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Penal II

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QUESTÃO 01 PÁGINA 154 
A) No que se refere à primeira condenação, em 2003, não será necessário fazer 
umaunificação, visto que a pena atende ao limite de 40 anos, disposto no caput do art. 75, 
CP. Porém, em 2012, surge uma nova condenação, por um fato posterior ao início do 
cumprimento de pena (26/10/2006), configurando, então, a pior hipótese para Cesarina, 
visto que o tempo de pena cumprido até então será descartado e a unificação irá incidir 
sobre a data da segunda condenação, conforme disposição do art. 75, §2º, CP. Até a data 
da segunda condenação, Cezarina havia cumprido 7 anos de pena (1 ano em prisão 
provisória + 6 anos no cárcere). Dessa forma, procedemos à detração desse tempo de 
pena cumprido: 40 anos (pena da condenação pelo fato 1) - 7 anos (pena já cumprida) = 33 
anos. Em 2012 surge nova condenação (24 anos). É necessário fazer uma unificação (art. 
75, §2º, CP): 33 anos + 24 anos = 57 anos (unificados em 40 anos). Esses 40 anos irão 
incidir sobre a data 26/10/2012, data da segunda condenação. 
Cezarina cumpriu pena de 26/10/2012 à 26/10/2015, quando fugiu do cárcere, totalizando 3 
anos de pena cumpridos dos 40 anos a que foi condenada. Quando foi recapturada em 
2019, descobriu-se uma condenação por fato anterior (tráfico de drogas); nesse caso, não é 
preciso fazer uma nova unificação, apenas somam-se as penas, visto que o tempo de pena 
cumprido até então pela ré será computado, porque está-se diante de um reflexo da 
morosidade da justiça e a soma incidirá sobre a data da condenação anterior. Segue-se a 
redação dos arts. 75, §1º e art. 84 (soma das penas): 40 anos - 3 anos (tempo de pena 
cumprido antes de fugir do cárcere) = 37 anos. 37 anos + 10 anos = 47 anos (unificados em 
40 anos). Esses 40 anos incidirão sobre a data 26/12/2012, condenação anterior 
B) Considerando que, com relação ao crime de tráfico de drogas, está-se diante de 
hipótesemais benéfica para Cezarina, o tempo de pena cumprido por ela até então será 
considerado, visto que houve apenas uma soma das penas, incidente sobre a data da 
condenação anterior, qual seja, 26/12/2012. Assim, temos que a ré terminará o 
cumprimento das suas penas em: 26/10/2019 (data em que foi presa novamente) + 37 anos 
= 25/10/2056 
C) Seguindo a orientação da Súmula 715, STF, os benefícios de Cezarina devem 
sercalculados com base nas penas cheias a que foi condenada. Sendo assim: 40 anos + 24 
anos + 10 anos = 74 anos 
D) Para retornar à condição de primária, terá de haver transcorrido o período depurador 
dareincidência, que é superior a 5 anos, segundo o inciso I do art. 64, CP. Desse modo, 
podemos dizer que Cezarina será primária novamente em: 26/10/2056 (dia em que ocorre a 
extinção da pena) + 5 anos e 1 dia = 26/10/2061 
QUESTÃO 03 PÁGINA 93 
A) O Juiz do processo (Condenação) deve se ater à situação de Evilásio ao tempo dos 
fatos(ele era plenamente capaz). Assim, a sentença deve impor a Evilásio uma 
condenação, com aplicação de pena (pois ele tinha, ao tempo dos fatos, culpabilidade), 
com o cálculo de pena que repercutirá a medida de sua culpabilidade. 
B) O Juiz da Execução, ao receber a sentença transitada em julgado de Evilásio, 
perceberáque o réu tornou-se portador de doença mental incapacitante. Nesse sentido, 
observando a situação do condenado, deverá providenciar o encaminhamento de Evilásio 
para um Hospital Psiquiátrico, onde receberá tratamento, conforme o art. 41, CP. Se 
durante o cumprimento da pena, o tratamento surtir efeito e o condenado restar curado, ele 
retornará ao cárcere e o tempo que passou no Hospital será detraído de sua pena, segundo 
dicção do art. 42, CP. Todavia, caso não apresente melhora, restará internado no Hospital 
até o fim do cumprimento de sua pena, quando será posto em liberdade. 
