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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ

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EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS 
SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS 
REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALINE PACHECO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE 
DARCY RIBEIRO 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ 
SETEMBRO-2005 
 
 
EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS 
SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS 
REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALINE PACHECO 
 
 
 
 
 
 
“Tese apresentada ao Centro de 
Ciências e Tecnologias 
Agropecuárias- CCTA, da 
Universidade Estadual do Norte 
Fluminense Darcy Ribeiro, como parte 
das exigências para obtenção do 
título de Mestre em Produção 
Animal”. 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. CELIA RAQUEL QUIRINO 
 
 
 
 
 
CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ 
SETEMBRO-2005 
 
 
EFEITO DA IDADE E DE FAZENDA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS 
SEMINAIS, MEDIDAS TESTICULARES E MORFOMÉTRICAS E SUAS 
REPETIBILIDADES EM TOUROS DA RAÇA GUZERÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALINE PACHECO 
 
 
 
 
 
 
“Tese apresentada ao Centro de 
Ciências e Tecnologias Agropecuárias- 
CCTA, da Universidade Estadual do 
Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como 
parte das exigências para obtenção do 
título de Mestre em Produção Animal”. 
 
 
 
Aprovada em 29 de Setembro de 2005 
 
Comissão Examinadora: 
 
 
___________________________________________________________________ 
Profa Tânia Góes de Pinho (PhD Fisiopatologia da Reprodução)- UFF 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Profo. José Frederico Straggiotti Silva (DS. Reprodução Animal)- UENF 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Profa Isabel Candia Nunes da Cunha (DS. Reprodução Animal)- UENF 
 
 
 
__________________________________________________________________ 
Profa Celia Raquel Quirino (DS. Melhoramento Genético Animal) - UENF 
(Orientadora) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que me faz esperançoso não é a certeza do 
achado, mas o mover- me na busca. 
(Paulo Freire) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, 
 
 
Evair e Maria Aparecida, 
pelo grande amor e incentivo... 
À minha irmã, 
Elaine pelo apoio, carinho e 
incentivo. 
 Ao meu Amor 
 José Ricardo 
 
DEDICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A Deus por tudo... 
À Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF- pela oportunidade de 
realização do curso e pelo apoio financeiro. 
À minha orientadora e amiga Celia Raquel Quirino, pela amizade, confiança, 
apoio, incentivos, grande orientação e exemplo. 
Aos meus pais, pois sem eles nada disso seria possível. 
À minha irmã por estar também sempre presente, ajudando quando possível 
e apoiando sempre. 
Ao meu querido e amado sobrinho Gabriel, que mesmo sem compreender me 
ajudou a seguir em frente em alguns momento. 
Ao meu amado noivo José Ricardo, pelo amor, dedicação, alegrias, por estar 
sempre ao meu lado e me aturando nos momentos de estresse. Agradeço ainda 
pelas muitas vezes que foi um pouco “chato”, sei que sempre queria o melhor para 
mim. 
As amigas, Iliani, e Joseane, que ganhei assim que cheguei em Campos. 
Primeira república, que me acolheu com carinho e amizade. Posteriormente veio 
morar conosco Cristiana e Giselda, que tornaram-se companheiras de casa e de 
aflições de uma pós graduação. Agradeço a todas pela amizade, pelo convívio, 
pelas conversas jogadas fora, pelas risadas..... em fim pelos bons momentos da 
república “Nós e jeca mar é jóia”. 
iv 
 
À minha segunda família, Gracinha, Joice e Jorge pelo amor, acolhida e pelos 
almoços de Domingo. 
Aos amigos de José Ricardo, Guty, Leandro, que posso considerar como 
meus também e a amiga Tati (namorada de Guty), pelos momentos de 
descontração. 
 Aos amigos do LMGA / Melhoramento Genético, Sabrina, Giliana, Renato e 
Roberto, pelo companheirismo e ajudas. 
Um agradecimento especial à amiga Sabrina, que apesar da sua vida agitada 
de recém mamãe, me ajudou e estava sempre disposta a ajudar, nas coletas de 
material a campo. 
A amiga de sempre Aparecida, pelo carinho, atenção, conselhos e pelo 
companheirismo nesta caminhada. 
Aos companheiros de campo, Carlos Henrique (Alemão), Júnior e João 
Gomes, pela ajuda na realização dos trabalhos nas fazendas. Agradeço em especial 
ao amigo Edenilson, que mesmo não sabendo nada e tendo até “receio” dos bovinos 
me acompanhou em uma das coletas. 
Aos proprietários das Fazendas Santo Antônio (Heloiza e Dr João) e Santa 
Ana (Heloisa e Isidoro), pela possibilidade de realização do trabalho. 
Aos funcionários da Fazenda Santo Antônio, Filhote e Marcelo e da Fazenda 
Santa Ana, Márcio, pela ajuda e pela boa vontade no trabalho com os animais. Um 
agradecimento em especial e parabenização a Filhote, que apesar da idade estava 
sempre muito disposto. 
À Fazenda da Emater- Italva e seus funcionários, pela possibilidade de utilizar 
os animais e pela ajuda. Em especial ao gerente de produção Oto, ao técnico José 
Vicente e aos trabalhadores de campo. 
Aos amigos do PROVIN, Vivian e Ricardo, pelo convívio, sugestões e pelos 
projetos elaborados. 
A Cristiana (Kity), pela amizade e sugestões. 
Aos motoristas da UENF, Belido e Samuel não só por nos direcionar as 
propriedades, mas também por muitas vezes ajudar nas coletas. 
A todas as pessoas que, embora não tenham sido citadas tenham contribuído 
para a realização deste trabalho. 
v 
 
BIOGRAFIA 
 
 
 
Aline Pacheco, filha de Evair Pires Pacheco e Maria Aparecida Pacheco, 
nasceu em 06 de dezembro de 1979, na cidade de Nova Iguaçu, RJ. 
Iniciou o curso de Medicina Veterinária em março de 1998, na Universidade 
Federal Fluminense - UFF, tendo colado grau em março de 2003. 
Em setembro de 2003, iniciou o curso de Pós – Graduação em nível de 
Mestrado em Produção Animal, Melhoramento Genético Animal/Reprodução Animal, 
da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF , em Campos 
dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese e conclusão do curso em 
setembro de 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi 
 
CONTEÚDO 
 
 
 
 
RESUMO........................................................................................................ xiii 
ABSTRACT.................................................................................................... xv 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 01 
2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 03 
2.1- Biometria Testicular................................................................... 03 
2.2-Características Seminais............................................................ 09 
2.3- Fatores ambientais que podem afetar as características 
seminais 
13 
2.3.1. Efeito do mês ou época do ano...................................... 13 
2.3.2.. Efeito da idade do animal.............................................. 15 
2.3.3. Efeito do nível Nutricional............................................... 17 
2.4. Medidas Morfométricas.............................................................. 18 
2.5. Repetibilidade............................................................................ 21 
3.MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 24 
vii 
 
3.1. Propriedades e Animais............................................................ 24 
3.2. Exame externo e interno do sistema genital.............................. 28 
3.3. Coleta e Avaliação do sêmen ................................................... 28 
3.4. Medidas Morfométricas e Peso Corporal................................... 29 
3.5. Análise estatística......................................................................30 
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 32 
4.1 Efeito da idade e de Fazenda..................................................... 32 
4.1.1. Medidas testiculares e Peso............................................. 32 
4.1.2. Características Seminais.................................................. 39 
4.2.Correlações ................................................................................ 44 
4.3. Medidas Morfométricas.............................................................. 48 
4.4. Repetibilidade............................................................................ 51 
5. CONCLUSÕES.......................................................................................... 56 
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos valores de 
Perímetro escrotal (PE) para touros da raça Guzerá de 
diferentes idades, segundo diferentes autores 
09 
Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos 
touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 
características seminais. 
25 
Tabela 3. Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos 
touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 
medidas testiculares, corporais e peso. 
25 
Tabela 4: Médias e respectivos desvios padrão das medidas testiculares, 
segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo fazenda. 
37 
Tabela 5: Médias e respectivos desvios padrão do Peso corporal (kg) dos 
touros Guzerá, segundo Fazenda e faixa etária. 
38 
Tabela 6: Médias e respectivos desvios padrão das características físicas do 
sêmen, segundo a faixa etária dos touros Guzerá e segundo 
fazenda (FAZ.) 
42 
Tabela 7: Médias e respectivos desvios padrão das características 
morfológicas do sêmen, segundo a faixa etária dos touros 
Guzerá e segundo fazenda (FAZ.) 
43 
 
 
 
 
ix 
 
Tabela 8: Correlações simples entre medidas testiculares, peso corporal e 
idade dos touros da raça Guzerá 
46 
Tabela 9: Correlações simples entre as características seminais, perímetro 
escrotal e idade dos touros da raça Guzerá 
48 
Tabela 10: Médias e respectivos desvios padrão das medidas corporais dos 
touros da raça Guzerá avaliadas nas diferentes faixas etárias e 
nas diferentes fazendas 
50 
Tabela 11: Correlações simples entre as medidas corporais, peso e idade 
dos touros da raça Guzerá 
51 
Tabela 12: Valores de repetibilidade para as medidas testiculares dos touros 
da raça Guzerá 
52 
Tabela 13: Valores de repetibilidade encontrados para as medidas corporais 
e pesos dos touros da raça Guzerá 
53 
Tabela 14: Valores de repetibilidade encontrados para as características 
seminais dos touros da raça Guzerá 
55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
 
Figura 1: Medidas médias de perímetro escrotal (PE) de acordo com a 
faixa etária dos touros Guzerá em diferentes fazendas 
36 
Figura 2: Médias do Peso corporal de acordo com a faixa etária dos touros 
Guzerá nas diferentes fazendas 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xi 
 
LISTA DE ABREVIATURA 
 
 
 
 
ACER= Altura de cernelha 
AG= Altura de garupa 
ASP= Aspecto do ejaculado 
CT= Circunferência Torácica 
CTD= Comprimento testículo direito 
CTE= Comprimento testículo esquerdo 
CTEST= Consistência testicular 
CONC= Concentração espermática 
DMa= Defeitos maiores 
DMe= Defeitos menores 
DT= Defeitos totais 
FAZ= Fazenda 
Fig= Figura 
ID= Idade 
LA= Livro aberto 
LTD= Largura testículo direito 
LTE= Largura testículo esquerdo 
MOT= Motilidade espermática 
PO= Puro de origem 
PE= Perímetro escrotal 
Sptzs= espermatozóides 
TURB= Turbilhonamento espermático 
Tab= Tabela 
VOL= Volume seminal 
VIG= Vigor espermático 
 
 
 
 
 
 
 
 xii 
 
RESUMO 
 
 
 
PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; 
Setembro, 2005; Efeito da idade e de fazenda sobre as características seminais, 
medidas testiculares e morfométricas e suas repetibilidades em touros da raça 
guzerá. Orientadora: Celia Raquel Quirino. 
 
