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AN02FREV001 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE NUTRIÇÃO E IDOSO Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001 2 CURSO DE NUTRIÇÃO E IDOSO MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 ENVELHECIMENTO 1.1 CONCEITO 1.2 CLASSIFICAÇÃO DO ENVELHECIMENTO 1.3 TEORIA DO ENVELHECIMENTO 1.4 EPIDEMIOLOGIA 1.5 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE 1.6 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 1.6.1 Processo de envelhecimento 1.6.2 Alterações Fisiológicas 1.6.2.1 Sensorial 1.6.2.2 Aparelho Digestório 1.6.2.3 Metabólico 1.6.2.4 Cardiovascular 1.6.2.5 Renal 1.6.2.6 Sistema Respiratório 1.6.2.7 Músculo esquelético 1.6.2.8 Imunocompetência 1.6.2.9 Psicossocial 1.6.2.10 Endócrino 1.6.2.11 Neurológico MÓDULO II 2 NUTRIÇÃO 2.1 ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA 2.2 NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA 2.2.1 Papel da Nutrição no Processo de Envelhecimento AN02FREV001 4 2.2.2 Etiologia - Distúrbios Nutricionais 2.2.3 Necessidades Nutricionais 2.2.3.1 Energia 2.2.3.2 Calorias 2.2.3.3 Tipos de nutrientes 2.2.3.3.1 Macronutrientes 2.2.3.3.2 Micronutrientes 2.2.3.3.3 Fibras 2.2.3.3.4 Ingestão hídrica MÓDULO III 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 3.1 MÉTODOS OBJETIVOS 3.1.1 Antropometria 3.1.1.1 Avaliação antropométrica do idoso 3.1.1.1.1 Peso 3.1.1.1.2 Altura/estatura 3.1.1.1.3 Índice de massa corporal – IMC 3.1.1.1.4 Dobras cutâneas 3.1.1.1.5 Medidas de circunferências 3.1.1.1.6 Indicadores de distribuição de gordura corporal 3.1.1.1.7 Bioimpedância 3.1.1.1.8 Avaliação dos pacientes que não deambulam MÓDULO IV 4 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 4.1 HEMOGLOBINA E HEMATÓCRITO 4.2 TRIGLICERÍDEOS 4.3 COLESTEROL 4.4 ALBUMINA, PRÉ-ALBUMINA, TRANSFERRINA E PROTEÍNAS TOTAIS AN02FREV001 5 4.5 GLICOSE 4.6 UREIA NITROGENADA NO SANGUE E CREATININA 5 MÉTODO SUBJETIVO 5.1 EXAMES FÍSICOS 5.2 HISTÓRIA ALIMENTAR 5.2.1 Recordatório 24 Horas 5.2.2 Frequência Alimentar 5.2.3 Pesagem Direta dos Alimentos 5.3 OS 10 PASSOS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E EQUILIBRADA 5.4 PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001 6 MÓDULO I 1 ENVELHECIMENTO 1.1 CONCEITO O envelhecimento é um fenômeno natural que começa na concepção e termina na morte. Durante o período de crescimento, os processos anabólicos excedem as mudanças catabólicas. Uma vez que o organismo alcança a maturidade fisiológica, a taxa de mudança catabólica ou degenerativa se torna maior que a taxa de regeneração celular anabólica. A eficiência dos sistemas orgânicos começa a declinar ao redor dos 30 anos e a partir desta idade há um declínio linear, cuja velocidade é variável segundo as características do sistema orgânico envolvido. Desta forma, a perda resultante de células conduz a vários graus de eficiência diminuída e função orgânica prejudicada (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001; DOUGLAS, 2002). AN02FREV001 7 1.2 CLASSIFICAÇÃO DO ENVELHECIMENTO O envelhecimento é considerado primário quando as alterações são atribuídas ao envelhecimento em si, ocorrendo mesmo em indivíduos sadios. Exemplos do envelhecimento primário incluem presbiopia, o surgimento de rugas na pele e o declínio da capacidade pulmonar e cardiovascular, bem como a diminuição da força muscular. O envelhecimento secundário decorre do efeito nocivo de fatores ambientais potencialmente preveníveis, como por exemplo, os provocados pela exposição excessiva à radiação ultravioleta, ao tabaco, à má alimentação (TEIXEIRA NETO, 2003, 280 p.). 