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● Princípios: A radiografia é o método prefe- rencial de obtenção de imagens, visto a relativa facilidade e ao qualidade. No entanto, é impor- tante ser realizado no menor espaço de tempo possível, em padrão inspiratório (melhor delinea- mento e afastamento do coração do diafragma), para que a qualidade de imagem seja adequada; isso porque a região é complexa e com múltiplas estruturas em constante movimento. ● Projeções: Geralmente duas projeções orto- gonais fornecem informações suficientes. ➤ Posicionamento: Consistem em projeções laterolaterais, esquerda e direita; e/ou ventrodor- sal ou dorsoventral. Além disso, o animal deve estar centra- lizado na mesa, com alinhamento das costelas e elevação do esterno com auxílio de espumas. ☞ Laterolateral: Membros torácicos puxados cranialmente, esterno elevado ao mesmo nível das vértebras torácicas, pescoço estendido. Esquerda: Vasos pulmonares craniais direi- tos. Coração mais arredondado, com o ápice sutil- mente elevado. Dois pilares diafragmáticos des- viam-se um do outro. Direita: Vasos pulmonares direitos e esquer- dos se sobrepõem. Dois pilares diafragmáticos fi- cam paralelos. ☞ Dorsoventral: Melhor visualização cardíaca e de seus vasos. O esterno e vértebras ficam so- brepostos. O paciente deve estar em decúbito esternal com as vértebras torácicas sobrepostas. Os membros torácicos devem estar levemente puxados cranialmente e abduzidos, enquanto os pélvicos, abduzidos e flexionados. Observações: A atelectasia nesse tipo de pro- jeção é a menor possível. Vasos pulmonares cau- dais ficam mais conspícuos. Coração fica mais ver- ticalizado, mais arredondado e deslocado para a esquerda. ☞ Ventrodorsal: Melhor visualização pulmonar. Atenção a pacientes dispneicos, promove dificul- dade respiratória. O paciente deve estar em decú- bito dorsal, com os membros torácicos puxados cranialmente e com o esterno sobreposto às vér- tebras torácicas. Observações: Atelectasia menor que a latero- lateral. Coração não é deslocado para a esquerda. Alternativa de Decúbito: O animal pode estar em decúbito lateral e o projetor apontado para a Atelectasia É importante que as projeções laterais sejam feitas de ambos os lados, isso porque quando o animal está em decúbito, o pulmão depen- dente entra em colapso por: peso do coração, menor movimento torácico, e deslocamento da porção do diafragma. A imagem decorren- te, demonstra maior opacidade difusa do pul- mão dependente. região ventral. Aqui é possível observar a distribuição de líquidos (posição abaixo) ou ar (posição superior) pleurais. ☞ Horizontal: Pode ser usado com o animal em estação ou em decúbito esternal. Indicado em suspeita de líquido ou ar na cavidade ou animal com dispneia grave. ● Aparência normal: Silhueta cardíaca bem observada, visualização de alguns vasos com con- traste entre os pulmonares e brônquios. O tórax deve estar arredondado e profundo, com boa separação do diafragma e coração. Felinos apre- sentam um recesso lombodiafrágmatico. Traqueia Estrutura tubular constituída por anéis cartilaginosos incompletos capaz de ser visualizada pela presença de ar, principalmente em projeções laterais. Pico Inspiratório Ideal para ver o delineamento do coração e diafragma Pico Expiratório Posição do Pescoço Não deve estar flexionado ou hiperflexionado, caso contrário promoverá alterações de diagnóstico ● Deslocamento: Causado por massas cervi- cais ou mediastinais ou então por conta de cardio- megalia e distensão do esôfago. ● Colapso: Estreitamento do lúmen traqueal a- valiado em projeção lateral, devendo repetir em fase inspiratória e expiratória quando suspeito. ➤ Grau I: Redução de até 25% do diâmetro