O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da idade e de diferentes 
fazendas sobre as características seminais, medidas testiculares e corporais de 
touros da raça Guzerá. Foi ainda objetivo estimar as correlações simples entre as 
medidas testiculares, corporais e as características seminais e os valores de 
repetibilidade destas características, a fim de se determinar o quanto cada variável 
se repete em momentos diferentes da vida dos touros. Para analisar os possíveis 
efeitos de idade e de fazenda foram utilizadas quatro fazendas, localizadas em 
diferentes municípios da região Norte e Noroeste Fluminense. As fazendas utilizadas 
localizavam-se nos municípios de Campos dos Goytacazes, Miracema, Italva e 
Carapebus. Em cada fazenda foram realizadas avaliações mensais de outubro de 
2004 a junho de 2005 das características seminais, medidas testiculares e corporais. 
Dentro de cada fazenda os machos foram divididos por faixa etária, desde 12 até os 
72 meses de idade, porém nem todas as fazendas possuíam touros em todas as 
idades. As mensurações testiculares e corporais iniciaram em machos com 12 
meses de idade, enquanto que as coletas e avaliações do sêmen tiveram início com 
touros a partir dos 24 meses de idade, pois em geral os machos mais jovens não 
responderam à eletroejaculação ou apresentaram-se oligospérmicos. Para verificar 
os efeitos de idade e de fazenda foi realizado análise de variância, foram estimadas 
ainda as correlações simples e as repetibilidades das características. Os resultados 
xiii 
 
encontrados demonstraram que tanto a idade quanto a fazenda influenciaram as 
características estudadas. As medidas testiculares e a altura de cernelha e de 
garupa aumentaram à medida que a idade aumentava, porém o maior crescimento 
foi verificado até os 36 meses de idade. A circunferência torácica e o peso corporal 
aumentaram até os 72 meses de idade. Para as características seminais foi 
observado uma melhora qualitativa dos 24 para os 36 meses em duas fazendas 
avaliadas. Em relação ao efeito de fazenda sobre as características estudadas 
verifica-se que as fazendas 1 e 3 apresentaram machos com menores testículos, 
peso corporal e medidas corporais. Para as características seminais houve também 
variação entre as fazendas, todavia os resultados foram variados de acordo com 
cada idade, ou seja, em cada idade uma fazenda apresentava melhores ou piores 
resultados. As correlações simples entre as medidas testiculares, peso e idade 
foram de alta magnitude, variando de 0,71 a 0,96, enquanto que a consistência 
testicular não apresentou correlação com as medidas testiculares, peso e idade. As 
medidas corporais, altura de cernelha e de garupa, apresentaram alta correlação 
entre si (0,97) e com o peso corporal (0,79 e 0,76, respectivamente) e de média 
magnitude com a idade (0,56 e 0,51). As características seminais apresentaram 
coeficientes de correlação bastante variáveis (entre 0,17 a 0,79). Quando se 
correlacionou o perímetro escrotal às características seminais foram encontrados 
valores de baixa magnitude. A repetibilidade das medidas testiculares e corporais 
foram altas, variando de 0,61 a 0,96, e apresentaram-se maiores em touros com 
mais de 36 meses de idade, entretanto, para as características seminais, os valores 
foram variáveis, os defeitos espermáticos apresentaram baixos valores de 
repetibilidade. Conclui-se com o presente trabalho, que para a escolha adequada de 
reprodutores, deve-se levar em consideração a idade e os diferentes sistemas de 
manejo em que estes serão criados, além disso, torna-se fundamental a avaliação 
periódica da qualidadeseminal, visto que as características seminais estão 
propensas às variações de ambiente externo e ainda apresentaram média a baixa 
repetibilidades. 
 
Palavras chave: Guzerá, Biometria Testicular, morfometria, peso, características 
seminais. 
xiv 
 
ABSTRAC 
 
 
PACHECO, Aline; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 
September, 2005; Effect of age and farm on the seminal, corporal and testicular 
characteristics and their repeatability of Guzera bulls. Adviser: Celia Raquel Quirino. 
 
The aim of this study was to evaluate the effects of age and different farms on the 
seminal, corporal and testicular characteristics of Guzera bulls and to estimate the 
correlations among seminal, corporal and testicular characteristics and repeatability 
of these characteristics, in order to determine which each variable repeats on 
different moments of the bull’s life. To analyze the possible effects of age and farm, it 
was used four farms located in different cities of North and Northwest area of 
Fluminense State. The farms were located in the Campos of Goytacazes, Miracema, 
Italva and Carapebus. In each farm were preformed monthly evaluations from 
October 2004 to June 2005, of the seminal, corporal and testicular characteristics. In 
each farm the bulls were divided into groups by age, from 12 months to the 72 
months of age, but some farms didn’t have animals in all ages. The corporal and 
testicular measurement’s began in the 12 months bulls, while the collections the 
semen and evaluations began in the 24 months bulls, because the younger bulls 
didn’t respond to eletroejaculation or became oligospermic. To determine the effects 
of age and farm was preformed variance analysis, correlations and repeatability. The 
results showed that both age and farm influenced the characteristics. These 
characteristics, height at withers and pelvic height increased as age increased, 
xv 
 
 
18 
owever the largest growth was verified until 36 months of age. The chest 
circumference and body weight increased until 72 months of age. Seminal 
characteristics had quality improvement from 24 to 36 months of age in two farms. 
The farms effect showed that the farm number one and three had the bulls the 
shorter testes and lowest body weight and body measurements. Seminal 
characteristics showed differences among farms, however the results varied into 
each age, that means that different farms had better results in different ages. 
Correlations among the testes measures, body weight and age were of high 
magnitude varying from 0,71 to 0,96. Testicular consistence showed no correlation 
with testes measures, body weight and age. Height withers and pelvic height were 
highly correlated among themselves (0,97) and with the body weight (0,79 and 0,76 
respectively) and medium correlated with age (0,56 and 0,51 respectively). The 
correlation coefficients of seminal traits had a wide range (from 0,17 to 0,79). The 
scrotal circumference had values of low magnitude when correlated to seminal 
characteristics. The repeatability of the testicular and body measurements had high 
values, varying from 0,61 to 0,96 and was larger in 36 months bulls. Seminal 
characteristics had variable values, spermatic defects had low values and 
repeatability. In conclusion age and genetic group and environment should be 
considered to make an appropriate choice of bulls, also periodical evaluations of the 
seminal quality should be done, since seminal characteristic are highly influenced by 
environment and had repeatability that ranged from low to medium. 
 
Words key: Guzera, scrotal circumference, seminal characteristics, body 
measurements 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xvi 
 
 
 
1
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 
O Brasil é um país de grandes dimensões e que detém os mais diversos 
contrastes, sejam nos aspectos climáticos, sócio culturais e econômicos. A 
diversidade climática quanto à altitude, temperatura do ar, relevo e precipitação 
pluviométrica podem estar presentes até mesmo dentro de uma mesma região. 
Desta forma, a escolha de raças ou indivíduos fisiologicamente melhor adaptados à 
determinada região ou ambiente de criação torna-se fator importante. 
Em 1870 a raça Guzerá, devido seu grande porte e força, entrou no Brasil pelo 
Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade principal de resolver os problemas de 
transporte do café dentro das fazendas. Em pouco tempo foi observado o grande 
valor da raça, que além de extremamente adaptada e resistente, produzia leite em 
quantidade e qualidade. A partir da década de trinta foi e ainda é intensamente 
utilizada em cruzamentos, tendo representado importante papel na formação de 
novas raças (SANTOS, 2005). 
Apesar da grande potencialidade da pecuária brasileira, contando com raças e 
material genético de qualidade e ainda com diversidade em climas, o perfil da 
pecuária ainda é, em sua maioria, o de utilização do sistema de monta natural com 
subutilização de seus touros. 
Os estudos realizados com objetivo de se melhorar a performance reprodutiva 
destes animais torna-se fundamental e necessário, sobretudo nos machos onde se 
aplica uma maior pressão de seleção. 
 