1.3 TEORIA DO ENVELHECIMENTO O envelhecimento é um processo gradual que tem lugar ao longo de muitas décadas. No entanto, as mudanças degenerativas que acompanham essa faixa etária não são bem compreendidas. Não se sabe se as variações são inevitavelmente programadas dentro do genoma ou se ocorrem como resultado de um tempo de vida de exposição a influências ambientais, tais como estresse, nutrição ou radiação solar (SHILS et al., 2003; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). AN02FREV001 8 Desta forma, pode-se dizer que o processo de envelhecimento depende de um fenômeno conhecido como multifatorial. As teorias mais comuns do envelhecimento relacionam-se com: deterioração imunológica, proliferação celular, taxa metabólica basal, taxa de reparação do DNA, danos por radicais livres e/ou taxa de síntese e catabolismo de proteínas (SHILS et al., 2003). Dentre os fatores correlacionados acima, a nutrição adequada reduz a suscetibilidade precoce de mudanças fisiológicas, uma vez que a restrição alimentar influencia diretamente o processo de envelhecimento, reduzindo o ciclo de vida normal (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). 1.4 EPIDEMIOLOGIA Segundo Lima-Costa, Matos e Camarano (2006), a população idosa apresenta um crescimento sem precedentes na história. Ao redor do mundo já são 476 milhões de pessoas com 65 anos ou mais de idade. A população idosa está envelhecendo, prova disso são os dados da população norte-americana, aonde mais de 33 milhões de pessoas chegaram aos 65 anos em 1994 (11 vezes mais do que no ano de 1900), passando a representar 12,5% da população. Estima-se que até o ano de 2050, cerca de 80 milhões de pessoas completará 65 anos nos Estados Unidos. As taxas de mortalidade para adultos mais velhos declinaram, sendo que as principais causas de morte, para pessoas com idade superior a 65 anos, são as doenças cardíacas, o câncer e os derrames (U. S. BUREAU OF THE CENSUS, 1995 citado por PAPALIA e OLDS, 2000). Segundo Lourenço et al. (2005), o Brasil, acompanhando as transformações demográficas, tem sofrido importantes alterações no seu quadro de morbimortalidade, conhecidas como: transição epidemiológica, fazendo com que as doenças crônicas degenerativas ocupem hoje as principais posições de ocorrência de doenças e causas de mortalidade. Desta AN02FREV001 9 forma, nos últimos 30 anos a queda da fecundidade e o aumento da expectativa de vida resultaram no aumento absoluto e relativo da população idosa brasileira. Estima-se que no ano de 2020, seus habitantes com 60 anos ou mais irão compor um contingente estimado de 32 milhões de pessoas. O crescimento desse segmento populacional situará o Brasil na sexta posição entre os países com maiores índices de envelhecimento humano. O rápido crescimento da população de idosos, no Brasil, causa importante impacto em toda a sociedade, principalmente nos sistemas de saúde. Entretanto, a infraestrutura necessária para responder às demandas desse grupo etário, quanto a instalações, programas específicos e recursos humanos adequados, quantitativos e qualitativamente, ainda é precária (LOURENÇO et al., 2005. 312 p.). No Brasil, a população com 65 anos ou mais obteve um crescimento de 3,98% entre os anos de 1991 e 2000. Na região Centro-Oeste houve o maior índice de aumento da população nessa faixa etária, passando de 307.834 em 1991, para 497.429 em 2000, alcançando um aumento de 5,53% (IBGE / DPE / COPIS / GEADD, 2006). Com a transição demográfica, o número de idosos vem crescendo no mundo todo. Entretanto, esta transição se dá de maneira diferente entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento (GAZALLE, HALLAL e LIMA, 2004). Nos países desenvolvidos, o aumento da populaçãoidosa surge em consequência do aumento na qualidade de vida e da promoção de melhorias dos serviços de saúde, que proporcionou atendimentos de qualidade a esta população. Já nos países em desenvolvimento, este aumento deveu-se a melhorias tecnológicas, que possibilitaram a cura de enfermidades antes fatais, sem, contudo, haver uma preparação da sociedade e dos serviços de saúde para os cuidados com os idosos (GAZALLE, HALLAL e LIMA, 2004). Esse aumento da população idosa alterará o ambiente físico, social, econômico e político, pois a população com maior idade irá se tornar mais influente nas eleições e no mercado de trabalho. Países industrializados e aqueles em desenvolvimento, que presenciam em suas populações um número cada vez maior de idosos, preocupam-se com o custeio deste contingente. O envelhecimento da população possui diversas razões, como, principalmente, as AN02FREV001 10 taxas elevadas de imigração, desde o início até a metade do século XX, mais tempo de vida proporcionado pelos avanços da medicina e adoção de modos de vida mais saudáveis (PAPALIA e OLDS, 2000). 