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Apostila Medidas e Avaliações

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1. Introdução 
 A educação física tem com objeto de estudo o movimento 
humano. Para se movimentar corretamente, devemos conhecer o 
indivíduo; seus objetivos e limitações, pontos fortes e pontos a serem 
melhorados. O exercício resistido com pesos, o treinamento 
cardiorrespiratório e o alongamento são modalidades amplamente 
utilizadas para a promoção da saúde e estética, e por esse motivo, 
serão nosso foco na disciplina. Utilizaremos como referência os 
excelentes livros: Manual prático para avaliação em educação física 
(Dartagnan Pinto Guedes e Joana Elisabete Ribeiro Pinto Guedes) e 
Músculos, provas e funções: Postura e dor (Florence Peterson 
Kendall e colaboradores). Esse será nosso norte, e com certeza 
aprenderemos muito no decorrer dessa disciplina. Vamos lá?! 
 
2. Testar, medir, avaliar. Existe diferença? 
 Os termos desse tópico muitas vezes são utilizados 
erroneamente como sinônimos. Podemos definir “medida” como 
determinação “da quantidade, extensão ou grau de determinado 
atributo com base em um sistema convencional de unidades”. A 
medida é normalmente expressa em números, o que promove uma 
certa objetividade e exatidão. 
 Avaliação se refere ao julgamento à partir das medidas. Ela 
consiste na coleta de dados quantitativos e/ou qualitativos e na 
interpretação dessas informações com base em parâmetros 
definidos previamente. De forma bem simples, medida se refere à um 
processo descritivo de algum atributo, enquanto avaliar, à 
interpretação baseada em referenciais selecionados para essa 
finalidade. 
 O teste tem o objetivo de verificar o desempenho em situações 
previamente organizadas e padronizadas. Ele é um instrumento de 
medida, e por ser simples e prático, é comumente utilizado no âmbito 
da educação física. A figura abaixo (adaptada de Guedes e Guedes, 
2006) demonstra de forma simplificada os termos e seus significados: 
 
Thiago
Realce
Thiago
Realce
Thiago
Realce
 
1- Verificar desempenho mediante situações previamente 
organizadas e padronizadas 
2- Descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo 
3- Interpretar dados quantitativos e qualitativos para posterior 
julgamento em relação à bases referenciais definidas 
previamente 
Figura 1. Testar, medir e avaliar. Adaptado de Guedes, Dartagnan Pinto; 
Guedes, Joana Elisabete Ribeiro Pinto: Manual prático para avaliação em 
educação física – Barueri, SP: Manole, 2006, pág. 2. 
 
3. Delineamento dos programas de avaliação 
 Prescrever um programa de treinamento sem avaliar o 
indivíduo é algo que beira à insanidade, pois a avaliação é uma 
ferramenta fundamental para os profissionais de educação física. 
Seria como ir em um consultório médico e receber uma orientação 
de tratamento sem realizar exames. 
 Avaliação é o processo que torna possível reunir informações 
e identificar características e necessidades individuais para a prática 
de exercícios físicos. De maneira geral, todos podem se beneficiar 
do treinamento, contudo, nem todos precisam do mesmo programa, 
podendo até ser prejudicial se realizado de maneira inconsequente. 
O princípio da individualidade já nos esclarece esse fato. 
Informações
Teste¹
Avaliação³Medida²
 O primeiro passo é definir a finalidade da avaliação física. O 
que precisa ser avaliado? Porquê aplicar determinados testes e 
medidas? Tudo isso depende de diversas variáveis, mas, em geral, 
os propósitos são voltados à [...] “reunir subsídios para 
acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, permitir a 
detecção de talentos esportivos, oferecer informações para a prática 
de exercícios físicos, contribuir na elaboração de diagnósticos 
relacionados à saúde, e alimentar bancos de dados com finalidades 
de pesquisas científicas” (Guedes e Guedes, 2006). 
 Seria inviável tentar tratar de todos os atributos que podem ser 
avaliados dentro do âmbito da educação física em apenas uma 
disciplina. Assim, nem tudo exposto nos livros de referência será 
abordado na apostila. O esquema abaixo ilustra de forma sintética as 
etapas do delineamento que estudaremos em um programa de 
avaliação no campo da educação física: 
 
Figura 2. Etapas do delineamento de um programa de avaliação no campo da 
educação física, foco na musculação. Adaptado de Guedes, Dartagnan Pinto; 
Guedes, Joana Elisabete Ribeiro Pinto: Manual prático para avaliação em 
educação física – Barueri, SP: Manole, 2006, pág. 16. 
 
