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MICROBIOTA NORMAL

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Microbioma humano, o
“segundo genoma”
Conjunto de micro-organismo que
vivem conosco, chamado de conjunto
de microbiotas normais, o que nos
acompanham por muito tempo.
Falar de microbiota tem sido mais
comum, inclusive fora dos meios
acadêmicos, o conhecimento de que
temos micro-organismos que são tão
importantes e sendo considerados o
nosso segundo genoma, o microbioma.
Temos o genoma das nossas células e o
genoma dos micro-organismos que nos
acompanham.
Sabemos que a quantidade desses
micro-organismos não é muito grande,
onde temos 10 vezes mais bactérias do
que número de células do nosso
organismo, a ponto de um livro fazer o
título de “10% Humano”, ou seja,
somos 10% e 90% bactérias.
O conjunto dos micro-organismos do
corpo é importante para ter uma vida
longa e saudável. É claro que, entrando
em contato e interagindo conosco
sempre vão haver bactérias boas e
algumas que podem nos causar algum
problema. 
O conhecimento mais amplo do
microbioma ele vem sendo adquirido
quanto mais a biologia molecular das
técnicas moleculares evolui a ponto de
que no início do fim da década de 2010
se começou o projeto chamado projeto
microbioma, visando conhecer o
conjunto dos micro-organismos que eles
estariam interagindo com nosso corpo,
mas as técnicas genéticas e com isso se
Microbiota Normal
descobriu que a variedade é
diversidade que já se conhecia até
então é muito maior do que se pensava.
 Conceito;
 Aquisição;
 Diferenças;
- Microbiota residente;
- Microbiota transitória;
 Localização;
 Locais ésteres;
Afinal, chamamos de microbiota normal
e alguns livros mostram o termo Flora
normal e o nome microbioma é um
conjunto de microrganismos ou genes
microbianos, no caso de microbiota
também que estão associados ao nosso
organismo. Mas aonde esses
microrganismos estão? A figura acima
representa o nosso corpo, sendo bem
esquematizado dessa forma. Temos
uma superfície externa em contato com
o ambiente, um sistema digestório que
é representado por um canal, o trato
respiratório, o trato urogenital, sistema
circular, cardiovascular, o conjuntivo,
mostrando de certa forma que é o
nosso organismo se relaciona com o
ambiente e os microrganismos vão
estar nesses locais que direta ou
indiretamente tem contato com o meio
externo. Todos os locais isolados do
meio externo, podemos considerar
como isentos de microrganismos.
Quando é que nós adquirimos esses
micro-organismos? 
Se a base aérea dos micro-organismos
que temos têm a ver com contato com
o meio externo, adquirimos
imediatamente após o nascimento.
Enquanto estamos no útero da nossa
mãe, nos desenvolvendo, estamos no
ambiente estéreo, mas a partir do parto
normal ou do parto cesáreo,
rapidamente vai adquirindo micro-
organismos do ambiente.
O mais natural de aquisição é aquele
consequente ao parto normal, pois no
parto cesariano alguns microrganismos
que são adquiridos mais rapidamente
demoram mais a aparecer.
Uma vez adquiridos esses
microorganismos não os mesmos, nem
exatamente a mesma proporção, mas a
presença deles vai se manter ao longo
de toda a nossa vida, com uma
diferença, pois alguns desses
microrganismos sempre vão estar
presente ou na maioria das vezes que
forem investigados vai detectar sua
presença e eles fazem parte de que a
gente chamada microbiota residente.
Enquanto que outros micro-organismos
vão estar transitoriamente presente na
microbiota, seja porque eles não estão
adaptados aquele determinado local, ou
seja, porque ele não tem uma
característica inerente de conseguir se
estabelecendo no local, então
chamamos de transitório. 
A microbiota transitória é um
microrganismo/ bactéria é mais
facilmente retirados da nossa
superfície, pois não está muito
intimamente adaptada e nem
colonizando mais intimamente.