1.5 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE Diante desta realidade demográfica, em que se observa uma população cada vez mais envelhecida, fica evidente a necessidade de não somente garantir aos idosos a vida, mas também uma boa qualidade de vida. O conceito de qualidade de vida, que está relacionado com a autoestima e com o bem-estar pessoal, abrange outros aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação social, o autocuidado, o estado de saúde, o estado intelectual, valores culturais, éticos e religiosos, satisfação com o emprego e atividades que desempenha. Este conceito de qualidade de vida sofre variações em diferentes autores (VECHIA et al., 2005). Segundo Xavier (2003), a percepção acerca da velhice e qualidade de vida difere de indivíduo para indivíduo. Para alguns, a velhice é uma fase de desenvolvimento e satisfação, enquanto para outros é um período negativo da vida. A saúde e a qualidade de vida dos idosos são especialmente influenciadas por diversos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais. AN02FREV001 11 Desta forma, a avaliação e a promoção da saúde do idoso requerem a consideração de variáveis de campos distintos do saber, em um trabalho pluridimensional (ANDERSON et al., 1998). Há uma crença de que a velhice é invariavelmente sinônimo de grande debilitação física e intelectual, contudo, tal afirmação é falsa. A maioria das pessoas idosas conserva sua capacidade física e intelectual em um grau considerável (KAPLAN, SADOCK e GREBB, 2003). Hoje em dia, a velhice não está necessariamente relacionada à doença e afastamento das atividades. Sabe-se que a pessoa idosa possui potencial para mudança e muitas reservas que ainda não foram exploradas. Os idosos, quanto mais atuantes e integrados em seu meio social, podem sentir-se mais felizes e realizados, trazendo, assim, menos sobrecarga para os familiares e para os serviços de saúde. (FREIRE, 2000 citados por CARNEIRO e FALCONE, 2004). 1.6 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 1.6.1 Processo de envelhecimento Segundo Mahan e Escott-Stump (2001), o envelhecimento é marcado por uma perda progressiva de massa corpórea magra, assim como mudança na maioria dos sistemas orgânicos. Ainda é discutido se as mudanças são resultados inevitáveis dos eventos programados geneticamente ou de influências ambientais prolongadas. Este evento é caracterizado por inúmeras mudanças físicas visíveis, incluindo o embranquecimento dos cabelos, o afinamento, o enrugamento da pele e a diminuição da estatura. Também ocorrem as mudanças invisíveis (a diminuição de quantidade de colágeno na derme e epiderme, redução do número de neurônios, miocardiócitos e de células imune) (TEIXEIRA NETO, 2003). AN02FREV001 12 1.6.2 Alterações Fisiológicas 1.6.2.1 Sensorial As alterações sensoriais no idoso ocorrem em proporções individualizadas. As disfunções de paladar e odor tendem a começar ao redor dos 60 anos de idade, tornando-se mais severas na faixa dos 70 anos, uma vez que a habilidade de reconhecer os gostos: de doce, salgado, azedo e amargo encontram-se diminuídas, induzindo as mudanças metabólicas, reduzindo as secreções salivares, ácidos gástricos e pancreáticos, ocasionando o aumento dos níveis plasmáticos de insulina (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). As perdas da audição e coordenação, juntamente com a visão prejudicada, podem levar à diminuição da ingestão de alimentos e apetite, uma vez que o reconhecimento dos alimentos e modo de se alimentar apresenta-se alterados (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). 