Finalidade
•Prescrição e orientação em programas de exercícios 
físicos
•Diagnóstico relacionado à saúde
Atributos
•Anamnese e Par-Q
•Avaliação antropométrica
•Teste das capacidades físicas
•Posturografia estática simetrográfica
Instrumentos 
de medida
•Entrevista
•Observação
•Medição
•Testagem
4. Etapas iniciais: Anamnese e PAR-Q 
Algumas recomendações são importantes e devem ser 
relatadas aos avaliados. Não realizar refeições completas (pesadas) 
por pelo menos duas horas antes da avaliação, utilizar roupa 
adequada (de preferência sunga para homens e biquíni para 
mulheres), evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, não realizar 
exercícios físicos no dia da avaliação, não se submeter à jejum 
prolongado e, caso o aluno venha por indicação médica ou 
fisioterápica, é necessário verificar o atestado/recomendação de 
conduta. 
 Uma boa avaliação física é aquela que nos permite coletar 
informações sobre o avaliado por meio de questionário e testes, 
estabelecer parâmetros iniciais para futuras comparações, nortear a 
prescrição de exercícios físicos individualizados e estimar 
indiretamente o surgimento de lesões, doenças e algias (dores). 
 A anamnese é uma entrevista que tem a intenção de ser um 
ponto inicial no diagnóstico de um problema, buscando levantar o 
máximo de informações que se relacionam com o possível problema 
e com o aluno. Estima-se que 85% do diagnóstico é de 
responsabilidade desta etapa, e em uma avaliação, o tempo vale 
ouro. Adquirir essas informações de forma rápida e fidedigna é 
fundamental. 
 É necessário um direcionamento das perguntas, e, de 
preferência, entrevistar o avaliado em vez de entregar algum 
questionário para ele responder. Informações fundamentais são os 
objetivos do avaliado, histórico de prática de exercício físico 
(anteriores e atuais), doenças familiares, cirurgias, medicamentos de 
uso contínuo, PAR-Q, uso ou não de tabaco, tempo disponível para 
treinar, dentre outras. 
 O questionário de prontidão para atividade física (PAR-Q) foi 
desenvolvido com o objetivo de identificar a necessidade de 
avaliação por um médico antes do início de um programa de 
treinamento. Um estudo paulista ressalta que o uso desse 
questionário é parcialmente eficaz na identificação de riscos para a 
saúde, sendo necessário mais informações (Andreazzi et al., 2016). 
Caso o avaliado responda “sim” a uma ou mais perguntas, ele deverá 
visitar um médico antes de iniciar. 
Thiago
Realce
 
 
 Figura 3. Questionário de prontidão para atividade física (PAR-Q). 
Imagem retirada da internet, disponível em http://www.cepe.usp.br/wp-
content/uploads/PARQ-site-CEPE.pdf, acessado em 10/07/2020, às 11:09. 
 
5. Alterações morfológicas e funcionais no corpo 
humano 
 O ser humano é biologicamente dinâmico, desde o nascimento 
até a morte. Diversas transformações quantitativas e qualitativas 
ocorrem nesse período, podendo ser evolutivas (crescimento) ou 
involutivas (envelhecimento). Duas palavras-chave são o 
crescimento e o desenvolvimento, fenômenos indissociáveis, porém, 
distintos. 
 “Crescimento é o processo relacionado à multiplicação e 
diferenciação celular, que determinam alterações progressivas nas 
dimensões do corpo inteiro ou de partes e segmentos específicos”. 
Por outro lado, [...] “desenvolvimento é a sequência de modificações 
evolutivas em órgãos do organismo humano que induzem ao 
http://www.cepe.usp.br/wp-content/uploads/PARQ-site-CEPE.pdf
http://www.cepe.usp.br/wp-content/uploads/PARQ-site-CEPE.pdf
aperfeiçoamentode suas complexas funções” (Guedes e Guedes, 
2006). 
 Daí podemos compreender que o crescimento se refere às 
transformações quantitativas, enquanto o desenvolvimento pode 
envolver tanto as quantitativas quanto as qualitativas, sendo 
resultante da própria interação entre crescer, amadurecer, e o 
contato com o ambiente externo, às experiências vivenciadas 
(desenvolvimento motor, emocional, social, cognitivo, dentre outros). 
 É notória a influência dos componentes genéticos nesses 
processos, contudo, fatores ambientais como a nutrição, atividade 
física, estímulos psicossociais, patologias e aspectos básicos da 
saúde pública podem modificar consideravelmente o crescimento e 
o desenvolvimento. 
 
6. Avaliação antropométrica 
 Antropometria é o ramo da antropologia que estuda as medidas 
e dimensões das diversas partes do corpo humano. Ela é de 
fundamental importância para comparações futuras, obter dados que 
possam indicar o surgimento de doenças, assimetrias entre membros 
(que podem causar lesões, desvios posturais e dores) e, de certa 
forma, predizer indiretamente as massas corporais. 
 De maneira geral, para o treinamento em academias são 
avaliadas a massa corporal total, estatura, perimetrias 
(circunferências) e dobras cutâneas. Toda avaliação deve seguir um 
padrão. A principal vantagem da utilização dessas medidas reside na 
possibilidade de realizar comparações diretas e objetivas intra e inter 
avaliados. Dessa forma, é imprescindível estabelecer procedimentos 
padronizados das técnicas de medida. 
a. Massa corporal total e estatura 
A massa corporal é avaliada através de balança. O avaliado 
deve estar com o peso distribuído nas duas pernas igualmente, com 
o mínimo de roupa possível. No caso da estatura, utiliza-se o 
estadiômetro. O avaliado se mantém em pé, com o peso distribuído 
igualmente nas duas pernas, os pés unidos, queixo paralelo ao solo, 
descalço. Vale lembrar que o uso de chapéu, touca, boné e a maneira 
de amarrar o cabelo pode influenciar, então, evite. 
 