A microbiota residente mesmo que ela
seja eliminada por uma lavagem ou por
uma antissepsia, depois de algum
tempo ela retorna porque ela não foi
totalmente eliminada. Em geral na
nossa pele a fonte dos microrganismos
onde há uma maior dificuldade de
eliminação é o folículo piloso e a partir
de bactérias que se localizam no
folículo piloso,
começam a retornar. 
Então reforçando, a localização da
microbiota nesse conceito mais
tradicional fica na pele e nas mucosas,
por tanto em superfícies que tem
contato com o meio externo direto ou
indireto. Existem locais internos que a
podemos considerar como mistérios, só
que da mesma forma que mais
recentemente o projeto microbioma
identificou muito mais micro-
organismos do esperava que
existisse, porque muitas vezes são não
cultiváveis ainda, alguns locais que
tradicionalmente considerada como um
mistério existem algumas informações
que tem mudado um pouco essa
questão.
Essa imagem mostra os locais aonde já
tradicionalmente entende e reconhece
a presença de microorganismos. 
Em relação aos locais de ausência da
microbiota, repara-se que são os
tecidos e órgãos internos, os fluidos
orgânicos e tudo aquilo que em um
primeiro momento não vemos contato
direto com o meio externo, como
ouvido médio interno, os seios nasais,
interior do olho, medula óssea, a parte
muscular e esquelética, as glândulas e
todos os órgãos compactos e as
serosas, peritônio, pericárdio, o sistema
circulatória de maneira geral, o cérebro
e a espinha dorsal, no caso do sistema
nervoso central, além do ovário e
testículos. Depois temos o sangue, licor,
saliva antes da secreção, urina nos rins
na bexiga e o sêmen antes da entrada
na uretra.
O sangue tem sido descrito como
apresentando uma microbiota normal. É
um tanto quanto difícil ainda deixar isso
muito claro, o que tradicionalmente uns
exames normais que se faz para
investigar uma infecção detalhada é
tentar investigar a bacteremia, ou seja,
a presença de bactérias no sangue, isso
seria sinal de uma infecção e não
apenas uma colonização, mas tudo isso
ainda vem mudando.
Por exemplo, o útero gravídico se
considerava alguns anos que poderia
ter uma microbiota, há um trabalho
bastante recente que rechaçou isso.
Pele
 
Principais locais e panorama geral dos
micro-organismos presentes:
 104 a 106 / cm2 ;
 Área de maior concentração: mais
úmidas e quentes (axilas e períneo);
 Microorganismos presentes:
Staphulococcus spp.,
Corynebacterium, Cutibacterium e
Streptococcus (menos frequente).
 S. epidermidis (90%); S. aureus (10-
40%);
 Microorganismos transitórios = BGN
(E. coli, Pseudomonas);
 Glândulas sebáceas – Cutibacterium
acnes (>10 anos);
 Localização superficial e profunda;
Começando pela pele, o que claramente
é o local do nosso corpo que é mais
fácil a gente entender que tem
microrganismo porque o contato com o
meu exterior é direto. Apesar de ter
esse contato bastante direto, a
quantidade de microrganismos na pele
não é muito alta, vemos números bem
maiores em outros locais.
Essa limitação tem a ver com
características que são barreiras
importantes da pele, a renovação
constante do epitélio, a certa acidez
que a pele tem, a quantidade de água
que não é muito grande, a temperatura
que não é muito adequado em alguns
locais e a presença de alguns ácidos
graxos com efeitos antimicrobianos.
No entanto, existem áreas de maior
concentração e geralmente elas são as
áreas mais úmidas e quentes como por
exemplo, as axilas e o períneo.
Dentre os microrganismos presentes,
há uma grande variedade, sendo mais
curioso esses aqui que são citados,
onde todos eles são gram-positivos, há
uma predominância de gram positivo
na pele poistem uma resistência maior
por causa das características da sua
parede.
Em relação aos staphylococcus, uma
parte às vezes significativa da
população é portadora dessa bactéria,
podendo causar doença.
Dentre os microrganismos transitórios
vemos bactérias gram-negativas, como
por exemplo E.coli e pseudomonas.
