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1997-03-10-GM-Latino-Americana

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Image
AZETA MERCANTIL
J' _
ANO l - N° 45 ' DE l0 A ló DE MARÇO DE 1997 O dO Me N Diretor-Responsóvelz Luiz Fernando Ferreiro Levy
Bnàsirreszoo - Ant->ENr|NAs2.oo/2.2o<rnier¡or) . cnrresiooo - PArêAeuA|e..‹1,5oo. -_ unueuâizcrncurxscom ELOBSERVADOR
Afgenfinaquef São Paulo supera
fim de barreiras
Guido Nejamkis, Hamilton Almeida e
Francisco Góes
Buenos Aires e Porto Alegre
Argentina vai protestar
Acontra a política brasileira
para o setor de vinhos, na
reunião do Subgrupo de Trabalho
8 do Mercosul, que começa dia l2,
em Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul. A queixa é contra 'a Porta-
ria n° 30, do Ministério da Agricul-
tura do Brasil, que obriga as em-
presas exportadoras de vinhos a se
registrarem na Secretaria de Defe-
sa Agropecuária. Além dos vi-
nhos, há uma outra disputa de mer-
cado. A Tool Research, fabricante
de compressores na Argentina,
sustenta que as brasileiras Sicom e
Embraco, vendem seus compres-
sores no mercado argentino com
preços mais baixos que no Brasil,
caracterizando dumping. Até o dia
27, a Comissão Nacional de Co-
mércio Exterior deve decidir se
impõe sobretaxas aos compresso-
res brasileiros.
Brasil e Argentina devemfechar,
dentro de 30 dias, um conjunto de
medidas de ajuste comercial numa
tentativa de solucionar as pendên-
cias nos setores de automóveis, me-
dicamentos, pneus e têxteis.
` u Página 25 z 23
Sem impostos
Ricardo Flivas
Buenos Aires
província de Buenos Aires
A começou a oferecerisenções
fiscais para atrair indústrias.
O ministro (cargo semelhante ao de
secretário de Estado no Brasil) da
Produção da província, Carlos
Brown, disse que “agora iniciamos
um regime de isenções de impostos
com o objetivo de fomentar o esta-
belecimento de indústrias em geral
mas, em particular, as estrangeiras
íSoluçao
para os
remédios
_GuiIIermo Piemes
Brasflia
O impasse criado entre o Brasil e
a Argentina sobre os produtos far-
macêuticos será colocado na mesa
dia 17 próximo, em Assunção, no
Paraguai, na reunião do Subgrupo
de Produtos Farmacêuticos. O po-
mo da discórdia e a decisão brasilei-
ra de exigir avaliação de qualquer
medicamento vendido no País para
emissão do registro. José Eduardo
Bandeira de Mello, presidente da
Associação Brasileira da Indústria
Farmacêutica - Abifarma -, diz que
uma forma de superar o problema
seria a implantação do “decurso de
prazo”: os registros seriam dados no
prazo máximo de 24 meses.
IPágina 6
e, preferencialmente, as de capital
brasileiro”. O decreto, assinado na
semana passada pelo govemador de
Buenos Aires, Eduardo Duhalde,
vai ao encontro dos pedidos de em-
presários argentinos que reclama-
vam a falta de uma política de isen-
ções liscais na província. Segundo
esses empresários, o Brasil, com
uma política de incentivos e isen-
ções de impostos, vem conseguindo
atrair cada vez mais investimentos.
I Página 3
os Estados nidos
Estado brasileiro é o principal comprador deprodutos argentinos
Nora Gonzalez, Henrique Paiva .,_zf_ _ porque as importações do estado es-
I-E . /- Í ' ' 'Iú-
e Michele Voltolini Bertâo
São Paulo, Belo Horizonte
e Rio de Janeiro
E : om economias em expansão,
Brasil e Argentina dão novo
impulso ao intercârnbio bila-
teral. Mas, do lado brasileiro, os ne-
gócios com o sócio do Mercosul não
se distribuem de maneira equilibra-
da entre os estados. São Paulo é, de
longe, o principal parceiro, superan-
do em volume de importações as
compras feitas na Argentina até por
países como os Estados Unidos. O
estado é o destino preferencial das
exportações argentinas, com mais
de US$ 3 bilhões em 1996, 40% do
exportado pelo Brasil. O govemo ar-
gentino prevê, para este ano, um su-
perávit de US$ 1,2 bilhão nas rela-
ções comerciais com o Brasil, que
tem uma participação de 28% no to-
tal das exportações do país vizinho.
As trocas comerciais entre a Ar-
gentina e os Estados do Rio de Ja-
neiro e de Minas Gerais ainda es-
tão aquém das potencialidades dos
dois mercados. Depois de um cres-
cimento acelerado, quando o inter-
câmbio saltou de US$ 296,38 rni-
Porlinari sera reproduzido em artigos de consumo Página 31
1.0- - \-'-'I-'Nf-'-il--' `:f.l'.0QE€* 1 -'.'?.'-" ". ',`Í'_`
1' Í' _.. -;'_' '~"-¬~.1 Í' -' -i' -"/.'I'-2-¬-_"-' -› .- _. -_-'
.l _-_" '.'..'¡,'__..._"'“'_-11:*-.~.-_.--z...-. -:--=. F' L' :-'=-~.-31:.- - -'.--.z=-- -- -- .-,-:- .- -_ --:~¬ frd.-zm: ._- ._ - --.`s` -'
. I"'¡' , .. ¬...._;.,;I. -¬;_"-"`\ '--,';1-:-" ' -'.=¿'.='s_:--“.~_.:“.¬;\~«` `~..:.'..¬' - - .:z'.-.. -.:-- ' . :\- .\~'' 0.'...'..-_ . . . . .uz-_., .f_._-_ \:*- _ \,\-.\ _-2-tz _:-.z-z-'¡: ::_-¡--.--_=-:.:_-.',1-z=-: '~ -¬~ -Q. ~ __; . _ . \. . . .. _ -1 _:.- .'.--Í.: -. ~:_. I.' "¬'.'. '- ' . - . z. ' -El- ' '_.'='‹Êi. '.'-.-:c'\- \
..-:ir .‹.--- ""="?-"'I -2 _ `i'' ~-' 11-' ".,í'--':.' -" P 5 -'I'.-":-:'._' _ f _- zz-.ze . z
'f 1' . ;-- . "'.' -."I\' .'._¡ I5 I -. -'.;_'- .r_ ,Ji-=: Éfr- .-.-':.'-1, '_
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'.,¡:- .'\. ;_'T.-. u',' '.|..' :¿' _u. .¬:._ . . -_- . _ , ,_
I,l,.,'.::' '_._=-_'I|'|- u u,.'. 5 'aê I.: `:¿:..I.'. "' '
-. _:¡.¡._'¡.' I-'.'¢ 1 1-'\_I¡
' '.. :..nf_-.""¿f_', '¡. | "
Valdo Amadeo Palmai
lhões para US$ 748,02 milhões
entre 1991 e 1993, o comércio en-
tre argentinos e mineiros entrou
numa _ fase de acomodação. Em
l996, os dados projetados indicam
um total de US$ 650 milhões.
Há fatores que entravam a expan-
são dos negócios entre os dois mer-
cados. De acordo com levantamento
do Consulado da Argentina em Belo
Horizonte, as trocas comerciais com
Minas Gerais são até 50% maiores
do que apontam os dados oficiais,
Dinheiro
chileno para
o Uruguai
Oscar Wlas
Montevidéu
Os investimentos do Chile no ex-
terior apresentaram uma surpresa no
começo deste ano: o Uruguai aboca-
nhou a maior fatia do dinheiro chile-
no, desbancando a Argentina, até
então principal reduto das aplica-
ções chilenas. Em janeiro, dos US$
84,5 milhões que o Chile investiu no
exterior, o Uruguai ficou com
46,5% (US$ 39,3 milhões), 555% a
mais do que havia sido investido em
janeiro de l996. A Argentina ficou
com US$ 20,7 milhões (24%), e a
Bolívia. com US$ 7,7 milhões (9%).
O Brasil recebeu US$ 1,8 milhão,
enquanto que, no Paraguai, o Chile
investiu meio milhão de dólares.
Iñrígina 5
a
7' ,Í _ Í _ _ *il 1_ *mg ' Í *_ "'7'_ _'L ¡_É_¡.-nz' ' . ' ' 'fr ' '-1.' "
tão subavaliadas. Boa parte das mel."-
cadorias argentinas consumidas em
Minas Gerais é nacionalizada em
São Paulo: grandes redes de super-
mercados, por exemplo, têm suas
centrais de compras com sede em
São Paulo e um significativo volu-
me de produtos argentinos que ven-
dem não é contabilizado como im-
portações rnineiras. “Além disso, o
empresário mineiro não tem tradi-
ção de comercialização direta com a
Argentina”, sustenta o cõnsul-geral
da Argentina em Belo Horizonte,
Valdo Amadeo Palmai.
Com o Rio de Janeiro, o intercâm-
bio comercial ainda é bastante redu-
zido, apesar do crescimento dos últi-
mos quatro anos. No ano passado,de
janeiro a maio, a con'ente comercial
entre as duas regiões somava US$
206 rnilhões. “Esperamos um au-
mento nos negócios devido ao inte-
resse dos argentinos pelo processo
de privatização no estado. O empre-
sariado argentino precisa descobrir o
potencial do mercado fluminense”,
observa o cônsul-geral da Argentina
no Rio de Janeiro, Carlos Fasciolo.
lPáginas IS a 17
Buenos
Aires nas
Olimpíadas
“Foi uma decisão insensato
disse o governador do Rio de .la-
neiro, Marcello Alencar, ao co-
mentar a exclusão do Rio como
uma das cinco cidades pre'-quol|fi-
cadas para sediar os Olimpíadas
2004. Foram escolhidos Buenos
Aires, Atenas, Roma, Estocolmo e
Cidade do Cabo.
O presidente argentino; Carlos
Saul Menem, ofirmou que “rece-
beu a notícia coníjliuito alegria.
Era esperado que'Bueinos Aires es-
tivesse entre as cinco candidatos.