 
2
Pesquisadores como PINEDA et al. (2000a) e SALVADOR et al. (2003), que 
vêm estudando o comportamento de animais da raça Nelore, demonstram que estes 
animais quando mantidos em condições adequadas de nutrição e manejo podem 
servir um número maior de vacas do que normalmente é utilizado. Além disso hoje 
se conta com os avanços da congelação do sêmen e com a Inseminação Artificial, 
que são técnicas que ainda não são utilizadas pela maioria dos produtores 
brasileiros. 
Diante da importância do macho como reprodutor e difusor de material 
genético, este deve ser criteriosamente selecionado, principalmente quanto aos seus 
aspectos reprodutivos e produtivos, assim como os raciais. Para isto, deve-se ter 
conhecimento dos padrões fenotípicos de cada características e de cada raça e 
ainda dos possíveis fatores genéticos e ambientais que possam interferir, 
temporariamente ou de modo permanente, na performance do reprodutor. Cabe 
ainda ressaltar a importância dos estudos de correlação entre as características, 
principalmente devido ao fato de a maioria das características reprodutivas serem 
consideradas de baixa herdabilidade (PEREIRA, 2001), sendo muitas vezes 
necessário a utilização da seleção indireta. 
Para a manutenção das características de importância econômica em uma 
propriedade, tais como as associadas às características reprodutivas, é desejável 
que os animais apresentem repetibilidade destas características, a fim de se garantir 
produções futuras. No Brasil são escassos os trabalhos que se referem a estimativas 
de repetibilidade das características reprodutivas dos machos. 
Os objetivos do presente estudo são: 
1. Avaliar os efeitos da idade e de diferentes fazendas sobre as características 
físicas e morfológicas do sêmen e sobre as medidas testiculares em touros da 
raça Guzerá. 
2. Avaliar o padrão das medidas morfométricas em touros Guzerá de diferentes 
idades e fazendas localizadas nas regiões Norte e Noroeste Fluminense. 
3. Avaliar as correlações simples entre as características seminais e o perímetro 
escrotal, entre o perímetro escrotal e demais medidas testiculares e entre as 
medidas corporais. 
4. Estimar os valores de repetibilidade das características seminais, medidas 
testiculares e corporais. 
 
 
 
 
3
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
2.1. Biometria Testicular 
 
 
Os programas de melhoramento genético animal buscam selecionar animais 
com alto valor genético e com potencial para manifestar as características de 
importância econômica, sobretudo as relacionadas à reprodução (BELLOWS e 
STAIGMILLER, 1994). 
A avaliação física dos testículos tem sido alcançada mediante aplicação de 
critérios diversos de mensuração, sempre com a finalidadede possibilitar uma 
previsão à cerca do potencial de produção de sêmen. 
Os primeiros estudos relacionados à avaliação testicular foram realizados por 
WILLETT e OHMS (1957) e HAHN et al. (1969), com o objetivo de obter uma medida 
que fosse capaz de predizer a produção espermática dos touros. Após intensas 
pesquisas, estes autores concluíram que o PE se encontrava altamente 
correlacionado com peso testicular (r= 0,94), assim como com volume testicular (r= 
0,96), podendo ser utilizado como indicador de quantidade de parênquima testicular, 
que é o tecido responsável pela produção de espermatozóides. 
WILLETT e OHMS (1957) descreveram ainda alta correlação do PE com 
produção de espermatozóides (r= 0,92) em touros jovens, o que não foi encontrado 
em touros adultos, sugerindo que com a aproximação da velhice a capacidade de 
produção diminui. 
 
 
4
Os estudos relacionando PE com as demais características reprodutivas, tanto 
na fêmea quanto no macho, prosseguiram até os dias atuais, visto que, as altas 
correlações com produção de gametas e a facilidade de mensuração do PE podem 
levar a progressos genéticos através da seleção, bem como auxiliam na detecção 
precoce daqueles reprodutores com maior potencial reprodutivo (BRINKS, 1994; 
CHRISTENSEN et al., 1999; QUIRINO, 1999; PEÑA et al., 2000; GRESSLER et al., 
2000; BRITO et al., 2004). 
A partir da década de 80, os estudos relacionados à viabilidade da utilização 
da biometria testicular como característica de importância para o melhoramento 
genético começaram a ser desenvolvidos com maior intensidade por pesquisadores 
de todo o mundo (KNIGHTS et al., 1984; COULTER et al., 1987; ALENCAR et 
al.,1993; ELER et al.,1996; BERGMAN et al., 1996; SARREIRO et al., 2002). Dentre 
alguns dos objetivos destes pesquisadores esteve a obtenção dos parâmetros 
genéticos: herdabilidade, repetibilidade e correlações, para a característica 
biométrica perímetro escrotal. 
Nos primeiros estudos, realizados em Bos taurus, KNIGHTS et al. (1984) 
relataram para touros da raça Angus herdabilidade de 0,36 para o PE. No Brasil, os 
pesquisadores ELER et al. (1996); BERGMAN et al. (1996) e QUIRINO (1999) 
encontraram resultados de herdabilidade para PE de 0,52; 0,74 e 0,81, 
respectivamente, para bovinos da raça Nelore (B. indicus), permitindo assim sua 
inclusão nos programas de seleção. 
Somando-se ainda como fator favorável, apesar de poucos trabalhos 
realizados, temos que a característica PE apresenta alta repetibilidade (t=0,98) 
(HAHN et al., 1969), fornecendo a esta característica maior confiabilidade. 
Além disso, o perímetro escrotal (PE) é considerado uma medida de fácil 
obtenção e de baixo custo, sendo realizada com a utilização de uma fita métrica 
flexível (FONSECA, 2000). 
As mensurações do PE fornecem prognóstico da vida reprodutiva futura, não 
apenas dos touros, mas inclusive de suas filhas e meias irmãs (BELLOWS e 
STAIGMILLER, 1994), por possuir correlações favoráveis com produção de 
gametas, com fertilidade e ainda com as características de produção, aumentando a 
eficiência reprodutiva de ambos os sexos (PINTO, 1994; LÔBO, 1996). 
A correlação positiva do PE com características reprodutivas na fêmea deve-
se, segundo LAND (1978), aos fatores hormonais, visto que, os mesmos hormônios 
 
 
5
que promovem o desenvolvimento testicular nos machos promovem o 
desenvolvimento ovariano nas fêmeas. 
BRINKS (1994) observou correlações genéticas favoráveis entre perímetro 
escrotal e taxa de prenhez, idade a primeira cobrição e idade ao primeiro parto, 
sugerindo que o melhoramento da fertilidade nas fêmeas pode ser obtido por meio 
de seleção indireta, com base em características associadas à eficiência reprodutiva, 
principalmente o perímetro escrotal dos touros geneticamente relacionados a estas 
fêmeas. 
No Brasil PEREIRA et al. (2002) realizaram estudos com a raça Nelore, 
encontrando correlações favoráveis de r= -0,19, entre perímetro escrotal e idade ao 
primeiro parto aos 14 meses e r= -0,39 com idade ao primeiro parto aos 26 meses. 
Estes resultados indicariam que o perímetro escrotal pode ser utilizado como critério 
de seleção para precocidade sexual das fêmeas. 
Em relação às correlações genéticas e fenotípicas entre PE e as 
características seminais quantitativas e qualitativas, KNIGHTS et al. (1984), em 
touros da raça Angus, encontraram resultados de baixo a moderado, ao passo que, 
TROCÓNIZ et al. (1991) observaram correlações positivas e altas entre PE e 
característica qualitativas do sêmen como a motilidade progressiva r= 0,61 e o vigor 
espermático r= 0,59 e quantitativas como o volume r= 0,62 e a concentração 
espermática r= 0,49. 
No Brasil, QUIRINO (1999) ao estudar touros da raça Nelore, relata 
correlações genéticas entre PE e características físicas do sêmen baixas (entre 0,10 
a 0,13), com exceção de vigor espermático, que teve correlação de 0,89. Para a 
correlação entre PE e morfologias espermáticas os valores encontrados 
apresentaram-se negativos e de médios a altos (entre -0,86 e -0,52), indicando a 
associação favorável entre o desenvolvimento dos testículos e os defeitos 
espermáticos. MARTINEZ et al. (2000) encontraram para touros Gir correlação 
fenotípica baixa (r= 0,05 a 0,35) entre PE e características físicas do sêmen e 
associação desfavorável entre o PE e os defeitos espermáticos (r= 0,05 a 0,09). 
Buscando ainda evidenciar a relação existente entre PE e características 
seminais, SARREIRO et al. (2002) relataram correlações genéticas altas e 
favoráveis entre PE e características físicas do sêmen, porém para anormalidades 
espermáticas a correlação foi baixa (r= -0,14). Mais recentemente, BRITO et al. 
 
 
6
(2004), avaliaram touros Bos indicus e B. taurus e associaram a melhor qualidade 
seminal e maior produção espermática com maior volume testicular. 
Além das características seminais, a performance reprodutiva dos touros 
pode ser influenciada por outros fatores como o peso corporal e a libido. As 
avaliações conjuntas das características seminais, biometria testicular e libido 
fornecem informações complementares e eficientes para predizer a fertilidade do 
rebanho. Em zebuínos, algumas pesquisas (PINEDA et al., 2000a; SALVADOR et 
al., 2003; QUIRINO et al., 2004) já foram realizadas nesta área. 
O tamanho testicular pode ser considerado um indicador da quantidade de 
tecido produtor de espermatozóides, no entanto, é altamente influenciado pela 
composição genética do animal. Touros Bos taurus, em geral, apresentam maior PE 
do que Bos Indicus quando avaliados em uma mesma idade (GODFREY et al., 
1990; CHASE et al., 1997; CHENOWETH et al., 1996). 
Por razões econômicas e visando reduzir a intervalo entre gerações, a seleção 
de machos a serem preservados como reprodutores deve ser realizada o mais 
precocemente possível. SALVADOR et al. (2002) correlacionaram o PE com as 
características idade e peso corporal em touros Nelore de 3 a 4 anos de idade. Os 
pesquisadores observaram que o PE esteve mais correlacionado com peso (r= 0,63) 
do que com a idade (r= 0,43). PEÑA et al. (2000), relataram efeitos significativos da 
idade e do peso sobre o PE, sugerindo que tais características são importantes 
fontes de variação a serem removidas quando o PE for utilizado como critério de 
seleção para melhorar geneticamente a precocidade sexual. 
Segundo TOELLE e ROBSON (1985) o PE medido aos 205 dias de idade é 
um reflexo do aumento do peso corporal e, entre 205 e 365 dias, é mais influenciado 
pelos hormônios gonadotróficos. Como o início da atividade gametogênica está na 
dependência do desenvolvimento corporal que, geralmente é estimado através do 
peso, se o desenvolvimento corporal for retardado por condições ambientais 
adversas, o desenvolvimento testicular também estará prejudicado. 
MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram coeficiente de correlação entre PE 
e peso corporal, variandode 0,52 a 0,64 para diferentes raças taurinas com idade 
entre um e dois anos. Observaram, ainda, que a taxa de crescimento testicular 
tornou-se muito mais lenta do que o peso corporal em touros com mais de um ano 
de idade. 
 