Um aspecto interessante dessa bactéria
chamada Cutibacterium anteriormente
Propionium Bacterium, espécie acnes,
essa bactéria é anaeróbia e pode estar
presente na pele como outros
anaeróbicos, mas especificamente essa
bactéria é estimulada pela secreção das
glândulas sebáceas e em áreas onde
tem maior oleosidade ela predomina e
em relação à idade isso tem uma
relação direta porque aumenta a
secreção das
glândulas sebáceas na nossa
adolescência. Essa bactéria não é a
única causadora, mas participa do
processo da acne. 
A localização na pele pode ser bem
mais superficial principalmente do
microrganismo transitório e mais
profundas do micro-organismo
chamado residentes.
Em peles que têm maior oleosidade, a
bactéria no gráfico está como
propionibacterium mas na verdade é
cutebacterium, elas vão predominar e
vão ser uma quantidade bem menor em
outras áreas e o staphylococcus que é a
bactéria que mais fala em relação a
pele nesse momento, são bactérias que
estão presentes com a grande
quantidade.
Temos a quantidade de Gram positivas
e a quantidade de gram negativas.
Esse outra essa outra figura mostra a
diferença de proporção das bactérias ao
longo da pele, ela não é tão homogênea
como antigamente se pensava, existe
claramente preferência de algumas
bactérias por algumas regiões e claro
isso, isso é consequência de uma
adaptação melhor as condições daquele
local da pele.
Cavidade oral e vias
aéreas superiores
 Muito diversificada (+700 espécies);
 Saliva (108 /mL);
 Placas dentais (1011 / mL) = biofilmes
que podem se formar na superfície
do dente;
Cavidade oral e
faringe
Fossas nasais
Staphylococcus Staphylococcus
Streptococcus Corynebacterium
Neisseria
Bacteroides
Treponema
Mycoplasma
A quantidade de bactérias pode
aumentar bastante quando comparada
a pele, com cerca de 10 a 8 bactérias
na saliva e até 10 a 11 nas placas
dentais que são biofilmes que se
formam sobre a superfície do dente.
É muito diversificado, com mais de 700
espécies que já foram descritas na
microbiota oral.
Mas em relação à presença de
bactérias, a cavidade oral
e a oro faringe tem uma variedade
maior do que a nasofaríngeas (fossas
nasais), onde as estafilococos e coryne
também são gram-positivos e na
cavidade oral e faringe temos tanto
gram-positivos como gram-negativos
anaeróbios como facultativos é uma
grande diversidade.
Vemos característica importante que
essas bactérias podem ter uma
participação decisiva no processo
patológico que é a cárie dentária.
Dá-se destaque a uma bactéria
chamada estreptococo mutans que
tradicionalmente é dito como o iniciador
da placa dental e o iniciador de um
processo que pode combinar com a
cárie. Isso está envolvido com a
presença maior dele com a
disponibilidade de sacarose e isso Vai
facilitar por exemplo a multiplicação de
outras bactérias que vão criar um
ambiente ácido através de fermentação
e isso pode levar desmineralização do
esmalte, onde a cárie um processo
local. 
Um outro risco importante seria a
possibilidade de bactérias da cavidade
oral e função de algum tipo de infecção
ou lesão acabar caindo na circulação e
irem se localizar no sistema circulatório,
principalmente nas válvulas cardíacas
provocando um quadro infeccioso
chamado de endocardite infecciosa e
bactérias que são
capazes de formar biofilme são
especialmente importantes como
agente potencial de endocardite.
Sistema Digestório
 Contém 90% das células microbianas
associadas ao corpo humano;
De todas as bactérias que interagem
conosco 90% das bactérias estão no
sistema digestório, então com certeza é
o que acumula a maior quantidade de
bactérias do nosso corpo.
Temos uma distribuição não
homogênea em função das
características do sistema digestório, o
fluxo do esôfago, o PH bastante ácido
do estômago que vai centralizando
gradativamente no intestino delgado e
o intestino grosso. 
