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Aula 7 – 07/10/2022 ETIOLOGIA DAS MÁS OCLUSÕES Introdução: • Compreender a origem das más oclusões permite ao profissional aprender sobre a possibilidade de prevenção, assim como determinar o prognóstico e possibilidades de tratamento. • Quanto > participação GENÉTICA e < papel AMBIENTAL: < a possibilidade de prevenção, pior o prognóstico e menores as chances de estabilidade pós-tratamento. • SB São Paulo (2009): 43,5% das crianças de cinco anos apresentam algum tipo de má oclusão. *prevenção de má oclusão (alternativa potencial ao tratamento). Esquema conceitual FATORES GENÉTICOS: • Código genético: depende da herança e das mutações gênicas (alterações que ocorrem no genótipo após a fertilização – não são herdadas). • Genótipo: conjunto específico de “instruções” contidas nos genes de um indivíduo – construção genética de um indivíduo; • Fenótipo: conjunto de características reais observáveis (genótipo + fenótipo + interação entre eles). Resulta do genótipo, das influências ambientais (desde a concepção) e da interação entre ambos. • Em gêmeos univitelinos o genótipo é o mesmo, mas o fenótipo é diferente. • Características qualitativas: cor do olho, tipo sanguíneo... são determinadas por um único para de gene. • Características quantitativas: altura corporal, dimensão dos dentes e maxilares são definidas pela interação de diversos pares de genes (pai + mãe) -> Sofre influência ambiental. Herança poligênica ou multifatorial. Morfologia craniofacial, fissuras labiopalatinas, más oclusões, anomalias dentárias são moduladas pelo padrão de herança poligênica. Qual o papel da genética? • Possibilidade de transmissão de determinadas características aos descendentes. Quanto maior o papel da genética na determinação de uma irregularidade dentofacial, maior a chance de incidência dessa característica nos descendentes de pacientes afetados. • As dimensões e a morfologia craniofacial não são determinadas exclusivamente pela genética ou por fatores ambientais. E sim, a face e a dentição são influenciados pela complexa interação de ambos, e cada má oclusão ocupa uma determinada posição no espectro gene/ambiente. • EX: mordida aberta anterior tem maior potencial relacionado a fatores ambientais e um paciente Classe III forte indicação genética, porém, paciente pode ter respiração bucal. Portanto, algumas alterações têm potencial maior genético, e outras ambiental. • A má oclusão pode apresentar etiologia ambientalmente genética ou etiologia essencialmente ambiental, caracterizando a preponderância do genótipo, ou do meio ambiente na determinação de cada má oclusão. • Entender o reflexo direto em uma das mais importantes preocupações da ortodontia – prognostico da correção ortodôntica. Fatores genéticos - características dentofaciais importantes para a prática clínica: Os fatores genéticos não são prevenidos, simplesmente instalam se como fatalidade biológica. 1) Tipo facial: • Mesofacial • Dolicofacial – prevalência de mordida aberta • Braquifacial ou horizontal – sobremordida prevalece 2) Padrão esquelético sagital: • Perfil reto, convexo ou concavo influenciada pela posição mandibular e maxilar • Portanto, o padrão esquelético de Classe I, classe II e classe III apresenta uma forte determinação genética. Conseguimos identificar em torno de 5 anos. Crescimento facial se preserva ao longo do tempo, pois existe uma preponderância do código genético sobre o fator ambiental da morfologia facial. 3) Discrepâncias dente osso: • Quantidade de osso em relação a quantidade de dentes, pode ser positiva (sobra espaço) ou negativa (falta espaço) • Dimensão e, ocasionalmente, a morfologia das bases maxilares seguem predominantemente um comando genético. *Características quantitativas com herança poligênica ou multifatorial • Erronia a noção que paciente com apinhamento dos incisivos permanentes herdam “dentes grandes” dos pais e maxilares pequenos da mãe • Tamanho dos dentes: genes provenientes do pai e da mãe, assim como o tamanho dos maxilares. Devido ao caráter genético do apinhamento e do espaçamento, essas características oclusais não são passiveis de prevenção, podendo apenas ser interceptadas ou corrigidas. 