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aula Leucemias-convertido

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Leucemias
Prof. Claudio Cirne
Histologia Tumoral
◼ Celula Tumoral
◼ Desiquilíbrio na proliferação e diferenciação.
◼ Burnet 1970/71: O sistema imune tem um papel
preponderante contra o crescimento de células
neoplásicas.
◼ Teoria da imunovigilância - células tumorais possuem
antígenos que não estão presentes nas células normais
→ reconhecimento.
◼ O tumor forma-se, então, quando algumas destas células
escapam à vigilância do SI e crescem de maneira ilimitada
Tipos de Tumores
Tumores podem ser induzidos 
experimentalmente por exposição a viroses 
oncogênicas, substâncias tóxicas ou 
espontaneamente em pessoas de idade.
◼ Patogenia Viral - cancro
HBV carcinoma hepatocelular
CMV Sindroma de Kaposi
HTLV leucemias T
HPV carcinoma cervical
◼ Propriedades da célula tumoral
antigenicidade
velocidade de crescimento
resposta a hormônios
resposta a drogas citotóxicas
anormalidades cariotípicas
capacidade de invasão-metastases
Tipos de Tumores
Tumores e genética
◼ Oncogenes 
◼ genes cancerígenos- que codificam para uma proteína
capaz de induzir transformação celular) têm um papel
importante neste equilíbrio, daí poderem ser associados
em 3 categorias que reflectem as suas atividades:
I - Genes que induzem a proliferação celular
II - Genes supressores tumorais, que inibem a proliferação celular
III - Genes que regulam a morte celular programada
Célula normal 

Proto-ongogenes (Vírus, Radiação, Predisposição) 

oncogenes celulares
Tumor x resposta à quimioterapia
Possível cura pela QT Resposta em estágios 
avançados, mas não cura
❖ Leucemias agudas ❖ Leucemias crônicas
❖ Linforma de Hodgkin ❖ Câncer de bexiga
❖ Câncer de testículo ❖ Câncer de mama
❖ Linfomas de grau intermediário ❖ Câncer de endométrio e cervical
❖ Linfoma de Burkitt ❖ Mieloma múltiplo
❖ Neuroblastoma ❖ Câncer colorretal
❖ Câncer microcítico de pulmão ❖ Câncer gástrico
Graus de toxicidade
Toxicidade Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4
Leucócitos 
(x 103/L)
> 4,0 3,0-3,9 2,0-2,9 1,0-1,9 < 1,0
Plaquetas
(x 103/L)
normal 75 - normal 50-74,9 25-49,9 < 25
Náuseas nenhuma Ingere o 
suficiente
Come 
pouco
Ingesta 
quase nula
Sem 
ingesta
Vômitos nenhum 1 episódio 
em 24 h
2-5 
episódios
6-10 
episódios
> 10 
episódios
Diarréia nenhuma 2-3 
evacuações 
a mais/dia
4-6 7-9 < 10
Graus de toxicidade
Toxicidade Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4
Estomatite nenhuma Úlceras c/ 
dor, dor 
de 
garganta 
leve
Edema ou 
úlceras 
dolorosas, 
pode 
comer 
sólidos
Idem, mas 
não pode 
comer 
sólidos 
Requer NP 
ou enteral
Creatinina 
(N= 1 
mg/dL)
Normal < 1,5 x N 1,5-3,0 x N 3,1-6,0 x N > 6,0 x N
Bilirrubina 
(N= 1 
mg/dL)
Normal < 1,5 x N 1,5-3,0 x N > 3,0 x N
Classificação
◼ Leucemia Aguda
◼ Leucemia Mielóide Aguda (LMA)
◼ Leucemia Linfóide Aguda (LLA)
◼ Leucemia Crônica
◼ Mielóides
◼ Mielóide Crônica
◼ Metaplasia Mielóide Agnogênica
◼ Trombocitopenia Escencial 
◼ Policitemia Severa
◼ Linfóides
◼ Linfoma Linfóide Crônico (LLC)
◼ Outras Síndromes Linfoproliferativos
◼ Leucemia Linfóide Crônica T
◼ Leucemia Prolinfocítica
◼ Tricoleucemia
Neoplasias 
mieloides
Neoplasias 
Linfóides
Leucemia
Mieloide ag.
Sd Mielodisplasicas
Sd Mieloproliferativos
crônicos 
LMC
PV
TE
MI
L. Neutrofílica 
crônica
L. Eosinofilica
crônica
Sd MDS/MP
Leucemias ag.
