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Ligações em Estruturas de Madeira Tipos de Ligações e EmendasTipos de Ligações e Emendas Dimensionamento Detalhamento FTC-123 Estruturas de Madeira Prof. Wagner Q. Silva Ligações e Emendas • A madeira é um material que permite uma grande variedade de conexões • O material é fácil de ser perfurado, puncionado, cortado e ajustado da forma que se desejar • Ligações em estruturas de madeira - Objetivos:• Ligações em estruturas de madeira - Objetivos: – Transmissão de esforços entre as diversas peças estruturais – Construção de sistemas estruturais (Ex.: treliças) • Limitação do comprimento das peças de madeira, fruto de sua extração de troncos de árvores, requer a adoção de emendas das peças estruturais de longo comprimento Ligações e Emendas • Cuidados no dimensionamento das ligações: – Disposição das fibras em relação ao sentido dos esforços • Verificar as resistências nas direções de inclinação das fibras – Resistência da madeira ao Embutimento – Resistência mecânica dos elementos conectoresResistência mecânica dos elementos conectores • Caracterizam-se pela ocorrência de tensões localizadas • Deve-se garantir a adequada transmissão de esforços entre peças (garantir o comportamento do modelo mecânico) • O dimensionamento dos elementos de ligação deve obedecer a condição de segurança do tipo Sd < Rd Obs: O ELU da ligação pode ser atingido por deficiência da madeira ou por falha do elemento de ligação Tipos de Ligações usuais Tipos de Ligações • Outros tipos de ligações: Tipos de Pregos e Parafusos � Prego liso com cabeça � Prego anelado � Prego ardox � Parafuso sextavado � Parafuso francês � Parafuso auto-atarraxante É um tipo de ligação bastante prático e eficiente � Não necessita de mão-de-obra especializada � Verificar a resistência ao embutimento da madeira e a resistência à flexão do pino � Parafuso auto-atarraxante � Barra roscada � Barra lisa Tipos de Pregos e Parafusos Ligações por penetração • Parafusos, pregos ou cavilhas (pinos) Ligações por penetração Ligações por penetração • Exemplo de aplicação em peças roliças: – Aplicado, por exemplo, em pontes provisórias Ligações por encaixe Ligações por encaixe • Necessita mão de obra especializada e equipamentos • Reduzem a necessidade de acessórios Entalhes ou Sambladuras Anéis metálicos � Os anéis metálicos são empregados em casos que necessitam de elevada resistência e rigidez das ligações � Os anéis devem ser acompanhados de parafusos no centro para evitar o afastamento entre as peças de madeira � Verificar a resistência ao cisalhamento longitudinal das peças de madeira interligadas peças de madeira interligadas parafuso de montagem d t anel Chapa dentada � Chapa metálica dotada de “dentes” que são prensadas fazendo a ligação das peças de madeira � Uso industrial para montagem de tesouras de madeira Chapas especiais • Peças metálicas confeccionadas para uma ligação específica: Ligações especiais • Nó de treliça: – Ligação de barras em Estruturas TridimensionaisTridimensionais Peças coladas (adesivo) • Pouco utilizado em ligações de treliças e tesouras• Pouco utilizado em ligações de treliças e tesouras • Maior utilização na confecção de peças de madeira laminada colada, como vigas, colunas, etc. Emendas • São necessárias devido a limitação do comprimento de peças de madeira pelo tamanho dos troncos usuais Emendas em projeto • Recomenda-se que as emendas nos banzos inferior e superior sejam posicionadas a cada 5 metros Alguns exemplos de Emendas Emendas dentadas � Pouco utilizado no Brasil � Exige mão-de-obra especializada e alto controle de qualidade � Devem