A grande briga será com Roma
Seu colega brasileiro, Fernando
Henrique Cardoso, salientou que a
partir de agora estará torcendo
por Buenos Aires, pelo Mercosul.
I Ver Editorial, página 2
Image-10
I .~
12 n eAzETâ MEncANTu_ |_AT|No-AMEn|cANA 0 bi e O In 0S DE 10 A re DE Mânço oE1991
7 _3_ ' _ 7 m 7 7 Í 7 _ '
lí
1estrições e medidas nao tarifárias
(continuação da pagina l l)
Para fins de 1994 foram identifi-
cadas várias restrições não tarifá-
rias (RNTs) e medidas não tarifá-
rias (MNTS) implementadas pelos
estados-membros e foram deter-
minados os parâmetros para a
sua eliminação e harmonização,
respectivamente. A CCM tem a
responsabilidade de zelar pelo
cumprimento d_esse processo por
meio do Comitê Técnico n° 8
(CT n° 8) de “Restrições e Medi-
das Não Tarifárias”, o que não
só deveria manter atualizadas as
listas de restrições e medidas
existentes, senão identificar ou-
tras novas. Posteriormente, em
1995 foi disposto que alguns dos
Subgrupos de Trabalho e Comi-
tês Técnicos realizarão a conti-
nuação das RNT e MNT das
áreas da sua competência e o
elevarão ao CT n° 8.
Nos anexos da Decisão 3l94 fr-
guram 224 restrições e medidas
não alfanclegárias às importações e
51 às exportações identificadas
pelos estados-membros. O país
que identificou maior número de
casos foi o Brasil (33,5% do total).
Quase dois terços do total das
RNT e MNT identificadas corres-
pondiam aos Subgrupos de Políti-
ca Agrícola (40%) e Nonnas Téc-
nicas (24%). Em 80% dos casos
tratavam-se de MNAs sujeitas a
harmonização.
.Em outubro de 1995 a maioria
(70%) das RNTs e MNTS identifi-
cadas continuava vigente. A es-
sas, por sua vez, somaram-se 51
novas medidas pendentes de har-
monização ou eliminação, cuja
análise correspondia basicamente
ao Subgrupo de Normas Técnicas.
Apesar dos pequenos avanços re-
gistrados, 43% das RNTs e MNTs
correspondentes ao Subgrupo de
Política Agrícola tinham sido eli-
minadas, harmonizadas ou justifi-
cadas. Em junho de 1996 a situa-
ção não tinha mudado substan-
cialmente, o que explica que na
reunião de Fortaleza o GMC en-
comendará aos Subgrupos de Tra-
balho e aos Comitês Técnicos
manter como tarefa prioritária o
tratamento das RNTs e das MNTS,
fixando 31 de julho de 1997 como
o prazo máximo para a definição
da data-em que as restrições e mc-
didas listadas poderão ser elimi-
nadas ou harmonizadas.
Em setembro de 1996 o Brasil
apresentou no CT n° 8 uma pro-
posta metodológica de classifica-
ção das medidas e das restrições
identificadas. A proposta consiste
em agrupar as mesmas em duas
categorias: a) medidas justifica-
das pelo Gatt/OMC; e b) restri-
ções não-tarifárias propriamente
ditas. As primeiras não seriam ne-
cessariamente objeto de negocia-
ção intrazona (embora nada im-
peça sua harmonização) e in-
cluem dezesseis categorias rela-
cionadas com a proteção da saú-
. -..-z--- - z--- . . ¬....›... ---z-_..
Eclltorla de Artelüazela Mercantil Larlno-Americana
.....r _. . _ .
Mercosul exceçoes ao Irvre comercio rntrazonal. :II I ir I I `E". ' I 5.' ' 1:1
tt . ' ¿=''- › _ _ _- .- . .- . .. ,_ ., ,. '
__ .L ' .: . -:l : : _..›: :- _- . _ -Iz -3 z-__ _ _ _. . ._ _ __ ._ __ _ __ _ _ _ ._ _ _ -- ._ . .. _ - - - . . .. -- ..._
i
Quantidade de posições taritárias 212 29 432
i É Produtos Produtos Produtos têxteis, Têxteis e calçado,
siderúrgicas, manulaturas de alimentos.
têxteis e calçado, borracha, vinhos e madeira, papel e equipamentos, .52
I
¡I
iu.
l'
-__-=-3_-.qg
-‹
2
I
:-'1
...__.._..,._1_,,
_ autopeças
Ê Quantidade de posições tarilárias
Regime de transição
. Livre comercio ao setor açucareiro
Quantidade de posições taritárias
Acordo
l
...-1-gn-. . Livre comercio em
"'
de, do meio ambiente, da moral
pública, do controle de armas e
materiais nucleares, do combate a
práticas desleais etc. As restri-
ções, por outro lado, seriam obje-
to de negociação entre os estados-
membros. A classificação em
uma ou outra categoria das medi- _
das e das restrições identificadas
será uma tarefa árdua, como re-
fletern as consultas desenvolvidas
na CCM e as diferenças que sur-
giram entre os estados-membros
em matérias afins.
Previamente, uma proporção
significativa das consultas feitas
na- CCM referiam-se à identifica-
ção de RNTs e MNTS. Desde o iní-
cio das mesmas (em 1995) até ou-
tubro de 1,996, a Argentina foi o
país que fez o maior número de
consultas (64,2% do total), sendo
o Bfasilo principal destinatário
das mesmas (53%). Como pode-se
ver, o grosso das consultas se con-
centrou em tomo desses países, o
que é previsível em função do va-
lor do comércio envolvido.
Uma revisão da natureza das
consultas pendentes de solução
pode lançar alguma luz sobre as
principais RNTs ou MNTS que
ocuparam os estados-membros.
Deve-se destacar que as consul-
tas que foram mais dilatadas no
tempo podem pôr em evidência
áreas onde o conflito foi mais di-
fícil de resolver. Em 31 de outu-
bro de 1996 ainda restavam 15
consultas das 128 apresentadas
em 1995, quase todas elas çrigi-
nadas pela Argentina (exceto em
dois casos). Aproximadamente a
metade (sete consultas) se con-
Livre comercio ao Setor automotriz e de
papel e cartão, pêssegos em cartão, couros, produtos =
madeiras, pneus, oonsenra. produtos
açúcar, larmacâuticos,
etetrodomésticos. siderurgia, móveis.
suco de laranja, _ maquinário e química, plásticos, =
café solúvel e equipamentos, papel e cartão.
móveis. sabão,
marrutaturas de vidro. pedras e
vidro, plásliço, cerâmicas, moveis. fiz
sem delinir _
01-01-1.999 01-01-1999 01-01-2000 01-01-2000 P
.,,,..,..,.., ,.,,,,,.,.,,., IEEE]
-l950
Têxtil e calçado, _.
maquinário e
siderúrgicos,
alimentos, produtos
larmacèutioos,
manulaturas de z.
cimento. brinquedos. ` '
madeiras
1
Ê-
01 01 2000 01 01 2000 01 01 2000 01-01 2000
Um grupo Ad hoc esta encarregado de elaborar uma proposta de regime de
adequaçao ao livre comercio intra regional Enquanto não tor aprovado 0 regime
para 0 setor açucareiro, os paises poderão manter suas tantas nominais totais para
Um comitê técnico no âmbito da CCM deve elaborar uma proposta de regime comum
automotriz para antes de 31 de dezembro de 1997, que deverá reger a partir de '
2000. _
4 4 4 _ 4 §
ci comércio intrazona. O prazo para apresentar a proposta se prorrogou até maio
de 1997. `
ú
E- r
01-01-2001 01-01-2001 01-01-2001 01-01-2001
centr_ava em temas relativos a as-
pectos fitossanitários e normas
técnicas aplicadas pelo Brasil
(nos setores agrícola e de alimen-
tos e bebidas) e pelo Uruguai (no
setor alimentício). Quatro con-
sultas eram reclamações sobre o
tratamento de impostos discrimi-
natório pelo Brasil (nos setores
pesqueiras e de bebidas alcoóli-
cas) e pelo Uruguai (no setor de
bebidas alcoólicas e no comércio
e prestação de serviços em geral).
Outra consulta pendente era a re-
ferente ao setor petroleiro (tam-
bém da Argentina ao Brasil), mo-
tivada pela degeneração de guias
de importação para parafina. As
duas consultadas que se dirigiam
para a Argentina estavam rela-
cionadas com a legitimidade da
inclusão por este país de um de-
terminado produto no Regime de
Adequação Final.
As consultas iniciadas em 1996
e pendentes de resolução em 31 de
outubro deste ano somavam 39
(50% do total). Dessas,44% ti-
nham como destino o Brasil, 28%
o Uruguai, 23% a Argentina e o
resto o Paraguai. Um terço das
consultas pendentes estava vincu-
lado a políticas públicas, tais como
as práticas' de impostos discrimi-
natórias. Os principais destinatá-
rios dessas consultas pendentes fo-
ram o Brasil e o Uruguai -e os seto-
res afetados a farinha de trigo, a
cerveja, os cigarros, as lonas de
freio e as motocicletas.
Sete das consultas pendentes
estavam vinculadas com aspectos
tarifários e o cumprimento do
cronograma de redução de im-
‹ rg -«_ 4- _ f ' - -1 __ 1. - , :¡ç--_ -.gn ¡_. -_..,- 1.; _ -.---_: . .f. I
'Ê il-`i 'ø -'šàfilzill lšštf 'itãfit e rá . _ ;;ä§\_\. àzfisç- '_»¶'{-è¡¡. “aids
postos do Regime de Adequação.
Nessas matérias as reclamações
se dirigiram principalmente à Ar-
gentina e giraram em torno do
tratamento tarifário de produtos
tais como couros bovinos, lâmi-
nas de aço, pólvora e munições.
Outras sete consultas estavam re-
lacionadas a permissões prévias
de importação, cinco das quais
estavam ligadas ã recusa de guias
de importação e à exigência de
pagamento à vista para diversos
produtos (queijo, mortadela, zin-
co, etiquetas auto-adesivas, co-
rantes,.vidros) pelo Brasil. A in-
cidência dessas questões prova-
velmente declina a partir da im-
plementação do sistema Sisco-
mex e a eliminação das guias de
importação pelo Brasil a partir de
janeiro de 1997.
