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Detecção de avanço de semáforo vermelho utilizando câmera
embarcada em veículos automotores
Rafael H. Brasil , Alexei M. C. Machado (Orientador)
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)
rafaelhbrasil@yahoo.com.br, alexei@pucminas.br
Resumo – Com a dificuldade de se implantar detectores de avanço em todos os semáforos em uma cidade,
há necessidade de se proporem novas formas de detectar esses avanços. Este trabalho propõe o monitoramento
do veículo diante de semáforos a partir de uma câmera embutida no próprio veículo. O método proposto para o
problema converte as imagens da câmera para o espaço HSV e busca cores existentes nas luzes dos semáforos.
Identificado e confirmado o semáforo vermelho, ele é rastreado na imagem até que desapareça. O método é testado
em um vídeo de benchmark.
Palavras-chave: trânsito, semáforo, avanço de semáforo.
1. Introdução
A indústria automotiva tem investido em sistemas
de transporte mais inteligentes com o objetivo de
auxiliar o condutor a pensar em tempo hábil, tomar
decisões e, por conseguinte, ajudar a poupar vi-
das e recursos. Assim, um sistema capaz de de-
tectar a sinalização pode, de alguma forma, melho-
rar diretamente a segurança desses condutores. A
ideia principal é dar ao veículo capacidade de per-
cepção, de modo que ele possa interpretar o que há
à sua volta. A detecção de sinalização de trânsito
e tráfego ganhou mais importância com o intuito
de garantir mais segurança na condução de veícu-
los motorizados, através do suporte ao condutor, e
no desenvolvimento de veículos autônomos.
Este trabalho propõe como problema a detecção
e reconhecimento de avanço de semáforo vermelho
com imagens capturadas por uma câmera embar-
cada no próprio veículo. Propõe também um
método de realizar a detecção de avanço baseada
no deslocamento dos semáforos dentro da imagem
capturada. Na próxima seção, algumas técnicas de
detecção e reconhecimento de sinalização de trân-
sito são apresentadas. A seção 3 detalha o método
proposto, seguido de experimentos e conclusão.
2. Trabalhos Relacionados
Duas formas muito comuns para se detectar e re-
conhecer sinais de trânsito através de imagens são a
segmentação com base na cor e a segmentação com
base em bordas. As técnicas que utilizam cores ten-
dem a ter melhor controle sobre a iluminação. Um
exemplo utilizando o espaço de cores HSV é des-
crito por Fleyeh [4].
Os trabalhos de Fairfield e Urmson, Shen et al.
e Levinson et al. [3, 8, 6] tratam da detecção e re-
conhecimento de semáforos de trânsito. Fairfield
e Urmson extraem, de uma imagem de 5 megapi-
xels, uma região de 2040 x 1080, resolução esta su-
ficiente para permitir detecção a 150m do veículo.
Esta distância é considerada razoável para se parar
o veículo a uma velocidade de 90 km/h. Partindo do
pressuposto de que semáforos costumam ser locali-
zados em cruzamentos, Fairfield e Urmson e Levin-
son et al. utilizam consultas geoespaciais, através da
API do Google Maps, para descartar imagens dis-
tantes de cruzamentos. Todavia, essa regra não se
aplica no Brasil, onde, em vários lugares, é comum
se encontrarem semáforos em uma simples traves-
sia de pedestres. Além disso, o sistema se tornaria
altamente dependente da conexão com o GPS. Os
resultados dessa abordagem, no entanto, chegam a
apresentar uma precisão superior a 99% para alguns
vídeos.
Diferentemente dos trabalhos de Fairfield e Urm-
son e Shen et al., em que a câmera está localizada no
veículo, um método de detecção de avanço de sinal
vermelho é proposto por Yung e Lai [10] e por Luo
et al. [7], com a câmera localizada em um ponto
fixo da via onde são visíveis o semáforo, a faixa
de retenção e os carros de passagem. O método
de Yung e Lai identifica o semáforo mais próximo
(o maior na imagem) e o utiliza no processamento.