Figura 4. Avaliação da massa e estatura corporal 
 
b. Perimetrias 
As perimetrias são medidas das circunferências de 
determinados segmentos corporais, e podem ser realizadas com a 
musculatura relaxada ou contraída. Para esse fim, utilizamos a fita 
métrica, de preferência com pelo menos dois metros de 
comprimento. 
Deve-se circundar com a fita métrica o segmento a ser medido, 
aproximando as pontos na tentativa de cruzar as extremidades da fita 
à altura do ponto zero e da dimensão da leitura. É importante manter 
a perfeita orientação horizontal da fita métrica, com uma pressão 
razoável. 
As medidas mais utilizadas são a do tórax, cintura, abdômen, 
quadril, membros superiores (braço e antebraço) e inferiores (coxa e 
perna). A medida do tórax é realizada no plano horizontal durante a 
respiração normal, com o avaliado em pé. É importante ressaltar que 
nas mulheres, o avaliador deve ficar atrás da avaliada, e a medida é 
realizada acima do seio, com a leitura realizada nas costas. No caso 
dos homens, o avaliado pode se posicionar à frente, e a medida é 
realizada na altura mesoesternal (acima do mamilo). 
 
Figura 5. Medida do tórax em mulheres e homens. 
 
 A circunferência da cintura é realizada com o avaliado em pé e 
o avaliador à frente. O plano horizontal deve ser respeitado, e a 
medida acontece aproximadamente dois centímetros acima da 
cicatriz umbilical, na maior circunferência aparente. A circunferência 
do abdômen segue os mesmos princípios da cintura, a diferença é 
que a fita deve passar na linha da cicatriz umbilical, como demonstra 
a figura 6. 
 
Figura 6. Circunferência da cintura e do abdômen 
 
 A medida do quadril também acontece com o avaliado em pé, 
porém, o avaliador deve se localizar ao lado, tendo a vista lateral do 
cliente. Os pés devem estar unidos e a fita respeitando o plano 
horizontal, com a medida realizada na maior circunferência aparente, 
como ilustra a figura 7. 
 
Figura 7. Circunferência do quadril 
 A posição do avaliado e avaliador segue a mesma para medir 
o braço. Ela é realizada no plano vertical, na maior circunferência 
aparente, exercendo contração isométrica máxima com o cotovelo 
em 90º de flexão, como na figura abaixo: 
 
Figura 8. Circunferência do braço contraído. 
 Os mesmos princípios de posição do avaliador seguem para o 
antebraço. Quanto ao avaliado, ele deve se manter em pé, com os 
braços ao longo do corpo, com o cotovelo estendido. A medida é feita 
no plano horizontal, na maior circunferência aparente, como na figura 
9. 
 
Figura 9. Circunferência do antebraço. 
 O perímetro da coxa pode ser realizado na região proximal, 
média e distal, contudo, nas academias de musculação, 
frequentemente a primeira medida citada é utilizada. Segue-se as 
mesmas recomendações para a posição do avaliador, enquanto o 
avaliado fica em pé, com os pés na largura do quadril e o peso 
distribuído nas duas pernas. A medida é realizada no plano 
horizontal, aproximadamente um centímetro abaixo da prega glútea. 
 
Figura 10. Circunferência da coxa proximal. 
 Por fim, temos a circunferência da panturrilha, que segue as 
mesmas orientações de posicionamento do avaliado e do avaliador 
utilizadas na coxa proximal. A medida é realizada no plano horizontal, 
na maior circunferência aparente. 
 
Figura 11. Circunferência da panturrilha 
 
c. Dobras cutâneas 
São definidas como medidas da espessura das dobras 
cutâneas em determinados segmentos corporais, com o objetivo de 
avaliar a quantidade de gordura corporal. É realizada através de um 
equipamento chamado adipômetro, plicômetro ou compasso de 
dobras. 
Essas medidas SEMPRE são feitas do lado direito do corpo, 
que de preferência devem ser marcados com lápis dermatográfico. 
Utiliza-se o dedo indicador e o polegar da mão esquerda para pinçar 
as dobras (pegada em forma de pinça), buscando separar o tecido 
gorduroso subcutâneo do tecido muscular. As hastes do compasso 
devem estar entre um e dois centímetros distante da pegada, e deve-
se aguardar de dois a quatro segundos para realizar a leitura. O ideal 
é realizar três medidas e utilizar a média. 
 
Figura 12. Pegada em forma de pinça. 
 
 Alguns erros são frequentes em avaliadores inexperientes. 
Pinçar a dobra com os músculos contraídos, não respeitar a distância 
entre a pegada e o local de pinçamento, realizar as medidas do lado 
esquerdo do indivíduo, fazer a leitura errada no aparelho, soltar a 
dobra ou não soltar o plicômetro no momento da leitura e demorar 
muito para fazer a leitura. 
 São inúmeros os protocolos de avaliação das dobras cutâneas, 
que em sua maioria utilizam três, quatro ou sete dobras. A escolha 
do protocolo dependerá, no caso da musculação, da idade do 
indivíduo. Serão apresentadas aqui as dobras que nos permitem 
utilizar esses protocolos, independente da escolha, que são: 
subescapular, tríceps braquial, bíceps braquial, axilar média, 
suprailíaca, abdominal, coxa e panturrilha. 
 Na prega subescapular o avaliador fica atrás do avaliado, que 
fica em pé, com os braços posicionados ao longo do corpo. A medida 
é realizada mais ou menos dois centímetros e meio abaixo do ângulo 
inferior da escápula, no plano oblíquo/diagonal. 
Thiago
Realce
Thiago
Realce
Thiago
Realce
 
Figura 13. Dobra subescapular 
Para a dobra do tríceps a posição do avaliado e avaliador são 
idênticas. A demarcação da dobra deve ser feita com o cotovelo em 
90º, no ponto mesoumeral (ponto médio entre o acrômio e o 
olécrano). A medida é feita no plano vertical, com os braços ao longo 
do corpo. 
 