Apenas quatro das consultas
pendentes se referem a normas
técnicas ou a barre_iras frtossanitá-
rias aplicadas pela Argentina e pe-
lo Brasil..O resto do universo de
consultas pendentesenglobou en-
traves por procedimentos adminis-
trativos, restrições quantitativas e
antidumping. Essa última consulta
trata de um pedido de revisão e
atualização das investigações anti-
dumping iniciadas entre 1991 e
1996 na Argentina contra vários
produtos brasileiros.
Resumindo, como demonstra o
número e a composição das con.-
sultas canalizadas pela CCM,
RNTs e MNTs formam uma área
onde surgem freqüentes diferen-
ças entre os estados-membros.
Apesar do progresso obtido em
termos de identificação, as assi-
metrias prevalecentes nas práti-
cas nacionais continuarão fazen-
do dessa questão um tema-chave
para garantir um acesso efetivo
aos mercados.
Setores especiais
Os setores automotriz e açuca-
reiro têm sido transitoriamente
excluídos do livre comércio intra-
zona e das políticas comuns. A
principal razão são as severas as-
simetrias nas regulações públicas
que prevalecem em ambos os se-
tores, especialmcnte entre a Ar-
gentina e o Brasil. Um comitê téc-
nico (para o setor automotriz) de-
pendente da CCM e um grupo ad
hoc (para o setor açucareiro) no
âmbito do Grupo Mercado Co-
mum estão encarregados de ela-
borar uma proposta para liberar o
comércio intrazona em ambos os
setores, eliminar os incentivos
domésticos que distorcem a com-
petitividade e propor um meca-
nismo de transição até atingir um
regime comum.
Açúcar
O setor açucareiro estará excluí-
do do livre comércio intrazona e
das políticas comuns até o ano
2001, tendo sido criado um grupo
ad hoc para montar uma proposta
de regime de adequação e políticas
comuns. Esse grupo também de-
verá analisar as altemativas para a
neutralização das distorções deri-
vadas das assimetrias nas políticas
nacionais para o setor. Enquanto
não for aprovado o regime co-
mum, os países poderão manter
suas tarifas nominais totais para o
comércio intrazona e extrazona.
Segundo o mandato original,
essa proposta deveria ser apresen-
tada ao GMC antes de 1° de no-
vembro de 1995. Sem dúvida, as
diferenças entre os países impedi-
ram que o mandato fosse cumpri-
do. O centro da controvérsia resi-
de nas diferenças existentes entre
a Argentina e o Brasil a respeito
de como compatibilizar a inclu-
são do setor açucareiro nos com-
promissos de liberalização do co-
mércio intrazona com as assime-
trias nacionais existentes em ter-
mos de políticas de abastecimen-
to e preços. A um ano do venci-
mento do prazo estabelecido, o
CMC decidiu na reunião de For-
taleza uma prorrogação até _31 de
maio de 1997 para que seja apre-
sentada uma proposta que con-
temple a liberalização gradual do
comércio intrazona para os pro-
dutos do setor açucareiro e a neu-
tralização das distorções que pos-
sam partir de assimetrias entre as
políticas nacionais. Essa decisão
não resolve o fundo da questão
senão que estende o prazo para o
tratamento do assunto, sem acres-
centar nada substancial aos ter-
mos originais`da decisão corres-
pondente.
(continuo no pagina 13)
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DE,0,,,6DEM,,F,ÇODE1997 m exzzfinzflenmro«zN0-AMEH‹¢A~A.1z
Um regi_m_eço@m_p_ara automóveis
(continuoçõo do pôgino 12)
Em dezembro de 1994 os esta-
dos-membros assumiram o com-
promisso de fazer uma proposta de
regime comum automotriz para
antes de'3l de dezembro de 1997,
que deveria ser adotada a partir de
1° de janeiro do ano 2000. Essa
proposta deveria conter três ele-
mentos básicos, a saber: a liberali-
zação total do comércio intrazona,
um TEC e a ausência de incentivos
nacionais que distorçam a compe-
titividade na sub-região.
Além disso, os estados-mem-
bros revisaram os acordos bilate-
rais (entre Argentina e Brasil e en-
tre Uruguai e esses países) com o
objetivo de melhorar as condições
de acesso aos mercados a partir de
1° de janeiro de 1995.
No caso do acordo argentino-
brasileiro, a Argentina reconhecia
como nacionais as autopeças brasi-
leiras dentro do cômputo do índice
de conteúdo nacional do seu pro-
grama setorial, sujeito ao requisito
de compensação com exportações a
qualquer destino. As exportações
argentinas de autopeças dirigidas
ao Brasil eram multiplicadas por
1,2 para a compensação das auto-
peças importadas desse país. O
Brasil, por outro lado, considerava
como nacionais as autopeças ar-
gentinas para cumprir com o requi-
sito de conteúdo nacional previsto
para o então vigente programa do
“carro popular”. Assim, os veículos
argentinos que crrrnpiissem com as
exigências dentro do regime do
“carro popular” eram considerados
como nacionais no Brasil. Também
foi estabelecido _o livre comércio de
veículos, caminhões e ônibus entre
as terininais (sem quota e com tari-
fa zero). Embora o Brasil aceite o
regime automotriz argentino até 31
de dezembro de 1999, a Argentina
fazia o mesmo com o regime do
“carro popular” e outras regula-
mentações referentes ao setor auto-
motriz brasileiro até fins de 1996.
Em meados de 1995 o governo
brasileiro promoveu um novo pro-
grama de incentivos setoriais (pela
Medida Provisória 1 .O2/1) cujo obje-
tivo principal foi reverter o crescente
déficit na balança comercial e atrair
investimentos estrangeiros para o
setor. O regime incluía um sistema
de quotas de importação, tarifas pre-
ferenciais para a importação de ma-
térias-primas, insumos, partes e pe-
ças e bens de capital pelas empresas
automotrizes e conexas, e requisitos
de desempenho (mecanismo de in-
tercâmbio compensado). As monta-
doras instaladas no Brasil foram au-
torizadas a importar veículos com
uma preferência tarifária de 50%.
A reação que gerou essa iniciati-
va pelos outros estados-membros
do Mercosul, particularmente da
Argentina, culminou na decisão=
do govemo brasileiro de excluir o
comércio intrazona do regime de
quotas. No início de 1996 tentou
se resolver o conflito em tomo do
' ""J-flilf'-l-i'úƒd"_-IIÍÕÚƒ.`¿I
setor automotriz com a negociaçao
e instrumentação antecipada de
um regime comum de transição
(similar ao regime argentino pree-
xistente) que estaria vigente até
1999. Manteve-se o livre comér-
cio de veículos entre os dois países
sujeitos aos requisitos de desem-
penho estabelecidos pelos regimes
nacionais (as importações devem
ser compensadas com exportações
a qualquer destino), e ambos paí-
ses reconheceram mutuamente a
vigência dos seus regimes até 31
de dezembro de 1999. Com rela-
ção às autopeças, ficou estabeleci-
do o livre comércio (tarifa zero e
sem quotas) para aquelas que fos-
sem origináriasda sub-região, as
quais serão consideradas como na-
cionais do país importador para
efeito do cálculo do índice médio
de nacionalização de veículos ter-
minados, sempre e quando hou-
vessem sido compensadas com ex-
portações a qualquer destino.
Asdificuldades
no setor
automobilístico
voltaram com a
política brasileira
de incentivos
Ambos os países também acerta-
ram o estabelecimento de duas quo-
tas sem compensação, uma para as
montadoras estabelecidas em ape-
nas um dos países e o outra no reco-
nhecimento do déficit comercial bi-
lateral acumulado pela Argentina
entre 1991 e 1994. A amplitude da
primeira quota ainda não está acer-
tada, embora de acordo com as con-
versações mantidas entre ambas as
partes (em nível dos govemos e do
setor privado) seria de 60 mil veí-
culos anuais para a Argentina e 20
rnil veículos anuais para o Brasil.
Essa margem de comércio livre de
compensação beneficia particular-
mente as montadoras argentinas
Sevel e Ciadea, que não estão insta-
ladas no Brasil. Por meio da outra
quota, a Argentina poderia exportar
ao mercado brasileiro sem a obriga-
ção de compensação 85 mil veícu-
los até 31 de dezembro de 1998,
embora reste definir a distribuição
entre as terminais.
As dificuldades 'estabelecidas pe-
la falta de harmonização das políti-
cas nacionais para o setor automo-
triz voltaram novamente com a me-
_Q Q . na - --__-. -.¡_¡¡n 000--
_ j Y*
_m
dida anunciada em fins de 1996 pelo
govemo brasileiro, que ofereceu in-
centivos fiscais e franquias tarifárias
a montadoras automotrizes e indús-
trias correlatas, que tramitam o seu
estabelecimento nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste do país an-
tes de 31 de março de 1997 (os in-
vestimentos em autopeças contam
com mais um ano). De acordo com
versões jomalísticas, as empresas
coreanas Hyimdai e Asia Motors e a
empresa tcheca Skoda planejam
usar esses incentivos para se estabe-
lecer no Brasil. Até 31 de dezembro
de 1999 as empresas da indústria au-
tomotriz e correlatas instaladas nes-
sas regiões poderão se beneficiar de
reduções tarifárias (de 100% para as
importações de máquinas e equipa-
mentos, 90% para as de matérias-
primas e autopeças e 50% para as de
veículos terminados) e de impostos
(isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI- para a aqui-
sição de máquinas e equipamentos e
redução de 45% para matérias-pri-
mas e autopeças, isenção do imposto
ao lucro). Além disso, não estarão
obrigadas a cumprir com os índices
de nacionalização pelo menos por
um período de cinco anos. Alguns
desses beneficiados poderão se es-
tender, a critério do Poder Executi-
vo, até o ano 20l0. _
Essa medida provocou a reação
das montadoras estabelecidas na Ar-
gentina, que reclamaram ante o seu
govemo a implementação de algum
tipo de medida compensatória no
caso de o govemo brasileiro não re-
verter essa situação. O govemo ar-
gentino está analisando a estratégia
a seguir nas próximas negociações
previstas para serem desenvolvidas
no início de 1997. Um dos principais
inconvenientes dessas medidas é
que os benefícios poderão ser esten-
didos além da data estabelecida de
entrada em vigor do regime comtun
automotriz (1° de janeiro de 2000).