 
7
O PE, assim como o peso corporal, aumentam com o avanço da idade do 
animal, e podem ser influenciados por mudanças ambientais, nutricionais e de 
manejo (ABREU, 2000). Diante disso ressalta-se a importância de se verificar 
correlações em diferentes fases de crescimento do animal. ALENCAR et al. (1993) 
relatam baixa correlação genética entre PE, medido aos 12, 18 e 24 meses e peso 
ao nascimento (r= 0,25; -0,27; 0,17, respectivamente), indicando que a seleção para 
PE não resultaria em aumento de peso ao nascimento. Entretanto as correlações 
com peso ao desmame foram elevadas, variando de 0,61 a 0,98, indicando que a 
seleção para peso resultaria em aumento de PE e, ainda, que grande parte dos 
genes e dos fatores de ambiente que influenciam o PE em uma determinada idade, 
também influenciam nas outras idades. 
VALENTIM et al. (2002) encontraram coeficientes de correlação entre PE e 
peso corporal variando de r= 0,50 a 0,63 para touros Nelore, e r= 0,56 a 0,60 para 
cruzados, observando assim que a seleção para perímetro escrotal influencia o peso 
corporal, visto que estas características apresentam altas correlações. 
Em relação ao desenvolvimento testicular, BERGMAN et al. (1996) em 
condições extensivas de criação avaliaram o crescimento testicular de touros da 
raça Nelore, observando um crescimento de forma linear até os 12 meses de idade 
com tendência curvilínea após esta idade e inflexão próxima aos 18 meses de idade. 
Estes achados poderiam ser um indicativo da puberdade alcançada pelos machos. 
Resultados semelhantes foram encontrados por QUIRINO et al. (1998), sendo que o 
ponto de maior crescimento (ponto de inflexão na curva de crescimento logístico) foi 
aos treze meses de idade, e o perímetro escrotal cresceu até os 40 meses de idade, 
onde alcança um platô. 
Segundo SILVA et al. (1993), o crescimento mais intensivo dos testículos 
ocorre próximo à puberdade, indicando que a tomada da medida do PE neste 
período é estratégica para avanços genéticos em fertilidade e precocidade sexual. 
BERGMANN (1999) sugere ainda, que quando o objetivo da seleção é a redução da 
idade à puberdade, a avaliação do perímetro escrotal deve ser feita antes dos 24 
meses de idade, pois é este o período que antecede ou coincide, com o início da 
atividade reprodutiva. 
O PE por ser uma característica de média a alta herdabilidade e de possuir 
correlação com volume testicular, peso testicular e ainda com produção de 
espermatozóides, tem sido intensamente utilizado como critério de seleção. No 
 
 
8
entanto esta seleção de touros com maiores PE tem influenciado o formato dos 
testículos, que em touros normais devem ser simétricos e ovalados (BARTH et al., 
1992), para cada vez mais esféricos. Estas variações no formato normal dos 
testículos podem trazer conseqüências sobre a produção e qualidade seminal, 
porém são poucos os trabalhos que avaliam estes efeitos. 
Touros zebuínos tendem a possuir testículos mais alongados e 
consequentemente com menor PE. UNANIAN et al. (2000) verificaram em touros 
Nelore, maior freqüência de testículos com formatos alongados em touros jovens (12 
meses de idade), porém com o aumento da idade dos touros a freqüência de 
formatos alongados foi diminuindo e aumentando os de formato ovalado. 
BAILEY et al. (1996) sugerem que o PE não deve ser o único indicador de 
produção espermática, pois segundo estes autores, quando compararam grupos de 
animais com formatos testiculares diferentes (ovóides, alongados e curtos), 
verificaram que o formato testicular influenciou a produção diária de 
espermatozóides. O grupo de touros que apresentou maior PE não foi o que teve 
maior produção espermática, isto se deve ao fato de os testículos alongados 
possuírem melhor termorregulação, oriunda de melhor distribuição de vasos 
sangüíneos e túbulos seminíferos, importantes na produção espermática. 
Para touros da raça Guzerá são poucos os trabalhos, tanto no Brasil como no 
exterior, que relatam as características reprodutivas como o PE. Na Tabela 1 
apresenta-se algumas médias e desvios padrão do PE encontrado para a raça 
Guzerá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
 
Tabela 1: Médias e respectivos desvios padrão (DP) dos 
valores de Perímetro escrotal (PE) para touros da 
raça Guzerá de diferentes idades, segundo 
diferentes autores 
 
Autor/ Ano Idade (meses) PE± DP 
TROCÓNIZ et al. (1991) 8-12 18,9±1,8 
 22-24 30,9±3,3 
 >40 38,5±5,8 
CARTAXO et al. (2001) Até 20 27,50 
 21-24 29,78 
 > 24 31,61 
DIAS et al. (2003) 17-29 32,50 
DIAS et al. (2004) 15-20 28,1±2,8 
TORRES JÚNIOR et al. (2003) 13-15,9 19,4±2,8 
 22-24,9 29,1±3,5 
 28-30,7 32,7±2,5 
ANDRADE et al. (2004) 21-27 32,1±2,5 
PACHECO et al. (2005) 24 36,3±2,2 
 36 41,5±0,8 
 48 38,3±2,1 
 60 37,3±3,7 
 
 
As médias encontradas para touros Guzerá, em geral, apresentam-se 
semelhantes as encontradas para touros Nelore (UNANIAN et al., 2000; 
GUIMARÃES et al., 2003). Porém foi observado por TROCÓNIZ et al. (1991) uma 
tendência de os touros Guzerá apresentarem maiores medidas de PE do que os da 
raça Nelore. 
As médias encontradas por PACHECO et al. (2005) foram superiores as 
observadas pelos outros pesquisadores acima citados, assim como superou as 
médias encontradas por QUIRINO (1999) para touros Nelore nas mesmas faixas 
etária. 
 
 
2.2. Características seminais 
 
Os aspectos quantitativos e qualitativos do sêmen bovino e suas relações com 
fertilidade têm sido objeto de muitos estudos. As características seminais podem ser 
divididas em físicas, onde estão incluídas: volume (VOL), cor, aspecto (ASP), pH, 
 
 
10 
motilidade (MOT), vigor (VIG), turbilhonamento (TURB), concentração (CONC) e 
morfológicas, que são as classificações visuais quanto as patologias espermáticas, 
estando classificadas de acordo com BLOM (1973) em defeitos maiores (DMa), 
defeitos menores (DMe) e defeitos totais (DT). 
O volume varia, em zebuínos, conforme o método de coleta, de 2 a 6 mL 
quando usada a vagina artificial e até 25 mL quando obtido por eletroejaculação, 
(SILVA et al., 1993). Em touros criados de forma extensiva a eletroejaculação é a 
forma mais utilizada para a obtenção do ejaculado. No entanto, esta técnica induz 
um ejaculado com grande volume diminuindo a confiabilidade na avaliação de 
concentração espermática (CHACÓN et al., 1999). 
Além da vagina artificial e da eletroejaculação, o sêmen pode ser coletado por 
massagem transretal das glândulas vesiculares e ampolas do ducto deferente, 
sendo uma técnica antiga e que causa menos estresse e sofrimento ao animal 
(FALK et al., 2001). Segundo PALMER et al. (2004a) o método de massagem 
transretal para a obtenção de ejaculado é eficiente em touros maduros e 
acostumados com a técnica. Estes autores realizaram 288 tentativas de coleta em 
touros maduros, os quais 97% ejacularam, porém os autores não confirmaram a 
mesma eficiência em touros jovens e não acostumados com o procedimento. 
Posteriormente PALMER et al. (2004b) compararam dois métodos de coleta de 
sêmen (eletroejaculação e massagem transretal) em touros jovens, observando que 
em touros não acostumados com a manipulação, a eficiência na obtenção do 
ejaculado foi baixa e demorada, porém nos touros acostumados não houve 
diferença entre os dois métodos testados. Contudo, apesar de a massagem 
transretal mostrar-se eficiente na obtenção do ejaculado, esta técnica produziu um 
ejaculado de pior qualidade, com menor motilidade progressiva, concentração 
espermática e porcentagem de vivos, o que pode estar relacionado ao maior tempo 
para emissão do ejaculado e pela ausência de protusão do pênis na maioria dos 
touros. 
A cor e oaspecto do ejaculado são avaliações subjetivas e em um animal 
saudável irão refletir a concentração espermática. A coloração normalmente é 
brancacenta ou marmórea, mas alguns touros produzem consistentemente sêmen 
amarelado, devido à presença de um inofensivo pigmento, a riboflavina. Quanto ao 
aspecto o sêmen deve ter uma aparência uniforme, livre de pêlos, sujeiras ou outros 
 
