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Medidas e Avaliações uni I e II

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UNIDADE I 
 
DISCIPLINA MEDIDAS & AVALIAÇÕES 
 
PROFESSOR CONTEUDISTA: EDUARDO OLIVEIRA DE SOUZA. 
BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA PELA UNIVERISDADE DE FRANCA (2000). 
ESPECIALISTA EM FISIOLOGIA DO TREINAMENTO RESISTIDO PELA ESCOLA 
DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (2002). 
MESTRE EM BIODINÂMICA DO MOVIMENTO HUMANDO PELA ESCOLA DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DA UNIVERSIDADE SÃO PAULO (2010). 
DOUTORANDO EM BIODINÂMICA DO MOVIMENTO HUMANO PELA ESCOLA DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
1.0 CONCEITOS BÁSICOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÕES 
 
 
1.1 Avaliação 
A avaliação é uma prática universal, algo em que todas as pessoas se empenham 
formal ou informalmente. Literalmente, todos nós utilizamos a avaliação em nossos 
trabalhos, mas com objetivos e em ambientes diversos. A avaliação é importante em 
pesquisas porque é o meio pelo qual o corpo do conhecimento da disciplina cresce e é 
redefinido. Geralmente, avaliamos fenômenos que queremos compreender melhor. 
Assim como, nossas práticas profissionais como educadores físicos, técnicos, 
treinadores, fisioterapeutas etc. 
Contudo, a avaliação precisa ser delineada e pensada antes da realização de qualquer 
teste. Basicamente, precisamos seguir quatro passos durante uma avaliação: 
 
 1- estabelecer um critério; 
2- realizar um teste ou uma bateria de testes; 
3- fazer interpretações a partir dos dados; 
4- escolher entre as possíveis formas de ação. 
 
 
 1.2 Tipos de avaliação 
Avaliação diagnóstica: destina-se a verificar se os avaliados possuem aptidões ou 
capacidades desejáveis. 
Avaliação prognóstica: projetadas para predizer o potencial para o desenvolvimento 
em um determinado atributo humano. 
Avaliação de proficiência: para determinar a colocação em um nível apropriado. 
 
1.3 Terminologia e definições em medidas e avaliações 
Medir: associar um número a determinada característica de um ser, um objeto ou de 
um evento. 
Avaliar: realizar um julgamento de valor sobre essa medida, ou seja, interpretá-la em 
função do objetivo que determinou a realização dessa medida. 
Interpretar: é o processo de julgamento baseado nos dados qualitativos e/ou 
quantitativos obtidos em medidas e avaliações. 
Testar: trazer à tona uma resposta observável a fim de fornecer informações sobre 
um atributo específico de uma ou mais pessoas por meio de um teste. 
Exame: sinônimo de teste 
Examinados: são pessoas, pacientes, alunos para os quais os testes ou exames 
serão aplicados ou fornecidos. 
Examinadores: são aqueles que aplicam os testes 
Usuário do teste: é alguém que se utiliza dos resultados obtidos para tomar decisões. 
Em determinadas situações, você não aplicará o teste, mas a partir dele irá determinar 
o caminho da sua intervenção. 
Bateria de testes: é um conjunto de testes relacionados, administrados dentro de um 
intervalo de tempo específico, a fim de obter informações sobre um atributo 
multidimensional. Às vezes, precisaremos realizar mais de um teste durante uma 
avaliação, principalmente no que tanje os testes funcionais (e.g. flexibilidade, força 
motora, resistência aeróbia), uma variável pode influenciar a outra de maneira 
negativa, subestimando o escore daquele atributo. Dessa maneira, os testes precisam 
ser correlacionados, as variáveis não podem exercer efeito negativo na variável ou 
atributo que será avaliado subsequentemente. 
Dados qualitativos: os dados qualitativos podem representar uma característica ou 
qualidade de um determinado atributo. Por exemplo, podemos classificar um 
determindado atributo observável em um teste como bom, razoável ou ruim. Mais 
dentro da área de saúde, temo escalas que são muito utilizadas e nos fornecem dados 
qualitativos como a escala de percepção de dor ou escala de subjetiva de esforço. 
Dados quantitativos: os dados quantitativos assumem valores numéricos que 
estatisticamente podem ser dividios em discretos ou contínuos. Muitos dos testes 
utilizados na área de saúde nos fornecerão dados quantitativos. Alguns exemplos: 
amplitude articular em graus (190° de flexão do ombro), força máxima em quilogramas 
(100kg no exercício supino) e dinamometria isocinética em newton metros (e.g. 200 
N?m-1 de torque). 
 
2.0 VALORES DE REFERÊNCIAS 
Após um determinado teste, para realizar a avaliação e/ou interpretação de 
determinado atributo, você precisará de valores de referências. Sua avaliação sempre 
precisará ser referenciada, abaixo os três tipos de referências para as avaliações: 
Avaliação referenciada a normas: requer uma interpretação dos resultados com 
relação a grupos específicos. Basicamente, comparar os valores obtidos em um 
testes com aqueles apresentados por outros avaliados. 
Avaliação referenciadas a critérios: requer a interpretação do resultado por meio da 
comparação com um padrão pré determinado, definido por um comportamento. Por 
exemplo, ao avaliar o percentual de gordura de indivíduo, você irá verificar o valor 
referência estabelecido pela literatura para aquele indivíduo, levando em consideração 
o sexo e a idade para fazer a sua avaliação. 
Avaliação referenciada a si próprio e/ou auto-referenciada: requer uma 
interpretação do resultado de um examinado por meio da comparação com o resultado 
dele em outra aplicação do mesmo instrumento de avaliação. Você realiza um 
determinado teste no inicio da sua intervenção e ao final para verificar a mudança de 
um determinado atributo. 
 
 
3.0 TESTE DE LABORATÓRIO E TESTE DE CAMPO 
 
 
Testes de laboratório: são aqueles que requerem equipamentos e treinamento 
especializado dos examinadores e/ou dos avaliadores; também pode consumir muito 
tempo porque apenas um examinado é testado de cada vez. As condições ambientais 
sempre são controladas. 
Testes de campo: são aqueles que não requerem equipamentos excessivamente 
caros, vários examinados podem se testados ao mesmo tempo. Geralmente 
influenciado com situações ambientais como vento, calor e umidade relativa do ar. 
É importante ressaltar que ambos os tipos de testes, precisamos de avaliadores 
treinados e com conhecimento sobre os atributos que serão testados. 
 
4.0 ÉTICA EM MEDIDAS E AVALIAÇÕES 
O processo de avaliação, em hipótese alguma poderá causar danos FÍSICOS: não 
devemos jamais fazer (ou deixar de fazer) qualquer coisa direta que cause dano 
àqueles sob nosso cuidado e responsabilidade. Devemos sempre ter a garantia que as 
condições para a realização de deerminados testes são seguras. 
Não devemos causar danos PSICOLÓGICOS: comentários inoportunos, violação da 
privacidade e da confidencialidade dos resultados. Os dados da avaliação pertencem 
ao avaliado, só deverão ser revelados à colegas de trabalho com o inuito de 
determinar uma melhor estratégia de intervenção. 
Nunca, em hipótese alguma confunda os resultados do teste com o valor pessoal ou o 
caráter do avaliado. 
Em caso de dúvida sobre a saúde do avaliado: esclarecimentos médicos antes do 
teste. Contudo, em testes de desempenho fisíco o atestado médico é primordial 
 
 
5.0 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE TESTES E ERROS DE MEDIDA 
A escolha de um teste específico para o processo de avaliação deve sempre levar em 
consideração dois critérios básicos, a validade e a fidedignidade que serão discutidos 
nesse tópico. 
Validade: determinação do grau em que um teste mede aquilo a que se destina medir. 
Um teste válido teve os seus dados e repodutibilidade confrontados com o teste de 
referência ou padrão-ouro para aquele atributo. 
Validade Lógica: análise representativa dos escores obtidos com o instrumento de 
medida em relação à característica ou ao comportamento que se pretende analisar. 
Validade de Critério: relação estatística entre os escores produzido pelo instrumento 
de medida e indicadores da mesma natureza (padrão-ouro). Ex: composição corporal: 
pesagem hidrostática x dobras cutâneas. 
Validade Preditiva: grau de probabilidade com que osescores produzidos pelo 
instrumento de medida podem predizer estatisticamente o atributo que se pretente 
avaliar. Por meio de regressão linear (i.e. variável predita e preditora). Ex. distância 
percorrida em metros e VO2max em ml?kg
-1?min-1 
Fidedignidade: grau de consistência dos resultados quando o mesmo teste é aplicado 
nas mesmas condições, em ocasiões diferentes pelo mesmo avaliador. Todo teste 
válido é fidedigno e é recomendado variações entre os testes abaixo de 5%. Também 
é importante ressaltar que alguns testes possuem o efeito de aprendizagem e irão 
precisar de mais testes para o valor estabilizar. Reparem a figura abaixo, no teste de 
uma repetição máxima ( 1 RM) no exercício agachamento, tanto para homens e 
mulheres os valores se estabilizam (< 5%) após a aplicação do terceiro teste (figura 1). 
 