C. Precursoras
B e T 
Linfomas de 
Hodgkin 
LLA
Linfoma ñ
Hodgkin 
B T e NK
Leucemias
crônicas 
B e T e NK
LLC LPL
L.LGG HCL
Mieloma
Neoplasias Hematológicas
0
2
4
6
8
10
12
LMC PV TE MFI LH LNH LLC MM MDS LMA LLA
N
o
v
o
s
 c
a
s
o
s
 /
 1
0
0
.0
0
0
 /
 a
n
o
Principais neoplasias hematológicas
Leucemia Mielóide Aguda (LMA)
◼ Neoplasia clonal do tecido hematopoiético
Proliferação de células blásticas anormais

Menor produção de células hemáticas normais

Anemia → Trombopenia
◼ Etiologia / desconhecida:
◼ Possíveis: radiação, benzeno e alquilantes
◼ Epidemiologia:
◼ 2,5 casos por 100.000 habitantes/ano
◼ 80% das Leucemias Agudas em Adultos
◼ 15 a 20% em crianças
◼ Mais freqüente em Neonatos
Classificação
◼ Mo: Leucemia mieloblástica com difereciação mínima
◼ M1: Leucemia mieloblástica mau diferenciada
◼ M2: Leucemia mieloblástica diferenciada
◼ M3: Leucemia promielocítica. (M3-V: LPA variante 
hipogranular)
◼ M4: Leucemia granulocítica monocítica (M4-Eo: com
eosinofilia medular)
◼ M5a: Leucemia monoblástica
◼ M5b: Leucemia monocítica
◼ M6: Eritroleucemia
◼ M7: Leucemia megacarioblástica
LMA-M1: Infiltração mieloblástica (M1)
LMA-M1: Mieloblasto indiferenciado
LMA-M2: Infiltração mieloblástica (M2)
LMA-M2: Mieloblasto diferenciado
LMA-M3: Mieloblastos diferenciados e promielocitos
LMA-M4: Infiltração mielomonoblástica mista
LMA-M5: Infiltração monoblástica
LMA-M5: Monoblastos circulantes
LMA-M6: Blastos eritróides 
LMA-M7: Micromegacarioblastos
Clínica da LMA
◼ Sinais e sintomas mais freqüentes
◼ Infiltração Medular
◼ Anemia
◼ Hemorragias – espontânea ↓ plaquetas
◼ LMA – M3
◼ Síndrome de coagulação intravascular disseminado (CID)
◼ Hiperfibrinólise
◼ LMA – M4 e M5
◼ Leucêmides dérmicas rosácea – purpúricas 20 – 30%
◼ Hipertrofia – amigdalar ou gengival
◼ Infiltração a qualquer órgão
◼ Fígado, baço e linfonodos 10 – 30%
◼ SNC 1 – 2% nos adultos 5 a 15% crianças
◼ Em 5% dos pacientes – Leucócitos > 100 x 109/L
LMA: Laboratório
◼ Hemograma: Anemia – Normocítica, Normocrômica
◼ Leucócitos <10 x 109/L (Hipolobulação, Hipossegmentação)
◼ Células blásticas 80 – 85% dos pacientes
◼ 5 – 95% total de leucócitos
◼ Aspirado de medula
◼ Citoquímica
◼ Anticorpos monoclonais
◼ Biópsia – complementa o aspirado
◼ Alterações cromossomiais 70 – 85% dos pacientes
◼ Cromossomo 7 a 8
◼ Bioquímica = Inespecífica
◼ ↑uréia ↑Mg++ ↓ ou ↑ calcemia, ↑LDH, ↑Lisozima etc.