4) Anomalias dentárias associadas • Base genética e hereditária na etiologia das anomalias dentarias. • Anomalias genéticas manifestam-se associadas em um mesmo paciente. • Acomete, de 10 a 20% dos pacientes ortodônticos; • Mesmo defeito genótipo: diferentes manifestações ou fenótipos (agenesias, microdentotias, ectopia e atrasos no desenvolvimento). Agenesias: • Se expressam em distintos graus de gravidade: atraso cronológicos na ontogênese até a ausência completa do germe dentário ou agenesia. • Anomalia de desenvolvimento mais comum na população; • Geralmente se associa a outros tipos de anomalias: microdontia, ectopias, infra oclusão dos molares decíduos, atrasos no desenvolvimento dentário e hipoplasia de esmalte. • Fazer acompanhamento longitudinal para depois fazer a corretiva. Agenesia se associa frequentemente a microdontia (redução do tamanho do dente), pois se deve a expressão parcial do mesmo defeito genético que define a agenesia. Associação provável: agenesia unilateral do incisivo superior e a microdontia do contralateral. Cerca de 20% dos pacientes com agenesia de 2PM também apresentam microdontia dos incisivos laterais superiores; Agenesia pode estar relacionada a disto angulação do 2PM inferior: • Condição mais rara, mas que pode ser encontrada; • Diferente fenótipo ou uma expressão mais branda do mesmo defeito genético que ocasionou a agenesia; • Semelhante ao quadro clínico da microdontia; • De autocorrige e não necessita de tratamento, fazer acompanhamento Dente supranumerário – Mesiodens: dente a mais com características diferentes do normal que fica entre a linha media e pode irromper ou ficar impactado. Tratamento é a exodontia. Extranumerários: características iguais aos dos dentes normais. Exodontia do que estiver mais bem posicionado para exodontia. Transposição entre incisivo lateral e canino permanente: Ectopia de dentes permanentes que se manifesta na inversão de posições naturais no arco dentário, no mesmo quadrante. Anquilose: provocada por um tipo de lesão que, pelo rompimento da membrana periodontal, determina a formação de uma ponte óssea, unindo o cemento a lâmina dura alveolar, retardando ou menos impedindo que o dente faça sua erupção. 7) anomalias craniofaciais: Alterações cromossômicas, monogênicas ou poligênicas. Síndrome de Down, disostose cleidocraniana e a displasia ectodérmica, ocasionadas pela mutação de um único par de genes Conclusão: • Toda irregularidade hereditária apresenta cárter genético; porém o contrário não é verdadeiro. Muitas alterações genéticas não são herdadas e sim determinadas por mutações; • Congênito diz respeito a alterações visualizadas ao nascimento. Nem toda alteração congênita apresenta caráter genético; • As malformações ocasionadas por drogas teratogênicas, apesar de congênitas, representam irregularidades ambientais e, portanto, não são transmitidas para os descendentes; • Da mesma maneira, nem todo problema genético pode ser diagnosticado ao nascimento, por ex.: Diabetes Mellitus do tipo I, a agenesia dentária e a Classe III esquelética; • Influências ambientais podem agir na vida intrauterina e causar alterações congênitas: deformidades causadas por medicamentos, ou podem atuar na vida pós- natal: trauma ou da cárie, ou ainda em ambas as fases, como a má nutrição; • Irregularidades pós-natais não deveriam ser empregadas como sinônimo de fatores ambientais ou adquiridos, uma vez que muitos deles apresentam base genética. FATORES AMBIENTAIS • Os fatores ambientaisconstituem influências não genéticas, provenientes do ambiente ou modo de vida. • Relação causa efeito com más oclusões; • Melhor controlados pelo profissional 1. Trauma • Impacto do traumatismo sobres os incisivos superiores decíduos: - Defeitos superficiais no esmalte dentário - Alteração posicional dos sucessores permanentes 2. Hábitos bucais deletérios • +/- aos 5 anos de idade -> iniciar a irrupção do hábito, pois a partir de então passam a receber p adjetivo de “deletério”. • Com 2 anos e meio / 3 anos já é bom começar a remoção dos hábitos – época em que há a transição da dieta • As alterações morfológicas não dependem unicamente da existência do hábito, mas também de sua (TRIADE DE CRABER – 1972): ⇨ Intensidade ⇨ Duração ⇨ Frequência ⇨ Tipo facial – o tipo DOLICOFACIL é o mais prejudicado pois já possui o terço inferior