 
Figura 1. Testes de 1 RM realizados com intervalo de 72h. A- homens e B- 
mulheres. 
 
 
 
 
Objetividade: grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o mesmo 
teste é aplicado simultaneamente por diferentes avaliadores nos mesmos alunos, 
atletas e pacientes. O ideal é que sempre o mesmo avaliador replique os testes, 
porém ao termínio de uma intervenção o mesmo teste poder aplicado por outro 
avaliador e também é recomendado variações menores que 5% entre os avaliadores. 
 
 
5.1 Critérios que garantem testes confiáveis 
Além da validade, fidedignidade e objetividade devemos respeitar os critérios abaixo: 
1- Avaliadores experientes e bem treinados. 
2- Calibração do instrumento de medida. 
3- Conhecimento dos fatores que influenciam a variável avaliada (Alimentação, 
temperatura ambiente,...). 
4- Conhecimento dos cuidados no manuseio do instrumento. 
5- Escolha de protocolo de teste condizente com população e objetivos da 
avaliação. 
6- Padronização do processo de medida 
 
5.2 Erros de medida 
 
Um dos objetivos na aquisição de uma medida é obter o melhor valor, para o 
mensurado, a partir dos dados experimentais disponíveis. Isto significa determinar a 
melhor aproximação possível para o valor verdadeiro, em termos probabilísticos. Uma 
grandeza física experimental deve ser determinada a partir de medições e o resultado 
é sempre uma aproximação para o valor da grandeza. Em todas as medidas sempre 
haverá um erro embutido, cabe ao avaliador minimizar ao máximo e controlar as 
fontes de erro. O erro da medida pode ser dividido em dois tipos principais: o erro 
sistemático e o erro aleatório ou estatístico. 
 
Erro sistemático: em caso de réplicas da medida, quando a probalilidade de as duas 
aplicações diferirem entre si for igual à de ocorrerem diferenças entre os valores 
originais do atributo. Afeta igualmente o teste e reteste. 
• Pode ser dividido em: 
– Instrumental: resulta da calibração do instrumento de medida; 
– Teórico: resulta do uso de fórmulas e princípios teóricos inadequados 
ou aproximados; 
– Ambiental: decorrente de condições ambientais como, temperatura, 
umidade, estado da pista ou da quadra etc.; 
– Observacional: resultada de falha do avaliador na utilização incorreta 
do instrumento de medida, da leitura, etc.. 
 
 
Erro aleatório: resulta de fatores responsáveis pelos erros que afetam diferentemente 
os valores verdadeiros e o reteste. Está muito associado à variações no processo de 
medida, diferença entre avaliadores, etc. A padronização do processo ajuda e muito 
no controle de erro aleatório. 
 
6.0 AVALIAÇÕES ANTROPOMÉTRICAS 
Estatura: distância entre os planos que tangenciam respectivamente o vértex na 
cabeça e as plantas dos pés. O avaliado deve estar: descalço,em posição anatômica 
sobre a base do estadiômetro, cabeça na posição do plano de Frankfurt, calcanhares, 
cinturas pélvicas e escapulares e região occipital em contato coma escala de medida 
(figura 2). Medida realizada em apnéia inspiratória. 
 
Figura 2. A- posição da cabeça no plano de Frankfurt. B- Posicionamento do avaliado 
no estadiômetro. 
 
 
 
Peso corporal: o avaliado em postura ereta e o olhar fixo num ponto à sua frente 
(plano de Frankfurt), mínimo de roupa possível, com o peso do corpo distribuído 
igualmente sobre os dois pés. De preferência, utilizar uma balanã com sistema de 
alavancas e resolução de 100g. Evitar medições após aprática de exercícios e sempre 
verificar a calibração da balança. 
Diâmetros ósseos: são medidas que estabelecem distâncias projetadas entre dois 
pontos anatômicos definidos por proeminências ósseas. Para essa medida iremos 
utilizar um instrumento de precisão chamado paquímetro (figura 3). De acordo com o 
diâmetro que será avaliado podemos utilizar paquimetros com diferentes tamanhos. 
 
Figura 3. Paquímetro para avaliação dos diâmetros ósseos 
 
 
Procedimentos para medição dos diâmetros ósseos 
 As medidas dos diâmetros ósseos dos membros devem ser feitas do lado 
direito do corpo quando for o caso. 
 Identifique cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração 
(palpação e lápis dermográficos). Marque-os antes de começar a mensurar. 
 Mensure de duas a três vezes cada local em ordem rotacional. 
 Sustente o paquímetro com as duas mãos, dedos indicadores adjacentes 
com as pontas do paquímetro. 
Locais de medição dos diâmetros ósseos 
Biacromial (ombros): bordas laterais dos processos acromiais da escápula. Avaliado: 
em pé, braços soltos verticalmente e ombros relaxados para baixo e levemente para 
frete. Medida feita por trás do indivíduo. 
Torácico-transverso: distância entre os pontos mais laterais das costelas, altura 
meso-esternal (mamilos). -Avaliado: em pé, braços levemente abduzidos. Realizar a 
medida ao final de uma expiração normal. 
Torácico ântero-posterior: uma das pontas do paquímetro é colocada sobre o 
esterno, na altura da quarta articulação esterno-costal. Outra ponta sobre o processo 
espinhoso da vértebra localizada no mesmo plano transversal. Avaliador ao lado do 
avaliado. Realizar a medida ao final de uma expiração normal. 
Biilíaco (bicristal): distância entre os pontos mais laterais das cristas ilíacas.Avaliador 
de frente para o avaliado. Avaliado deve estar com as pernas unidas. 
Bitrocanteriano: distância entre trocânter esquerdo e direito. Avaliador de frente para 
o avaliado. Avaliado deve estar com as pernas unidas. 
Joelho (biepicôndilar femoral): distância entre os epicôndilos femorais lateral e 
medial. O avaliado deve estar com o joelho flexionado formando um ângulo de 90°. 
Tornozelo (bimaleolar): distância entre os Maléolos da tíbia e fíbula; avaliado em pé, 
peso distribuído nas duas pernas.Realizar a medida por trás do avaliado. 
Punho (biestilóide): distância entre os processos ulnar e radial. Peça para o avaliado 
flexionar o punho formando um ângulo aproximado de 90° entre a mão e o punho. 
Cotovelo (biepicôndilar umeral): distância entre epicôndilos umerais lateral e medial. 
Cotovelo flexionado a 90°, braços elevados até a horizontal e antebraço supinado. 
7.0 PERÍMETROS (CIRCUNFERÊNCIAS) 
Perímetros e/ou circunferências são medidas de segmentos específicos, obtidas no 
plano horizontal, perpendicularmente ao eixo longitudinal do corpo. Nesse caso, o 
instrumento utilizado é a trena ou fita métrica graduada em milimetros, entre 5,0-7,0 
mm de largura e 2 m de comprimento. Aço ou de um material flexível. Fundo branco 
ou amarelo e visualização clara dos milímetros. 
n As medidas das circunferências são feitas do lado direito do corpo. Contudo, ás 
vezes é necessário avaliar ambos os lados do avaliado. 
n Identifique cuidadosamente os locais antropométricos para mensuração 
n Mensure de 2 a 3 vezes cada local em ordem rotacional 
n A tensão a ser aplicada pela fita não deve comprimir a pele ou o tecido 
subcutâneo 
Para algumas circunferências (ex: cintura, abdômen e quadril) a fita deve ser alinhada 
com o plano paraleloao solo. 
Locais de medição das circunferências corporais 
Peitoral (circunferência torácica): medida da circunferência torácica, ao nível do 
ponto meso-esternal. Deve ser feita após o final de uma expiração normal. O 
indivíduo deve estar em posição anatômica. O avaliador permanece à frente do 
avaliado. 
Cintura: região mais estreita do tronco (entre as costelas e a crista ilíaca). Realizada 
após o final de uma expiração normal. O avaliador permanece à frente do avaliado. 
Abdominal: proeminências anterior máxima do abdômen (normalmente - cicatriz 
umbilical). Deve ser feita após o final de uma expiração normal. O avaliador pode ficar 
ao lado do avaliado para visualizar o local de maior de circuferência. 
Quadril: extensão posterior máxima dos glúteos passando pela proeminência glútea. 
O avaliado em posição anatômica, pés unidos, braços ligeiramente afastados do 
corpo. Avaliador posiciona-se ao lado direito do avaliado. 
Coxa (proximal): imediatamente abaixo da prega glútea. Avaliado em posição 
anatômica e avaliador, lateralmente ao avaliado. Às vezes é interessante medir a 
circuferência da coxa em posições diferentes como por exemplo proximal, medial e 
distal. Nesse casos, o ideal é se orientar pelo comprimento do fêmur ( distância entre o 
trocânter maior e o epicôndilo lateral). Anote essa distância e realize a circuferência 
proximal à 25% do comprimento total, a circuferência medial à 50% do comprimento e 
a distal à 75% do comprimento do fêmur. 
Perna (panturrilha): maior circunferência perpendicular ao eixo da perna. Avaliado 
em pé, com o peso corporal dividido entre as duas pernas. Avaliador lateralmente ao 
avaliado. 
Braço fletido: maior circunferência perpendicular ao eixo do segmento com braço em 
flexão. Braço paralelo ao solo. Avaliador, lateralmente ao avaliado. 
Braço relaxado: circunferência perpendicular ao eixo do segmento na região média 
do braço relaxado. O avaliado deve estar em posição anatômica. 
Antebraço: maior circunferência (terço proximal) do segmento, cotovelo em extensão 
e o braço em posição supina e relaxado. O avaliador lateralmente ao avaliado. 
 