Em função de um peristaltismo mais
lento, o local de maior concentração de
bactérias vai ser o intestino grosso e
uma curiosidade é que a quantidade de
bactérias que normalmente está
presente nas fezes atinge de 1011 – 1012,
o que compõem até 50% do material
sólido das fezes. 
Ao longo do trato digestório temos uma
quantidade de bactérias que é
proporcional ou é consequência das
condições do local.
O esôfago e o estômago que tem um
peristaltismo no esôfago, um trânsito
grande, onde na verdade nada fica
parado no esôfago, tem uma microbiota
pequena e o estômago mesmo com a
acidez tem. No estômago a damos
destaque aos lactobacilos que podem
estar presentes e a uma bactéria
específica que é o helicobacter o hpylori
que é uma causa infecciosa de gastrite,
úlcera e até câncer estomacal.
Ao longo do intestino delgado a gente
vê aqui vai haver no aumento gradativo
da quantidade e diversidade de
bactérias, atingindo números maiores
no final do intestino delgado.
O intestino grosso é um local onde há
maior quantidade de bactéria presente
e uma grande variedade,
principalmente bactérias anaeróbias,
pois o metabolismo anaeróbio é muito
claro no intestino grosso devido às
condições do ambiente, então poucos
são os microrganismos aeróbios
que estão presentes, a maioria é
facultativa ou anaeróbio estrito.
As bactérias que tem uma frequência
maior como as bacteroides,
fusobacterium, enterococcus e E.coli
sempre estão presentes. As E.coli é um
indicador de contaminação fecal,
sempre está presente e outros com
uma frequência nem tão presente.
Nessa imagem o que se destaca mais
um pouco são alguns nomes de
bactérias que estão mais atualizados,
inclusive o metanobrevibacter (archea)
que estão presentes na nossa
microbiota e um detalhe importante
que uma vez adquirindo a microbiota
ela vai acompanhar ao longo de toda a
vida, mas não sempre a mesma, ela
pode aumentar em número, pode
aumentar em diversidade e tudo isso
vai
ser bastante dinâmico e grandes
influências no início à colonização da
mãe como dieta, fatores ambientais,
terapia antimicrobiana, faz com que a
nossa composição da microbiota seja
bastante dinâmica. Espera-se um
equilíbrio, mas às vezes ela se
desequilibra. 
Vagina
 Microbiota varia de acordo com:
idade, pH e secreção hormonal e
glicogênio na vagina;
Outro local do corpo humano que é
bastante colonizado e cuja colonização
é bastante importante é a vagina da
mulher. Neste local temos uma clara
expressão da influência
externa/condições externas na
composição da
microbiota.
Temos quatro fases ao longo da idade
da mulher:
 A fase inicial = até a sexta semana
de vida é onde a menina que nasceu
tem uma influência grande das
condições da vagina da mãe, por
onde ela passou normalmente e
também tem influências dos
hormônios maternos.
 Fase da pré-puberdade;
 Puberdade;
 Menopausa;
Nota-se que a microbiota altera na sua
composição e no
microrganismo predominante e isso vai
se refletir na acidez vaginal. 
No período fértil da mulher você tem
um pH mais ácido, uma predominância
de bactérias do tipo lactobacilos e a
quantidade de outras bactérias é
pequena. Então na fase da puberdade
temos um ambiente protegido de
infecções. 
Na pré-puberdade e na menopausaisso
não acontece, há influência da secreção
hormonal e da presença de glicogênio
na vagina que pode ser fermentado e
levar essa acidificação.
Uretra anterior –
Conjuntiva – Ouvido
externo
Uretra anterior:
 Staphylococcus epidermidis;
 Corynebacterium;
 Enterococcus faecalis;
 Escherichia coli;
Na uretra anterior podemos considerar
que é um misto de microbiota da pele e
microbiota intestinal. 