Leucemia Linfóide Aguda (LLA)
◼ Proliferação clonal de células linfóides imaturas
◼ Constituída por linfoblastos
◼ Etiologia / patogenia
◼ Forma mais freqüente em crianças (80 a 90%)
◼ 0 – 15 anos 20 lugar das neoplasias mais comuns
◼ Tipos: 
◼ Leucemia T
◼ Linfomas produzidos por vírus (HTLV-1 e Epstein Barr)
◼ As demais – mesmas considerações das LMA
Classificação da LLA
◼ Três tipos:
◼ L1: mais freqüente em crianças
◼ L2: mais frequentes em adultos (mau prognóstico)
◼ L3: mais infrequente – pior prognóstico
◼ Entre linfócitos B e T – classificação fenotípica
◼ Pré-B precoce
◼ Pré-B
◼ B e T
◼ Avaliação da cariotipagem
◼ Subclassificação citogenética – 4 grupos
Clínica da LLA
◼ Quadro → consequência da diminuição da 
produção de hemácias normais
◼ Substituição por células leucêmicas
◼ Anemia 
◼ Trombopenia
◼ Neutropenia
◼ Linfadenopatia moderada 50 – 75%
◼ Crianças - dor osteoarticular
◼ Efeito sobre o SNC 3 – 5%
Laboratório e a LLA
◼ LMA – LLA
◼ ↑30% Linfoblastos na medula óssea
◼ Diferenciados por:
◼ morfologia e imunohistoquímica
◼ LLA no SNC
◼ Presença de células leucêmicas no LCR
◼ Diagnóstico diferencial
◼ Importante diferenciar LLA e LMA
◼ Anemia aplásica
◼ Infiltraçoes medulares por tumores ñ-hematopoiético
◼ Neuroblastoma
◼ Rabdomiosarcoma e Ewing
◼ Carinoma pulmonar de células pequenas
◼ Mononucleose infecciosa
Linfócitos, Blastos muito imaturos. Células com núcleo
largo contendo nucléolo. Indicativo de Leucemia
Linfóide Aguda (LLA).
Linfoblasto no sangue periférico
LLA-L1: Infiltração linfoblástica L1
LLA-L2: Infiltração linfoblástica L2
LLA-L3: Infiltração linfoblástica L·
Leucemias Crônicas
Leucemia Mielóide Crônica (LMC)
◼ Proliferação medular – granulocitopoiética
◼ Curso inicialmente crônico
◼ 15 a 20% das leucemias crônicas do adulto
◼ Incidência 1,4 casos 100.000/ano
◼ Predominante no sexo masculino
◼ 3ª a 6ª década de vida
◼ Etiologia – desconhecida
◼ 95% dos casos – marcador citogenético
◼ Cromossomo Phi
Células mielóides de LMC são também caracterizadas pelo
cromossomo Philadelphia (Ph1) na cariotipagem. Esta é uma
translocaçãoda porção do braço q do cromossomo 22 para o
braço q do cromossomo 9, designando t(9:22).
LMC - Clínica
◼ Astenia, Anorexia, Perda de peso, esplenomegalia
◼ Leucocitose extrema
◼ Curso bifásico 
Fase ininical crônica → Transformação e aceleração 
→ Fase Terminal → Crise blástica
◼ Adenomegalia, febre não justificada
◼ Crescimento rápido do baço
◼ ↑ Fosfatase Alcalina Granulocítica (FAG)
◼ ⇈ Blastos no sangue periférico
◼ 30% se transforma em LMA
LMC - Laboratório
◼ Leucocitose constante no sangue periférico
◼ 20 a 200 x 109/L 
◼ Aumento do número de granulócitos maduros
◼ Granulócitos imaturos e todos estágios:
◼ Mielócitos e metamielócitos 
◼ Promielócitos e mieloblastos
◼ Basofilia – Crise blástica terminal
◼ Fase crônica – Hemática normal
◼ Trombocitose inicial
◼ Medula óssea – Hipercelular
◼ Histiócitos – células “Gaucher Like”
◼ Biópsia ⇨ Aumento das fibras de reticulina
◼ Citoquímica: (90%)↓FAG praticamente nula
◼ Hiperuricemia, ⇈ LDH e Vitamina B12
Numerosos granulócitos, incluindo células mielóides aguda.
Condição de estado mieloproliferativo e conhecida como
Leucemia Mielóide Crônica (LMC) que é mais prevalente em
adultos de meia idade.
Esfregaço de paciente com LMC. Células mielóides 
imaturas (mielócitos e metamielócitos).