 
8.0 COMPOSIÇÃO CORPORAL 
A composição corporal é considerada um componente da aptidão física e /ou 
relacionada à saúde. Pois, existe uma relação entre a quantidade e distribuição da 
gordura com as alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde. Além do 
mais, o excesso de gordura corporal favorece o desenvolvimento de doenças crônica-
degenerativas. 
O processo de envelecimento normal (senescência) também altera a composição 
corporal, pois a medida que perdemos massa muscular o percentual de gordura 
corporal aumenta. Se repararmos na imagem de ressonância magnética abaixo, 
podemos ver as transformações na massa muscular e óssea e na gordura 
comparando indivíduos jovens e idosos saudáveis (figura 4). 
 
 
 
 
Figura 4. Ressonância magnética da musculatura da coxa de indivíduos joven e idoso. 
 
 
A composição corporal é a proporção entre os diferentes componentes corporais e a 
massa corporal total, geralmente expressa pelo percentual de gordura e o percentual 
de massa magra. Ou seja, sempre os valores percentuais serão referidos ao peso 
corporal do avaliado. 
 Fracionamento da Massa corporal (Wang,1992): 
 Nível I (atômico): ± 50 elementos (O2, Carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio e 
fósforo) predominantes. 
 Nível II (molecular): 100 mil moléculas → lipídeos, água, proteínas, carboidratos e 
minerais. 
 Nível III (celular): massa celular total, fluídos extracelulares e sólidos 
extracelulares. 
 Nível IV (tecidos, órgãos e sistemas): tecidos: epitelial, conectivo (ósseo e 
adiposo), muscular e nervoso . 
 Nível V (corpo todo): analisado segundo características morfológicas: tamanho, 
forma, proporções do corpo humano. O nível V (corpo todo) testes está mais 
próxima da realidade dos profissionais que atuam na clínica ou em testes de 
campo. 
 
8.1 Métodos para detecção da composição corporal: 
 Método Direto: cada um os componentes corporais é separado e pesado 
isoladamente. Nesse caso, somente a dissecação de cadáveres. 
 Método Indireto: não há manipulação dos componentes separadamente, baseado 
em princípios físicos e químicos é possível extrapolar as quantidades de 
gordura e massa magra. Exemplos: pesagem hidrostática, absormetria fotônica 
de dupla energia (DEXA) e Pletismografia 
 Método duplamente indireto: validados a partir de um método indireto. Exemplos: 
dobras cutâneas e bioimpedência. 
 
8.2 Índice de massa corporal (IMC) 
Definido como a razão do peso corporal total (em quilogramas) pela estatura elevada 
ao quadrado (em metros), (peso corporal/ altura2). A unidade de medida é 
quilogramas por metros quadrado (Kg/m2). Apesar de muito utilizado, precisamos ter 
cuidado com o IMC. Ela parte da premissa que indivíduos com sobrepeso ou mais 
quilos irão demonstrar mais Kg/m2, porém indivíduos com elevada massa muscular, 
assim como crianças com alto desenvolvimento da massa óssea também irão 
demonstrar mais Kg/m2 e poderão ser classificados de maneira errônea com algum 
índice de sobrepeso. 
 
Tabela 1. Valores desejáveis de IMC para adultos. 
 
 
Tabela 2. Classificação de obesidade de acordo com o IMC. 
 
 
 
Por outro lado, A curva do IMC/Idade, desenvolvida pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS), é um bom indicador do estado nutricional da criança. É calculado da 
mesma maneira (peso/altura²), assim como a idade em anos e meses, depois estes 
valores são colocados nas curvas abaixo. A interpretação depende do sexo da criança 
(Figuras 5 e 6). 
 
Figura 5. Índice de massa corporal para os meninos 5-19 anos. 
 
Figura 6. Índice de massa corporal para as meninas 5-19 anos. 
 
Classificação de acordo com as figuras 5 e 6: 
Percentil < P3: baixo IMC para idade – Indica baixo peso. 
Percentil ≥ P3 e < P85: Eutrófico ou Peso ideal para a idade. 
Percentil ≥ p85 e < p97: Sobrepeso. 
Percentil ≥ p97: Obesidade. 
 
8.3 Índice cintura quadril 
 
 
Relação cintura/quadril, para calcular basta dividir o valor da circuferência da cintura 
em centímetros pelo valor da circuferência do quadril (e.g. circuferência da 
cintura/circuferência quadril). O índice cintura quadril (ICQ) além de ser um idicativo 
de acúmulo de gordura na região visceral, também é uma medida muito usado para 
determinar risco de doença coronariana, pois o aumento da dordura abdominal está 
associado ao aumento dos riscos de doenças coronarianas, hipertensão e diabetes. 
Tabela 3. Classificação de riscos para os homens. 
Idade Baixo Moderado Alto Muito alto 
20-29 < 0.83 0.83 - 0.88 0.89 - 0.94 > 0.94 
30-39 < 0.84 0.84 - 0.91 0.92 - 0.96 > 0.96 
40-49 < 0.88 0.88 - 0.97 0.96 – 1.00 > 1.00 
50-59 < 0.90 0.90 – 0.96 0.97 – 1.02 > 1.02 
60-69 < 0.91 0.91 – 0.98 0.99 – 1.03 > 1.03 
 
 
 