 
11 
contaminantes e pode variar do cremoso marmóreo, leitoso, opaco até aquoso 
(HAFEZ, 1995). 
RABESQUINE et al. (2003) observaram na raça Limousin, ejaculado de 
coloração branca e aspecto leitoso – viscoso. PINHO et al. (2004) relataram em 
touros de diferentes raças (B. indicus e B taurus) ejaculados de coloração 
brancacenta e aspecto leitoso. Em touros da raça Guzerá, SCHMIDT-HEBBEL et al. 
(2000), em coletas repetidas de sêmen, observaram ejaculados de aspecto aquoso 
nas primeiras coletas passando posteriormente para branco leitoso. PACHECO et al. 
(2005) observaram em touros Guzerá predominância de ejaculados de aspecto 
opalescente e leitoso. 
Após a avaliação física e visual do ejaculado (VOL, COR, ASP e COL), o 
sêmen deve ser analisado microscopicamente para as características motilidade, 
vigor e turbilhonamento, imediatamente após a coleta, evitando-se choques 
térmicos, ação dos ventos e luminosidade diretamente no ejaculado (SILVA et al., 
1993). A motilidade progressiva expressa a porcentagem total de espermatozóides 
móveis, sendo indicativa de normalidade do sêmen. O vigor representa a força do 
movimento ou a capacidade de movimento individual da célula espermática, 
podendo ser classificado numa escala de zero a cinco e o turbilhonamento o 
movimento de massa, que é resultante da motilidade do vigor e da concentração 
espermática (CBRA, 1998). 
De acordo com SALVADOR et al. (2002), touros de 3 e 4 anos de idade da 
raça Nelore, criados à pasto no Centro Oeste do Brasil, e previamente selecionados 
aos 2 anos de idades, apresentaram médias de 56,8 % e 58,6% para MOT, 3,0 e 3,2 
para VIG e 16,4 % e 19,6 % para defeitos totais, respectivamente. Os mesmos 
autores relatam ainda que aos 3 anos de idade grande parte dos touros 
apresentavam-se atrasados quanto à maturidade sexual, fato este ocasionado 
principalmente pela restrição alimentar. Para touros de raça Guzerá com idade entre 
21 a 27 meses, ANDRADE et al.(2004) relataram 50,3 % de MOT, 11,6 % de 
defeitos maiores e 22,0 % de defeitos totais. 
A concentração espermática (número de espermatozóides por mL), é uma 
característica extremamente variável e juntamente com o volume do ejaculado irá 
determinar quantas fêmeas poderão ser fertilizadas com um ejaculado através da 
Inseminação Artificial (HAFEZ, 1995). A concentração espermática pode sofrer 
variações devido a fatores como método de coleta, atividade do reprodutor, 
 
 
12 
condicionamento, idade e estado fisiológico testicular (ABREU, 2000 e PALMER et 
al., 2004b). 
CARTAXO et al. (2001) observaram diferenças significativas na concentração 
espermática de touros Guzerá, analisados por diferentes anos. O valor mais alto 
encontrado foi de 618,67 x 106 sptz / ml e o mais baixo de 248,64 x 106 sptz/ ml. 
Em relação às características morfológicas dos espermatozóides, segundo 
BLOM (1973), os espermatozóides podem ser classificados baseando-se na 
importância dos defeitos em defeitos maiores, defeitos menores e defeitos totais. 
CHENOWETH (2005) define como defeitos maiores aqueles que prejudicam a 
fertilidade do touro e como defeitos menores aqueles que trazem menos prejuízos à 
fertilidade. Mais adiante o mesmo pesquisador relata ainda que a definição de 
defeitos maiores inclui alguns critérios como, a freqüência de sua ocorrência, se 
estão relacionados com infertilidade ou esterilidade ou ainda se eles podem ser 
herdáveis. 
DIAS et al. (2004), comparando diferentes sistemas de manejo nutricional em 
touros Guzerá de 15 a 20 meses de idade, encontraram valores de defeitos maiores 
igual a 31,8%, 42,1%, 50,7%, para machos suplementados com concentrado, 
suplementados apenas no período da seca e somente à pasto, respectivamente, 
demonstrando a importância da alimentação adequada sobre a qualidade seminal. 
Em relação a herdabilidade das características seminais, são poucos os 
estudos realizados no Brasil. QUIRINO (1999) relatou para a raça Nelore, valores de 
herdabilidade para as características físicas e morfológicas do sêmen, variando de 
0,07 a 0,59. SARREIRO (2001) também para a raça Nelore, obteve valores mais 
baixos, variando de 0,00 a 0,07. Estes resultados sugerem que a seleção direta de 
reprodutores com base nas características seminais podem não ser eficientes para 
garantir a descendência qualidade seminal. 
As características físicas e morfológicas do sêmen demonstram entre si, 
valores de correlações variáveis segundo alguns pesquisadores (VALE-FILHO et al., 
1997; QUIRINO, 1999; MARTINEZ et al., 2000; SARREIRO, 2001), porém, em geral, 
estão favoravelmente correlacionadas. 
Tais características sofrem ainda fortes influências de uma série de fatores 
genéticos e ambientais como: raça, idade, condição física, nutrição, doenças, época 
de coleta e método de coleta (ABREU, 2000), devendo ser levados em consideração 
nos estudos de avaliação andrológica dos touros. 
 
 
13 
 
 
 
2.3. Fatores ambientais que podem afetar as características seminais 
 
 
2.3.1. Efeito do mês ou época do ano 
 
Por ser um processo longo e sensível e que exige manutenção de temperatura 
testicular entre 4 a 6o abaixo da temperatura corporal, a espermatogênese pode 
sofrer alterações seja pela temperatura ambiente, por fatores nutricionais ou 
sanitários, podendo afetar permanentemente ou de modo temporário a qualidade 
seminal (GABALDI et al.,1999). Segundo BIFFANI et al. (1999) o conhecimento dos 
fatores não genéticos permite identificar os fatores ambientais que proporcionam 
variações nas produções. Informações sobre mudanças que ocorrem na qualidade 
seminal devido à variações climáticas podem auxiliar na seleção genética e no 
planejamento de procedimentos em relação ao manejo dos animais, visando 
aumentar a capacidade reprodutiva do rebanho (CARTAXO et al., 2001). 
KUMI-DIAKA et al. (1981) estudaram os efeitos das estações do ano sobre as 
características seminais, comparando Bos indicus com Bos taurus mantidos em 
condições tropicais. Observaram que não houve efeito de variação sazonal na 
concentração, porcentagem de vivos e anormalidades espermáticas em Bos indicus, 
porém em Bos taurus houve alterações nas estações mais quentes, demostrando 
menores concentrações e porcentagem de espermatozóides vivos e maiores 
quantidades de defeitos espermáticos. Os autores relataram ainda que os touros 
Bos taurus apresentaram maior porcentagem de degeneração testicular. Estes 
resultados demonstram a adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes. 
Diferenças na qualidade espermática e perímetro escrotal durante os meses 
de avaliação foram encontradas por CHENOWETH et al. (1996), em estudos 
realizados durante dois anos com Bos taurus e Bos indicus, em condições 
subtropicais da Flórida. Os melhores resultados, quantitativos e qualitativos, foram 
observados nos meses de julho (verão) e outubro (outono), o que pode ser explicado 
por melhores condições climáticas e de oferta de alimentos. Quando os mesmos 
pesquisadores compararam Bos taurus com Bos indicus evidenciaram melhores 
resultados para os Bos taurus. 
A maioria dos trabalhos realizados nos países estrangeiros compara o 
desempenho dos taurinos com os zebuínos, evidenciando em grande parte a 
 
 
14 
adaptação dos zebuínos aos climas mais quentes, que no entanto apresentam 
puberdade mais tardia. FIELDS et al. (1979) avaliaram touros jovens com 16 a 20 
meses de idade e observaram que nos meses de verão o tamanho testicular, 
motilidade espermática e concentração aumentaram consideravelmente nas raçasBrahman e Santa Gertrudes, já a raça Angus não houve diferença significativa e a 
raça Hereford apresentou declínio para a mesma época estudada. 
MATHEVON et al. (1998) estudaram fatores ambientais que afetam as 
características seminais em touros Holstein e observaram que diferentes estações 
do ano afetaram todas as características seminais em touros jovens, mas não 
afetaram volume e motilidade espermática em touros adultos. Neste estudo, as 
melhores performances foram visualizadas no inverno e na primavera. 
Alguns autores têm observado alterações nos índices de patologia em touros 
de origem zebuína na África, no decorrer de diferentes estações do ano, sendo que 
os menores índices se apresentam na estação chuvosa, creditando tal fato a 
variações da temperatura (REKWOT et al., 1987; SEKONI et al., 1988) ou a 
melhorias nutricionais decorrentes dos elevados índices pluviométricos no período 
chuvoso, aumentando a qualidade das forragens (IGBOELI e RAKHA, 1971). 
No Brasil, FONSECA et al. (1993) avaliaram touros Nelore e relataram que 
perímetro escrotal, volume, motilidade e concentração espermática não diferiram 
com os meses estudados, contudo houve diferenças sazonais em relação à 
incidência de anormalidades espermáticas. BRITO et al. (2002a), num estudo de 
dois anos realizado em três centros de Inseminação artificial no Brasil, não 
encontraram diferenças significativas na produção e na qualidade espermática sobre 
diferentes condições de temperatura e umidade. 
O comportamento sexual pode sofrer também interferência das modificações 
climáticas, no entanto o efeito de elevadas temperaturas é mais evidenciado em 
taurinos, que apresentam menos tolerância ao estresse térmico (FIELDS et al., 
1979). Em zebuínos, SANTOS et al. (2001), no Brasil, não encontraram diferenças 
no comportamento sexual, avaliados em diferentes épocas do ano, concluindo que 
esta variável não alteraria a avaliação dos touros para efeito de seleção de libido. 
Os trabalhos científicos (FIELDS et al., 1979; FONSECA et al., 1993; 
MATHEVON et al., 1998; BRITO et al., 2002a) demonstram uma certa variação nos 
resultados, ora as condições ambientais influenciam as características seminais ora 
não influenciam, desta forma torna-se importante o estudo destes fatores em cada 
 
 
15 
região e em cada rebanho, a fim de determinar sua interação com o genótipo do 
animal. 
 