Metaplasia Mielóide Agnogênica 
(MMA)
◼ Denominada – Mielofibrose Idiopática
◼ Esplenomegalia gigante – 96% dos casos
◼ Fibrose medular
◼ Anisopoiquilocitose intensa
◼ Sindrome Leucoeritroblástica em sangue periférico
◼ Proliferação clonal da célula germinal pluripotente
◼ Origina ploriferação fibrosa do parênquima medular
◼ Pacientes assintomáticos durante longo tempo
Trombocitemia Escencial
◼ Proliferação clonal dos precursores pluripotenciais 
com expressão fenotípica
◼ Predomínio de linhagem megacariocítica
◼ Aumento absoluto no número de plaquetas
◼ Menos freqüente das síndromes mieloproliferativas
◼ Diagnóstico:
◼ Por exclusão de processos de trombocitose
◼ Plaquetas > 600 x 109 / L – Hb  13 gr/dl
◼ Ferro medular presente
◼ Ausência de cromossomo Phi
◼ Ausência de Fibrose medular
◼ Manifestações Hemorrágicas – Trombopatia
Leucemia Mielóide Aguda – esfregaço de medula. Predomínio 
de megacariócitos no centro a direita.
Policitemia Vera
◼ Proliferação clonal de cels. Pluripotentes
◼ ⇈ Eritrócitos, granulócitos e plaquetas
◼ Predomínio heiperplasia eritróide 
◼ Diagnóstico:
◼ Critérios maiores
◼ Massa eritrocitária  36 ml/Kg (H)  32 ml/Kg (M)
◼ Saturação arterial O2  92%
◼ Esplenomegalia
◼ Critérios menores
◼ Trombicitose  400 x 109/L
◼ Leucocitose  12 x 109/ L
◼ FAG > 100
◼ Vit B12 sérica  900 pgr/mL
Policitemia Vera: Intensa hiperplasia hematopoyética global
Linfoma Linfóide Crônico (LLC)
◼ Neoplasia
◼ Proliferação e acúmulo de linfócitos imunocompetentes
◼ Aspecto maduro no sangue, medula e tecidos linfóides
◼ Fenótipo B em 98% dos 1,7 casos 100.000/ano
◼ Etiopatogenia: Causa desconhecida
◼ Fatores hereditários
◼ Fatores imunológicos
◼ Fatores genéticos
◼ Alterações cromossômicas e 50% dos casos – trissomia 12
LLC - Clínica
◼ Metade dos casos – diagnóstico casual
◼ 90% idade superior a 50 anos 
◼ Relação homem / mulher 2:1
◼ Adenopatia e infecções de repetição
◼ Pode transformar-se em:
◼ Leucemia Prolinfocitóide (5 – 10%)
◼ Linfoma de células grandes (3 – 10%)
◼ Leucemia Aguda (< 0,1%)
◼ Neoplasias associadas 10% dos casos
LLC - Laboratório
◼ Leucocitose 20 – 150 x 109/L 
◼ Linfocitose ↑70%
◼ Sombras de Gumprecht
◼ 20% coombs positivo – hemólise autoimune 8% 
◼ Trombopenia autoimune – Ac antiplaquetários
◼ Medula óssea com um dos 4 padrões:
◼ Intersticial 33%, Nodular 10%, Misto 25% 
◼ Difuso 25% pior prognóstico.
◼ Diagnóstico:
◼ Linfocitose mantida > 10 x 109/L
◼ Morfologia típica ↓ 10% de células imaturas
◼ Fenótipo LLC
◼ Infiltração medular > 30%
LLC: Infiltração medular linfóide
LLC: Linfócitos circulantes de aspecto maduro
Outras síndromes linfoproliferativas 
com expressão hemoperiférica
◼ Leucemia Minfóide Crônica T
◼ 2% das LLC
◼ Leucolinfocitose moderada (< 20 x 109/L) 
◼ Células grandes granulares
◼ Esplenomegalia
◼ Leucemia prolinfocítica (LP)
◼ LP origem B (70%) – 5 – 10% de todas as síndromes LPB
◼ Predomínio em homens maiores de 60 anos
◼ LP origem T (30%) 30% todas as síndromes LPT
◼ Elevada Leucocitose > 100 x 109 / L
◼ Trombocitopenia – frequente
◼ Prognóstico: Início de tratamento agressivo
◼ 2 anos LP – B 
◼ 7,5 meses LP-T
Outras síndromes linfoproliferativas 
com expressão hemoperiférica
◼ Tricoleucemia
◼ 2 – 5% de todas as leucemias
◼ Média 55 anos – predomínio sexo masculino 
80%
◼ Esplenomegalia
◼ 80 – 90% dos casos
◼ 25% gigante
◼ Risco mais relevante – Pancitopenia periférica
◼ Tricoleucócitos (“células peludas”)
Ticroleucemia: Linfocito "peludo" circulante
Tricoleucemia: Marcação fosfatase ácida (+) tartrato resistente

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