Tabela 4. Classificação de riscos para as mulheres. 
Idade Baixo Moderado Alto Muito alto 
20-29 < 0.71 0.71 - 0.77 0.76 - 0.83 > 0.82 
30-39 < 0.72 0.72 - 0.78 0.79 - 0.84 > 0.84 
40-49 < 0.73 0.73 - 0.79 0.80 – 0.87 > 0.87 
50-59 < 0.74 0.74 – 0.81 0.82 – 0.88 > 0.88 
60-69 < 0.76 0.76 – 0.83 0.84 – 0.90 > 0.90 
 
8.4 Dobras cutâneas 
• As medidas de espessuras das dobras cutâneas são realizadas em várias 
regiões do corpo humano. 
• Várias medidas oferecem visão mais clara quanto à disposição da gordura. 
• Possibilidade de conhecer o padrão de distribuição do tecido adiposo 
subcutâneo, pelas diferentes regiões anatômicas. 
Como medir 
– Segurar o compasso com a mão direita. 
– Destacar o tecido adiposo das estruturas mais profundas utilizando 
os dedos polegar e indicador da mão esquerda. 
– Segurar a dobra cutânea até a realizar a leitura. 
– Colocar as hastes do compasso de dobras cutâneas 1,0 cm abaixo 
dos dedos que estão segurando a dobra. 
– Manter compassoperpendicular à dobra cutânea. 
– Realizar as medições do lado direito do avaliado. 
– Soltar a pressão das hastes do compasso lentamente 
– Aguardar 2-4 segundos após soltar a pressão das hastes do 
compasso para realizar a leitura da medida. 
– Realizar 03 (três) medidas (ordem rotacional) num mesmo ponto de 
referência. 
– Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da 
dobra cutânea (alguns autores sugerem a média). 
– Quando houver uma diferença superior a 5%, realizar nova série de 
medidas. 
– Variações intra e inter-avaliadores podem ser observadas. 
 
Erros do avaliador: 
• Largar a dobra cutânea. 
• Não colocar o compasso perpendicular à medida. 
• Não respeitar o sentido da medida. 
• Número de repetições da medida. 
• Tempo de leitura da medida. 
• Leitura do compasso. 
Pontos anatômicos mais utilizados 
Tricipital: ponto médio localizado entre o acrômio da escápula e o olécrano na face 
posterior do braço. Medida feita no eixo longitudinal do segmento com o campasso 
perpendicular à esse eixo e com entrada transversal do compasso. 
Bicipital: ponto localizado na face anterior do braço na altura do ponto da medida 
tricipital, memos procedimentos da dobra tricipital e com entrada transversal do 
compasso. 
Subescapular: ponto imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula. Essa 
medida deve ser feita com a entrada do compasso obliquamente ao eixo longitudinal e 
com o compasso perpendicular ao eixo longitudinal. 
Peitoral / Torácica: ponto localizado entre a axila e o mamilo, contudo para 
os homens ela é feita na metade da distância e para as mulheres à um terço da 
distância da linha axilar anterior. A entrada do compasso é feita obliquamente ao eixo 
longitudinal. 
Axilar média: ponto localizado na linha axilar média na altura do processo xifóide. 
Esta medida deve ser feita perpendicular ao longitudinal e com entrada transversal do 
compasso. 
Abdominal: ponto localizado 2 cm à direita da cicatriz umbilical. Esta medida é feita 
de forma longitudinal e com entrada transversal do compasso. 
Supra-ilíaca: ponto localizado a 3 cm do processo ilíaco Ântero-posterior. Esta 
medida deve ser feita com entrada do compasso obliquamente ao eixo longitudinal. 
Coxa medial: ponto médio localizado entre o quadril e a articulação do joelho na face 
anterior da coxa. Esta medida deve ser feita com o compasso perpendicular ao eixo 
longitudinal e entrada transversal. 
Perna: ponto localizado na parte medial ou interna da perna, no ponto de maior 
circunferência. Avaliado deve colocar o pé direito sobre um banco de ± 15 cm de 
altura 
deixando a musculatura relaxada Esta medida deve ser feita com o compasso 
perpendicular ao eixo longitudinal e entrada transversal. 
Equações para a predição da gordura corporal 
 
 
Existem várias equações descritas na literatura, cada equação foi criada para uma 
população específica. Por isso, o avaliador deve escolher a equação que se enquadra 
nas características do avaliado, isso é fundamental. Quando esse fator importante 
na escolha da equação não é levado em consideração, podemos produzir resultados 
distorcidos se usadas em indivíduos diferentes daqueles que fizeram parte da amostra 
que deu origem à equação. Para visualizar equações diferentes daquela que será 
apresentada abaixo, verificar o artigo 4 (Impacto da utilização de diferentes 
compassos de dobras cutâneas para a análise da composição corporal). 
 Como homens e mulheres acumulam gordura corporal em regiões distintas, as 
equações para homens e mulheres irão diferir no que tanje os pontos anatômicos. 
Também é importante ressaltar que algumas equações irão fornerce os dados do 
percentual de gordura direto e outra o de densidade, que teremos que converter em 
percentual de gordura. 
Siglas utilizadas nas equações: 
• D= densidade 
• G%= percentual de gordura 
• AB= dobra do abdômen 
• BC= dobra do bíceps 
• TR= dobra do tríceps 
• CX= dobra da coxa (medial) 
• PN= dobra da perna ou panturrilha 
• PT= dobra peitoral ou torácica 
• AM= dobra axilar média 
• SB= dobra subescapular 
• SI- supra-ilíaca 
Equações para adultos: 
 Homens (N=308) de 18 a 61 anos de idade 
• D = 1,10938 – 0,0008267 x (PT + AB + CX) + 0,0000016 x (PT + AB + 
CX)2 – 0,0002574 x (idade em anos). Jackson e Pollock (1978). 
 
Mulheres (N=249) de 18 a 55 anos de idade 
• D = 1,0994921 – 0,0009929 x (TR + SI + CX) + 0,0000023 x (TR + SI + 
CX)2 – 0,0001392 x (idade em anos). (Jackson, Pollock & Ward, 1980). 
Exemplo de cáculos 
 Considerando um indivíduo com as seguintes características: dobras médias: 
PT: 10.5; AB: 30; CX: 15, sexo masculino, idade 33 anos, peso corporal 84kg, altura: 
1.80m e diâmetros ósseos R: 6.0cm e F: 9.6. 
• Qual o seu percentual de gordura? 
• Qual a quantidade de gordura em Kg? 
• Qual a massa magra em kg? 
• Qual a massa óssea em kg? 
• Qual o peso dos orgãos em kg? 
• Qual o peso da massa muscular em Kg? 
 
 
Como iremos usar a equação de Jackson e Pollock (1978), primeiro iremos 
calcular a densidade. Dada a equação: D = 1,10938 – 0,0008267 x (PT + AB + 
CX) + 0,0000016 x (PT + AB + CX)2 – 0,0002574 x (idade em anos), 
juntamente com as características acima, teremos; 
D= 1,10938 – 0,0008267 x(55) + 0,0000016 x (3025) -0,0002574 x (33), 
D= 1,10938 – 0,0454 + 0.0048 – 0.0084 
D= 1.060 g/ml 
Agora, precisaremos converter esse valor para a gordura corporal; 
G%= [(4,95/DENS)- 4,50] *100 (Siri,1961). 
Sendo assim teremos; 
G%= [(4,95/1.060)- 4,50] *100 
G%= [(4,66)- 4,50] *100 
G%= 0.16 *100 
G%= 16% (percentual de gordura) 
 Agora, precisaremos converter a gordura corporal em percentual para o valor absoluto 
em kg. MG= massa gorda em kg e PC= peso corporal em kg 
MG (kg)= (%G/100) x PC 
MG (kg)= (16/100) x 84 
MG (kg)= 13.44kg 
Para calcular a massa magra, basta subtrair o valor da gordura em kg do peso 
corporal; 
MM (kg) = PC(kg) – MG (kg). MM= massa magra em kg 
MM(kg)= 70.56kg 
Para calcularamos a massa óssea (MO) em kg, que posteriormente, iremos usar para 
calcularmos a massa muscular, iremos usar a fórmula: 
MO(kg) = 3,02 x ([Alt2 ]x R x F x 400) x 0,712 
Sendo, altura em metros, R= diâmetro do punho (biestilóide) em metros e F: diâmetro 
do joelho (biepicondilar) também em metros, sendo assim, teremos; 
MO(kg) = 3,02 x ([1.802 ]x 0.060 x 0.0960 x 400) x 0,712 
MO(kg) = 3,02 x 7.464 x 0,712 
MO (kg) = 16kg 
Para o peso dos orgão ou massa residual (MR), iremos usar uma constante: 
Cálculo da massa residual (Würth, modif. por Pires-Neto,1997) 
Homens: MR= Peso corporal x 0,241 
Mulheres: MR= peso corporal X 0,209; 
Masculino: MR (kg) = PC x 0,241 
MR (kg)= 84 x 0,241 
MR (kg)= 20,2kg 
 
 
 
 
Para o peso da massa muscular em kg, iremos usar a seguinte fórmula: 
MM (kg) = PC – (MG+MO+MR) 
MM(kg)= 84 – (13.44+16.0+20.2) 
MM (kg) = 34.36kg. 
 