QUESTÃO 2: DOENÇA MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NA 
RESPONSABILIZAÇÃO PENAL, página 93 
Feliciana, 19 anos, doente mental grave, absolutamente incapaz ( artigo 26, 
"caput", CP ), praticou homicídio simples, na forma do artigo 157, "caput", do CP, e 
foi presa em flagrante, em 29.03.2020. Na audiência de custódia, sua prisão foi 
convertida em prisão preventiva. Permaneceu recolhida no estabelecimento 
prisional. Na instrução do processo, por perícia oficial ( em 15.06.2020 ), constatou-
se a doença mental incapacitante ao tempo dos fatos. Durante o processo, todavia, 
Feliciana fez um tratamento especial com uma vacina experimental, e foi realizado 
outro laudo ( em 14.10.2020 ): ela ficou curada, sem periculosidade !!! Não há 
dúvidas, no processo, de que foi Feliciana a responsável pelos fatos. O julgamento 
é hoje e você é o Juiz ( íza ). 
Com os dados acima, responda: 
Informações relevantes: 
● 19 anos 
● Doente mental grave ao tempo dos fatos 
● Data: 29.03.2020 
● Curada em 14.10.2020 
A ) Que tipo de sentença você deveria prolatar ? 
Considerando que Feliciana era portadora de doença mental grave 
incapacitante ao tempo dos fatos, essa deve ser a circunstância levada em 
consideração pelo Juiz da Condenação quando da prolação da sentença, conforme 
a dicção do art 4° do Código Penal. Dessa forma, o juiz deve impor à Feliciana uma 
medida de segurança com base em uma sentença absolutória imprópria. 
B ) Que atitude deverá tomar o Juiz da Execução diante da 
situação de Feliciana? Quais as consequências ? 
Juiz da Execução: 
Incidente para confirmar a cessação da periculosidade 
Período de liberdade condicional de 1 ano: 
Se delinquir: Volta a cumprir a medida de segurança e 
responde pelo novo delito. 
Se não delinquir: será liberada definitivamente e a medida 
de segurança será extinta. 
O Juiz da Execução, ao receber a condenação de Feliciana, verá a 
existência de um segundo laudo que comprova a ausência de periculosidade. 
Assim, o Juiz da Execução deverá instaurar um incidente que comprove a cessação 
da periculosidade de Feliciana, ou seja, que comprove o controle da doença. Se 
assim restar comprovado, a ré deverá ser colocada em liberdade condicional por 
um período de 1 ano. Se durante esse prazo Feliciana não voltar a delinquir, será 
liberada de forma definitiva e sua medida de segurança será extinta. Caso contrário, 
ou seja, se Feliciana voltar a delinquir, ela retornará a cumprir sua medida de 
segurança, e também responderá pelo novo delito. 
LIMITE DAS PENAS, página 161 
DEOLINDA, maus antecedentes, cometeu diversos crimes em 2000, 
apurados num único processo, e ficou presa provisoriamente por 3 anos no 
CERESP, Depois de muito tempo, conseguiu liberdade provisória e respondeu ao 
restante do processo em liberdade. 
Todavia, ao final foi condenada definitivamente, em 2005, à pena de 35 anos 
de reclusão, em regime inicial fechado. Mas somente começou a cumprir a pena 
definitiva em 14.11.2006, quando foi presa numa blitz policial na Avenida Rio 
Branco. Foi recolhida no mesmo dia e o caso comunicado e enviado ao Juiz da 
VEP, imediatamente. 
Mesmo de dentro do cárcere, já em 2012, associou-se criminosamente e 
passou a praticar tráfico de drogas ( 33 e 35 da Lei de Drogas ), por telefone, mas 
uma operação policial acabou descobrindo a prática e Deolinda acabou processada 
e condenada, definitivamente, à pena de 15 anos de prisão, em 14.11.2016. 
Revoltada com a notícia da sentença, no mesmo dia em que a sentença 
tornou-se definitiva, montou operação de fuga e desafiando a justiça e a polícia, 
conseguiu escapar. Foi expedido mandado de recaptura para Deolinda. 