luminal. Cartilagens estão preservadas e o músculo é ligeira- mente pendular. O tratamento é clí- nico. ➤ Grau II: Redução de 26% a 50%. Cartilagens estão com ligeiro achatamento e o músculo traqueal é estirado e pendular. O tratamento é clínico ➤ Grau III: Redução de 51% a 75%. Cartilagens gravemente achatavas e músculo traqueal bem estirado e pendular. O tratamento é cirúrgico. ➤ Grau IV: Redução maior que 75%. Cartilagens quase totalmente achatadas e mús- culo conectando e com chance de in- versão. O lúmen é praticamente todo obstruído e o tratamento é cirúrgico. ➤ Intratorácico: Evidente na expiração. ➤ Extratorácico: Evidente na inspiração. ● Obstrução Traqueal: Redução do lúmen traqueal por massas intra ou extraluminais que promovam a passagem do ar. Brônquios Visualizados apenas os maiores principais. Animais velhos podem ter padrões de demarcação como calcificações. O uso do contraste propiliodine 60% está em desuso por conta dos riscos. ● Padrão Brônquico: Ocorre quando a espes- sura da parede brônquica é aumentada e se apre- Colapso no Ciclo Respiratório senta forma de “donuts” quando transversais e “tril- hos de trem” quando longitudi- nais. Suas causas são: asma, doenças alérgicas, infecçõ- es, irritação, ede- ma e tumor difuso. ● Bronquiectasia: Dilatação do brônquio ao ponto de alterar a forma de maneira irreversível decor- rente de doenças crônicas. A parede do brônquio é afi- nada e perde sua definição, com isso os brônquios ficam aumentados. ● Calcificação Brônquica: Deposição de cálcio na parede, geralmente associada à idade. A árvore brônquica fica com maior radiopacidade. Pulmões Órgão com projeções repletas de sobreposições, impossibilitando a identificação de diversas estruturas por serem pouco radiopacos Anatomia Lado Direito Anatomia Lado Esquerdo A – Acessório, M – Médio Direito, Cr – Craniais, Cd - Caudais ● Pulmão Normal: Vários espaços preenchi- dos por ar. Alvéolos distribuídos em uma rede fina. Broncograma a – traqueia; b e c – brônquio lobo cranial esquerdo; d – brônquio lobo caudal esquerdo; e – brônquio lobo caudal direito; f – brônquio lobo acessório Maior parte da opacidade é criada por vasos e brônquios médios a grandes, resultando em uma rede heterogênea de opacidade. ● Padrão Alveolar: Há preenchimento álveo- lar por líquido, fragmentos celulares ou massas. Os líquidos deslocam o ar dos alvéolos e fissuras lo- bares podem ser visíveis. A opacidade é de penu- gem e mal definidas, há sinal de silhueta da demarcação do lobo, e sinal lobar com opacidade de um lobo demarcado. O alveolograma e bron- cograma são aéreos. ➤ Condições Clínicas: Edema pulmonar, he- morragia intrapulmonar, pneumonia, granulomas, obstrução, enfartes, alergias, atelectasias e doen- ças crônicas. ● Padrão Intersticial: Há divisão de formas estruturada (nodular) e não estruturadas (reticu- lar). ➤ Nodular: Presença de nódulos e formações ☞ Clínica: Abcessos, neoplasias primárias, para- sitas, granulomas. Projeção Normal Broncograma Aéreo Alveolograma Aéreo ➤ Reticular: Resultante de elevada atenuação dos raios X criada por excesso de fluido, cresci- mento celular ou infiltração em estrutura intersti- cial. A radiopacidade aumentada é principalmen- te no fundo pulmonar. Há ausência geral de contraste vascularização indefinida. ☞ Clínica: Infecções micóticas, edema, hemor- ragia, pneumonia, fibrose e neoplasias metastáti- cas. ● Padrão Vascular: Há alterações nas pare- des em detrimento de processos mórbidos no in- terior do vaso. Pode haver hiper ou hipovasculari- zação. ➤ Hipervascularização: Observa aumento da radiopacidade e calibre dos vasos. ☞ Clínica: Insuficiência cardíaca congênita, pro- cessos pneumônicos iniciais. ➤ Hipovascularização: Observa aumento da radioluscência pulmonar e vasos pouco visualiza- dos. ☞ Clínica: Hipovolemia ou choque cardiovascu- lar. ➤ Dilatação e Sinuosidade Vascular: Vasos dilatados e tortuosos. ☞ Clínica: Dirofilariose e tromboembolismo. Coração Geralmenteavaliado por projeção dorsoventral (menor deslocamento cardíaco), com sobreposição do esterno e vértebras e em padrão inspiratório para contraste com os pulmões cheios e afastamento do diafragma. ● Avaliação Cardíaca: Feita pelo sistema VHS (Vertebral Heart Size), onde a mensuração cardía- ca é realizada de maneira padronizada de medidas em relação à caixa torácica. ➤ Procedimento: Determinar o Eixo Cardíaco longo (ECL), que é mensurado da bifurcação da traqueia até o ápice do coração; e o Eixo Cardíaco Curto (ECC), mensurado na região de maior largura do coração perpendicular ao ECL. Em seguida sobrepor as medidas a partir da borda cranial da vértebra T4 e então contar o nº de vértebras correspondentes a cada eixo. O VHS é achado a partir da fórmula: 𝑉𝑆𝐻 = 𝑛º𝑣𝑒𝑟𝑡. 𝐸𝐶𝐿 + 𝑛º𝑣𝑒𝑟𝑡. 𝐸𝐶𝐶 Faixa normal: 8,5 a 10,5 para cães; 7,5 a 8,2 para gatos ☞ Exemplo: 𝑉𝑆𝐻 = 5 + 4 = 9 ● Avaliação Ultrassonográfica: A ecocar- diografia avalia as estruturas internas e externas do coração durante o período de tempo aplicado. ➤ Modalidades: ☞ Modo Bidimensional: Avalia estudo detalhado da anatomia e do movimento. Pode ser acoplado ao doppler para avaliação do fluxo sanguíneo. Doppler Colorido: Avalia a presença, dire- ção do fluxo sanguíneo sobre uma região. “Blue Away, Red Toward”. Doppler Espectral: Afere a velocidade do fluxo, o intervalo de tempo e calcula gradientes de pressão. A hemodinâmica e função cardíaca é ava- liada. ☞ Modo M: É um ecocardiograma unidimensio- nal que informa movimento das paredes e válvulas por meio de medidas de espessuras e dimensões. ➤ Planos Ecocardiográficos: ● Aumento do Átrio Direito: É raramente isolado, geralmente associado a miocardiopatias e doenças valvulares. Quadros como Dirofilariose, síndrome da veia cava e neoplasias costumam ser causadores. Atinge 9-11 horas. Técnica do Relógio Durante a avaliação radiográfica, podemos formar um relógio imaginário para efeitos comparativos em alterações cardíacas. ● Aumento do Átrio Esquerdo: É observado em doentes cardíacos valvulares, geralmente em conjunto com o aumento do ventrículo direito. Atinge 12-2 horas. ● Aumento do Ventrículo Direito: É rara- mente isolado, geralmente ocorre em miocar- diopatias, doenças valvulares, dirofilariose e se- cundário à doenças de esquerda. Atinge 5-9 horas. ● Aumento do Ventrículo Esquerdo: As- sociado a miocardiopatias, doenças valvulares e outras condições congênitas como: persistência do ducto arterioso, estenose aórtica e defeito do septo interventricular. Atinge 2-5 horas. Cavidade Pleural Comporta pleuras, mediastino, diafragma e caixa torácica. ● Efusão Pleural: Acúmulo de líquidos na cavi- dade pleural. ➤ Projeção Laterolateral: Aumento da radio- pacidade homogênea em tórax ventral, visi- bilização de incisuras interlobares e perda de definição das margens diafragmáticas. ➤ Projeção Ventrodorsal: Retração de lobos pulmonares e radiopacidade “água” entre a pa- rede e as margens pulmonares. ● Pneumotórax: Acúmulo de ar na cavidade pleural comumente associado a traumas ou secun- dário a rupturas. ➤ Projeção Laterolateral: Ápice do coração longe do esterno, retração dos lobos pulmonares, atelectasia pulmonar, ar entre fissuras interloba- res com hiper transparência. ➤ Projeção Ventrodorsal: Retração dos lobos pulmo- nares, ausência de marcas pulmonares nas bordas da cavidade, hipertransparência no espaço pleural, retração dos lobos pulmonares.
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