 
 
 
Sendo assim, para o indivíduo avaliado com peso corporal de 84kg, temos 16% de 
gordura corporal, sendo a massa gorda 13,44 kg, a massa óssea 16.0 kg, a massa 
residual 20.2 kg e a massa muscular 34.36 kg. Também podemos utilizar as tabelas 
com os valores de referências para o percentual de gordura para homens e mulheres 
para a melhor interpretação dos resultados. 
Tabela 5. Classificação do nível de gordura corporal. 
 
 
 
9.0 AVALIAÇÃO POSTURAL 
Postura é a posição otimizada, mantida com característica automática e espontânea, 
de um organismo em perfeita harmonia com a força gravitacional e predisposta a 
passar do estado de repouso ao estado de movimento (Tribastone, 2001). A boa 
postura proporciona o bom equilíbrio do corpo sobre a base de suporte, com menorgasto energético e com os músculos e articulações em posição alinhada não 
oferecendo risco às estruturas corporais (Tribastone, 2001. Por outra lado, a má 
postura é caractterizada pela relação defeituosa entre as várias partes do corpo que 
produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte e onde ocorre um equilíbrio 
menos eficiente do corpo sobre sua base de suporte (Tribastone, 2001.) 
Avaliação postural 
A avaliação de aspectos posturais dentro da rotina de testes na academia não deve ter 
a pretensão de diagnosticar desvios posturais com o intuito de prescrever exercícios 
corretivos ou qualquer tipo de tratamento, pois isso é uma responsabilidade do 
ortopedista e do fisioterapeuta. Contudo, todos os profissionais que trabalham com 
prescrição de exercícios físicos, precisam saber identificar os desvios posturais com o 
inutito de não agravá-los com a prescrição inadequada de exercícios fisícos. 
Com a utilização do Simetrógrafo (figura 7) poderemos identificar os desvios posturais 
mais evidentes, por meio da observação de pontos anatômicos específicos que 
permitirão identificar possíveis assimetrias decorrentes desta alteração postural. No 
mercado, existem diferentess modelos de simetrógrafos no mercado, inclusive com 
calibração por nivelamento. Também, é importante ressaltar que exitem diferentes 
modelos e tipos de avaliação postural. A avaliação postural por meio da Simetrografia 
é uma das mais utilizadas. 
 
Figura 7. Simetrógrafo e suporte para camêra fotografica. 
 
Como avaliar: 
O método apresentado aqui para avaliação postura é considerado um método 
qualitativo. Para a visualização de outros métodos, recorrer a leitura dos artigos 5 e 6 
(Validade da fotogrametria computadorizada na detecção de escoliose idiopática 
adolescente e Análise comparativa entre avaliação postural visual e por fotogrametria 
computadorizada). 
 
1º Avaliação frontal ou vista anterior 
Avaliação qualitativa, podemos marcar os pontos anatômicos com o intuito de 
melhorar a avaliação. 
Alinhar a linha central do simetrógafo com a ponta do nariz do avaliado. Avaliador se 
posiciona à frente do avaliado, numa distância de três metros. Com a avaliado nessa 
posição a linha central deve coincidir com os seguintes pontos anatômicos: nariz, 
manúbrio, esterno, processo xifóide, linha alba, umbido, sínfise púbica e membros 
inferiores dividido-os em duas partes relativamente proporcionais. Se o alinhamento 
da linha não coincide com os pontos descritos acima, temos um indicativo de 
escoliose, que podemos confimar com a visão posterior. 
Verificar a horizontalidade da cabeça, ombros, cintura/pelve, alinhamento dos joelhos 
(geno valgo e geno varo). 
Verificar o triângulo de TALI, borda lateral da cintura, borda lateral do tórax, face 
interna do braço e face interna do antebraço. Esses segmentos precisam formar um 
triângulo precisam demonstrar certa simetria quando comparado os dois lados 
(indicador de escoliose ou rotação da cintura escapular). 
Podemos verificar com a avaliação frontal os seguintes desvios: escoliose, geno varo, 
geno valgo, pé abduto, pé aduto, pé plano e pé cavo. É importante ressaltar que a 
presença de escoliose será confirmada com a avaliação da vista posterior. 
 
2º Avaliação da vista posterior 
Agora, o alinhamento continua sendo baseado na linha vertical central do 
semitrógrafo, mas o ponto anatômico será o processo espinhoso da sétima vértebra 
cervical (C7). É recomendado marcar esse e outros pontos (e.g. processos espinhosos 
torácicos e lombares, ângulos inferiores das escápulas) antes do início da avaliação. 
Nessa avaliação, podemos confirmar as suspeitas de escoliose, buscando o 
alinhamento da linha central do semitrógrafo com a coluna vertebral do avaliado. 
Assim como o local ou locais desse desvio (i.e. torácico e/ou lombar). 
Podemos verificar com a avaliação da vista posterior: escoliose, rotações de 
escápulas,simetria dos triângulos de TALI, alinhamento da cintura e pregas glúteas, 
alinhamento das pregas poplíteas, geno valgo e geno varo. 
 
3º Avaliação da vista lateral 
O alinhamento do avaliado nessa posição deve ser encontrado alinhando a linha 
central do semitrógrafo com o orifício auricular. Com um bom alinhamento do 
indivíduos, a linha deve coincidir como próprio orifício auricular, o centro da articulação 
do ombro, quadril, levemente à frente do contro da articulação do joelho e à frente do 
maléolo lateral. 
Na valiação com a vista lateral podemos verificar: a projeção dos ombros, verificar a 
posição das escápulas, verificar costa plana, verificar o padrão das curvaturas, 
verificar cifose (hiper e hipo), verificar lordose cervical, verificar hiperlordose e 
hipolordose lombar,verificar os joelhos e os pés, geno flexo que é caracterizado pela 
projeção dos joelhos à frente em relaçao ao plano coronal, geno recurvato que é 
caracterizado pela hiperextensão dos joelhos, pé equino, na posição ortostática (i.e. 
em pé), os calcanhares não tocam o solo. pé calcâneo: na posição ortostática (i.e. em 
pé), a porção anterior dos pés não toca o chão. 
 