Figura 14. Dobra triciptal 
 
 Em relação ao bíceps, a posição do avaliado não muda, 
entretanto, o avaliador deverá se posicionar à frente do avaliado, que 
estará com o braço relaxado e ao longo do corpo. A dobra se localiza 
na região anterior do braço direito, no ponto médio entre o acrômio eo olécrano (mesmo nível que a dobra triciptal), e também deve ser 
medida no plano vertical. 
 
Figura 15. Dobra biciptal 
 A prega cutânea torácica é feita com o avaliado em pé com os 
braços ao longo do corpo, e o avaliador deve se posicionar ao lado. 
Nos homens, ela é encontrada no ponto médio entre a axila anterior 
e o mamilo, e nas mulheres, aproximadamente dois centímetros 
abaixo da axila anterior, medida no plano oblíquio/diagonal. 
 
Figura 16. Dobra cutânea torácica 
 Quanto a axilar média, a posição do avaliador segue a mesma. 
O avaliado fica em pé, com o braço e o cotovelo estendido. A dobra 
é medida na intersecção entre a linha axilar média e a linha 
imaginária inferior do processo xifoide do esterno, também no plano 
oblíquo/diagonal. 
 
Figura 17. Dobra axilar média 
 
A dobra suprailíaca deve ser realizada com o avaliado e o 
avaliador na mesma posição da dobra anterior. Ela se localiza na 
linha axilar média, ligeiramente acima da crista ilíaca, e também é 
medida no plano oblíquo/diagonal. 
 
Figura 17. Dobra suprailíaca 
 
 Na dobra abdominal o avaliado fica em pé, com os braços ao 
longo do corpo. O avaliador se localiza ao lado do avaliado, e 
identifica a dobra ao nível da cicatriz umbilical, aproximadamente 
dois a três centímetros à direita, medida no plano vertical. 
 
Figura 18. Dobra abdominal 
 A dobra cutânea da coxa é medida com o avaliado em pé, 
mantendo o peso corporal na perna esquerda. A perna direita fica a 
frente e relaxada. O avaliador se localiza ao lado do avaliado, e a 
medida é feita entre a dobra inguinal e a base da patela, no plano 
vertical. 
 
Figura 19. Dobra da coxa 
 Eu sei, parece muita coisa, mas com o tempo, conseguimos 
ter praticidade, fidedignidade e agilidade nas medidas. Estamos 
quase finalizando essa etapa, falta apenas a dobra da panturrilha. 
Nesse caso, o avaliado fica em pé, com o joelho em 90ºde flexão 
(colocar o pé em cima de uma cadeira, por exemplo), enquanto o 
avaliador se posiciona ao lado do avaliado. A dobra é medida na 
maior circunferência aparente, no plano vertical. 
 
Figura 20. Dobra da panturrilha 
Padronizar é fundamental. Guedes e Guedes (2006) nos 
lembra que uma das primeiras propostas de padronização ocorreu 
no ano de 1960, pelo grupo de estudos do programa biológico 
internacional, nos países europeus. Contudo, outras propostas foram 
criadas pelo grupo internacional de trabalho em cineantropometria e 
pela sociedade internacional para o avanço da cineantropometria, 
ambos muito semelhantes, diferindo apenas na nomenclatura de 
pontos anatômicos. Existe um limite de tolerância para as medidas 
citadas até aqui, e apenas com MUITO treino, conseguiremos 
alcançar o mais próximo da perfeição. A tabela abaixo ilustra alguns 
desses limites: 
 
Medidas antropométricas 
Limites de 
tolerância em 
réplicas de 
medidas 
Altura Estatura 3 mm 
Massa Peso corporal 0,5 kg 
Perímetros 
Coxa 1 mm 
Perna 1 mm 
Braço 1 mm 
Antebraço 1 mm 
Espessura de dobras 
cutâneas 
Tricipital 5% 
Subescapular 5% 
 
Tabela 2. Limites de tolerância para índices de reprodutibilidade intra-avaliador 
de medidas antropométricas. Adaptado de Guedes, Dartagnan Pinto; Guedes, 
Joana Elisabete Ribeiro Pinto: Manual prático para avaliação em educação física 
– Barueri, SP: Manole, 2006, pág. 38. 
 