 
2.3.2.. Efeito da idade do animal 
 
 
A idade do touro é um fator que afeta todas as características relacionadas à 
eficiência reprodutiva, sendo muito importante sua consideração nas práticas de 
manejo de reprodutores. Touros jovens não produzem ejaculados com quantidade 
suficiente de espermatozóides para fecundar uma fêmea, isto só irá acontecer, 
segundo HAFEZ (1995), quando o animal atingir a puberdade. 
O termo puberdade não é consensual entre os pesquisadores, havendo várias 
definições, porém a mais amplamente utilizada é a proposta por WOLF et al. (1965), 
que estabeleceram o início da puberdade como sendo o momento em que o touro 
produz um ejaculado com no mínimo 50 milhões de espermatozóides e pelo menos 
10% de motilidade progressiva, momento este em que o touro é supostamente 
capaz de fecundar uma vaca e/ou servir em vagina artificial. 
O início da puberdade pode ser influenciado por alguns fatores como raça, 
estado nutricional e ambiente. A idade que o animal alcança a puberdade é uma 
característica indicativa de precocidade que é o que a pecuária moderna está 
almejando. A seleção de animais precoces, ou seja, que atingem a puberdade em 
menores idades tem demonstrado resultados positivos na pecuária, pois esta 
característica apresenta valor de moderado a alto para herdabilidade (0,41), além de 
demonstrar correlação favorável com idade a puberdade das fêmeas aparentadas 
(KINDER et al., 1995). 
Segundo GALLOWAY (1976) os taurinos (Bos taurus) atingem a puberdade 
mais precocemente que os zebuínos (Bos indicus). FIELDS et al. (1979) e 
LUNSTRA et al. (1988), comparando Bos taurus e Bos indicus em condições de 
clima temperado, evidenciaram a precocidade dos taurinos, que também obtiveram 
melhores resultados em termos de qualidade seminal e maiores medidas de 
perímetro escrotal. KUMI-DIAKA et al. (1981), em condições tropicais da Nigéria, 
encontraram melhores resultados para idade à puberdade, para os zebuínos. 
DIARRA et al. (1997) estudaram as características seminais de 294 touros da 
raça holandesa entre 10 e 18 meses de idade. Dos resultados achados por estes 
autores a análise de regressão indicou que para cada 1 dia de aumento na idade, 
 
 
16 
aumenta o volume do ejaculado em 0,04 ml, a concentração e a motilidade 
espermática se incrementam em 0,0024 x 109 espermatozóides/ml e 0,034%, 
respectivamente. 
Embora desde a puberdade o macho já esteja em condições de se reproduzir, 
a capacidade reprodutiva plena só é alcançada na maturidade sexual. Segundo 
CHENOWETH (1994), maturidade sexual é definida como o momento em que o 
macho apresenta interesse sexual, desenvolvimento físico e espermatogênico, 
sendo assim capaz de promover acasalamentos férteis. 
PICARD-HAGEN et al. (2002) avaliaram o efeito de coletas seminais em 
idades precoces do animal sobre a produção e qualidade seminal em touros 
Holstein. As características seminais foram afetadas pela idade, animais que 
atingiam a maturidade apresentavam melhores resultados. A utilização de coletas 
freqüentes e em idades precoces influenciou a qualidade seminal apenas nas 
primeiras coletas, posteriormente as características não sofreram influência. Estes 
resultados demonstram que os animais necessitam de um período para adaptação, 
no entanto coletas realizadas em animais jovens são viáveis para a identificação de 
animais precoces e melhoradores. 
Em estudos realizados no Brasil alguns pesquisadores observaram resultados 
semelhantes, ou seja, com o aumento da idade houve aumento do volume 
espermático, concentração e motilidade espermática e peso corporal (QUIRINO, 
1999; CARTAXO et al., 2001). 
As características morfológicas dos espermatozóides são também 
influenciadas pela idade do animal, segundo CHACÓN et al. (1999) ocorre com 
maior freqüência anormalidades espermáticas em touros com menos de dois anos 
de idade. TROCÓNIZ et al. (1991) observaram uma maior porcentagem de defeitos 
espermáticos em touros mais jovens, tanto para Guzerá quanto para Nelore. BRITO 
et al. (2002b) e SALVADOR et al. (2002), em estudos realizados no Brasil, 
observaram diminuição dos defeitos espermáticos com o avançar da idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2.3.3. Efeito do nível Nutricional 
 
 
O manejo nutricional é um dos principais fatores limitantes ou determinantes 
da eficiência reprodutiva. O efeito de uma deficiência ou mesmo de um excesso 
alimentar é observado com o tempo, influenciando principalmente a idade à 
puberdade (SILVA et al., 1993). 
Em touros adultos, o consumo de alimentos deve ser controlado para evitar 
obesidade, mas este consumo deve ser suficiente para manter o animal em boa 
condição corporal. A recomendação feita por SIRATSKII (1996), citado por 
NICODEMO e SATURNINO (2002), é que os animais devem, aos 12 meses de 
idade, serem criados em regime que favoreça o ganho diário de 1,0 Kg. 
Observações clínicas e pesquisas sobre super alimentação têm demonstrado 
claramente que tanto a libido quanto a qualidade seminal podem ser prejudicadas 
pelo excesso de ingestão de energia (CATES, 1991). 
COULTER et al. (1997) avaliaram o efeito de dietas com quantidades 
moderadas de energia e com dietas ricas em energia em touros (B. taurus), sobre a 
qualidade seminal e características testiculares. Touros alimentados com alta 
energia tiveram maiores valores de perímetro escrotal, porém a consistência 
testicular diminuiu, este fato pode estar associado ao aumento de temperatura na 
região testicular. Em conseqüência, a qualidadeseminal dos animais super 
alimentados foi prejudicada, havendo maior número de defeitos espermáticos e 
menores valores para motilidade progressiva. 
Subnutrição em fases precoces do desenvolvimento dos touros também pode 
retardar ou até mesmo suspender os processos de maturação do eixo hipotalâmico 
hipofisário, causando danos permanentes aos tecidos neurais e gonadais. Já 
animais adultos sofreriam alterações temporárias na capacidade reprodutiva, 
normalmente restaurada quando voltam a receber nutrição adequada (NICODEMO e 
SATURNINO, 2002). A habilidade reprodutiva dos touros é geralmente máxima aos 
36 meses de idade, sendo que, quando jovens, normalmente, necessitam de 
suplementação à pasto para o seu desenvolvimento adequado. 
A influência da nutrição e da genética sobre as características reprodutivas 
interferem no desenvolvimento dos zebuínos, sendo considerados animais tardios. A 
puberdade de touros da raça Nelore em pastejo, com ganhos médios de 0,3 kg/ dia 
a 0,4 kg/ dia, foi observada entre 16 e 19 meses de idade (SILVA et al., 1993). 
 
 
18 
Quando utiliza-se a suplementação alimentar a idade à puberdade é reduzida 
(COULTER et al., 1997). 
Segundo NOLAN et al. (1990), tourinhos Brahman quando comparados com 
outra raça de origem européia, apresentam-se mais tardios, todavia aumentando a 
dieta destes machos para ganhos entre 0,75 kg/ dia e 1,0 kg/ dia a puberdade se 
antecipou, desta forma torna-se imprescindível o conhecimento de uma taxa ótima 
de alimentação que venha proporcionar diminuição na idade à puberdade e aumento 
na performance reprodutiva. 
Nas condições de Brasil central, existem indicações de que a fertilidade dos 
touros da raça Nelore em pastagens é afetada negativamente durante o período de 
seca, evidenciado por redução do perímetro escrotal, porcentagem de 
espermatozóides vivos e vigor (SILVA et al., 1991). 
Segundo SILVA et al. (1993) touros adultos devem estar em boas condições 
para que sejam férteis e sexualmente ativos, sendo que em geral, consomem de 1,5 
a 3% do peso vivo em matéria seca, dependendo das condições de alimentação e 
características individuais. 
De acordo com SALVADOR et al. (2002) apesar da grande potencialidade de 
algumas raças zebuínas para alta produção e reprodução em ambiente tropical, 
muitas vezes o ambiente inadequado, notadamente nutricional, pode prejudicar o 
desenvolvimento, principalmente de animais geneticamente superiores. 
 
 
 
2.4. Medidas Morfométricas 
 
 
Os rebanhos brasileiros, diante da diversidade climática, são criados em 
diferentes condições ambientais, estando sujeitos a condições adversas que passam 
a influenciar no desenvolvimento corporal dos animais. Diante disto, torna-se 
fundamental o conhecimento das condições em que cada animal é criado. 
Segundo SALLES (1995) o desenvolvimento é o resultado das mudanças na 
conformação corporal e o estabelecimento das várias funções do animal. Entretanto 
do ponto de vista biológico o desenvolvimento não poderia ser expresso em termos 
quantitativos, desta forma trabalha-se com crescimento, que estaria relacionado ao 
aumento em massa e tamanho corporal. 
 
 
19 
Atualmente, os programas de seleção estão enfatizando o tamanho corporal, 
pois está diretamente relacionado ao peso do animal (ROSA, 1999) e permite 
descrever melhor um indivíduo ou população. As mensurações morfométricas, 
realizadas para definir o tamanho corporal, permitem ainda determinar tendências ao 
longo dos anos em uma raça, embora não substituam as características de 
desempenho (MAGNOBOSCO et al., 1996). 
Existe uma variedade muito grande de raças bovinas e associado a isto, há 
variabilidade em tamanho corporal, entre e até mesmo dentro de raças. Esta 
diversidade, segundo CARTWRIGHT (1979), deve ser vista como recurso genético, 
gerando oportunidade para aumentar a eficiência de produção. 
As mensurações corporais lineares, como altura e comprimento são mais 
precisas na determinação do tamanho à maturidade do que o peso, visto que, peso 
e gordura subcutânea podem sofrer flutuações periódicas, dependendo do nível 
nutricional e ainda do porte e estado fisiológico do animal (KUNKLE et al., 1994). 
Apesar da importância de se obter as medidas corporais em cada raça, afim 
de se determinar os padrões morfométricos e as taxas de crescimento, são 
escassos os trabalhos encontrados na literatura. A maioria dos trabalhos 
encontrados relatam medidas apenas de peso e ganhos em peso (MARTINS et al., 
2000; GARNERO et al., 2001; FERREIRA et al., 2001), fatores estes que são 
fortemente influenciados pelo ambiente, principalmente pela oferta de alimentação. 
No Brasil WINKLER et al. (1992) avaliaram medidas corporais e peso de 
fêmeas da raça Guzerá, observando que as medidas corporais como altura e 
comprimento apresentaram maiores valores de repetibilidade do que aquelas 
observadas para peso corporal e circunferência torácica, sendo estes achados 
atribuídos às flutuações ambientais que afetaram a qualidade das pastagens e 
consequentemente o peso corporal. 
Seguindo os mesmos estudos, de mensurações corporais e peso, em fêmeas 
da raça Guzerá, WINKLER (1993) observou médias de 447,3 ± 3,7 kg para peso à 
maturidade, 182,2 ± 0,61 cm para circunferência torácica, 134,6 ± 0,42 cm para 
altura de cernelha, 140,3 ± 0,44 cm para altura de garupa e 146,4 ± 0,51 cm para 
comprimento do corpo. De acordo com o referido autor, o peso corporal e a 
circunferência torácica das fêmeas, pode ser ainda influenciado pelo estado 
fisiológico (Gestante x não gestante e lactante x seca). 
 