Abaixo temos um modelo para a avaliação postural qualitativa 
 
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO OBSERVACIONAL DA POSTURA 
 
NOME:_________________________________________ IDADE:_________ SEXO: 
( ) F ( ) M 
1) VISTA ANTERIOR 
 
• Pés 
( ) varo (D/E) ( ) valgo (D/E) ( ) neutro 
 
• Joelhos 
( ) varo ( ) valgo ( ) neutro 
• Inclinação lateral da pelve (altura das cristas ilíacas) 
( ) direita mais alta ( ) esquerda mais alta ( ) neutra 
• Altura dos ombros 
( ) direito mais alto ( ) esquerdo mais alto ( ) neutro 
• Inclinação da cabeça 
( ) para direita ( ) para esquerda ( ) neutra 
• Rotação da cabeça 
( ) para direita ( ) para esquerda ( ) neutra 
 
2) VISTA POSTERIOR 
 
• Pés 
( ) varo (D/E) ( ) valgo (D/E) ( ) neutro 
 
• Joelhos 
( ) varo ( ) valgo ( ) neutro 
• Coluna lombar 
( ) curvatura convexa à D ( ) curvatura convexa à E ( ) neutra 
• Coluna torácica 
( ) curvatura convexa à D ( ) curvatura convexa à E ( ) neutra 
• Escápulas 
( ) simétricas ( ) abduzidas (D/E) ( ) aduzidas (D/E) ( ) elevada (D/E) 
• Altura dos ombros 
( ) direito mais alto ( ) esquerdo mais alto ( ) neutro 
• Inclinação da cabeça 
( ) para direita ( ) para esquerda ( ) neutra 
• Rotação da cabeça 
( ) para direita ( ) para esquerda ( ) neutra 
 
 
3) VISTA LATERAL DIREITA 
 
• Joelhos 
( ) hiperextensão ( ) em flexão ( ) neutro 
• Pelve 
( ) anteroversão ( ) retroversão ( ) neutra 
• Coluna lombar 
( ) aumento da lordos ( ) diminuição da lordose ( ) neutra 
• Coluna torácica 
( ) retificada ( ) cifose aumentada ( ) neutra 
• Cervical 
( ) retificada ( ) anteriorizada ( ) neutra 
• Ombros 
( ) retraídos ( ) protusos ( ) neutro 
• Cabeça 
( ) posteriorizada ( ) anteriorizada ( ) neutra 
 
4) VISTA LATERAL ESQUERDA 
 
• Joelhos 
( ) hiperextensão ( ) em flexão ( ) neutro• Pelve 
( ) anteroversão ( ) retroversão ( ) neutra 
• Coluna lombar 
( ) aumento da lordose ( ) diminuição da lordose ( ) neutra 
• Coluna torácica 
( ) retificada ( ) cifose aumentada ( ) neutra 
• Cervical 
( ) retificada ( ) anteriorizada ( ) neutra 
• Ombros 
( ) retraídos ( ) protusos ( ) neutro 
• Cabeça 
( ) posteriorizada ( ) anteriorizada ( ) neutra 
 
 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Fonoura, A.S. & Formentin, C.M. Guia Prático de Avaliação Física: uma abordagem 
didática, abrangente e atualizada. Editora Phorte, 2011. 
Guedes, D.P. & Guedes, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em Educação Física. 
Editora Manole, 2006. 
Robergs, R.A. & Roberts, S.O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para 
aptidão, desempenho e saúde. Editora phorte, 2004. 
Thomas, J.R. & Nelson, J. K. Métodos de pesquisa em atividade física. Editora 
Artmed, 2002. 
Tribastone, F. Tratado de exercícios corretivos aplicados à reeducação motora 
postural. Editora Manole, 2001. 
 
 
 
 
UNIDADE II 
 
1.0 FLEXIBILIDADE 
A flexibilidade pode ser definida como a capacidade de movimentar um segmento 
corporal sem ênfase na velocidade, levando uma articulação ou combinação funcional 
de articulações à máxima amplitude de movimentação (Farinatti & Monteiro, 2000). 
Podendo ser caracterizada como a amplitude máxima fisiológica passiva de um dado 
movimento articular. 
 
1.1 Fatores limitantes da flexibilidade 
Níveis específicos de flexibilidade resultam da complacência ou da propriedade de 
mobilidade das articulações. Portanto, envolve a participação simultânea da 
elasticidade dos músculos esqueléticos, da plasticidade dos ligamentos e tendões e 
em menor proporção, da maleabilidade da pele (Guedes & Guedes, 2006). 
Informações disponíveis na literatura sugerem contribuição relativa dos tecidos moles 
na limitação dos movimentos articulares: 
Cápsula articular: 47% 
Músculos esqueléticos e seus envoltórios: 41% 
Tendões e ligamentos: 10% 
Pele: 10% 
1.2 Métodos de avaliação da flexibilidade 
No mercado e na literatura, temos diferentes testes e formas para avaliar a 
flexibilidade, por exemplo, modelos lineares: distância em cm ou polegadas (banco de 
wells), angulares: resultados em graus (goniometria) e adimensionais que nos 
fornecem os resultados por meio de pontos, como o Flexiteste(para este último modelo 
verificar o artigo 1e 2 da unidade II: Avaliação da flexibilidade valores normativos do 
flexiteste dos 5 aos 91 anos de idade e Flexiteste proposição de cinco índices de 
variabilidade da mobilidade articular). 
Teste sentar e alcançar – Banco de Wells 
O avaliado deve estar descalço, irá sentar-se de frente para a base da caixa, com os 
joelhos unidos e estendidos. Colocar as mãos uma sobre a outra e elevar os braços à 
vertical. Inclinar o corpo para frente (flexão de coluna) e com as pontas dos dedos 
tentará alcançar a máxima distância sobre a régua graduada do banco, sem flexionar 
os joelhos ou utilizar movimentos de balanço. Realizar três tentativas e permanecer 
pelo menos dois segundos na posição alcança, o avaliador ao lado do avaliado 
mantendo os joelhos do mesmo estendidos (Figura 1). O resultado é medido a partir 
da maior distância alcançada na escala com as pontas dos dedos. 
 
 
Figura 1. Visão geral do teste sentar e alcançar (Banco de Wells). 
 
 
Tabela 1. Valores de referências para o sexo feminino no teste banco de Wells. 
Idade Fraco Regular Médio Bom Ótimo 
<20 < 24.5 25 - 30.5 31 - 35 36 – 39.5 > 40 
20-29 < 25 25 - 30.5 31 - 34 35 - 38 > 39 
30-39 < 24 25 – 28.5 29 – 33.5 34 – 38.5 > 39 
40-49 < 22.5 22.5 – 28.5 29 – 32.5 33 – 37.5 > 38 
50-59 < 21.5 22 – 27.5 28 – 32.5 33 – 37.5 > 38 
>59 < 21.5 22 – 26.5 26.5 – 31.5 31.5 - 32.5 > 33 
 
Tabela 2. Valores de referências para o sexo masculino no teste banco de Wells. 
Idade Fraco Regular Médio Bom Ótimo 
<20 < 24 24.5 - 29 20 - 34 34.5 – 39 > 39.5 
20-29 < 23.5 24 - 28.5 28.5 – 32.5 33 - 37 > 37.5 
30-39 < 21.5 22 – 27 27 – 31 31 – 36.5 > 37 
40-49 < 18.5 19 – 23.5 24 – 29 29.9 – 34.5 > 35 
50-59 < 17 17.5 – 21.5 22 – 27.4 28 – 33 > 33.5 
>59 < 15.5 16 – 21 21 – 26 26.5- 31 > 31.5 
 
Goniometria 
Para obter as medidas angulares associadas à flexibilidade pode-se recorrer aos 
chamados procedimentos diretos e indiretos. Nos meios diretos, é registrado o ângulo 
formado pelos segmentos ósseos envolvidos no movimento usando radiografia ou 
ressonâncoa magnética. Por outro lado, os procedimentos indiretos determina o 
ângulo de deslocamento observado no movimento de amplitude articular usando 
equipamentos de fácil manuseio como goniômetros e flexômetros (Guedes & Guedes, 
2006). 
Para obter medidas angulares com o goniômetro, as hastes do goniômetro devem 
estar alinhadas com os segmentos proximais e distais da articulação que está sendo 
medida. A haste fixa é ajustada ao segmento que não irá se mover e a haste móvel 
acompanha o segmento comporal que irá mover-se- Para orientar o alinhamento das 
hastes é recomendado utilizar as referências anatômicas com relação à estrutura 
óssea demarcadas com lápis dermográficos. O eixo do goniometro deve coincidir com 
o local aproximado do centro da articulação. Com o equipamento ajustado e 
explicação prévia, pede-se ao avaliado para realizar o movimento articular até o limite 
máximo ( Figura 2). Após o teste, podemos comparar o escore obtido com os valores 
de referências para homens e mulheres numa tabela específica. 
 