Incentivos às exportações
Do mesmo modo que as MNTS e
RNTs e as políticas nacionais para o
setor automotriz, a questão relativa
aos incentivos ã exportação vem ad-
quirindo visibilidade crescente no
período recente. Um dos motivos
foi o aumento da divergência nas
práticas dos dois sócios maiores:
enquanto o govemo se viu obrigado
a cortar alguns benefícios vigentes
devido a questões do orçamento, o
govemo brasileiro anunciou novas
i _...
í__.I
medidas de estímulo tanto no cam-
po do financiamento às exportações
como no âmbito fiscal.
Os estados-membros do Merco-
sul acertaram não usar incentivos às
exportações intrazona, com a exce-
ção do financiamento às exporta-
ções, a devolução ou isenção de im-
postos indiretos e os regimes alfan-
Os regimes alfandegários espe-
ciai s, como os “draw back” e a ad-
missão temporária, podem ser utili-
zados no comércio intrazona exclu-
sivamente para os insumos, partes
ou peças utilizadas na fabricação de
bens que sejam exceção da TEC ou
para aqueles produtos cujos insu-
mos são exceção na TEC e superam
os 40% do valor FOB do produto
final, os que' caem no âmbito da
aplicação do regime de origem. O
objetivo dessa limitação é evitar
que os benefícios desses regimes
sejam estendidos a fomecedores de
terceiros países. Sem dúvida, os es-
tados-membros têm usado esses re-
gimes de maneira generalizada. Na
reunião de Fortaleza foi validada
essa situação quando se dispôs que
até 1° de janeiro de 1999 não serão
aplicadas as limitações previstas
para a utilização desses regimes no
degários especiais, que poderão ser acordo sobre incentivos às exporta-
aplicados com certas restrições. O
acordo estabelece que no caso do
comércio intrazona os sócios pode-
rão conceder financiamento de lon-
go prazo apenas para as exportações
de bens de capital, e em condições e
taxas compatíveis com as interna-
cionais. Não obstante, existem di-
vergências sobre a interpretação
desses acordos. No caso do Brasil,
as linhas oficiais de crédito que be-
neficiam outras exportações são
justificadas sob o argumento de que
essas medidas devem ser considera-
das como uma assimetria de crédito
objeto de negociação no âmbito do
comitê técnico encarregado das po-
ções. Convém lembrar que o Acor-
do de Complementação Econômi-
ca Chile-Mercosul autorizou o uso
dos benefícios do “draw back” e a
admissão temporária para os pro-
dutos beneficiados do programa de
liberalização comercial por um pe-
ríodo de cinco anos.
Também em relação aos regirnes
alfandegãrios especiais, ficou esta-
belecido que a CCM seja a encarre-
gada de analisar as tarifas e as limi-
tações do seu uso no comércio intra-
zona e de propor os ajustes que se
tomem necessários para preservar a
proteção derivada do TEC. O trata-
mento desses assuntos no ârnbito da
líticas públicas que distorcem a CCM apenas começou,concentran-
competitividade. O resto dos países
do Mercosul também tem linhas de
financiarnento oficial à exportação,
do-se em aspectos tais como a iden-
tificação dos bens para os quais se
poderá conceder os benefícios, a de-
embora em menor magnitude. ' terrninação de que se os bens de ex-
Com relação aos estímulos fis-
cais, as assimetrias entre os dois
sócios maiores também aumenta-
ram no período recente. Em agosto
de 1996 o governo argentino dis-
pôs a eliminação dos reembolsos
às exportações intrazona (que es-
ceção do TEC o são do ponto de vis-
ta do importador' ou do exportador,
e a análise do impacto da aplicação
desses regimes sobre o de adequa-
ção. Essas tarefas deveriam se com-
plementar com a revisão dos regi-
mes alfandegáiios especiais vigen-
tavam vigentes apenas para os _tes nos países-membros, com o fim
bens de capital e os produtos que
estavam incluídos nas listas do re-
gime de adequação dos demais só-
cios) e a redução para os extrazona
de reduzir as assimetrias que pos-
sam existir entre os respectivos me-
canismos (por exemplo, em termos
de prazos máximos).
até um máximo de 10%. Assim, - Na reunião de Fortaleza de de-
foi disposta a suspensão do regime
de especialização industrial, pelo
qual eram concedidas licenças de
importação com tarifas preferen-
ciais contra compromissos de ex-
portação. Essas decisões foram
confrontadas pelo setor privado
argentino com a política de devo-
lução de impostos indiretos nas
exportações, tais como o IPI (Im-
posto sobre Produtos Industriali-
zados) e o ICM (Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias), que
há no Brasil. Não obstante, os
acordos vigentes no Mercosul per-
mitem a devolução dos impostos
indiretos para o comércio intrazo-
na de acordo com as normas multi-
laterais e até que fique harmoniza-
da a política tributária.
- . Q _ - A - » a - - _._ .,----4-.g-..-.n-¡w_-_-_-n -_.-lI-I-_..--z----¢-n- . .en
zembro de 1996, o GMC resolveu
criar um grupo ad hoc (no âmbito do
Subgrupo de Trabalho n° 7, indús-
tria) para exarninarespecificamente
a situação da política comercial apli-
cada ao setor do couro. Esse grupo
deverá concluir antes de 30 de abril
de 1997 uma proposta de tratamento
do setor couros e seus manufatura-
dos no comércio intra e extazona,
contemplando a neutralização das
políticas nacionais que afetam a
competitividade. A questão dos cou-
ros tinha sido levantada pela CCM
ao GMC em novembro, a partir dos
questionamentos ao imposto da Ar-
gentina sobre as exportações do cou-
ro e do “wet blue” com o objetivo de
estimular o processamento local.
(confinuci no página 14)
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Política que di torcem a concorrência
(continuciçcio do página 13)
No âmbito da CCM funciona
desde abril de 1995 um Comitê
Técnico sobre Políticas Públicas
que Distorcern a Competitivida-
de. Seu objetivo é o de identifi-
car aquelas medidas de política
pública vigentes em cada Esta-
do-membro que possam distor-
cer as condições de concorrência
dentro da região pelo seu caráter
discriminatório.
Uma vez identificadas, as medi-
das deverão ser classificadas de
acordo com as seguintes catego-
rias: a) medidas que implicam ex-
ceções ao regime comercial co-
mum do Mercosul; b) medidas de
natureza tributária; c) medidas de
natureza de crédito; d) medidas as-
sociadas ao regime de compras go-
vernamentais; e e) outras medidas.
Com base nessa classificação, o
CT deveria identificar as medidas
compatíveis e as incompatíveis
com o funcionarnento da união al-
fandegária, levaiido em conta cri-
térios de eficiência econômica, os
objetivos gerais do Mercosul e as
disposições multilaterais. As me-
didas compatíveis deveriam ser
harmonizadas (seja por compati-
bilização geral das normas vigen-
tes ou mantendo-as com a devida
justificativa), enquanto que as me-
didas incompatíveis deveriam ser
eliminadas progressivarnente.
Originalmente, as propostas do
CT deveriam ser submetidas ã
aprovação da CCM antes de 30 de
junho de 1995. Mas a complexida-
de das atividades e as diferentes
posições dos estados-membros
impediram o cumprimento desse
prazo. Até agora, foi intercambia-
da a-informação sobre as políticas
públicas que distorcem a competi-
'z
_f,-5 ¡.~.:~'
+ H)-I
tividade_ com a qual foi feita uma
listagem consolidada. Nessas tare-
fas surgiram algumas diferenças
entre os países quanto ao âmbito
das medidas que deveriam serin-
cluídas na agenda. Assim, foi irri-
ciada a discussão em tomo dos cri-
térios passíveis de utilização para
a harmonização ou a eliminação
das medidas identificadas.
Em Fortaleza, o CMC instruiu o
GMC para que monte um grupo ad
hoc com o objetivo de assessorar
sobre o tratamento das políticas
públicas que distorcem a competi-
tividade. Levando em conta os tra-
balhos já realizados, anteš de 30 de
junho de 1997 esse grupo deverá
revisar e em todo caso redefinir os
critérios, os procedimentos, o âm-
bito das medidas estabelecidas ori-
ginalmente, como também assegu-
rar o disciplinainento das políticas
públicas que distorcem a competi-
tividade. Na prática, nesse assunto
foram registrados muito poucos
avanços devido às importantes as-
simetrias de política pública que
existem entre os estados-mem-
bros. Tendo em vista sua potencial
influência sobre os fluxos de co-
,mércio e a localização do investi-
mento, essa matéria é um aspecto-
chave da futura agenda.
Defesa econômica
As pautas básicas sobre a_defe-
sa da concorrência foram acerta.-
das com a Decisão 21/94. Nas
discussões levadas a cabo no Co-
mitê Técnico n° 5 de Defesa da
Concorrência se tornaram eviden-
tes as fortes assimetrias na ordem
jurídica interna dos países. En-
quanto que a Argentina e o Brasil
já dispõem de leis na matéria, o
Paraguai e o Uruguai não têm le-
,››. _, . ”*,."?:rt i=
na
°'?*^z
"'Qãwrw
gislação-a esse respeito. Assim,
embora não existam diferenças
substanciais em relação ao âmbi-
to de aplicação e ã tipificação das
condutas proibidas nas legisla-
ções argentina e brasileira, a lei
do primeiro trata apenas de con-
dutas anticompetitivas, enquanto
a do segundo também inclui nor-
mas sobre o controle de fusões e
aquisições. Também existem di-
ferenças com relação à formação
dos órgãos de aplicação, o proce-
dimento e as sanções.
Em outubro de 1996 os presi-
dentes da Comissão Nacional de
Defesa da Concorrência da Ar-
gentína e_ do Conselho Adminis-
trativo de Defesa Econômica do
Brasil subscreveram uma Carta
de Intenção para estabelecer um
programa de cooperação em ter-
mos de defesa da concorrência
entre os dois países. Acertaram,
também, dar assistência ao Para-
guai e ao Uruguai para o desen-
volvimento de mecanismos legais
e a criação de instituições para a
defesa da concorrência.