Conjuntiva:
 “Estéril”;
 Corynebacterium e Staphylococcus
epidermidis;
Ouvido externo:
 Bem semelhante à pele;
A microbiota da conjuntiva quando
presente é muito relacionada a
microbiota da pele, como também o
ouvido externo. Lembrando que no
ouvido externo temos uma quantidade
maior em função de maior umidade,
mas em uma proporção que pode
variar.
Efeitos benéficos da
microbiota
 Produção de ácidos graxos de cadeia
curta e vitaminas (B e K);
 Fermentação;
 Desenvolvimento (estimulação) do
sistema imune;
 Metabolismo de substâncias tóxicas,
genotóxicas e mutagênicas;
 Estimulação dos movimentos
peristálticos;
 Controle do colesterol (diminuição
indireta dos níveis LDL no plasma –
produção de novos sais biliares a
partir do colesterol);
 Proteção contra espécies invasoras:
antagonismo microbiano;
Intestino:
- Ambiente com temperatura e pH
controlados;
- Boa disponibilidade de nutrientes;
Um termo que também se usa na
microbiologia para designar microbiota
é microbiota anfibiôntica e pensando na
palavra “anfi” vem de duplo anfíbio,
respira na água e no ar. Já “biótica”
significa “vida”, ou seja, vida dupla.
Então a microbiota de certa forma pode
ser considerada hora positiva ou
negativa, dependendo da condição,
mas na maioria das vezes ela é
positiva.
Os efeitos benéficos são variados, como
a produção de ácidos graxos de cadeia
curta e vitaminas no intestino são muito
importantes. Os processos
fermentativos que vão ajudar na
digestão.
A estimulação do sistema imune,
estudos mais antigos mostraram que
animais mantidos em condições de
esterilidade tem o seu sistema imune
não bem evoluído, não bem maduro e
são muito mais suscetíveis a doença
inoculado com o patógeno. Então a
microbiota ela estimula o sistema
imune.
Imaginem que é um uma engrenagem
que tem que rodar e depois que já
rodou, está mais apta a velocidades
maiores e o sistema imune é
importante que seja estimulado para
ele amadurecer e isso é feito em
grande parte pela interação da nossa
microbiota com o nosso sistema imune.
De benefício também algumas bactérias
neutralizam substâncias tóxicas,
genotóxicas, mutagênicas. Estimula os
movimentos peristálticos importantes
para fisiologia, controla o colesterol e
outro papel bastante relevante,
principalmente no âmbito da
microbiologia é a proteção contra
bactérias patogênicas para bactérias
invasoras que pode chamar de
antagonismo microbiano.
Mecanismo de controle da
colonização intestinal
1) Inibição direta do patógeno =
moléculas antimicrobianas efetoras
(bacteriocinas, produtos metabólicos);
2) Competição por nutrientes;
3) Inibição indireta: estimula o sistema
de defesa do hospedeiro. 
 A microbiota libera padrões
microbianos (LPS, peptideoglicano)
que induzem uma resposta:
- Liberação de defensinas pelas células
epiteliais;
- Secreção de mucinas pelas células
caliciformes;
- IgA produzida pelos linfócitos B da
lâminas própria;
Pode-se ter uma inibição direta ou
indireta: 
A inibição direta é a produção de
substâncias pela nossa microbiota que
matam as vezes outras bactérias. As
bacteriocinas são as mais conhecidas.
A segunda forma seria a competição
por nutrientes, ainda
uma inibição direta, então a presença
da microbiota vai competir por
nutrientes, por sítio de ligação e isso vai
dificultar a instalação do patógeno.
Por último, a inibição indireta via
estímulo do sistema imune, a
microbiota leva a uma resposta imune
que pra microbiota por ter um contato
inicial bem precoce e pelo tipo de
estímulo, tende a uma tolerância. Mas
há um sistema imune local que está
preparado para responder rapidamente
as agressões verdadeiras.
Outro aspecto positivo que tem sido
estudado muito nos últimos tempos é o
papel da microbiota no metabolismo
geral, no sistema geral do nosso corpo
e existe já denominado o eixo intestino-
cerebral. 