No dia de HOJE ( 14.11.2020 ), foi presa numa outra “boca de fumo”, em 
Matias Barbosa. Tão logo foi presa, foi trazida à presença do Juiz da VEP, para 
providências.(para os efeitos desta questão, considere o limite de penas de 30 
anos, anterior à redação atual do artigo 75 do CP) 
Informações relevantes: 
Fato 1: 
● Diversos crimes em 2000 
● Prisão provisória por 3 anos 
● Condenação em 2005 
● Pena: 35 anos de reclusão 
● Começou a cumprir: 14.11.2006 Fato 2: 
● Crime: 2012 
● Condenaçãoem 14.11.2016 
● Pena de 15 anos 
● Fuga: 14.11.2016 > nem começou a cumprir a pena 
● HOJE 14.11.2020: foi presa 
A ) Como ficará a execução da pena de Deolinda, desde a primeira 
condenação? 
1° condenação: em 2005 à pena de 35 anos. Deve ser feita uma unificação, 
visto que a pena supera o patamar de 30 anos (antes de 2019). Assim, a pena 1 a 
35 anos será unificada em 30 anos. A partir da data 14/11/2006 deveria cumprir 30 
anos (pena unificada) - 3 anos (prisão provisória > considerar a detração), ou seja, 
deveria cumprir 27 anos a partir do dia 14/11/2006. 
2°condenação: Deolinda cometeu novo crime durante a cumprimento da 
pena do crime anterior e, assim, foi condenada a 15 anos em 2016. Diante dessa 
nova condenação, deve-se fazer uma nova unificação da seguinte forma: 27 anos 
(1° pena - detração) - 10 anos (já cumpridos entre 2006 e 2016) + 15 anos (nova 
condenação) = 17 anos + 15 anos = 32 anos. Diante dessa soma, como novamente 
superou o limite de 30 anos, deve-se realizar uma nova unificação em 30 anos. 
Assim, unifica-se as penas em 30 anos que deveriam ser contados a partir dessa 
nova condenação. No entanto, Deolinda fugiu, impedindo o início do cumprimento, 
que se dará na data de sua recaptura. 
B ) Quando Deolinda terminará o cumprimento de suas penas ? 
Deolinda deveria cumprir mais 30 anos a partir da data de sua segunda 
condenação, no entanto, como fugiu, esse prazo só deverá ser contado a partir da 
data de sua recaptura, ou seja, a partir do dia 14/11/2020. Assim, temos: 
14/11/2020 + 30 anos = terminará de cumprir sua pena no dia 13/11/2050 às 
00 horas. 
C ) Como deverão ser calculados seus benefícios ? 
Conforme a dicção da Súmula 715 do STF, a unificação não deve ser 
considerada para a concessão de benefícios, como o livramento condicional ou 
regime mais favorável de cumprimento de pena. Assim, os benefícios serão 
calculados com base na pena total, isto é, com base na soma das penas: 
Pena total = 35 anos + 15 anos = 50 anos. 
Os benefícios, então, deverão ser calculados com base em uma pena de 50 
anos. 
D ) Considerando o cumprimento integral da pena ( sem novas fugas ), 
quando ela voltará à condição de tecnicamente primária ? ( na resolução, indicar 
datas e raciocínio – a pontuação será com base na resposta global ) 
Volta-se à condição de tecnicamente primário 5 anos e 1 dia após o término 
de cumprimento da pena. 
Sem novas fugas, Deolinda terminará de cumprir sua pena em: 
14/11/2020 (recaptura) + 30 anos = 13/11/2050 
13/11/2050 + 5 anos e 1 dia (para voltar a ser tecnicamente primária) = 
14/11/2055. 
Deolinda voltará, então, a ser considerada tecnicamente primária no dia 
14/11/2055. 
	QUESTÃO 01 PÁGINA 154
	QUESTÃO 03 PÁGINA 93
	QUESTÃO 2: DOENÇA MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NA RESPONSABILIZAÇÃO PENAL, página 93
	LIMITE DAS PENAS, página 161

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