1.6.2.2 Aparelho Digestório AN02FREV001 13 Uma série de mudanças no sistema gastrintestinal afeta o apetite e a habilidade para digerir e absorver os alimentos. A incidência de doença oral, a perda de dentes (diminuição da capacidade de triturar o alimento) somados à disfagia e à atrofia de glândulas salivares [xerostomia (boca seca)] aumenta com o envelhecimento, diminuindo a capacidade mastigatória, limitando a seleção de alimentos e consequentemente aumentando a probabilidade do aparecimento de sinais de subnutrição, devido a uma ingestão inadequada de nutrientes (TEIXEIRA NETO, 2003; DOUGLAS, 2002). De acordo com Teixeira Neto (2003), embora haja uma tendência para a redução na secreção gástrica de ácido clorídrico e de enzimas digestivas com o envelhecimento, alguns idosos mostram sua capacidade digestiva preservada, além de apresentarem o processo de absorção similar à de pessoas mais jovens (exceto no caso do cálcio, que se encontra com absorção anormal). A constipação intestinal pode ser resultado da mobilidade alterada e tônus muscular diminuído, ingestão inadequada de líquidos e inatividade, bem como consumo baixo de fibras e também uso aumentado de laxantes, não se esquecendo dos fatores emocionais relacionados com a depressão, tão comum neste estágio de vida (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). AN02FREV001 14 1.6.2.3 Metabólico A cada década ocorre um aumento na glicose plasmática 1,5 mg/dl decorrente da diminuição da glicose, que resulta na diminuição da secreção da insulina (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). Também ocorre uma redução da taxa metabólica basal em torno de 20% devido à redução da massa corpórea. 1.6.2.4 Cardiovascular As doenças cardíacas são as principais causas de morte após os 65 anos de idade, isto porque o próprio processo de envelhecimento torna os vasos sanguíneos menos elásticos e aumentam a resistência periférica, também ocorrem alterações estruturais no coração, provocando uma perda gradual de miocardiócitos, com infiltração de tecido conjuntivo e acúmulo de pigmento de lipofuscina (TEIXEIRA NETO, 2003; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). Segundo Mahan e Escott-Stump (2001), a prevalência de Hipertensão Arterial é crescente principalmente no sexo feminino e diminui substancialmente no masculino. Em relação aos triglicerídeos, colesterol e suas frações as mulheres apresentam aumento constante em média até os 70 anos, enquanto que o homem atinge seus picos até os 60 anos. O quadro do doente cardiovascular se agrava quando achados clínicos se associam: à ação do hormônio pós-menopausa; ao aumento da gordura na região abdominal; ao fumo; ao uso de bebidas alcoólicas; ao jejum prolongado e a uma dieta desequilibrada (TEIXEIRA NETO, 2003; MAHAN e ESCOTT- STUMP, 2001). A modificação dos padrões alimentares pode reduzir os fatores de riscos envolvidos nas doenças cardiovasculares (Aterosclerose e Hipertensão Arterial Sistêmica). AN02FREV001 15 1.6.2.5 Renal De acordo com Teixeira Neto (2003), a perda de néfrons, juntamentecom a atividade reduzida de enzimas celulares, resulta na menor capacidade dos rins em processar e eliminar os produtos finais do metabolismo. Ureia e creatinina são dois metabólicos que não se encontram alterados devido à taxa glomerular diminuída e sim os aumentos são comuns em uma insuficiência renal, ocorrida no idoso, quando há uma desidratação provocada pela baixa ingestão de água, decorrente da própria diminuição da saciedade da sede. 1.6.2.6 Sistema Respiratório Pessoas idosas têm diminuição de força dos músculos respiratórios e redução da elasticidade da caixa torácica, o que diminui a capacidade vital e o volume residual dos pulmões, ocasionando uma ligeira redução na quantidade de oxigênio. Sinais de subnutrição são comuns em idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica e decorrem da menor ingestão de alimentos devido à dispneia e ao maior consumo de energia secundária decorrente do maior esforço ventilatório e a concomitância de infecções frequentes (TEIXEIRA NETO, 2003). AN02FREV001 16 A subnutrição reduz a força dos músculos respiratórios e a eficácia da resposta imune, assim como a capacidade ventilatória. Embora a terapia nutricional e a correção de distúrbios eletrolíticos possam melhorar a função muscular e ventilação, pacientes idosos tem maior