Então essa interação microbiota,
intestino e cérebro, existem várias
possibilidades de comunicação que
envolve a liberação de substâncias,
citocinas, estímulo as terminações
nervosas e isso pode levar a uma série
de interações.
Essas interações podem ser positivas,
mas também podem não ser, e tudo
depende da composição da microbiota.
Uma microbiota estável tende a
colaborar para uma fisiologia estável,
uma microbiota alterada tende a criar
uma condição alterada, tanto no
intestino como inclusive em algumas
manifestações que envolve o sistema
nervoso.
Há uma série de possibilidades,
algumas ainda não totalmente
comprovadas, mas a microbiota ela tem
influenciado no nosso metabolismo e na
nossa forma de vida.
Há uma clareza de que a microbiota do
nosso corpo e falando especificamente
do intestino, ela varia no indivíduo que
tá saudável e no indivíduo que está
doente.
A imagem representa um indivíduo
sadio e um indivíduo com uma doença,
ambos apresentando três
manifestações. Uma delas é a síndrome
do intestino irritado, onde a composição
da microbiota proporcional é bastante
diferente. Essa diferença se determina
através de vários fatores que estão aqui
implicações, sendo fatores do
hospedeiro e fatores do ambiente, pois
o estilo de vida, a dieta e o que
comemos influencia demais na nossa
microbiota. 
 Disbiose;
 Probióticos
- Pré-requisitos básicos:
* Ausência de propriedade virulenta;
* Capacidade de sobreviver no
ambiente gastrointestinal;
* Capacidade de aderir às superfícies
mucosas e células epiteliais;
* Ação inibidora de patógenos;
* Exemplo: Bifidobacterium spp. E
Lactobacillus spp.
 Prebióticos;
 Simbióticos;
 Transplante fecal;
Se há essa diferença então pode
considerar que temos uma situação de
microbiota equilibrada e desequilibrada.
O termo do desequilíbrio da microbiota
que se usa é o termo disbiose, então
uma microbiota desequilibrada pode
causar problemas e a ciência tenta
encontrar formas de reequilibrar essa
microbiota. 
Com isso, entra por exemplo os
probióticos, prebióticos e simbióticos. O
probiótico é o microrganismo ou micro-
organismos, que tem como
características básicas não ser
patogênicos, ter capacidade de
sobreviver ambiente gastrintestinal e
por tanto aderir a superfícies mucosas e
células epiteliais e tem de alguma
forma uma inibidora dos patógenos. 
Então se ingerir bactérias próbióticas é
claro que isso vai facilitar a
regularização da minha microbiota, o
combate aqueles micro-organismos que
talvez naquele momento esteja em
predominância e não sejam benéficos.
Os prebióticos são substâncias que são
ingeridas e que servem de nutriente
para os microrganismos probióticos e
quando administra simultaneamente
prebiótico e probiótico estamos com
uma substância que chamamos de
simbiótica. 
A disbiose também tem outra forma de
ser tratada ou enfrentada e uma forma
bastante recente que é o transplante
fecal.
Transplante Fecal
O transplante fecal seria quando o
paciente que está com um problema de
disbiose, que está com alguma
alteração ao ser inoculado com micro-
organismos que são originárias de
pacientes saudáveis e que servem
como doadores de fezes. Então,as
fezes desses pacientes são
processadas, filtradas e o indivíduo vai
ser inoculado com elas. Isso pode ser
feito através de cápsulas orais que vão
liberar esses microrganismos no
intestino ou através de colonoscopia
(na imagem está como endoscopia),
então seria uma inoculação já direta no
intestino.
Existem alguns trabalhos e algumas
experiências que mostram que esse
processo realmente é capaz de
recuperar e colaborar decisivamente na
melhora do paciente.
Efeitos prejudiciais
associados a microbiota
 Infecções oportunista:
- Enterocolite pseudomembranosa;
- Infecção urinária;
- Peritonite;
- Endocardite;
- Doença inflamatória intestinal;
 Câncer;
Como?