7. Testes físicos 
a. Flexão de braços – Resistência dos membros 
superiores 
Esse teste é bastante comum em concursos, de fácil aplicação 
e baixo custo. Ressalta-se que, após a anamnese, alguns alunos 
podem não estar aptos a realizar não só esse, mas outros testes 
relacionados à esforço máximo. Alunos extremamente sedentários, 
com problemas cardiovasculares, patologias no punho, cotovelo, 
ombro, podem ter agravo em seu quadro, por isso, a avaliação deve 
ser sequencial e inteligente. 
O teste se inicia com o avaliado na posição pronada (decúbito 
ventral), com as mãos e cotovelos na linha do peito, em uma distância 
maior que os ombros. A coluna deve estar alinhada com a coxa, e no 
caso das mulheres, o apoio deve ser feito nos joelhos, e não nos pés 
como para os homens. 
O teste se inicia com os cotovelos estendidos. O avaliado deve 
descer o tronco até que os ombros ultrapassem a linha do cotovelo, 
e, na subida, o estender completamente. O objetivo é fazer o maior 
número de repetições em um minuto. 
 
Figura 21. Teste de flexão de braços para homens e mulheres 
b. Flexões abdominais 
A posição inicial é com o avaliado em posição supinada 
(decúbito dorsal), com joelhos e quadril flexionados e os pés 
apoiados no chão. Os braços devem estar cruzados e encostados a 
frente do corpo, com as mãos em cima dos ombros. O avaliador 
deverá segurar os pés do avaliado. A execução válida acontece 
quando se flexiona o tronco e o quadril até a face anterior do 
antebraço tocar a face anterior da coxa, e na descida, o tronco e o 
quadril estendem até as escápulas tocarem no chão. O objetivo é 
realizar o máximo de repetições em um minuto. 
 
Figura 22. Teste de flexões abdominais 
c. Teste de Cooper 
O teste de Cooper foi desenvolvido para verificar o 
condicionamento cardiorrespiratório, em uma população fisicamente 
ativa (forças armadas americana). Por isso, pessoas sedentárias 
e/ou com problemas osteomioarticulares podem apresentar 
dificuldades na sua realização. 
A execução do teste consistem em percorrer a maior distância 
possível em doze minutos, correndo/caminhando. Quanto maior a 
velocidade, maior a distância, e por consequência, melhor o 
condicionamento do avaliado. Para prescrição de exercícios 
cardiorrespiratórios, deve-se coletar os dados de frequência cardíaca 
máxima, frequência cardíaca média e a distância percorrida. 
d. Teste de 1600 metros (one mile test) 
Esse teste pode ser mais adequado para indivíduos com histórico 
de pouca ou nenhuma prática de atividades físicas, obesos e com 
contraindicação absoluta para corrida. O objetivo é caminhar 1600 
metros no menor tempo possível. A caminhada NÃO apresenta a 
fase aérea (como a corrida), ou seja, SEMPRE haverá um dos pés 
no chão. Os dados a serem coletados são a frequência cardíaca 
máxima, frequência cardíaca média e o tempo de teste. 
 
8. Prescrição de exercício cardiorrespiratório e a 
avaliação física 
Existem diversas maneiras para prescrever um programa de 
treinamento cardiorrespiratório, e dentre elas, estudaremos a 
frequência cardíaca de reserva (FCres) e frequência média do teste 
de Cooper. Para calcular a FCres utilizamos as seguintes operações 
matemáticas: 
1- Calculamos a frequência cardíaca máxima do avaliado (208-
0,7*idade) 
2- Calculamos a frequência cardíaca de repouso (ao acordar 
ou após ficar entre três e cinco minutos parado, sentado). 
3- Calculamos os percentuais mínimos e máximos das zonas 
de treino. 
As zonas são geralmente apresentadas em três: Regenerativo 
(zona 1), resistência aeróbia (Zona 2) e potência aeróbia (Zona 3), 
como demonstra a tabela abaixo: 
 
Tabela 3. Zonas de treinamento através da frequência cardíaca de reserva. 
Segue um exemplo para visualizarmos melhor. Um indivíduo com 
25 anos e uma frequência cardíaca de repouso de 60 batimentos por 
minuto. Primeiro, calculamos a frequência cardíaca máxima: 
FCmáx = 208-0,7*idade 
FCmáx = 208- 17,5 
FCmáx = 190,5 
Em seguida, calculamos a frequência cardíaca de reserva: 
FCres = FCmáx – Fcrepouso 
FCres = 190,5-60 
FCres = 130,5 
 Por fim, calculamos os limites inferiores e superiores de cada 
zona de treinamento, e somamos à frequência cardíaca de repouso 
(Os números serão arredondados para facilitar o entendimento). As 
zonas de treinamento podem ser periodizadas de inúmeras formas, 
dependendo do nível de condicionamento, objetivo e limitações do 
avaliado: 
Zona 1 = 50-60% FCres; ou seja 125-138 bpm 
Zona 2 = 60-80% FCres; ou seja 139-164 bpm 
Zona 3= 80-90% FCres; ou seja 165-177 bpm 
 
 Outraopção para os avaliados que tiverem condições de 
realizar o teste de Cooper é utilizar a frequência média para balizar a 
prescrição, que pode ser monitorada através de frequencímetros. 
Nesse caso, a intensidade é dada conforme a tabela abaixo: 
 