ser usados adesivos resistentes à intempéries Apenas para madeiras de baixa densidade (permeabilidade)� Apenas para madeiras de baixa densidade (permeabilidade) 5 cm 1 2 c m 2 cm 2 1 c m 4 5 c m 1 2 c m 0,7 cm Diretrizes para o Dimensionamento de Ligações por conexãopor conexão (Ligações por entalhes) Ligações por Entalhe • Devem ser feitas verificações na madeira, de acordo com a forma de transmissão dos esforços, que dependem da geometria do entalhe • Garantir a verificação da relação de segurança • Atenção: d dS R≤ • Atenção: – Deve ser utilizada apenas para casos de compressão – Em casos de tração, associar à um dispositivo que garanta a união entre as peças (ex.: parafuso, abraçadeira) – Verificar efeitos de tensões localizadas • É necessário verificar as resistências mecânicas nas direções inclinadas, de acordo com a direção dos esforços em relação à direção das fibras da madeira Fórmula de Hankinson • Item 7.2.9 da NBR 7190 - Resistência à tensões normais inclinadas em relação às fibras da madeira: – Para esforços inclinados, considerar uma redução de resistência em função das propriedades da madeira nas direções normais e paralela as fibras resistência em função das propriedades da madeira nas direções normais e paralela as fibras – É permitido ignorar a influência da inclinação α das tensões normais em relação às fibras da madeira até o ângulo de α = 6° 0 90 2 2 0 90 cos f f f f sen fα α α ⋅= + Obs: A fórmula pode ser aplicada aos diferentes tipos de resistência Exemplo: Ligação entre banzos ( ). / cos d c c d compr N N f A b tβ β σ β = = ≤ ⋅ cosN β⋅cosd c d N t b f β β⋅∴ ≥ ⋅ cosV V cisalhamento F N f A b a β βτ ⋅= = ≤ ⋅ • Outras verificações: – Esmagamento do banzo inferior – Se há tração nas peças cosd V d N a b f β β⋅∴ ≥ ⋅ Dimensionamento de Ligações com Pregos e Parafusos em Estruturas de Madeira Estruturas de Madeira Ligações por pinos metálicos Ligações por Pregos ou Parafusos • Funcionam como mecanismo de entrave, fazendo a ligação de diferentes peças de madeira através de superfícies de contato dos pinos que atravessam as peçaspinos que atravessam as peças • Devem ser verificadas: – As condições de segurança da ligação – Limitações quanto a quantidade de pinos – Limitações quanto a espaçamentos e diâmetros Ligações por Pregos ou Parafusos • Para qualquer tipo de ligação, o método de cálculo consiste em se verificar a seguinte relação: • Deve ser verificado tanto a madeira quanto o pino • Considerar redução da resistência da madeira no caso de d dS R≤ • Considerar redução da resistência da madeira no caso de tensões inclinadas – Fórmula de Hankinson – aplicada à resistência ao embutimento (fe) • Devem ainda ser respeitados limites relacionados a: – Quantidade e disposição dos pinos – Espaçamento entre pinos – Diâmetros – Pré-furação Dimensionamento • Modos de ruína das ligações por pinos (ELU): – Flexão do pino: – Embutimento da madeira: Modos de ruína dos pinos Resistência dos Pinos • A resistência mecânica de cada pino metálico isolado em uma ligação é dada pela soma das resistências correspondentes às diferentes seções de corte daquele pino: • A resistência total da ligação formada por um conjunto de pinos será a soma das resistências de todos os pinos Resistência da Ligação • O dimensionamento deve considerar: – Propriedades da Madeira: • Resistência ao embutimento (fed) - na direção inclinada • Espessura convencional (t) – NBR 7190• Espessura convencional (t) – NBR 7190 – Propriedades do Pino metálico: • Resistência ao escoamento do pino (fyd) • Diâmetro do pino (d) Resistência ao embutimento • Considerar a direção inclinada (fórmula de