 
20 
Segundo PRAJAPATI et al. (1991) as medidas morfométricas variam em 
função do crescimento esquelético, atingindo um limiar à maturidade, enquanto que 
o peso e a circunferência torácica variam em função do crescimento muscular. 
Segundo diversos autores (PIMENTEL et al., 1984; WINKLER, 1993; FERNANDES 
et al., 1996; SANCHES, 1999), existe, entre as características peso corporal e 
medidas morfométricas, alto grau de associação verificado pelas positivas e altas 
correlações genéticas e fenotípicas. 
Devido às altas correlações entre as medidas corporais e destas com o peso e 
o PE, ao se selecionar animais para maiores pesos, irá aumentar automaticamente 
as medidas corporais lineares e o PE (MARTINS FILHO, 1991; SANCHES, 1999; 
LEZIER, 2003; TORRES JÚNIOR, 2004). 
FERNANDES et al. (1996), ao estudarem vários rebanhos de bovinos da raça 
Brahman no Brasil, observaram este efeito, verificando que os animais mais pesados 
foram também os mais altos, profundos e com maiores garupas. 
A elevada correlação entre peso corporal e circunferência torácica observada 
por alguns pesquisadores como WINKLER (1993), CYRILLO et al. (2000) e 
PACHECO et al. (2005), demonstra a possibilidade de utilização da circunferência 
torácica para predizer o peso dos animais. 
Segundo CYRILLO et al. (2000) a seleção indireta para peso pós-desmame 
sobre medidas corporais em machos Nelore, promove respostas positivas 
correlacionadas nas medidas corporais. Quando a seleção baseia-se apenas em 
peso corporal, FERREIRA et al. (2001) também relatam ganhos genéticos, devido às 
altas respostas correlacionadas encontradas entre pesos em diferentes fases da 
vida do animal. 
As medidas corporais estão menos sujeitas a influências ambientais, porém 
estão propensas aos efeitos genéticos e aos erros de mensuração. CYRILLO et al. 
(2000), trabalhando com touros Nelore em diferentes anos e em diferentes 
rebanhos, observaram comportamento oscilatório nas medidas corporais. Os autores 
atribuem estes resultados a dificuldades de mensuração, devido ao temperamento 
agitado dos animais e devido à variações genéticas entre os rebanhos. Quando 
incluíram o peso corporal como covariável nas análises, observaram que grande 
parte da diferença entre rebanhos para as características de medidas corporais foi 
decorrente principalmentedas diferenças de peso entre os animais dos vários 
rebanhos. 
 
 
21 
De acordo com SILVA (1997), juntamente com o desenvolvimento ponderal 
deve-se considerar a precocidade reprodutiva, constituindo-se como novos conceitos 
de competência em pecuária. No entanto, estudos que relacionaram tamanho 
corporal com características reprodutivas (BARBOSA, 1991; WINKLER, 1993 e 
SANCHES, 1999) relatam baixas correlações. MEYER et al. (1991) observam que 
apesar da meta prioritária ser a obtenção de elevadas taxas de crescimento corporal 
e elevados índices de eficiência reprodutiva, isto pode ser dificultado pela provável 
existência de antagonismo genético entre crescimento e reprodução. 
Cabe ressaltar ainda, que animais de maior tamanho à maturidade necessitam 
de maiores quantidades de energia para mantença e para os atributos reprodutivos 
(MARTINS FILHO, 1991). Devido a estes fatos, em um programa de seleção torna-
se imprescindível a consideração de todas as possíveis relações entre peso, 
medidas corporais e características reprodutivas, evitando-se selecionar animais 
muito grandes simplesmente pela alta correlação com peso e obtendo-se resposta 
correlacionada indesejável para outras características (SCAPARATI et al., 1996). 
Segundo WINKLER (1993) as medidas morfométricas contam ainda com 
variação genética aditiva, que aumenta de acordo com idade dos animais, ou seja, 
os efeitos dos fatores genéticos na variação fenotípica tornam-se mais importantes 
do que os efeitos dos fatores ambientais. O mesmo autor relata valores altos de 
herdabilidade para as medidas corporais variando entre 0,45 a 0,69. Resultados 
semelhantes foram encontrados por FERNANDES et al. (1996 ) e HADDAD et al. 
(2005). 
 
 
 
2.5. Repetibilidade 
 
 
A estimativa de valores para determinadas características em um mesmo 
indivíduo, tendem a se repetir e isto depende em parte, do genótipo do animal, que é 
constante durante toda a vida do animal e em parte, pelas influências específicas do 
meio ambiente. A correlação média entre duas produções de um mesmo indivíduo é 
medida através da repetibilidade (t) de uma característica (PEREIRA, 2001). 
Segundo PEREIRA (2001) através de múltiplas observações de uma mesma 
característica e de um mesmo animal há redução da variância devido aos efeitos 
temporários do ambiente, reduzindo com isto a variância fenotípica. 
 
 
22 
As características reprodutivas de um animal adulto sofrem variações de 
acordo com os efeitos ambientais (ABREU, 2000), desta forma a variância da 
característica de um indivíduo pode ser analisada sob dois componentes. O primeiro 
é a variância dentro dos indivíduos, onde suas características são afetadas por 
efeitos temporários do meio ambiente (como por exemplo, qualidade da alimentação 
e efeito estacionais) e são medidos através das diferenças temporárias no 
desempenho de um mesmo animal. O segundo é a variância entre indivíduos; neste 
caso o animal é afetado por uma circunstância ambiental que afeta o indivíduo 
permanentemente (como por exemplo, a perda de um testículo). 
Segundo ABREU et al. (2001a) a repetibilidade e as correlações entre as 
características seminais podem ser elementos de valor para se tomar decisões 
sobre o descarte de reprodutores devido à inadequada produção de sêmen de 
qualidade. Os autores relatam ainda, após análise de 13.092 coletas de sêmen de 
touros mestiços, que é possível o descarte com segurança, de touros doadores 
devido à baixa produção ou qualidade do sêmen após 8 a 12 coletas. 
O cálculo de repetibilidade tem, entre outras funções, a de estabelecer o limite 
superior dos valores de herdabilidade das características em estudo. A repetibilidade 
apresenta valores geralmente maiores do que a herdabilidade, pois inclui além dos 
efeitos aditivos dos genes, os efeitos não aditivos e algumas diferenças de ambiente 
permanentes existentes entre indivíduos de um mesmo grupo. A repetibilidade 
também vai indicar a acurácia das mensurações múltiplas, com conseqüente 
redução da variância fenotípica (PEREIRA, 2001). 
Para as características produtivas, os valores de repetibilidade apresentam-se 
de moderados a altos, como por exemplo: peso ao nascer (t=0,20-0,30), medidas 
corporais (t=0,70-0,90), produção de leite (t=0,35-0,40), produção de gordura 
(t=0,35-0,45) (DALTON, 1980, citado por PEREIRA, 2001). 
Porém, para características reprodutivas das fêmeas os valores são 
geralmente baixos. TONHATI et al. (1999) determinaram a repetibilidade para 
resposta à superovulação em vacas Holstein, obtendo resultado de t=0,13, 
sugerindo que a seleção baseada em desempenho prévio deve ser cuidadosa. 
DALTON (1980), citado por PEREIRA (2001), relata repetibilidade de 0,01-0,10 para 
intervalo entre partos e DEMEKE et al. (2004) repetibilidade de 0,14. 
Para características reprodutivas em machos, são escassos os trabalhos que 
relatam valores de repetibilidade, tanto no exterior quanto no Brasil. 
 
 
23 
No exterior CHANDLER et al. (1985) encontraram valores de repetibilidade (t) 
de 0,44 para motilidade espermática, t=0,34 para porcentagem de acrossomas 
intactos, t=0,74 para defeitos maiores e t=0,50 para defeitos menores. Enquanto, 
MAKARECHIAN et al. (1985) encontraram valores de t=0,36 para o volume seminal, 
0,04 para a motilidade, t=0,001 para a concentração, t=0,495 para os defeitos 
maiores e t=0,187 para os defeitos menores. FITZPATRICK et al. (2002) relataram 
repetibilidade moderada para MOT e VIG e modera baixa para defeitos espermáticos 
totais. 
No Brasil, MARTINEZ et al.(2000) encontraram para touros da raça Gir 
valores de moderado a alto para repetibilidade, variando de t= 0,26 para TURB a t= 
0,70 para VIG, indicando que estas características possuem, certamente, um 
componente genético que pode ser utilizado na escolha daqueles reprodutores que 
deverão ser intensamente utilizados nos rebanhos. ABREU (2000), encontrou para 
touros mestiços repetibilidades de t= 0,32 para VOL, t= 0,45 para MOT e t= 0,38 
para CONC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
 
3.1. Propriedades e Animais 
 
 
Os dados do presente estudo pertencem a quatro rebanhos diferentes de 
bovinos da raça Guzerá, localizados em diferentes municípios do Norte e Noroeste 
Fluminense. Os rebanhos foram classificados como fazenda (FAZ.). 
Observa-se na Tabela 2 e 3 a distribuição do número de observações por 
faixa etária do touro dentro de cada fazenda. As idades dos touros foram calculadas 
subtraindo-se a data de coleta da data de nascimento do touro, sendo 
posteriormente classificadas em Idade, segundo uma faixa etária pré determinada. 
Touros com idade menor ou igual a 17 meses foram classificados como tendo 12 
meses, entre 17,01 e menor ou igual a 30 meses foram classificados como tendo 24 
meses, entre 30,01 e menor ou igual a 39 meses foram classificados como tendo 36 
meses, entre 39,01 e menor ou igual a 52 meses foram classificados como tendo 48 
meses e touros com idade maior ou igual a 63,01 meses foram classificados como 
tendo 72 meses. 
Para as características seminais, as coletas tiveram início nos touros de 24 
meses de idade. Touros com idade menor ou igual a 12 meses, quando estimulados 
por eletroejaculação não responderam ou apresentaram-se oligospérmicos, sendo 
avaliados apenas quanto às características testiculares, de medidas corporais e 
peso corporal. 
As coletas e avaliações do sêmen e mensurações testiculares e corporais 
foram realizadas mensalmente de outubro de 2004 a junho de 2005. 
 