Tabela 4. Zonas de intensidade pela frequência média do teste de cooper 
 Suponhamos que um avaliado tenha terminado o teste com 
frequência cardíaca média de 168 bpm. A zona 1 seria então entre 
121 e 137 bpm, a zona 2 entre 138 e 155 bpm, e a zona três entre 
156 e 168 bpm, basta calcular a porcentagem de cada intensidade 
pela frequência média ao final do teste. 
9. Avaliação postural 
a. Princípios biomecânicos e propriedade dos 
materiais aplicados à avaliação postural 
De acordo com o dicionário, princípio é “o que fundamenta ou 
pode ser usado para embasar algo”; “informação básica e necessária 
que fundamenta uma seção de conhecimentos”; ou até “leis de teor 
geral que exercem um papel importantíssimo na prática e 
desenvolvimento de uma teoria, a partir da qual outras se derivam”. 
Sempre devemos nos segurar aos princípios, especialmente 
dentro da sala de musculação, pois eles norteiam não somente a 
avaliação postural, mas também a escolha e as técnicas de execução 
dos exercícios físicos. 
Longe de querer falar de todos os princípios e propriedades dos 
materiais (existem livros enormes sobre isso), mas precisamos 
elucidar aqui pelo menos três pontos para entendermos as bases 
mecânicas de uma avaliação postural: Força final, tenacidade à 
fratura e estresse mecânico. 
A força final nos esclarece que TODOS os materiais presentes 
no universo têm um limite de resistência. Do fio de cabelo ao fio de 
aço, do algodão ao ferro. Atingir esse limite vai depender de diversos 
fatores que influenciam a resistência dos materiais, como a 
tenacidade à fratura. 
Por sua vez, a tenacidade à fratura nos diz que se um objeto é 
previamente danificado, sua força final diminui. Imagine uma 
miniband como a da figura abaixo: 
 
Figura 23. Minibands 
A capacidade máxima de resistência dela (força final) é uma 
enquanto o elástico está íntegro, porém, se o material se ressecar ou 
forem geradas pequenas fissuras nesse elástico, sua resistência 
diminuirá, e haverá uma tendência à se romper mais facilmente. 
Por último, temos a pressão, que na física, é definida pela 
fórmula “força sobre a área” (P=F/a). Na biomecânica, muda-se 
apenas a nomenclatura, sendo chamada de estresse mecânico. 
Quanto menor a área de contato, maior o estresse mecânico. Daí fica 
fácil entender por que, se empurrarmos o braço de alguém, com a 
mesma força, uma agulha vai perfurar, enquanto a palma da mão não 
irá causar danos. No caso da agulha, toda a força está concentrada 
em um local pequeno, enquanto na palma da mão, a força é 
distribuída em uma área bem maior. 
Isso também acontece com nossas articulações, pois são 
PRINCÍPIOS! Eles estão presentes independentemente da situação. 
Imagine que um indivíduo vai iniciar um programa de treinamentos, 
e por desequilíbrios posturais, execução inadequada de exercícios 
físicos resistidos, a força gravitacional somada à massa corporal é 
aplicada de forma inadequada nos discos vertebrais. 
Existe uma enorme diferença entre realizar esse movimento 
com uma área de contato grande entre a vértebra e o disco, e uma 
área de contato pequena. O estresse mecânico vai ser maior na 
segunda hipótese, o que pode gerar micro traumas (semelhantes aos 
citados da miniband), reduzir a força final, e por fim, uma hora ou 
outra, gerar lesões. 
Dessa forma, podemos compreender que, a postura ideal e a 
execução ideal dos exercícios físicos resistidos são pautados na 
MENOR presença possível de estresse mecânico, ou seja, na 
distribuição mais adequada possível da força sobre a área. Isso é o 
que chamamos de “neutro”. Manter a postura neutra durante o dia-a-
dia e durante os programas de treinamento é o que vai reduzir 
significantemente o estresse nas articulações. A grande questão é: 
Como saber qual a postura neutra? 
b. Posturografia estática simetrográfica 
A palavra posturografia vem do latim, positura (postura) + grafia 
(descrição), ou seja, descrição da postura. É uma avaliação realizada 
para verificar se um segmento corporal ou articulação desvia-se de 
um alinhamento postural ideal. 
Magee (2002) define a postura correta como “posição na qual 
um mínimo de estresse mecânico é aplicado em cada articulação e 
esteja em harmonia com a ação gravitacional”. Ela ainda 
complementa que [...] “a má postura é uma posição em que os 
segmentos corporais estejam em desarmonia com a ação 
gravitacional do corpo, aumentando o estresse mecânico das 
articulações”. 
Assim, avalia-se a na visão anterior e posterior a verticalidade 
e a horizontalidade de pontos anatômicos. Quando a verticalidade, 
uma linha deve passar entre os membros inferiores, por cima da 
fenda glútea, em cima da coluna vertebral e dividir a cabeça em 
metades iguais. Quanto a horizontalidade, as tuberosidades tibiais, 
espinhas ilíacas anterossuperiores, ângulos inferiores da escápula e 
os acrômios devem estar alinhados. 
Na vista lateral, essa mesma linha imaginária deverá, em sua 
verticalidade, passar ligeiramente anterior ao maléolo, em cima do 
côndilo lateral da tíbia, do trocânter maior do fêmur, dividir o tronco 
em duas metades iguais, em cima do acrômio e em cima do meato 
acústico externo. Quanto a horizontalidade, verifica-se o alinhamento 
do plano de Frankfurt e das espinhas ilíacas. 
Em minha humilde opinião, essa é uma das partes MAIS 
IMPORTANTES para um programa de treinamento que visa estética 
e promoção da saúde. Deve-se coletar informações sobre a postura 
do avaliado e estabelecer parâmetros iniciais para futuras 
comparações. Além disso, é possível estimar indiretamente o 
surgimento de lesões e evitar a prescrição de exercícios físicos 
contraindicados. 
Ressalta-se aqui que a avaliação postural estática 
simetrográfica, embora baseada em PRINCÍPIOS, não é uma 
verdade absoluta, porém, é uma forma simples de avaliar a postura 
humana. São necessários muitas vezes testes complementares 
como os de flexibilidade e de resistência de músculos específicos 
que influenciam a postura. Para uma boa avaliação postural, a 
padronização é ESSENCIAL. 
O simetrógrafo é um instrumento com linhas dispostas na 
horizontal e vertical, formando um ângulo de 90º. Essas linhas 
facilitam a observação da verticalidade e horizontalidade dos pontos 
anatômicos. Caso não seja possível adquirir um aparelho desse 
modelo, um fio de prumo pode ser utilizado, e embora seja 
necessária melhores habilidades observacionais do avaliado, tem a 
mesma funcionalidade. 
 