 
Figura 2. Visão geral do uso da goniometria para avaliação da fleixibilidade na 
articulação do quadril. 
 
Tabela 3. Valores de referências dos movimentos articulares para homens e mulheres 
(Adaptado de Guedes & Gudes, 2006). 
 
 
 
2.0 POTÊNCIA ANAERÓBIA 
 
 
Com relação à potência anaeróbia, podemos dizer que é o trabalho muscular 
realizado por unidade de tempo, enquanto a quantidade total de trabalho muscular 
realizado nos testes de esforço físico é denominado capacidade anaeróbia. 
Métodos de avaliação da potência anaeróbia 
Testes de degraus – Margaria 
Teste que oferece informações por meio da potência produzida pelo avaliado ao subir 
degraus de uma escada em velocidade máxima. Utilizar um lance de escadas de pelo 
menos doze degraus. O ponto de partida ficará à 6 m antes do primeiro degrau e o 
avaliador deverá assinalar o o terceiro, o sexto e o nono degrau. O avaliado será 
instruído a percorrer a distância o mais rápido possível partindo dos 6 m antes do 
primeiro degrau percorrendo os nove degraus, três deles por vez, ou seja pisando nos 
degraus marcados (i.e. 3º, 6º e 9º) (Figura 3). Resgitra-se o tempo, mas é necessário 
um cronômetro com definição em milésimos. 
 
Figura 3. Visão geral do teste Margaria. Adaptado de Guedes & Guedes, 2006. 
 
 
Para o cáculo utiliza-se a seguinte expressão: 
P An (kgm/s) = (peso corporal x distância x 9.8) / tempo 
P An: potência anaeróbia em kgm/s 
Distância: distância vertical percorrida pelo avaliado expressa em metros 
9.8: refere-se à aceleração da gravida (i.e. 9.8m/s) 
Tempo: tempo que o avaliado percorreu do 3º ao 9º degraus 
Um avaliado, peso corporal 82 kg , que percorreu do 3º ao 9º degraus em 0.741s e 
distância vertical 2.2 m, qual será a sua potência anaeróbia? 
P An (kgm/s) = (82 x 2.2 x 9.8) / 0.741 
P An (kgm/s) = 2.385 kgm/s 
Outro teste de laboratório muito utilizado para avaliar a potência anaeróbia é 
conhecido como Teste Wingate que é realizado no cicloergômetro de frenagem 
mecânica ou eletromagnética adaptado com dispositivo eletrônico para contagem de 
rotações dos pedais. Ler o artigo 3 da unidade II (Desempenho da potência anaeróbia 
em atletas de elite do mountain bike submetidosà suplementação aguda de creatina). 
 
 
4.0 AGILIDADE 
Ao se definir agilidade como a capacidade de mudar a posição do corpo no espaço, do 
ponto de vista de desempenho motor e em razão de o repertório de possíveis 
mudanças de posição do corpo no espaço ser extremamente grande, são encontradas 
enormes dificuldades para padronizar tarefas motoras que possam oferecer algum 
indicador dessa variável. Dessa maneira, os especialistas na área a definem como a 
capacidade de o avaliado mudar a direção do corpo movendo-se de um ponto a outro 
o mais rápido possível (Guedes & Guedes, 2006). 
 
Métodos de avaliação da agilidade 
“Shutlle run” (corrida de ir e vir) 
Esse teste consite na avaliação da agilidade neuro-motora e da velocidade. Para tal, 
serão usado 02 (dois) blocos de madeira (5cm x 5cm x 10cm): 01 (um) cronômetro e 
espaço livre de obstáculos. 
 
Ante do início do teste, 0(a) avaliado(a) coloca-se em afastamento ântero-posterior 
das pernas, com o pé anterior o mais próximo possível da linha de saída. O início do 
teste é por meio da voz de comando do avaliado: "Prepara!.... Vai!" o(a) avaliador (a) 
inicia o teste com o acionamento concomitante do cronômetro. O(a) avaliado(a) em 
ação simultânea, corre à máxima velocidade até os blocos dispostos equidistantes da 
linha de saída à 9,14m (nove metros e quatorze centímetros) de distância. Chegenado 
ao bloco, pega um deles e retorna ao ponto de partida, depositando esse bloco atrás 
da linha. Em seguida, sem interromper a corrida, vai à busca do segundo bloco, 
procedendo da mesma forma. Ao pegar ou deixar o bloco, o(a) candidato(a) terá que 
cumprir uma regra básica do teste, ou seja, transpor pelo menos um dos pés as linhas 
que limitam o espaço demarcado. O bloco não deve ser jogado, mas sim, colocado ao 
solo. O cronômetro é travado quando o(a) candidato(a) coloca o último bloco no solo e 
ultrapassa com pelo menos um dos pés a linha final (Figura 4). Para interpretar o 
escore existem tabelas de valores de referências em segundos para o masculino e 
feminino. 
 
 
Figura 4. Visão geral do teste de agilidade " Shuttle Run". 
 
 
5.0 FORÇA MUSCULAR 
A força muscular pode ser definida como a máxima força (tensão) exercicida por um 
músculo ou grupo muscular em uma velocidade determinada. A medida e avaliação da 
força tem aplicação no monitoramento da melhora durante um programa que tenha 
como intuito o aumento da força muscular do avaliado. Levando-se em consideração 
que os pogramas de treinamento de força são utilizados por indivíduos de todas as 
idades e diferentes níveis de aptidão física, a avaliação correta da força muscular é 
uma necessidade (Robergs & Roberts, 2006). 
Métodos de avaliação da força muscular 
Força isométrica (Dinamometria) 
Um dinamômetro é o equipamento utilizado para a mediar a força isométrica (i.e. 
estática). Eles geralmente têm uma alavanca ajustável para que se adaptem aos 
diferentes tamanhos. Dessa maneira, existem dinamômetros de diferentes tamanhos 
para avaliar a pressão manual, a musculatura dorsal e dos membros inferiores (Figura 
5). Lembre-se de verificar se os ponteiros do dinamômetro se encontram no ponto 
zero da escala de medida. É importante ressaltar, que hoje temos dinamômetros 
isocinéticos, que permite a análise de um movimento dinâmico com velocidade 
controlado em graus/segundo (Artigo 4 - Avaliação isocinética dos joelhos de atletas). 
 
 
Figura 5. Dinamômetros para avaliação da força muscular estática. 
Teste de pressão manual 
Dependendo do dinamômetro utilizado o avaliado se posicionará sentado ou em pé. 
Para a realização do teste em pé, o indivíduo permancerá com afastamento lateral das 
pernas e os braços no prolongamento do corpo. Punho e antebração em pronação, 
segurando o dinamômetro confortavelmente e com a escala de medida de frente para 
o avaliador. 
No teste sentado, o avaliado realizará o teste em uma cadeira, de preferência com 
apoio para o antebraço. Cotovelo flexionado a 90°, antebraço em posição neutra, 
punho entre 0° e 30º graus extensão (figura 6B). 
Em ambos os casos, a barra móvel do dinamômetro deve ser ajustada ao tamanho da 
mão do avaliado para que fique apoiada à altura da segunda falange dos quatro 
últimos dedos e a barra de apoio próxima às cabeças dos quatro últimos metacarpos. 
Nessas posições, solicitar ao avaliado que realize a maior tensão possível. Durante a 
execução da pressão não será permitido permitido nenhum movimento das 
articulações adjacentes e também evitar a ação do polegar na pressão manual. O 
avaliado irá reallizar três tentativas máximas de forma alternada, podendo ser avaliado 
ambos os membros quando for importante. Cada tentativa pode ser realizada com um 
intervalo mínimo de 30 segundos. 
 