aumentado (susceptibilidade individual determinada pelo padrão de crescimento facial). *a mordida aberta, quando existe antes da irrupção dos permanentes, pode ser tratada com a remoção do hábito. Perfeito engrenamento das arcadas dentarias: • Posicionamento dentário • Relação de proporcionalidade entre a maxila e mandíbula • Função normal dos músculos do sistema estomatognático Para isso, os dentes devem ocupar uma posição de equilíbrio, correspondente ao local onde forças opostas, provenientes da musculatura intrabucal (língua) e extrabucal (bochechas e lábios) neutralizam-se. Equilíbrio rompido -> morfologia da região dentoalveolar é modificada levando a uma má oclusão. As funções musculares que rompem o equilíbrio e suscitam deformidades oclusais: • Hábitos prolongados de sucção de dedo e chupeta • Pressionamento lingual atípico • Respiração bucal *Crianças amamentadas de forma natural desenvolvem menos ma oclusões *Hábitos estão mais relacionados a mordida aberta e cruzada Hábitos bucais deletérios: fatore de risco para o desenvolvimento de má oclusão INTEPOSIÇÃO LINGUAL: • Deglutição normal: perfeito equilíbrio entre músculos do lábio, bochecha e língua • Deglutição atípicas -> má oclusão – o osso é um tecido bastante plástico que molda-se as pressões musculares • Durante a deglutição a língua deve tocar na papila incisiva, se começar a interpor a língua nos incisivos haverá mordida aberta. • A transição da deglutição infantil para a deglutição madura demora de 12 a 15 meses. A irrupção dos incisivos e primeiros molares decíduos (inicio da oclusão bilateral) da inicio ao aprendizado da deglutição madura. • Primarias: fator etiológico • Secundaria: adaptação a alteração existente; • Tratar junto com a fonoaudióloga especialista em motricidade oral. “oportunista”. EX: paciente faz sucção de dedo a noite e de dia a língua se adapta a essa condição preexistente se interpondo. HABITOS DE SUCÇÃO DE CHUPETA E DEDO • A alteração oclusal normalmente localiza-se na região anterior, de canino a canino • Vestibularização dos dentes anteriores superiores • Mordida aberta originada da interferência do dedo entre os arcos • Rotação mandibular no sentido horário, devido a falta de contato dos dentes • Pressão do dedo sobre o osso alveolar e palato, com consequente estreitamento do osso e aprofundamento do mesmo • A língua, na deglutição, ocupa uma posição projetada no intuito de promover o selamento anterior • A má oclusão de origem unicamente ambiental provocada pelos hábitos de sucção apresenta prognostico de tratamento favorável quando abordada no final da dentadura decídua ou na dentadura mista. • A má oclusão está associada a presença de hábitos bucais, com maior prevalência na dentadura permanentes, mas sem associação cm ansiedade 3. RESPIRAÇÃO PREDOMINANTEMENTE BUCAL: Causas obstrutiva (há algo obstruindo a passagem de ar pelo nariz) x não obstrutiva (passagem de ar pelo nariz é livre, mas continua respirando pela boca). Causas obstrutivas: • Hipertrofia das tonsilas e adenoides • Rinites alérgicas • Desvio de septo nasal • Hipertrofia de cornetos • Trauma nasal • Malformações nasais Encaminhar para o otorrino para avaliação das vias aéreas Não obstrutivas: amamentação, hábitos de sucção, mal formações, quadros neurológicos. Sinais e sintomas: maxila atrésica; palato estreito, boca seca, lábio ressecado, olheiras profundas e baixo rendimento escolar A respiração predominantemente bucal está associada a má oclusão, porém, não é considerada um habito bucal deletério. FATORES GENÉTICOS Tipo facial: Mesofacial / Braquifacial (sobremordida) / Dolicofacial (mordida aberta) Padrão esquelético sagital: Perfil reto (I) / Convexo (II) / Concavo (III) Discrepâncias dente osso: Positiva (sobra espaço) / Negativa (falta) Anomalias dentarias: agenesias; mesiodens; dentes supranumerários, extranumerários; anquiloses; transposição de incisivo lateral e canino. Anomalias craniofaciais: síndrome de Down, disostose cleidocraniana e a displasia ectodérmica. FATORES GENÉTICOS Traumas; Hábitos bucais deletérios: - Sucção de dedo e chupeta; - Interposição lingual (primaria ou secundária). Respiração predominantemente bucal - causas obstrutivas; - causas não obstrutivas.
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