 
25 
 
 
Tabela 2: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos 
touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 
características seminais 
 
IDADE(meses) FAZ. 1 FAZ. 2 FAZ.3 FAZ.4 TOTAL 
12 - - - - - 
24 - n=5 n=30 n=21 n=56 
36 n=17 - n=24 n=20 n=61 
48 n=13 n=3 n=20 n=12 n=48 
60 n=15 n=7 - n=25 n=47≥72 - n=23 - n=25 n=47 
 
 
 
Tabela 3: Distribuição do número de observações (n), por faixa etária dos 
touros da raça Guzerá dentro de cada Fazenda (FAZ.), para as 
medidas testiculares, corporais e peso 
 
IDADE(meses) FAZ. 1 FAZ. 2 FAZ.3 FAZ.4 TOTAL 
12 - n=7 n=16 n=27 n=50 
24 - n=6 n=47 n=21 n=74 
36 n=17 - n=28 n=20 n=65 
48 n=13 n=3 n=22 n=12 n=50 
60 n=15 n=7 - n=25 n=47 
≥72 - n=23 - n=25 n=47 
 
 
 
A descrição de cada fazenda, seu manejo, alimentação e dos animais 
apresenta-se a seguir. 
A FAZ.1 pertencente ao Setor de Reprodução Animal do Laboratório de 
Melhoramento Genético Animal (LMGA), Centro de Ciências e Tecnologias 
Agropecuárias (CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro 
(UENF), localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, a uma altitude de 13 metros em 
relação ao nível do mar e com as seguintes coordenadas: latitude 21o48’45’’S e 
longitude 41o18’45’’W. O município de Campos dos Goytacazes localiza-se na 
região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente e úmido, 
com temperatura anual média de 22,7o C. 
Os animais da Universidade são de uso exclusivo para experimentos de 
pesquisa, sendo os touros utilizados regularmente para coletas de sêmen. 
Foram utilizados dois touros LA (livro aberto), nascidos em abril de 2000 e 
novembro de 2001. Durante o experimento os touros permaneceram juntos em 
 
 
26 
piquetes de grama nativa. Nos três meses antes do início do experimento, (julho, 
agosto e setembro de 2004) foi fornecido silagem de sorgo (Sorghum spp.), no mês 
de dezembro e janeiro de 2004, ração duas vezes ao dia, passando posteriormente 
para capim elefante (Pennisetum purpurium sp.) picado. 
Os touros foram avaliados, mensalmente, quanto às características seminais, 
medidas testiculares e corporais. 
A FAZ. 2 está localizada no município de Miracema – RJ, a uma altitude de 
137 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 
21o26’15’’S e longitude 42o11’15’’W. O município de Miracema localiza-se na região 
Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical, chuvoso no 
verão e seco no inverno, com temperatura média anual de 23,0o C. 
A fazenda dedica-se a criação de animais da raça Guzerá PO (Puro de 
origem), linhagem leiteira, possuindo um total de aproximadamente 300 animais. A 
propriedade conta ainda com um rebanho de vacas mestiças para produção de 
leite. Todos os animais são criados extensivamente. 
A forrageira predominante é a Braquiaria decumbens e a grama nativa, 
tendo ainda piquetes de capim colonião (Panicum maximum) e capim angola 
(Brachiaria mutica). Não foi fornecido aos touros qualquer tipo de suplementação 
alimentar. O sal mineral foi fornecido a vontade a todos os animais. 
Na propriedade não se realiza estação de monta definida, os touros são 
mantidos o ano todo com as fêmeas (Guzerá e mestiças). 
Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais 
oito touros nascidos entre junho de 1996 e agosto de 2003. 
A FAZ.3 está localizada no município de Italva-RJ, a uma altitude de 36 
metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 
21o26’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Italva localiza-se na região 
Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima quente, com 
temperatura média anual de 23,0o C. 
A fazenda conta com 150 animais da raça Guzerá linhagem leiteira PO 
(Puro de origem) e com animais mestiços, mantidos em condição extensiva de 
criação. Os touros permanecem em pasto de grama nativa e capim angola 
(Brachiaria mutica), não sendo fornecido qualquer tipo de suplementação alimentar. 
Era fornecido regularmente sal mineral aos animais. 
 
 
27 
A propriedade não realiza estação de monta definida, os touros Guzerá 
permanecem durante todo o ano com fêmeas mestiças, e as fêmeas Guzerá são 
inseminadas com sêmen de reprodutores Guzerá PO de linhagem conhecida. 
Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais 
treze touros nascidos entre março de 2001 e outubro de 2003. 
A FAZ. 4 está localizada no município de Carapebus - RJ, a uma altitude 
de15 metros em relação ao nível do mar e nas seguintes coordenadas: latitude 
22o11’15’’S e longitude 41o41’15’’W. O município de Carapebus localiza-se na 
região Norte do Estado do Rio de Janeiro e apresenta um clima tropical úmido, com 
temperatura média anual de 23,0o C. 
A fazenda dedica-se a criação de bovinos da raça Guzerá PO, possuindo 
um rebanho de 200 animais, de linhagem leiteira e para corte. Possui ainda um 
rebanho comum de bovinos Guzerá, que é destinado para corte. 
Os animais são mantidos em condição extensiva de criação. Os touros 
permanecem durante todo o ano em pastos com predomínio de Brachiaria 
decumbens e B. brizantha. Foi fornecido no final de maio e início de junho 
suplementação alimentar a alguns machos. O sal mineral é fornecido regularmente 
a todos os animais. 
A FAZ.4, utiliza Inseminação Artificial nas fêmeas Guzerá, com sêmen de 
touros PO de linhagens conhecidas, sendo os touros da fazenda utilizados apenas 
para repasse e nas fêmeas do rebanho comum. Não é realizada estação de monta. 
Foram utilizados para coleta de sêmen e medidas testiculares e corporais 22 
touros nascidos entre novembro de 1996 e outubro de 2003. 
O controle sanitário dos animais é realizado adequadamente em todas as 
fazendas, procedendo-se vermifugações regulares, controle de ectoparasitas e 
vacinações contra febre aftosa, carbúnculo sintomático, brucelose e leptospirose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
3.2. Exame externo e interno do sistema genital 
 
 
Cada touro passou por uma avaliação externa, onde foram examinados 
através da inspeção e palpação o pênis, prepúcio, escroto, testículos, epidídimo e 
cordão espermático dos animais. 
Além das avaliações citadas, foi mensurado o perímetro escrotal (PE) com 
auxílio de fita métrica na posição mediana do saco escrotal, no ponto de maior 
dimensão, envolvendo as duas gônodas e a pele escrotal. As medidas 
bidimensionais comprimento e largura do testículo direito (CTD, LTD) e esquerdo 
(CTE, LTE) foram realizadas com auxílio do paquímetro, excluindo-se a cauda do 
epidídimo. Os testículos foram avaliados ainda, de forma manual, quanto à sua 
consistência (CTEST), aplicando-se pontuação de 1 a 5, sendo: 1= tipo muito 
flácido; 2= flácido; 3= ligeiramente flácido; 4= tensão sub-normal e 5= tensão normal, 
indicando gametogênese normal (QUIRINO, 1999). 
Internamente foram avaliadas, através de palpação retal, as glândulas 
vesiculares, ampolas do ducto deferente e próstata (CBRA, 1998). 
 
 
 
3.3. Coleta e Avaliação do sêmen 
 
 
As coletas de sêmen foram realizadas com auxílio de aparelho 
eletroejaculador (El macho II modelo AS 200). Cada touro foi contido 
individualmente, procedendo-se em seguida a técnica de eletroestimulação até a 
obtenção do ejaculado. 
A segunda fração do ejaculado, que é rica em espermatozóides, foi coletada 
em tubos graduados e aquecidos a 37oC para se evitar o choque térmico e 
protegidos da luminosidade. Imediatamente após cada coleta foi realizado, segundo 
o CBRA (1998), a análise física macroscópica do ejaculado, observando o volume 
(VOL) - diretamente no tubo graduado e o aspecto do sêmen (ASP), que foi 
classificado de 1 a 4, sendo 1= aquoso, 2= opalescente, 3= leitoso e 4= cremoso. 
 
 
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Para a avaliação física microscópica do sêmen foi colocada uma gota de 
sêmen entre lâmina e lamínula previamente aquecidas a 37o C, realizando a leitura 
em microscópio óptico sob campo claro com aumento de 100 x. 
As características microscópicas avaliadas foram: motilidade progressiva 
(MOT), expressa em porcentagem, vigor espermático (VIG) e turbilhonamento 
(TURB), expressos numa escala de zero a 5, sendo zero ausência de movimento e 5 
movimentação com grande energia, sendo do tipo progressiva retilínea

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