risco de desenvolver síndrome realimentação e devem ser monitorados em relação ao aporte de carboidratos (TEIXEIRA NETO, 2003) 1.6.2.7 Músculo esquelético AN02FREV001 17 À medida que a idade vai aumentando a substituição progressiva de tecido gorduroso vai tomando lugar da massa magra. Este processo de substituição é denominado por Sarcopenia ou perda involuntária de massa muscular. Ainda que não esteja bem clara a causa, geralmente é atribuída à falta de atividade física bem como a baixa ingestão de proteínas na dieta. Existem algumas evidências onde há presença de degeneração motora que induz a uma diminuição da inervação muscular, com progressiva atrofia e perda de fibras musculares, mesmo na presença de uma atividade física ou ingestão adequada de proteínas (TEIXEIRA NETO, 2003). Conforme Mahan e Escott-Stump (2001), nenhuma das alterações ocorridas no envelhecimento, ou seja: diminuição do metabolismo basal, resistência à insulina, apetite ou respiração etc. tem uma ação tão dramática do que a massa magra. Vale salientar que a idade é um fator determinante da densidade óssea. A perda da massa óssea se inicia por volta dos 40 anos e é resultado das mudanças nos mecanismos que governam a osteogênese. A perda normal, que ocorre em ambos os sexos, está relacionada à deterioração de colágeno, que forma a matriz orgânica do osso, bem como ao gradual desacoplamento do processo de remodelagem, assim os processos responsáveis pela reabsorção e deposição do cálcio são desconectados até um grau que interfere na capacidade da ação do osteoblasto de acompanhar a AN02FREV001 18 atividade do osteoclasto. 1.6.2.8 Imunocompetência Tanto a imunidade mediada por células quanto humoral são afetadas pela diminuição da função imunológica. A redução da competência imune ocorre devido à diminuição do número de células defesa ou disfunção da mesma, resultando na menor habilidade em combater infecções, por apresentarem menor produção de anticorpos (TEIXEIRA NETO, 2003; MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). Segundo Mahan e Escott-Stump (2001), já existem alguns estudos preliminares que resultaram na melhora do sistema imune, devido à suplementação de nutrientes durante alguns meses, principalmente em idosos subnutridos com ingestão inadequada. 1.6.2.9 Psicossocial Uma das alterações psicossociais mais comuns em idosos é a depressão, que por sua vez é caracterizada pela redução de aminas biogênicas, afetando a qualidade de vida, aumentando a carga econômica por seus custos diretos e indiretos e podendo levar à tendência suicida. Os pacientes com este quadro mostram-se insatisfeitos com o que lhes é oferecido e privado principalmente pelo fato de não poderem mais trabalhar ou por isolamento interpessoal, alteração da imagem corpórea e sentimento de AN02FREV001 19 perda principalmente do cônjuge (DOUGLAS, 2002; MAHAN e ESCOTT- STUMP, 2001; OLIVEIRA, GOMES e OLIVEIRA, 2006). Viver sozinho ocasiona em alguns casos alterações nos hábitos alimentares em relação ao preparo de alimentos, aquisição de gêneros alimentícios e também da habilidade motora para desenvolvimento de algumas atividades (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001). 1.6.2.10 Endócrino No envelhecimento a alteração endócrina mais frequente é a diminuição da produção de hormônios sexuais, apresentando como consequência visível a menopausa nas mulheres. Ocorre aumento progressivo de concentrações de glicorticoides e catecolaminas, bem como diminuição da produção de hormônio do crescimento e aumento das concentrações de citosinas inflamatórias e alterações da resposta insulínica, especialmente em idosos obesos (TEIXEIRA NETO, 2003). 1.6.2.11 Neurológico Dentre os declínios de aspectos fisiológicos, as reduções da velocidade da condução nervosa e a síntese diminuída de serotonina ocasionam estados de confusão que geram numerosas causas, como Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer (MAHAN e ESCOTT-STUMP, 2001; DOUGLAS, 2002). --------------------------FIM DO MÓDULO I---------------------------
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