O Protocolo de Defesa da Con-
corrência pretende ser um instru-
mento de proteção ante práticas
desleais e de maior eficácia para
a análise das fusões e aquisições
no âmbito do Mercosul. O docu-
mento.contém normas específi-
cas sobre práticas restritivas à
concorrência e um capítulo sobre
atos de concentração. Os dois ór-
gãos de aplicação são a Corriissão
de Comércio do Mercosul e o Co-
mitê de Defesa da Concorrência.
No capítulo sobre procedimentos
se faz menção ao Protocolo de
Brasília para a Solução de Con-
trovérsias como instância final
em caso de falta de consenso.
 ¡-
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asv-rrf.-‹z‹e*
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t§ã>*°£›tH gs
Embora já existisse acordo so-
bre a maioria dos itens, na reu-
nião de novembro de l996 do
CT n° 5 os governos argentino,
paraguaio e uruguaio considera-
ram necessário que um Protoco-
lo de Defesa da Concorrência in-
cluísse um capítulo referente à
assistência estatal às empresas,
já que estas geram distorções
nas condições de concorrência
no âmbito regional. O Brasil re-
peliu essa postura sobre a base
de que as “ajudas do Estado” não
são um assunto previsto pela De-
cisão 21/94 e que deve ser trata-
do pelo Comitê Técnico n° 4 de
Políticas Públicas que Distor-
cem a Competitividade.
Até o ano 2000, as
investigações
sobre dumping
serão realizadas
de acordo com as
leis nacionais
_Na reunião do GMC em Fortale-
za, a Argentina submeteu a apro-
vação do protocolo a inclusão de
um artigo sobre a assistência esta-
tal e a vigência das legislações na-
cionais sobre direitos antidumping
e compensatórios ao comércio in-
trazona, enquanto não seja aprova-
do o Capítulo 1 (medidas aritidum-
ping) do Regulamento Comum
sobre Práticas Desleais de Tercei-
ros Países, o qual se aplicaria tam-
bém ao comércio intra-Mercosul.
A proposta argentina revisava o
acordo dos estados-membros
(Res. 129/94) de trocar a legisla-
ção antidumpingdentro do merca-
do interno pela legislação de defe-
sa da concorrência.
1 --#7
O argumento para substituir
uma legislação por outra reside no
fato de que em um mercado único
não existem diferenças entre pre-
ços de exportação e preços inter-
nos e que, de qualquer modo, o
que as políticas de antidumping
devem combater são as práticas de
preços predatórios, sendo que pa-
ra esse objetivo o instrumento
apropriado é uma legislação de
defesa da concorrência. Para a Ar-
gentina, esse argumento teria vali-
dade apenas uma vez que esteja
consolidada a união alfandegária,
tornando-se entretanto necessário
o uso da legislação antidumping.
As posições adotadas pelos doi
maiores estados-membros do
Mercosul refletem a intensidade
com que foi usado o mecanismo
em um e em outro caso e o caráter
das suas políticas públicas de in-
centivo ao setor privado.
Finalmente, o protocolo foi
aprovado pelo CMC (Decisão
18/96) com a incorporação de um
artigo sobre as ajudas do Estado no
capítulo de medidas transitórias.
No mesmo os estados-membros se
comprometem, em um prazo de
dois anos, a criar normas e meca-
nismos comuns que disciplinem as
ajudas do Estado que possam res-
tringir ou distorcer a concorrência
e que afetem o comércio entre os
países sócios. Assim, foi estabele-
cido que até 31 de dezembro de
2000 as investigações sobre dum-
ping feitas por um Estado-membrocom relação às importações origi-
nadas de outros membros serão
realizadas de acordo com as legis-
lações nacionais. Nesse prazo _os
países analisarão as normas e con-
dições nas quais o assunto será re-
gulado no Mercosul. I
¡ ___ _.__--_......____ ___.._...-.__._..--..-_.-.-.-____.. .¬ _.. _-- ._.. .__ Í Í-ff ...-_ __---z---__..___.._Í_ 7 Í __ É -- - ¿ _ _ _ _ __ _ Í _ 1
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Image 13
V E E _. _, -
oE1oAie DE Mnnço DE 1997 E GAZETA MEncANT|r urrrno-AMEn|cANA¡ 15
São Paulo é o principal parceiro
Estddo brasileiro superd até os EUA como merecido imporlcidor de produtos drgentinos
Nora Gonzalez
São Paulo
Estado de São Paulo conse-
0 guiu superar, em volume
de importações, as com-
pras feitas na Argentina até por al-
guns países como os Estados Uni-
dos. São Paulo é, atualmente, o
destino preferencial das exporta-
ções argentinas, com mais de US$
3 bilhões em mercadorias vendi-
das no ano passado, ou cerca de
40% de um total de US$ 6,8 bi-
lhões colocados no Brasil. O se-
gundo parceiro comercial, um
país - os Estados Unidos -, ficou
ao redor de US$ 2,1 bilhões.
O que mais surpreende, no entan-
to, é o crescimento desse volume.
Em 1995, São Paulo comprou US$
2,092 bilhões de mercadorias ar-
gentinas - o que representa um sal-
to de cerca de 50% no ano seguinte.
Os principais produtos do inter-
câmbio com São Paulo foram ali-
mentos, petróleo, trigo, fios e têx-
teis, veículos e autopeças, mas o le-
que é suficientemente amplo para
evitar que uma redução isolada afe-
te de forma significativa os volu-
mes do intercâmbio. Aliás, ao con-
trário. A pauta de exportações ar-
gentinas para o Brasil vem aumen-
tando, assim como o número de
fomecedores. Em 1994, por exem-
plo, havia 270 exportadores argen-
_ «ls
-r?-'-'š
tinos com vendas acima de US$ 1
milhão ao Brasil. No ano seguinte,
o “Clube do Milhão” já tinha 550
nomes e, no ano passado, deve ter
chegado perto de 800 nomes, de um
total de 4,3 mil operadores que ven-
deram seus produtos ao Brasil, dos
quais cerca de 2 mil exportaram
apenas para o Estado de São Paulo.
“Não é raro que um empresário
argentino comece exportando US$
30 mil para o Brasil e chegue a
US$ 1 milhão em um par de anos”,
exulta o conselheiro econômico e
comercial Horacio Freigedo, da
embaixada argentina no Brasil. Os
recordes são quebrados constante-
mente. Para uma média mensal de
US$ 450 milhões exportados pela
Argentina em 1995, o ano passado
registrou US$ 600 milhões - mas,
no último trimestre, houve um au-
mento para US$ 650 milhões, o
que leva a embaixada a projetar al-
go entre US$ 8,5 bilhões e US$ 9
bilhões para este ano.
Para esse aumento, entretanto,
também houve ajuda dos preços in-
temacionaís. O aumento das cota-
ções de petróleo, por exemplo, foi
decisivo, pois, embora os volumes
físicos se tenham mantido constan-
tes, o valor em dólares aumentou
consideravelmente. Mas não é só
isso. A cada dia, mais e mais em-
presas argentinas vêem na exporta-
ção uma possibilidade de capitali-
zação, mesmo ã custa de uma mar-
gem de lucro menor. “Há uma es-
treita relaç ão entre o aumento da
demanda brasileira e o aumento da
oferta argentina”, diz Freigedo.
Vinhos
Um dos casos mais evidentes é
o das fraldas descartáveis, cuja
produção foi acelerada na Argen-
tina para atender ao aumento da
procura por esse produto no Bra-
sil. Uma das exceções tem sido o
setor de vinhos, que, embora com
crescente demanda no Brasil,
ocupa um lugar proporcional-
mente insignificante na pauta de
exportações argentinas ao País.
Ironicamente, as vinícolas argen-
tinas adquiridas por chilenos - um
fenômeno cada vez mais freqüente
- vêm atingindo altíssimos níveis
de exportação. Segundo reconhe-
cem os próprios produtores argenti-
nos, os chilenos conseguem traba-
lhar melhor o mercado externo.
“As exportações de vinhos argenti-
nos ao Brasil poderiam ser, pelo
menos, dez vezes superiores ao que
são”, aposta Freigedo. Segundo os
últimos dados disponíveis pela em-
baixada argentina, as exportações
de vinho fino argentino em 1994
para o Brasil foram de apenas US$
1,1 milhão. Tal volume, segundo
Freigedo, deve ter-se elevado no
ano passado, mas não substancial-
mente. A participação argentina no
mercado brasileiro é, ainda, muito
reduzida (foi de 13,3%, em 1991.
quando o Brasil comprou US$ 1,4
milhão em vinhos finos argentinos,
e de 9,5%, no ano seguinte) e perde
espaço para os vinhos importados
da Alemanha, do Chile, da Itália e
de Portugal.
“O que surpreende é que o au-
mento do intercâmbio entre Bra-
sil e Argentina se dá num momen-
to em que as economias dos dois
paíscs estão em expansão; isto é,
não se trata da exportação de ex-
cedentes nem de redução da de-
manda no mercado doméstico “,
diz um diplomata argentino
radicado em São Paulo. “Estamos
num círculo virtuoso e, ainda,
com boas perspectivas”, afimia.
Esse mesmo diplomata projeta,
no entanto, novo déficit comercial
para a Argentina este ano, mas res-
salva que isso se deverá às exporta-
ções de bens de capital e de produ-
tos intemiediários. Nada a temer, no
entanto, pois se trata de compras de
itens que pemiitirão a modemiza-
ção da combalida indústria argenti-
na, e não da importação de supér-
fluos, como a que acabou provocan-
do “o efeito tequila” no México. I
Superávit de US 1,2 bilhão
govemo argentino prevê para
O este ano um superávit de US$
1,2 bilhão nas relações co-
merciais com o Brasil, mas, nas con-
tas globais, deverá haver um déficit
de US$ 1,5 bilhão. Em 1995, a parti-
cipação do Brasil nas exportações da
Argentina era de 26%. Em 1 996, che-
gou a 28%. Para este ano, a estimati-
va é de que o intercâmbio entre os
dois países chegue a US$ 14,8 bi-
lhões -US$ 8 bilhões de exportações
argentinas e US$ 6,8 bilhões de brasi-
leiras. A Argentina espera exportar
US$ 27 bilhões este ano, ou 14% a
mais do que os US$ 23,7 bilhões ex-
portados em 96. No ano passado, o
déficit comercial argentino foi de
US$ I2 milhões. Esses números re-
fletem um aumento no comércio ex-
terior argentino, que se vem acen-
tuando desde 1991. Entre 1991 e
1996, o comércio da Argentina com
os países do Mercosul cresceu 108%.