A detecção é feita com base na cor: branca para
faixa de retenção e vermelha, amarela e verde para
o semáforo. Os resultados dos testes alcançaram
100% de acerto nos testes. Luo et al. realiza os
testes em uma interseção com direita livre, ou seja,
onde o semáforo não é válido para convergência à
direita (somente para os veículos que convergem à
esquerda ou seguem em frente). Os resultados apre-
sentam precisão um pouco inferior ao de Fairfield e
Urmson, em torno dos 90%.
O rastreamento do semáforo é tratado como foco
principal por Gong et al. [5] e por Yelal et al. [9].
Gong et al. utiliza um método já existente chamado
Camshift [1], enquanto Yelal et al. propõe um novo
método. Gong et al. e Fleyeh utilizam espaço de
cores HSV para buscar possíveis semáforos, apli-
cam erosão e dilatação para reduzir ruídos e fazem
o reconhecimento com algoritmo baseado em apren-
dizado de máquina. Por fim, o semáforo reconhe-
cido é rastreado na imagem usando Camshift. O
método proposto por Yelal et al. utiliza detecção das
bordas da rodovia para estimar as possíveis posições
de um semáforo, considerando a haste que o segura.
O semáforo é detectado e rastreado sem se preocu-
par com a cor da luz acesa no momento.
3. Metodologia
Sistemas de detecção de avanço de semáforo ver-
melho baseados em visão computacional usual-
mente utilizam câmeras fixadas em pontos estratégi-
cos da via, tornando-se parte do sistema de con-
trole do trânsito naquele local. O problema proposto
neste trabalho parte do princípio de que a câmera
esteja embarcada no veículo, transformando o sis-
tema em um modo de monitoramento do veículo e
do condutor, não mais da via.
Um sistema de detecção de semáforos deve
ser robusto o suficiente para não se enganar com
luzes vermelhas originadas de fontes diversas, como
lanternas de veículos, outdoors, luzes na calçada,
etc. Além disso, o desaparecimento de um semá-
foro, independentemente de qual luz encontra-se
acesa, não indica necessariamente que o veículo
passou por ele. Pode ser apenas uma oclusão mo-
mentânea. É indispensável a capacidade de se ras-
trear um semáforo já detectado para evitar falsos
positivos casos de oclusão momentânea.
A técnica aplicada para a resolução do problema
é dividida em três fases: Segmentação, Detecção e
reconhecimento e Rastreamento.
3.1. Segmentação
Uma câmera captura as imagens numa resolução
mínima de 640x480, resolução considerada sufi-
ciente para se detectar um semáforo próximo da
câmera. O processo de segmentação converte a
imagem para o espaço HSV, por ser este menos
sensível à luminosidade ambiente, e busca por ele-
mentos vermelhos, amarelos e verdes, de forma
aproximadamente arredondada. Como a iluminação
de semáforos segue um padrão de cor (aproxi-
madamente os mesmos tons de vermelho, amarelo
e verde), é possível concluir que os semáforos
utilizam uma faixa estreita do espectro. Assim,
assume-se que um vídeo consiste de imagens colo-
ridas It, onde t é o tempo, definidas como
It =
 ft(x, y) =
 ft,H(x, y)ft,S(x, y)
ft,V (x, y)

 (1)
onde (x, y) denota as coordenadas de um pixel e
ft,H(x, y), ft,S(x, y) e ft,V (x, y) os valores de ma-
tiz, saturação e brilho, respectivamente. As regiões
vermelhas RR,K , amarelas RY,K e verdes RG,K são
definidas como
RR,k =
{
ft(x, y) : |ft,H(x, y)| < th e
ft,V (x, y) > tv
}
RY,k =
{
ft(x, y) :
∣∣ft,H(x, y)− π3 ∣∣ < th e
ft,V (x, y) > tv
}
RG,k =
{
ft(x, y) :
∣∣∣ft,H(x, y)− 2π3 ∣∣∣ < th e
ft,V (x, y) > tv
}
(2)
onde th, ts e tv são valores de tolerância
definidos durante os testes. Essa tolerância per-
mite pequenas variações na cor devido a condições
adversas que modifiquem a percepção da cor. As
fontes de luz identificadas neste passo são conside-
radas como áreas de interesse. A Figura 1 mostra
um exemplo de imagem onde a cor é extraída corre-
tamente como informação relevante.