Hankinson): – Onde α é o ângulo entre a direção do esforço solicitante e a direção preferencial das fibras da madeira 0 90e d e d e f f f α α ⋅= + • Adotar caracterização simplificada da madeira: 2 2 0 90 cos de e d e d f f sen fα α α = + 0 0e d c df f= 90 00,25e d c d ef f α= ⋅ ⋅ Espessura convencional • Um plano de corte: • Dois planos de corte: t é o menor valor entre t1 e t2/2 Propriedades do Pino • Resistência mecânica do aço – Escoamento – Informação do fabricante yk yd f f γ = 240 MPa (NBR 7190)f = • Diâmetro escolhido dentre as bitolaspadronizadas yd s f γ = 1,10sγ = . 240 MPa (NBR 7190) MÍNyk f = 10 mm (parafusos)φ ≥ Obs.: não se admite ligações com um único pino! Dimensionamento • Considera-se o parâmetro β, que relaciona as propriedades da madeira e do pino metálico: t d β = 1,25 ydLIM e f f β = 1. Caso β ≤ βLIM: Ocorre o embutimento da madeira 2. Caso β > βLIM: Ocorre a flexão do pino d de f α 2 1 0,40 dVd e t R f αβ = ⋅ 2 1 0,625 dVd y LIM d R f β = ⋅ Resistência dos Pinos Limitações da NBR 7190 para a resistência de um conjunto de pinos: • Para até 8 pinos alinhados na direção da carga solicitante, a resistência por pino é considerada integralmente. • Para mais do que 8 pinos alinhados na direção da carga, deve ser considerada uma redução de 2/3 na resistência individual para os pinos excedentes. – Efeito da distribuição desigual da carga aplicada entre os vários pinos alinhados Valores limites (NBR 7190) • Resistência e diâmetros mínimos dos pinos: 600 MPa (no caso dos pregos) 240 MPa (no caso de parafusos)yk f ≥ 3 mm (pregos) 10 mm (parafusos)* 16 mm (cavilhas) d ≥ • A pré-furação na madeira:• A pré-furação na madeira: • Ligações por pregos: • Parafusos (ligação rígida): • Caso contrário, a ligação deve ser considerada deformável • Cavilhas: 0 0 Dicotiledôneas: 0,98 Coníferas: 0,85 ef ef d d d d = = 0 0,5efd d mm≤ + 0 efd d= Pode ser dispensada em estruturas provisórias se: 1. ρ ≤ 600 kg/m³ 2. d ≤ 1/6 da largura 3. espaçamento ≥ 10 d Utilização de Cobrejuntas • Cobrejuntas de madeira: – Espessuras das peças seccionadas – Preferencialmente mesmo tipo de madeira • Cobrejuntas de aço (chapas metálicas): – Espessura mínima # 3,0 mm • Para estruturas de pontes � # 6,0 mm – Deve ser verificada a ligação do pino com a chapa metálica, de acordo com a norma NBR 8800 Cobrejuntas Espaçamentos mínimos • Devem ser respeitado os seguintes espaçamentos entre pinos: Comprimento dos Parafusos • Os parafusos devem atravessar toda a seção • Considerar comprimento adicional de cada lado para colocação de arruelas e porcas Detalhamento das ligações • Condição para que a estrutura se comporte como treliça Ligação entre peças da tesoura Desenho de Detalhamento – Exemplo • Ligação Banzo Superior x Montante x Diagonal Desenho de Detalhamento – Exemplo • Ligação Banzo Superior x Montante (Cumeeira) Desenho de Detalhamento – Exemplo • Detalhe de emendas Sistemas de apoio • A estrutura de cobertura tem a função de sustentar as telhas e garantir a estabilidade do telhado • O sistema de apoio é a ligação da estrutura • O sistema de apoio é a ligação da estrutura da cobertura com os pilares • Devem ser equivalentes ao modelo de cálculo – Exemplo: Apoios de 1° gênero devem restringir apenas a translação em uma direção! Detalhamento dos apoios • Podem ser usados chumbadores metálicos • Ancoragem necessária para garantir: – Fixação da estrutura no apoioapoio – Garantir transmissão de reações de acordo com projeto – Evitar o arrancamento para sucção do vento Desenho de Detalhamento – Exemplo • Ligação Banzo Superior x Banzo Inferior (Apoio)
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