Tendência
As empresas privadas têm a mes-
ma opinião que os representantes dos
govemos argentino e brasileiro. Se-
gundo elas, a tendência de elevação
no intercârnbio comercial deve pros-
seguir por mais algum tempo. E isso
acontece nos dois sentidos. A Sadia,
Edlltilla de AIIGÍGEZGI3 MOI'€-Elfllll Lalinü-Ame Iinanfl
É comércio exterior argentino - exportações ao Mercosul
Em relação ao total exportado (em %)
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Fonte: Ernbalxada argentina no Brasil, com base em dados da CEI.
uma das principais exportadoras bra-
sileiras de alimentos já firrnemente
instalada no país vizinho, prevê um
aumento de 10% a 15% nas exporta-
ções de seus produtos para a Argenti-
na a partir deste ano. A Aiisco, que
está na Argentina desde 1991, onde
detém 10% do mercado, também
tem planos de expansão baseados em
aumento dos investimetos em publi-
cidade e propaganda. No ano passa-
do, a Arisco vendeu cerca de US$ 30
milhões no Mercosul.
Do lado das exportações argenti-
nas, a situação não é diferente. A de-
manda brasileira é especialmente
relevante no setor primário, de ma-
nufaturas de origem industrial e
combustíveis. Nos produtos primá-
rios, a participação do Brasil no to-
tal das exportações argentinas entre
1993 e'1995 chegou a 27%.
No caso dos produtos químicos,
os argentinos têm um grande espaço
para crescer. Estima-se que haja
uma subutilização da capacidade de
consumo do mercado brasileiro nes-
se setor - exatamente onde a indús-
tria argentina dispõe de padrões e de
capacidade produtiva de nível inter-
nacional. Somados, os itens desse
segrnento representarn mais de US$
_-._.z___-_-.-_------a n-nuq--..- nv--Q-ou.-no .
3,6 bilhões de importações brasilei-
ras, mas somente entre2% e 5%
desse total provêm da Argentina.
Turismo
A entrada em vigor do Mercosul
na corrente de turismo entre os
dois países. Em 1995, último dado
disponível, a corrente de turismo
bilateral significou um fluxo de
1,1 milhão de pessoas.
Apenas entre 1990 e 1995, o nú-
mero de turistas argentinos que
veio ao Brasil cresceu 105%. Já o
volume de turistas brasileiros que
foram à Argentina subiu, no mes-
mo período, 88%. Este incremento
é muito maior do que os 50% de
crescimento alcançados com o tu-
iismo na Argentina no período.
Com base nesse número, avalia-se
_ _ _ *_ __ -_ provocou, também, um aumento que, apenas em 1995,aArgentina te-
nha recebidoUS$ 310,8 milhões pro-
cedentes de despesas realizadas por
turistas -ou uma média de gastos per
capita de US$ 569. A Secretaria de
Ttuismo da Argentina avalia que ca-
da um tenha gasto, em média, US$
141 em compras, com permanência
mínima de cinco dias. (N.G.) I
Secretaria Administrativa do Mercosul
Convida Tradutores Públicos com experiência em
textos legais e técnicos para que se inscrevam no
Ftegistro de Tradutores de Português-Espanhol e
EspanhoLPonuguês.
Enviar carta e currículo à: FIINCON 575 -129 ANDAR
c.P. 11.ooo MoNTEvioÉu - unuc-iuA|.
O prazo vence no dia 14 de março de 1997.
ENVIAR POR FAX: (005982)96-4591.
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I I16 1 GAZETA MERcANT|L |_AT|N0-AMEn|cANA - DE 10 A 16 DE MARÇO DE 1997 c IO
Rio aposta em aumento
no. comércio bilateral
` Michele Voltolini Berlão
Rio de Janeiro
intercâmbio comercial en-
O tre a Argentina e o Estado
do Rio de Janeiro, apesar
de ter apresentado um relativo
crescimento nos últimos quatro
anos, ainda é bastante reduzido.
Porém, a expectativa para 1997 é
otimista. “Esperamos um aumen-
to nas trocas comerciais, princi-
palmente devido ao interesse dos
argentinos pelo processo de pri-
vatização no estado”, diz o cônsul
geral da Argentina no Rio de Ja-
neiro, Carlos Fasciollo.
Segundo dados da Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério
da Indústria, Comércio e Turismo
do Brasil, de janeiro a maio do
ano passado a corrente comercial
entre essas duas regiões somava
US$ 206 milhões, corresponden-
do a US$ 97 milhões em exporta-
ções fluminenses e US$ 109 mi-
lhões em exportações argentinas
para 0 Rio de Janeiro.
Potencial do mercado
É necessário que o empresaria-
do argentino descubra o potencial
do mercado do Rio de Janeiro,
observa o cônsul argentino. Ele
comenta que 0 comércio do Rio
de Janeiro com a Argentina cres-
ce permanentemente, mas com
outros países o crescimento é
muito mais acelerado.
Mas Fasciollo alerta para um
fator importante na promoção
desse comércio bilateralf as roda-
das de negócios organizadas pelo
Serviço de Apoio à Micro e Pe-
quena Empresa do Rio de Janeiro
(Sebrae/R.J_), que vêm sendo rea-
lizadas com sucesso, tendo gran-
de participação de pequenos em-
presários argentinos e fluminen-
ses interessados em fechar algum
tipo de negócio.
Para o presidente da Comissão
Parlamentar Conjunta (seção bra-
sileira), Paulo Bornhausen, não
há dúvidas de que serão as peque-
nas e médias empresas as grandes
incentivadoras das relações co-
merciais entre os países latino-
[_
'11
iäf
__ Importações do Rio de Janeiro da Argentina
(Valores CIF, em milhares de US$)
americanos, Segundo o secretá-
rio de Comércio, Indústria e Tu-
rismo do estado, Márcio Fortes, o
Rio de Janeiro tem muito a ofere-
cer não só ã Argentina como ato-
do o Mercosul. “Temos no Rio o
Porto de Sepetiba, que depois de
ampliado vai concentar toda a
carga vinda da Europa, dos EUA
e do Japão, funcionando como um
centro de distribuição para os de-
mais países do Mercosul, um
“hub” em linguagem técnica. Te-
mos ainda o Teleporto, 0 mais
moderno Centro de Telecomuni-
cações da América do Sul, insta-
lado na cidade do Rio, que trará,
entre outras facilidades, a possi-
bilidade do monitoramento das
cargas c do movimento no porto.
Há ainda a bacia de Campos, que
é um importante pólo produtor de
petróleo e gás natural”, afirma 0
secretário.
O estado é o maior produtor
nacional de petróleo e gás natural,
com respectivamente 70% e 45%
da produção nacional.
Entre os produtos mais vendi-
dos pela' Argentina ao Rio estão
trigo, petróleo e filé de merluza
congelado, enquanto que os mais
exportados para a Argentina pelo
estado fluminense, no ano passa-
do, foram produtos de ferro e aço,
borracha,'produtos .químicos or-
gânicos, combustíveis, óleos e ce-
ras minerais.
Investimentos
A economia do Estadodo Rio
de Janeiro voltou a crescer desde
1994 acima da média nacional e,
no ano passado, passou a disputar
o segundo lugar com o Estado de
Minas Gerais no ranking da parti-
cipação no Produto Interno Bruto
(PIB) nacional.
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), o PIB fluminese de
1995 alcançou US$ 60,57 bi-
lhões, valor equivalente a
12,61% do PIB brasileiro. Até. o
ano 2000, o estado espera receber
investimentos da ordem de US$
26 bilhões. I
Editoria de Arteğazeta Mercantil Latino-Americana
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Fonte: SFIF - Colec. Ministerio da Fazenda. Brasil.
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Intercâmbio com Minas
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AArgentina e o Estado de Mi-
nas Gerais, com um Produto
Interno Bruto (PIB) da ordem de
US$ 60,05 bilhões em 1995, segun-
do 0 Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística(IBGE), ainda
estão aquém das potencialidades
dos dois mercados. Depois de pas-
sar por um período de crescimento
acelerado, quando a corrente de co-
mércio entre argentinos e mineiros
saltou de US$ 296,38 milhões para
US$ 748,02 milhões entre 1991 e
1993, o comércio bilateral entrou
numa fase de acomodação. _
_ No ano passado, até outubro (da-
dos mais recentes disponíveis na
Secretaria de Comércio Exterior, do
Ministério da Indústria, Comércio e
Turismo do Brasil), a corrente de
comércio da Argentina com Minas
Gerais somava US$ 531,50 mi-
lhões, resultado de US$ 346,14 mi-
lhões em exportações mineiras e de
US$ 195,35 milhões em exporta-
ções argentinas. Esse dado projeta
um volume de US$ 650 milhões pa-
ra todo o ano de 1996.
Apesar do crescimento conside-
rável do fluxo comercial entre a Ar-
gentina e Minas Gerais desde a assi-
natura-do Tratado de Assunção, em
1991, ainda persistem alguns empe-
cilhos que travam o incremento dos
negócios entre os dois mercados.
Para detectar esses entraves, o Con-
sulado da Argentina em Belo Hori-
zonte fez, em dezembro do ano pas-
sado, um levantamento detalhado
do comércio bilateral, e chegou a
resultados surpreendentes.
Uma das principais conclusões
foi a de que o comércio entre a Ar-
gentina e Minas Gerais é, na reali-
dade, até 50% maior do que apon-
tam os dados oficiais. Essa diferen-
ça, explica 0 cônsul geral da Argen-
tina na capital mineira, Valdo Ama-
deo Palmai, ocorre, principalmente,
em função de asimportações minei-
ras junto ao mercado argentino es-
tarem subavaliadas. Palmai aponta
que muitos canais de importação de
Minas dependem de grandes grupos
importadores de São Paulo. Por is-
so, boa parte das mercadorias ar-
gentinas consumidas em Minas Ge-
rais é nacionalizada em São Paulo.