 Quebra de barreira (perfuração
intestinal, feridas e lesões);
 Bacteremia (extração dentaria);
 Desequilíbrio de microbiota
(alteração do ambiente, antibiótico,
internação);
 Imunossupressão (AIDS e drogas);
A forma mais clara de prejuízo que a
microbiota pode exercer é a de causar
infecções ditas oportunistas, o termo
oportunista já se faz entender, desde
que haja uma
oportunidade essa bactéria pode causar
doença e a oportunidade se cria através
da quebra de barreiras, por exemplo,
perfuração intestinal, ferida ou lesão.
Uma bacteremia é consequência de um
processo agressivo, caso de uma
extração dentária (microbiota oral e a
endocardite). O desequilíbrio de
microbiota provocado pela alimentação,
pelo uso de antibiótico, pela
permanência em longo tempo no
ambiente cheio de microrganismos
perigosos, como é o caso do tempo de
internação e por uma situação que
provoca imunossupressão, por meio de
doenças como AIDS, droga, pode ser
um tratamento à anti-câncer e várias
outras formas.
Essas infecções oportunistas
provocadas pela microbiota vão
acontecer basicamente nos locais
aonde não encontra normalmente os
microrganismos, caso de uma infecção
urinária, a bexiga normalmente não
tem, nas pseroses, peritonite, nas
válvulas cardíacas, endocardite ou em
lugares muito colonizados, mas quando
há um desequilíbrio dessa microbiota e
ocorre a superpopulação de alguns
microrganismos que pode causar por
exemplo uma doença chamada
enterocolite pseudomembranosa ou
doença inflamatória intestinal.
Microbiota e Câncer
Um outro aspecto do efeito prejudicial
pode ser a colaboração em processos
neoplásicos. Então existem alguns
dados que mostram que a microbiota
pode ter uma participação nesse
processo, isso tudo ainda é muito é
sujeito a maiores estudos.
Um trabalho relativamente recente fala
que a microbiota
Do hospedeiro pode aumentar, diminuir
ou pode ter nenhum papel na
susceptibilidade ao câncer.
Uma das alternativas que pode explicar
porque a microbiota colabora com a
carcinogénese seria a quebra de
barreira e há um processo inflamatório,
um processo persistente. 
Está alterando o balanço entre a
proliferação e morte de células
hospedeiras, alterando as funções do
sistema imune e alterando o
metabolismo do hospedeiro e
microbiano, ou seja, criando um
ambiente que se torne mais favorável a
essa transformação celular ou a
expressão de oncogenes.
Com um pouco mais de detalhe, a
imagem mostra o que essas bactérias
podem fazer. Por exemplo, liberam
toxinas que danificam direto o DNA,
interferir no mecanismo de sinalização
que leva a uma inflamação mais crônica
e aumentar os processos inflamatórios,
isso pode levar a um estímulo e uma
colaboração no processo.
Por outro lado, temos situações que
tem se mostrado uma repressão na
multiplicação dessas células ou uma
supressão do tumor. O exemplo final
são as bactérias da nossa microbiota
que podem produzir ácido butírico e o
este ácido é importante no
metabolismo das próprias bactérias e
das células neoplásicas.
Existem algumas evidências que
mostram o aumento na tumorogênese,
que o acúmulo de bactéria de ácido
butírico nessas células pode levar o
dano abaixo. 
Mas esse é um estudo onde o indivíduo
tinha uma alteração que já colaborava
para essa carcinogênese, para o
aparecimento de células neoplásicas,
então o indivíduo não era normal.
Ao lado temos uma situação aonde a
presença do ácido butírico em
indivíduos normais pode levar as
células carcinogênicas ao processo de
apoptose, portanto, colaborar para a
supressão do tumor.
Então certamente teremos variações,
ter situações onde a bactéria colabora e
onde a bactéria não colabora. O
segredo de tudo que se persegue é o
equilíbrio e o certo é uma interação
bactéria-hospedeiro equilibrada, vai
sempre ser facilitadora e colaboradora
da saúde e não da doença.

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