Figure 1. Extração da cor verde como região
de interesse.
É comum surgirem pequenas distorções na cor
que poderiam confundir o processo de segmentação.
Assim, um passo de erosão seguido de dilatação re-
duzem pequenos ruídos, de modo que regiões de
interesse que não tenham uma área mínima (de-
pendendo do tamanho da imagem)serão facilmente
eliminados.
3.2. Detecção e reconhecimento
As regiões de interesse definidas passam por uma
série de filtros de validação, incluindo tamanho mí-
nimo (5x5 pixels), altura mínima (parte superior da
imagem) e forma (aproximadamente arredondada).
Os parâmetros de validação foram definidos com
base em testes. Nos casos em que mais de um semá-
foro seja detectado, como na Figura 2, o mais alto é
tido como mais próximo, desprezando-se os demais.
Figure 2. Via com múltiplos semáforos.
3.3. Rastreamento
Um semáforo detectado passa a ser controlado a
cada imagem It subsequente. Ele deve, prefe-
rencialmente, deslocar-se para posições superiores
da imagem. A partir do deslocamento vertical do
semáforo, é possível se estimar a continuidade da
sua trajetória e, assim, inferir se o semáforo desa-
pareceu da imagem ou se sofreu uma oclusão, seja
ela parcial ou total.
O rastreamento é realizado usando Camshift, a
mesma técnica adotada por Bradski [1]. O algo-
ritmo Camshift é aplicado nas proximidades da úl-
tima detecção a procura da posição da luz, indepen-
dentemente da cor. Se encontrada nova posição,
reposiciona a região de interesse com base na
nova posição da luz. Caso contrário, é necessário
aguardar alguns quadros pelo retorno do semáforo.
Se o semáforo não retornar, considera-se que já saiu
do alcance da câmera, caracterizando um possível
avanço de semáforo caso a luz presente seja ver-
melha no momento do desaparecimento. O simples
fato de a luz vermelha desaparecer não indica um
avanço do sinal vermelho. A fase de rastreamento
é responsável por definir se o semáforo saiu da área
da imagem ou se desapareceu dentro dos limites da
imagem.
4. Experimentos
O problema proposto, bem como a proposta de
solução, foram avaliados com base e um vídeo
cedido por Charette [2], com 25 quadros por se-
gundo, em resolução 640x480 pixels, 8 bits por
pixel. O vídeo possui um total de 11.179 quadros.
A taxa de atualização foi reduzida para 5 quadros
por segundo, reduzindo-se o volume total para 2235
quadros. Os testes foram realizados em um com-
putador Core i3 2.3 GHz, com 6GB de RAM e exe-
cutando Ubuntu 14.04. O código foi implementado
em C++ com uso da bibliteca OpenCV.
O veículo portador da câmera passa, ao longo do
video, por 8 semáforos vermelhos, mas não avança
nenhum. Os semáforos vermelhos são detectados,
mas há um grande número de falsos positivos, to-
talizando 72 avanços de semáforo (3% dos quadros
processados). O processamento do vídeo, de 8 mi-
nutos e 49 segundos, levou cerca de 2 minutos e 17
segundos. A Figura 2 exemplifica um caso onde a
câmera se aproxima do veículo da frente e, com isso,
o semáforo vermelho desaparece verticalmente, ca-
racterizando um falso positivo.
5. Conclusão
Este trabalho propôs uma solução para o problema
de detecção de avanço de semáforo vermelho com
câmera embarcada no veículo. Regiões candidatas
são avaliadas com base na cor e o semáforo en-
contrado é rastreado. Não foi possivel determinar
o acerto da detecção de avanço de semáforo, mas
os falsos positivos puderam ser verificados em 3%
dos quadros processados. Como trabalhos futuros,
espera-se a realização de testes de campo com a
câmera melhor posicionada (maior inclinação ver-
tical) para evitar falsos positivos apenas pela proxi-
midade com o semáforo. Serão realizados testes si-
mulando avanços de semáforos através da alteração
do posicionamento da câmera e testes comparativos
com outras técnicas de detecção de avanço de semá-
foro vermelho.
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