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1 7 - Secagem 2 7.1 - Introdução - Logo após o ponto de maturidade fisiológica dos grãos, teoricamente, a colheita já pode ser realizada; - Na prática isso não ocorre em função do alto teor de umidade nessa fase, incompatível com os equipamentos de colheita disponíveis. 3 Tabela - Teor de umidade e dias após a fecundação para a maturidade fisiológica de sementes de diversas espécies. 4530Sorgo 40-5430-40Feijão 26-3040Trigo 50-6035-40Milho 3228-30Arroz Dias após fecundaçãoUmidade (%) Momento da Maturidade FisiológicaEspécie Fonte: Fornasieri Filho e Fornasieri (1993) 4 Cultura do Milho 5 - Após a maturidade fisiológica o produto permanece “armazenado” no campo esperando atingir umidade compatível: -- Com o equipamento de colheita; -- Com as características de “degrana” do cultivar; -- Com as instalações de secagem. - Ponto ideal de colheita Máxima % de grãos maduros Mínima % de grãos imaturos 6 - Na maioria dos casos o produto agrícola é colhido com teor de umidade inadequado para o armazenamento. Exemplos: Arroz – colheita com 17 a 23% de umidade Milho – colheita com até 25% de umidade - Umidade adequada para armazenamento = 13%. 7 7.2 – Elementos de Secagem - Após a maturidade fisiológica, o grão perde umidade até entrar em equilíbrio com a umidade do ar. Umidade Relativa do ar aumenta Produto ganha umidade Umidade Relativa do ar diminui Produto perde umidade 8 7.2.1 - Temperatura - A temperatura provoca alteração na umidade relativa do ar, logo altera a umidade dos grãos ou sementes. 01 m3 T = 25 oC 100 g de vapor de água Máximo que o volume consegue reter 70 g de vapor de água Valor existente Umidade Relativa é de 70% - Umidade relativa é a quantidade de vapor de água contido em um volume de ar a uma certa temperatura. 9 7.2.2 – Movimentação do ar As sementes ou grãos estão em equilíbrio com a umidade do ar: - Pressão de vapor externa > interna Produto ganha umidade - Pressão de vapor externa = interna Equilíbrio higroscópico - Pressão de vapor externa < interna Produto perde umidade A retirada do ar saturado em umidade e substituído por outro com < umidade Secagem dos grãos ou sementes 10 7.3 – Fases da Secagem A perda de umidade ocorre em duas fases: Fase I A semente ou grão perde água na parte externa Fase II A umidade se movimenta do interior para a periferia e depois é perdida Rápida Lenta 11 Altas temperaturas podem propiciar rápida ocorrência da FASE I, resultando na formação de uma camada denominada de CAMADA DE ENVIDRAMENTO Conseqüências: - Interrompe a secagem; - A camada volta a ser permeável após 2 ou 3 meses; - Trincamento das sementes: encolhimento das partes externas, não acompanhadas pelas internas. 12 Terreiros de asfalto ou mesmo de alvenaria, podem provocar o envidramento dos grãos nas horas mais quentes do dia; Como evitar ? Revolvimento do produto durante a secagem, principalmente nas horas mais quentes do dia. 13 7.4 – Temperaturas de Secagem Depende da finalidade do produto, sendo que os cuidados devem ser maiores no caso de sementes. Temperatura máxima de secagem em oC Finalidade do produto 43 sementes 60 alimentos consumo humano direto 70 alimento consumo humano indireto 80 alimento consumo animal Tabela - Temperatura máxima de secagem em relação a finalidade do produto1 1 Secadores Contínuos 14 No caso de sementes, a temperatura inicial de secagem é função do seu teor de umidade. Tabela: Umidade inicial e umidade máxima de secagem de sementes1 Umidade inicial (%) Temperatura máxima de Secagem (oC) > 18% 32 10 – 18% 38 < 10% 43 1 Secadores