O exemplo mais evidente desse
processo ocorre com as grandes re-
des de supermercados que operam
no estado. Cadeias como 'o Carre-
four, Bon Marché e Paes Mendonça
- líderes de vendas em Minas Ge-
rais - oferecem grandes volumes de
produtos argentinos que não são
contabilizados como sendo impor-
tações mineiras, já que os Centros
de Compras desses supermercados
têm sede em São Paulo. “Além dis-
so, o empresário mineiro ainda não
tem tradição de comercialização di-
reta com Argentina”, sustenta 0
cônsul argentino.
A falta de tradição também existe
no lado argentino. Os empresários do
país, diz Palmai, ainda estão muito
presos aos negócios com os estados
de São Paulo e do Rio de Janeiro. “O
empresário argentino ainda não se
deu conta do potencial e da importân-
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Fonte: Consulado da Argentina em Belo Horizonte
cia do mercado mineiro”, frisa Pal-
mai, que enviou à Fundação Exportar _
(órgão do govemo argentino de
apoio ao comércio exterior) um rela-
tório destacando a importância do
mercado de Minas Gerais na expan-
são das vendas extemas argentinas.
A pouca tradição de negócios di-
retos entre argentinos e mineiros
não é a ún_ica barreira ã expansão
das trocas bilaterais. O levantamen-
to do consulado argentino também
apurou que a emissão do Documen-
to de Trânsito Aduaneiro (DTA)
tem contribuído muito para travar o
crescimento das exportações argen-
tinas para Minas Gerais.
A mercadoria irnportada da Argen-
tina por via terrestre passa pela adua-
na em Uruguaiana, que emite o DTA
autorizando o trânsito dos produtos
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1995 1996' 1993
Walor até mês de outubro de 96. H 0 H
em território brasileiro. Isso ocorre
porque a maioria das empresas trans-
portadoras da Argentina possui auto-
jzação para operar no Brasil. Dessa
forma, o transbordo é feito em Uru-
guaiana, atrasando a entrega e encare-
:endo o frete das mercadorias.
Esse problema tem sido rotina
iara a Brasminas Distribuidora, re-
iresentante em Minas Gerais dos
irodutos da Don Fidencio, empresa
e Mendoza que produz azeitonas e
oces. Os produtos importados pela
`mpresa mineira da Argentina têm
icado parado em Uruguaiana por
D dias, em média, aguardando ali-
eração do DTA.
A falta de maior integração das
:luana tem sido, na avaliação dos
cnicos da Federação das Indústrias
3 Estado de Minas Gerais (Fie-
_ mí- _
1994 1995 1995*
mig), um dos principais problemas
ao processo de integração no Mer-
cosul. O analista de Comércio Exte-
rior da entidade, Alexandre Brito
Santos, observa que o Regulamento
Aduaneiro Unico ainda nem foi rati-
ficado pelo Congresso brasileiro.
Outra barreira ã expansão das tro-
cas comerciais entre a Argentina e
Minas Gerais apontada pelo Consu-
lado argentino é o reduzido número
de empresas autorizadas a operar no
eixo rodoviário Argentina-Brasil.
Atualmente, somente a Tora Trans-
portes, Transportadora Latinoamé-
rica e Fanny Transportes podem
sair do armazém do exportador ar-
gentino com o Manifesto Interna-
cional de Carga (MIC) e com o
DTA e cruzar a aduana de Uru-
guaiana sem precisar parar. I
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data banks.
The service includes the principal information available on privatization, and
have been suitably researched, edited, and classified. The information is easily
consulted and quick to read. '
The service provided includes information researched by a team of joumalists
from the “Gazeta Mercantil International Weekly”, and InvestNews' Real Time
and On line services.
The monthly “Panorama Setorial” on privatization includes information from the
month of January on the following:
. Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)
. State Banks (Banerj, Credireal, Produban)
.Gas and Petroleum (Petrobrás, Comgás, CEG)
.Telecornmunications (CTBC, Telesp)
z State-owned Companies (Railways, Highways, Ceagesp, Maracanã)
. Stock Exchange Operations
.Electric Energy
The São Paulo System
Cesp
Eletropaulo
CPFL
Fumas/CEEElCemig/Cemat¡Cosern/Nacional Energética/
Ceron/Energipe/Enersul/Coelba
This information service will be updated and published monthly. The studies
may be purchased individually each month or via an annual subscription. The re-
port is available in both English and Portuguese.
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“Panorama Setorial” - Privatization
Monthly edition..................................................................................... ..$ 175,00
Annual subscription (12 months) ....................................................... _.$`l .500,00
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GAZETA NIERCANTI Ia
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'Buenos Aires: Elisabete Junqueira 1:- 374-0300. -'
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Privatization
The Gazeta Mercantil's “Panorama Setorial” division is launching a new month-
ly information service on privatization in Brazil. The service is aimed at in-
vestors, analysts, banks, consultants, businessmen, executives of t_he sector, and
econornists. Serving as reference material, it is ideal for libraries, arquives, and
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eforma não traz ju tiça ocial
Presidente do BID diz que mudanças na economia sao insuficientes para vencer desigualdades
Yolanda Stein
' \ Fiio de Janeiro
frente do Banco Interameri-
cano de Desenvolvimento
(BID) desde 1988, o cora-
ção do uruguaio Enrique Iglesias
bate mais forte pelo Mercosul. Mas
sua conhecida habilidade política
como mediador de conflitos - foi
um dos articuladores da reunião
ministerial que deu início à Rodada
Uruguai do Gatt, hoje substituído
pela OMC - não o deixa tomar par-
tido na disputa entre Brasil e Esta-
dos Un_idos em tomo da criação da
Alca (Area de Livre Comércio das
Américas). “Não há contradição e
sim complementação entre as duas
propostas”, conciliou.
Iglesias,`que esteve no Rio de Ja-
neiro, na semana passada, partici-
pando do Seminário sobre Violên-
cia Urbana, destacou em entrevista
à Gazeta Mercantil Latino-Ame-
ricana o papel social do banco. E
admitiu que as reforrnas econômi-
cas são condições necessárias, po-
rém não suficientes, para que os
países alcancem ajustiça social.
Gazeta Mercantil Latino-Ame
ricana - O Sr. concorda com a ava-
liação feita pelo Banco Mundial,
durante o seminário, de que a vio-
lência causa prejuizos econômicos
da ordem de US$ 7 bilhões por ano
ao Brasil? E que o crescimento da
América Latina seria 25% maior se
não fosse a violência?
Enrique Iglesias - A violência
tem características dramáticas na
América Latina, onde apresenta
uma das mais altas taxas do mun-
do. Os efeitos são muito fortes so-
bre a economia, começando pelos
custos de capitalƒisico,seguido
dos custos humanos e sociais. O
custo social e' muito grande, ge-
rando uma destruição de institui-
ções, de valores que permeiam to-
da a sociedade, incluindo a des-
truição do confiança nos valores
democráticos, o que traz proble-
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Enrique Iglesias
mas de ca rãter institucional. Em
termos econômicos, os prejuizos
recoem sobre os investimentos,
que tendem ofugir dos paises com
grandes indices de violência. Nes-
te sentido, impressionou-me o tra-
balho do Banco Mundial mostran-
do que a Colômbia, por exemplo,
perde 2% de seu produto o cada
ano devido à violência.
GMLA - Estatísticas mostram
que as desigualdades sociais au-
mentaram em vários países da
América Latina após os planos de
estabilização econômica. Qual se-
ria o caminho para se alcançar,
maior justiça social?
Iglesias - Em alguns casos, as
desigualdades aumentaram, mas
em outros diminuíram, como no '
Uruguai e no Chile, onde se verlfi-
caram reduções da pobreza criti-
ca. Não podem serfeitas afirma-
ções absolutas. Eu não conheço
um sistema no mundo que parta da
desordem macroeconômica. Isto
não significo que a mera ordeno-
ção -macroeconômica condu_za a
soluções de temas sociais. E ne-
cessário um Estado vigoroso, res-
ponsável pelas políticas sociais,
que, numa ação conjunta com o
setorprivado, possa enfrentar a
pobreza. As reformas econômicas
são condições necessárias, porém
não suficientes, para os países que
buscam melhorias na área social.
GMLA - O Sr. acredita que o
modelo neoliberal é o mais indica-
do para se chegar a essa sociedade
mais justa na região?
Iglesias - A definição de politica
neoliberal e' muito ambigua. Eu
prefiro falar de uma politica de
economia de mercado com impli-
cações sociais, que tenha forte
conteúdo de ações sociais do tipo
cornpensatório que permitam ace-
lerar o processo de igualdade e de
justiça social.
GMLA - Com relação à integra-
ção latino-americana, qual a posi-
ção do BID quanto à formação de
blocos regionais, como o Mercosul
e_ 0 Nafta, e à formação da Alca (-
Area de Livre Comércio das Amé-
ricas), que está gerando conflitos
entre Estados Unidos e Brasil?
Iglesias - Considero muito posi-
tiva e importante a criação do
Mercosul. Aformação do bloco re-
presenta uma grande coragem po-
lítica que tem a ver_ com o retorno
da democracia aos paises da re-
gião. Creio que a combinoção des-
sesfatores com iniciativas políti-
cas comuns e reformas econômi-
cas mais ou menos similares resul-
nvtaram naformaçao de uma massa
críticaque estáfazendo do Merco-
sul um verdadeiro grupo econômi-
co, poderoso e vigoroso. A Alca
também e' uma realidade econômi-
ca. Não há incompatibilidade en-
tre o Mercosul e a Alca, mas com-
plementação. Os dois blocos deve-
rão correr deforma paralelo.
GMLA - Quais as prioridades
do BID no sentido de reduzir os ín-
dices de violência na região?
