-se dos métodos MASP e PDCA são extremamente úteis na tomada de decisão 
dentro da empresa, neste caso, o problema identificado do alto número de embarques, especialmente 
aéreos, com alto custo de importação, foi dada a alternativa de se consolidar os embarques, uma vez 
descoberta as causa raízes desse problema, ou seja, variação na demanda e falta de um bom 
planejamento de materiais. Assim, descoberto o problema e dada a solução, deve-se implementar e 
checar se há realmente bons resultados, neste caso, os resultados foram apresentados na tabela 3 como 
demonstração, e é notável que são resultados que só podem trazer benefícios a empresa em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6- BIBLIOGRAFIA 
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Planejamento, organização e 
logística empresarial. 4. ed. São Paulo: Bookman, 2001. 
 
CAMPOS, V.F. TQC — Controle da qualidade total (no estilo japonês). Belo 
Horizonte: Fundação Christiano Ottoni: Bloch Editores, 1992 
PORTER, Michael E. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1989 
SILVA, Luis Augusto Tagliacollo – Logistica no Comércio Exterior 2011- Editora Aduaneiras 
SLACK, Nigel et al, Adminstração da Produção, São Paulo : Atlas, 1996

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