Contínuos 15 - À medida que a secagem dos grãos ou sementes for ocorrendo, a temperatura de secagem pode ser gradativamente aumentada. Secador intermitente Câmara de secagem Câmara de descanso (Fase I) (Fase II) - É possível temperaturas de até 70 oC na saída da fonte de calor e 55 oC na frente de secagem 16 7.5 – Métodos de Secagem Os métodos de secagem podem ser divididos em dois grupos: 7.5.1 – Secagem Natural Utiliza como fonte de calor os raios solares e pode ser realizada em: - Terreiros de “chão batido”; - Encerados de lona ou plástico; - Terreiros de alvenaria; - Terreiros de asfalto; - “Barcaças” de madeira; - Outros. 17 Vantagens: - Aparentemente não exige conhecimento técnico; - As instalações são simples e baratas; - Utiliza fonte natural de energia; - Nossas condições climáticas são favoráveis. 18 Desvantagens: - O processo é lento e demanda tempo; - A secagem depende das condições climáticas; - Exige muita mão-de-obra; - Apresenta baixo rendimento. 19 Fotos: Secagem natural 20 Figura: Formação e quebra das leiras e revolvimento no terreiro 21 7.5.2 – Secagem Artificial A secagem é realizada em secadores que utilizam energia calorífica e/ou mecânica (aquecimento ou movimentação do ar). Existem vários métodos de secagem artificial: a) Ar forçado sem aquecimento Normalmente são utilizados os próprios silos de armazenamento. 22 Figura: Ar forçado sem aquecimento. 23 Figura: Ar forçado sem aquecimento. 24 b) Ar forçado com aquecimento suplementar. - O processo é parecido com o anterior; - A temperatura do ar insuflado é aumentada de 5,5 a 8,5 oC. C) Ar quente forçado - Utiliza os dois elementos de secagem: - Temperatura; - Movimentação do ar. 25 Figura: Secador com ar quente forçado. 26 7.6 – Modelos de secadores 7.6.1 – Secadores estacionários - As sementes permanecem paradas enquanto recebem a corrente de ar (com ou sem aquecimento); - Existe gradiente de secagem; - A secagem deve ser processada até que àquelas mais distantes da entrada de ar estejam com teor de umidade adequado para armazenamento. 27 Figura: Secador estacionário. 28 7.6.2 – Secadores contínuos - As sementes se movimentam constantemente enquanto recebem ar quente; - A temperatura de secagem depende da finalidade; - No caso de sementes os cuidados devem ser maiores e a temperatura inicial de secagem depende do teor de umidade inicial. 29 Figura: Secador contínuo 30 7.6.3 – Secadores Intermitentes - Esse modelo respeita as fases de secagem dos grãos; - O produto submetido à secagem alterna várias vezes entre a câmara de secagem e a de descanso. Curto período (Fase I) Período maior (Fase II) 31 Figura: Secador intermitente. 32 33 Figura: Elevador de canecas 34 (secador intermitente) 35 Foto: Secador intermitente automatizado 36 Foto: Conjunto de secadores 37 7.6.4 – Secador alternativo 38 Funcionamento - O calor do sol é captado por túneis de plástico transparente sobre piso de pedra preta; - O ar quente é impulsionado para a câmara de secagem com auxílio de ventiladores colocados próximos à câmara de secagem. Dimensões - Câmara de 4,75 x 6 m e altura de 1,10m seca 375 sacos de 60 kg por vez; - Piso da câmara deve ser vazado para permitir a passagem de ar. 39 Dimensões - Para uma câmara de 4,75 x 6,0m 40 m de túnel Outras Informações - O tempo de secagem é maior e depende da umidade dos grãos e das condições climáticas da região. - A boa qualidade do produto pode render mais ao produtor no momento da comercialização. 40 Foto: Secador de grãos com uso de energia solar. 41 Foto: Câmara de secagem
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