Iglesias - Hd diferentes instru-
mentos que estãfl sendo mobiliza-
dos. Um deles é o ataque à pobre-
za, com o melhoramento dos con-
dições de vida nas cidades, espe-
cialmente nasfavelas. Em todos os
países latino-americanos, temos
projetos de apoio nos bairros. Nes-
se seminário sobre a violência, te-
mos discutido experiências impor-
tantes, em que se destaca a partici-
pação ativa das comunidades.
GMLA - De quanto o BID dis-
põe para frnanciamentos, este ano,
no Brasil?
Iglesias - Serão aplicados re-
cursos entre US$ 1,5 bilhão e US$
2 bilhões em diversos áreas, como
infra-estrutura, saneamento, re-
forma do Estado, saúde e educa-
ção. A grande prioridade e' para
os setores sociais.
GMLA - O BID começou, no
ano passado, a financiar também a
iniciativa privada. Por que essa
mudança de estratégia e como ela
se desenvolve?
Iglesias - Porque tem havido
uma mudança fundamental nosfl-
nanciamentos para a América la-
tina, e essas mudanças' têm a ver
com ofoto de que as correntes do-
minantes são as privadas, o gros-
so dos financiamentos, cerco de
70%, dos recursos para a Arnérica
Latina vêm por canais privados.
Então, e' importante que o banco
procure absorver essa realidade,
trabalhar com o setor privado e
criar condiçõesfovordveis para
investimentos, especialmente na
drea de infra-estrutura, onde há
grandenecessidade de recursos.
GMLA - Qual a proporção de
recursos do BID que está sendo di-
rigida para o setor privado?
Iglesias - Atualmente, são 5%
do total dos empréstimos realiza-
dospor ano, cerca de US$ 350 mi-
lhões. Mas, com esses US$ 350 mi-
lhões, atraimos cerca de US$ 2 bi-
lhões nos últimos l8 meses. Isso
porque cada dólar que o banco in-
veste no setor privado mobiliza
outros cinco dólares.
GMLA - Qual o peso das obras
sociais no âmbito do BID e quais
as perspectivas para o ano 2000?
Iglesiqs - Do_ ponto de vista
econômico, creio que a Américo
Latino está-num bom caminho.
Acreditamos que o crescimento
regional serd sólido e sustentado,
acima de 5%. Cremos que o tema
social começa a ter soluções, sen-
do necessário maior insistência
para se conseguir uma resposta
mais rápido. Mas, em termos ge-
rais, poderia dizer que a Américo
Latina aprendeu a crescer, está
aprendendo a ganhar em eficiên-
cia econômico, mas tem quefazer
muito mais para ganhar em efi-
ciência social. I
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I E
DE 10 A 16 DE MARÇO DE 199? IS GAZETA MERCANTIL LATINO-AMERICANA I 19
Renata Ferreira
São Paulo
om a criação do Mercosul, a
C ameaça representada pelo
dumping passou a rondar
com muito mais freqüência as em-
presas dos países componentes do
bloco, afimiou a professora Lígia
Maura Costa, doutora em Direito
pela Universidade de Paris-X, “vi-
siting scholar” na University of
Michigan Law School e professo-
ra da Escola de Administração de
Empresas, da Fundação Getúlio
Vargas. “E preciso uma lei unifor-
me para regulamentar amatéria,
mas apenas isso não basta. É claro
que há necessidade de uma harmo-
nização legislativa, porém temos
que saber como essa lei será apli-
cada. Isso só vai ser feito, de modo
eficaz, através da criação de um
tribunal supranacional. Mas uma
lei uniforme é melhor do que na-
da”, observa.
Segundo Maristela Basso, pro-
fessora de Direito Internacional
da Faculdade de Direito da Uni-
versidade de São Paulo (USP) e
consultora do escritório Baptista,
Carvalho Tess e Hesketh Advoga-
dos, no Mercosul, não houve ain-
da um caso concluído que possa
ser caracterizado 'como dumping.
O que ocorreu foi uma questão en-
tre a indústria de celulose argenti-
nvestigação de dumping no Mercosul
Professorci defende tribunal suprcinciciondl pdrci resolver próticdsçdesledis de comercio no bloco
M *T U I
na e o govemo brasileiro, ano pas-
sado, eii_.\¿_olvendo du__ri;ip,íf¡-gf-¡:{¡ÍeS
de ficar caÍ'a'6£$fiÊ-:ado o dumping,
a Argentina voltou atrás e nego-
ciou com o Brasil.
_ Outras controvérsias tiveram as
investigações apenas iniciadas co-
mo determinados tecidos, chapas
de aço e pneumáticos para bicicle-
tas. Há, também, os que se encon-
tram em fase de investigação, co-
mo medidores de energia elétrica,
ferro manganês e cabos de alumí-
nio (Revista de Negócios do Mer-
cosul, Fecesp, n°. 28, pp 9/10).
O dumping pode ser definido
como a presença significativa,
dentro de um país, de produtos es-
trangeiros a um valor inferior ao
praticado- pelo mercado local, de
forma que as indústrias do país im-
Maciel quer fortalecer
mediação e arbitragem
Carlos Alberto Júnior
Brasília
vice-presidente brasileiro,
O Marco Maciel, defendeu o
fortalecimento dos institutos
de arbitragem e mediação no Merco-
sul e colocou-se contra a criação de
tribunais suprariacionais para regular
o assunto. “Não sei se um tribunal
supranacional não pode, no futuro,
ser algo inconveniente e desaconse-
lhável para o Mercosul”, disse.
No seminário sobre arbitragem e
defesa da concorrência de que par-
ticipou, no Conselho Administrati-
vo de Defesa Econômica (Cade),
Maciel reiterou a necessidade de
regras claras para regular o desen-
volvimento econômico e as rela-
ções comerciais. Para ele, as arbi-
tragens são a melhor forma de re-
solver eventuais conflitos no bloco.
Quando era senador da Repúbli-
ca, Maciel enviou ao Congresso o
projeto de lei que permitiu a cria-
ção da Lei n° 9.307, que dispõe so-
bre arbitragem. Segundo ele, o
Brasil ainda tem uma presença tí-
mida no cenário intemacional, que
pode melhorar com a correta apli-
cação da nova lei de arbitragem.
“A lei pode vir a ter um papel
no processo de globalização e de
inserção do Brasil na economia
internacional. Considero este um
desafio para o Cade”, afirmou.
O vice-presidente também evi-
denciou sua preocupação com a
possibilidade de a lei de arbitragens
ter seus objetivos desvirtuados.
Maciel destacou que o Brasil
nunca teve nem pretende exer-
cer liderança regional, mas pode
ter “certo protagonismo nasre-
lações comerciais na região”. A
lei de arbitragem, explicou, tem
o grande mérito de desconges-
tionar o Judiciário e dar maior
agilidade à solução dos casos. O
vice-presidente foi surpreendi-
do pela informação do presiden-
te do Cade, Gesner Oliveira, de
que há processos não resolvidos
que se arrastam pelo órgão há
dez anos.
Desde a aprovação do protocolo
de Defesa da Concorrência, em
Fortaleza, os órgãos técnicos dos
quatro países têm-se empenhado
para acelerar sua intemalização e
estabelecer uma agenda de traba-
lho conjunta sobre o assunto. I
É
-3 cular não tem livre acesso para
solucionar as controvérsias co-
merciais que eventualmente
possam surgir”, adverte a pro-
fessora Lígia Costa. “O único
meio acessível para o particular
ofendido agir é através de repre-
sentação do respectivo Estado-
parte”, conclui.
No Brasil, a Lei 9.019, de 30
de março de 1995, implementou
os direitos antidumping. Basica-
mente, a lei pode ser aplicada às
importações de mercadorias que
f "'“"--~-..¬...____,__¬________ '_ *_ _ foramxsubmetidas a uma investi-
mumrfilg eu Estado de residencia a ao -desde ue seia determina-
M _ É ç iii- . _ q J I i
ou de estabel o&ílurante o processo investiga
portador sejam prejudicadas pela'
competitividade. “A simples ex-
portação de produtos a preços
mais baixos não caracteriza o
dumping e, portanto, não justifica
a aplicação de medidas para conter
a operação comercial. A alegação
precisa estar fundamentada numa
relação direta entre as importações
e o prejuízo às empresas do país
importador”, alerta a professora
Lígia Costa.
A questão fundamental, dentro
dessa polêmica, de acordo com
ela, é saber como podem ser resol-
vidos os problemas de práticas
desleais de comércio entre particu-
lares e estados-membros do Mer-
cosul. É necessária a formalização
de uma queixa do particular peran-
te a seção do Grupo Mercado Co-
Ameaça à integraçao
meiro momento, essa queixa ten-
tará ser resolvida entre as seções
nacionais do Grupo Mercado Co-
mum. Caso não seja possível, a
queixa será encaminhada ao Gru-
po Mercado Comum do Mercosul,
que poderá, ao seu livre arbítrio,
aceitar ou não a reclamação. Em
caso de aceitação, o Grupo Merca-
do Comum nomeará um grupo de
peritos para dar um parecer a res-
peito. Se 0 grupo de peritos consi-
derar procedente a reclamação, o
Estado-parte reclamante pode en-
tão partir para o procedimento ar-
bitral, nos termos do Protocolo de
Brasília, para solução de contro-
vérsias entre estados-partes.
“Como se pode notar, o parti-
tório, uma margem de dumping
que esteja causando ou amea-
çando causar prejuízo à indústria
doméstica. Nostermos do Gatt-
94 (Acordo Geral Sobre Tarifas
e Comércio), são consideradas
desprezíveis as margens_de dum-
ping inferiores a 2% do preço de
exportação.
Outro parâmetro que impossibi-
lita a queixa antidumping de pros-
perar é o volume de importações a
preço de dumping. Tem que ser
constatado que.esse volume atinge
3% das importações de produtos
similares. Mais um detalhe impor-
tante: uma ação antidumping pre-
cisa representar pelo menos 50%
da indústria doméstica. I
:U
Porldrid sobre alimentos violci normcis
advogada Adriana Noemi
A Pucci, do escritório Baptis-
ta, Carvalho Tess e Hesketh
Advogados, considera a portaria
que obriga o controle do carrega-
mento de qualquer alimento, antes
de sua entrada no Brasil, uma viola-

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