Figura 23. Simetrógrafo e fio de prumo 
 A posição do avaliado é algo extremamente importante nessa 
avaliação. Ele deve estar em pé, na posição fundamental, atrás do 
simetrógrafo, com o peso distribuído nos dois pés igualmente, 
afastados aproximadamente 7,5 centímetros. É importante ter uma 
iluminação adequada, sem circulação de pessoas, de preferência em 
local climatizado e sem poluição sonora, com o chão plano e um 
fundo claro. Não devemos demorar mais que quinze minutos para 
avaliar e nem corrigir a postura do avaliado. 
 O traje para as mulheres ideal é o biquíni. Lembrar de pedir 
uma liga ou algo para amarrar o cabelo e fazer um coque é 
importante. Para o homem, sunga é o ideal, e, caso tenha cabelos 
longos, deve-se amarrar e fazer um coque para poder visualizar a 
cervical de maneira clara. 
 Diferentes literaturas apresentam diferentes métodos para 
avaliar a postura. Desde que haja uma padronização, não teremos 
problemas. Aqui, definiremos que o fio de prumo deve ser alinhado 
verticalmente dividindo os membros inferiores igualmente (visão 
anterior e posterior) e à frente do maléolo lateral (vista lateral). Nunca 
é demais ressaltar: Padronização SEMPRE!c. Principais desvios posturais e a prescrição do 
exercício físico baseado na avaliação 
Desvios posturais são definidos como desalinhamentos dos 
segmentos corporais do eixo adequado daquele que é tido como uma 
postura ideal, causado por fatores fisiológicos (desequilíbrio nos 
pares antagônicos de músculos) ou patológicos (danos estruturais, 
dificilmente passíveis de correção). Aqui iremos abordar os casos 
fisiológicos, onde a musculação e o alongamento podem melhorar 
muito a qualidade de vida dessas pessoas. 
Podemos “classificar” os desvios posturais pelo local onde eles 
são encontrados. Coluna vertebral, cíngulo dos membros superiores, 
articulação glenoumeral, cíngulo dos membros inferiores e as 
síndromes, que serão abordados sequencialmente abaixo. A 
correção dos desvios fisiológicos também seguem princípios, que 
são eles: Alongamento do grupo muscular encurtado, fortalecimento 
do grupo muscular antagonista ao encurtado e melhora na percepção 
cinestésica (conscientização corporal). 
O aumento da curvatura lordótica cervical é denominada 
hiperlordose cervical. Em geral, ela é causada pelo encurtamento dos 
paravertebrais cervicais, trapézio superior e elevador das escápulas, 
enquanto os músculos flexores da cabeça e da coluna cervical estão 
fracos (esternocleidomastóideo, escalenos, esternohioideo). 
 
Figura 24. Hiperlordose cervical e anteriorização da cabeça. 
 
A hipercifose torácica é a acentuação da cifose torácica. Nesse 
caso, os músculos abdominais estão encurtados, e os paravertebrais 
torácicos (longuíssimo, iliocostais, etc.) estão fracos. A hiperlordose 
lombar é a acentuação da lordose na região lombar. Nesse caso, os 
paravertebrais lombares, iliopsoas e reto femoral estão encurtados, 
e os músculos abdominais e os gúteos estão fracos. 
Thiago
Realce
Thiago
Realce
 
Figura 25. Hipercifose torácica e hiperlordose lombar 
A rotação interna de ombros é definida como uma rotação 
umeral medial, projetando o olecrano lateralmente e a fossa cubital 
medialmente. Comumente encontramos os rotadores internos do 
ombro encurtados (subescapular, redondo maior, latíssimo do dorso 
e peitoral maior), e os rotadores externos fracos (manguito rotador – 
grupo lateral). 
 
Figura 26. Rotação interna de ombros 
Discinesia escapular acontece quando a biomecânica alterada 
da escápula em repouso ou durante o movimento é resultado da 
disfunção, contratura ou fraqueza de seus estabilizadores. As causas 
são alterações na ativação e coordenação dos músculos 
estabilizadores, falta de flexibilidade no complexo articular do ombro 
e desequilíbrio dos músculos da cintura escapular. 
A abdução escapular é o afastamento das escápulas da linha 
sagital do corpo. Nesse caso, o serrátil anterior e o peitoral menor 
estão encurtados, enquanto os romboides, trapézio médio e inferior 
estão fracos. A má postura durante os exercícios e o dia-a-dia podem 
agravar o quadro. 
 
Figura 27. Abdução escapular (esquerda) e escápula na posição correta 
(direita) 
O alamento da escápula também é uma discinesia comum. Ele 
acontece quando ocorre o descolamento da borda medial da 
escápula do gradil costal, e é causado pela fraqueza do músculo 
serrátil anterior. 
 
Figura 28 . Alamento da escápula 
Anteversão de quadril é a inclinação anterior (tilt anterior) do 
osso do quadril. Suas causas são o encurtamento dos paravertebrais 
lombares e quadrado lombar, e algumas vezes, o encurtamento do 
reto femoral e iliopsoas também podem contribuir com esse quadro. 
Os músculos fracos são o glúteo máximo e o reto abdominal. 
 A retroversão de quadril é a inclinação posterior (tilt posterior) 
do osso do quadril. As causas são encurtamento dos isquiotibiais e 
fraqueza dos paravertebrais lombares, quadrado lombar e glúteo 
máximo (funciona como estabilizador da pelve). 
A síndrome cruzada de ombros é definida como um padrão 
cruzado de encurtamento e fraqueza na região cervical e escapular. 
É causada pelo encurtamento dos paravertebrais cervicais, 
elevadores das escápulas, trapézio superior, e, indiretamente, do 
peitoral menor. Os flexores cervicais, romboides, trapézio médio e 
inferior estão fracos nesse caso. 
 
Figura 29. Síndrome cruzada dos membros superiores. 
A síndrome cruzada do quadril é definida como um padrão 
cruzado de encurtamento e fraqueza na região do quadril. Os 
paravertebrais lombares e flexores do quadril estão encurtados, 
enquanto os músculos do abdômen e glúteo máximos estão fracos. 
 
Figura 30. Síndrome cruzada do quadril. Imagem retirada da internet. 
Disponível em https://es-
la.facebook.com/papodefisioterapeutaa/photos/a.849451128469818/13496427
38450652/?type=3&theater, acessado em 13/07/2020. 
10. Conclusão 
A educação física faz parte da área da saúde. Como tal, se faz 
necessária uma base forte de subáreas para trabalhar com o 
exercício físico: anatomia, cinesiologia, biomecânica, fisiologia 
humana, fisiologia do exercício físico e periodização do treinamento. 
A disciplina de avaliação física depende diretamente da absorção 
https://es-la.facebook.com/papodefisioterapeutaa/photos/a.849451128469818/1349642738450652/?type=3&theater
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desses conhecimentos e a aplicação de métodos padronizados para 
verificar o quão longe o indivíduo está do recomendado para o 
estágio de sua vida. Espero ter contribuído com o conhecimento de 
vocês, e deixo aqui sugestões de literatura sobre essas áreas de 
conhecimento. Bons estudos! 
 Anatomia humana: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia 
Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2000. 
 Cinesiologia: FLOYD, R.T. Manual de Cinesiologia 
Estrutural, Manole , 16ª ed., 2011 
 Biomecânica: HALL, S.J. Biomecânica Básica. 5ª Edição, 
Manole, 2009. 
 Fisiologia humana: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado 
de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 
2006. 
 Fisiologia do exercício: MCARDLE, D.W; KATCH, L.F; 
Katch, L. V. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e 
desempenho humano. 8ª. Ed. Rio Janeiro, Guanabara 
Koogan, 2016. 
 
 Periodização do treinamento: GOMES, A.C. Treinamento 
desportivo [recurso eletrônico]: estruturação e 
periodização / Antonio Carlos Gomes. – 2.ed. – Dados 
eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2009. Disponível em 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5281087/mod_resource/content/1/
Treinamento%20Desportivo%20Estruturac%CC%A7ao%CC%83%20e%20Period
izac%CC%A7a%CC%83o.pdf 
 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5281087/mod_resource/content/1/Treinamento%20Desportivo%20Estruturac%CC%A7ao%CC%83%20e%20Periodizac%CC%A7a%CC%83o.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5281087/mod_resource/content/1/Treinamento%20Desportivo%20Estruturac%CC%A7ao%CC%83%20e%20Periodizac%CC%A7a%CC%83o.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5281087/mod_resource/content/1/Treinamento%20Desportivo%20Estruturac%CC%A7ao%CC%83%20e%20Periodizac%CC%A7a%CC%83o.pdf
Referências 
ANDREAZZI, I.M. et al. Exame pré-participação esportiva e o 
PAR-Q, em praticantes de academia. Revista Brasileira de 
Medicina do Esporte, Vol. 22, n. 4, Jul/Ago, 2016. 
GUEDES, D.P. E GUEDES, J.E.R.P.G. Manual prático para 
avaliação em educação física – Barueri, SP: Manole, 2006. 
KENDAL, F. et al. Músculos: provas e funções com postura e 
dor, Barueri – SP, Manole: 2007. 
MAGEE, D.J. Avaliação musculoesquelética, 5. ed. Barueri: 
Manole, 2010

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