Tração lombar 
Nesse teste o avaliado posiciona-se em pé sobre a plataforma do dinamômetro, com 
os joelhos completamente estendidos, tronco flexionado à frente fomando um ângulo 
aproximado de 120º (e.g. ângulo do tronco e membros inferiores). A cabeça deve 
acompanhar o prolongamento do do tronco com olhar fixo à frente. O cabo do 
dinamômetro deve ser ajustado de modo que o avaliado o segure com ambos os 
cotovelos estendidos e com a barra um pouco acima da articulação do joelho. A 
empunhadura é mista, sendo uma das mãos com empunhadura palmar e a outra 
dorsal (Figura 6A). 
Para a avaliação e interpretação do testes recorre-se à uma tabela com os indicadores 
de força estática para homens e mulheres em diferentes teste com a técnica de 
dinamometria. 
 
 
Figura 6. Visão geral dos testes com dinamometria. A- Tração lombar e B- Pressão 
manual sentado. 
 
Teste de força dinâmica máxima (1 RM) 
A força muscular também poder ser avaliada de maneira dinâmica com pesos livres ou 
aparelhos de musculação. Um dos testes mais conhecidos para tal avaliação é o teste 
de uma repetição máxima (1 RM), que consiste na quantidade máxima de peso em 
quilogramas que o avaliado consegue levantar em um ciclo completo do movimento ou 
uma repetição máxima. Além de avaliarmos a força muscular, podemos prescrever 
modelos de treinamento com cargas relativas ao 1 RM (ver artigo 5 da unidade II - 
Percentuais de 1RM e alometria na prescrição de exercícios resistidos). 
Outra coisa importante desse teste é lembrar do efeito de aprendizagem e da figua 1 
da unidade I. Leva-se um tempo (e.g. três testes) para o valor de força estabilizar e 
precisamos realizar mais de um teste com intervalos de 72 horas para aferirmos a 
força muscular de maneira confiável. 
Os procedimentos à seguir podem ser adotados para qualquer teste de 1 RM que 
envolva pesos livres ou aparelhos: 
Aquecimento geral: cinco minutos em bicleta ergométrica e/ou esteira em uma 
velocidade confortável para o avaliado entre 20-25km/h na bicicleta e 6-8km/h na 
esteira. Não é recomendado o uso de alongamento antes do teste. 
Aquecimento específico: o avaliado irá realizar uma série com 8 repetições com 50% 
da carga máxima estimada na familiarização ou no teste anterior. Após essa série, 
será dado um intervalo de 2 minutos e o avaliado irá realizar uma segunda série com 3 
repetições 70% da carga máxima entre a segunda série e a primeira tentativa, seá 
dado um intervalo de 3 minutos. 
Número de tentativas: no máximo cinco tentativas e com intervalos entre 3-5 minutos a 
cada tentativa, não existe regra fixa para o aumento de carga entre uma tentativa e 
outra, o peso será aumentado de acordo com o feedback do avaliado. O valor de 1 RM 
será a máxima quantidade de peso levantada em uma das cinco tentativas. 
É fundamental para realizar esse teste a presença de dois avaliadores. Abaixo, nas 
tabelas 4 e 5, com o peso levantado em kg no teste dividido pelo peso corporal do 
indivíduo (e.g. 1RM/peso corporal) podemos classificar o nível de força do avaliado 
nos testes realizados nos exercícios supino horizontal com barra e leg-press. 
 
Tabela 4. Índices de força máxima dinâmica em adultos baseado na relação 1RM e 
peso corporal( 1RM kg / peso corporal kg) no exercício supino horizontal com barra. 
Idade (anos) 
Mulheres 
Classificação 20-29 30-39 40-49 50-59 >60 
Excelente >0.78 >0.66 >0.61 >0.54 > 0.55 
Bom 0.72 – 0.71 0.62 – 0.65 0.57 – 0.60 0.51 – 0.53 0.51 – 0.54 
Mediano 0.59 – 0.71 0.53 – 0.61 0.48 – 0.56 0.43 – 0.50 0.41 – 0.50 
Regular 0.53 – 0.58 0.49 – 0.52 0.44 – 0.47 0.40 – 0.42 0.37 – 0.40 
Baixo < 0.52 < 0.48 < 0.43 < 0.39 < 0.36 
Idade (anos) 
Homens 
Classificação 20-29 30-39 40-49 50-59 >60 
Excelente > 1.26 > 1.08 > 0.97 >0.86 > 0. 0.78 
Bom 1.17 – 1.25 1.01 – 1.07 0.91 – 0.96 0.81- 0.85 0.74 – 0.77 
Mediano 0.97 – 1.16 0.86 - 1.00 0.78 – 0.90 0.70 – 0.80 0.64 – 0.73 
Regular 0.88 – 0.96 0.79 – 0.85 0.72 – 0.77 0.65 – 0.69 0.60 – 0.63 
Regular < 0.87 < 0.78 < 0.71 < 0.64 < 0.59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 5. Índices de força máxima dinâmica em adultos baseado na relação 1RM e 
peso corporal ( 1RM kg / peso corporal kg) no exercício leg-press horizontal. 
Idade (anos) 
Mulheres 
Classificação 20-29 30-39 40-49 50-59 >60 
Excelente > 1.63 > 1.42 > 1.32 > 1.26 > 1.15 
Bom 1.54 – 1.62 1.35 – 1.41 1.26 - 1.31 1.13 – 1.25 1.08 – 1.14 
Mediano 1.35 – 1.53 1.20 – 1.34 1.12 – 1.25 0.99 – 1.12 0.92 – 1.07 
Regular 1.26 – 1.34 1.13 – 1.19 1.06 – 1.11 0.86 – 0.98 0.85 – 0.91 
Baixo < 1.25 < 1.12 < 1.05 < 0.85 < 0.84 
Idade (anos) 
Homens 
Classificação 20-29 30-39 40-49 50-59 >60 
Excelente > 2.08 > 1.88 > 1.76 >0.1.66 > 1.56 
Bom 2.00 – 2.07 1.80 – 1.87 1.70 – 1.75 1.60- 1.65 1.50 – 1.55 
Mediano 1.83 – 1.99 1.63 - 1.79 1.56 – 1.69 1.46 – 1.59 1.37 – 1.49 
Regular 1.65 – 1.82 1.55 – 1.62 1.50 – 1.55 1.40 – 1.45 1.31 – 1.36 
Regular < 1.64 < 1.54 < 1.49 < 1.39 < 1.30 
 
 
6.0 POTÊNCIA E RESISTÊNCIA AERÓBIA 
 
 
Tradicionalmente o teste utilizado para a medida da resitência aeróbia é conhecido 
como teste de VO2máx. Em um teste de VO2máx iremos avaliar o consumo máximo de 
oxigênio ou o VO2máx. O VO2máx é a medida mais exata que dispomos para avaliarmos 
a potência aeróbia de um indivíduo ao realizar uma atividade física. E também é muito 
utilizado no processo de reabilitação cardíaca. Podemos defini-lo como a quantidade 
de oxigênio que um indivíduo consegue extrair do ar ao nível dos alvéolos e 
transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular em uma unidade de tempo. E 
importante ressaltar que o consumo de oxigênio pode variar de acordo com idade o 
sexo do avaliado, a composição corporal, a hereditariedade, a especificidade e o nível 
de treinamento. 
Para a determinação do VO2máx pode-se utilizar o método direto, por meio da 
ergoespirometria. Com medidas da ventilação pulmonar por fluxômetro e considerando 
as porcentagens constantes de oxigênio e dióxido de carbono inspirados, as 
diferenças entre as medidas obtidas no ar expirado e no ar inspirado possibilitam 
estabelecer informações sobre a quantidade de oxigênio e de dióxido de carbono 
produzida (i.e. troca gasosa) (Guedes & Guedes, 2006). O VO2máx será identificado 
quando em função do aumento da carga ocorrer um platô no consumo de oxigênio no 
gráfico de análise. Nesse momento, é considerado o limite fisiológico associado ao 
sistema de fornecimento de energia aeróbia. 
Além do platô, podemos considerar outros fatores para interrupção do teste: 
a) razão de troca respiratórias maior que 1:1; 
b) frequencia cardíaca máxima próxima ou acima da prevista para a idade; 
c) lactato sanguíneo acima de 8mmol; 
d) aumento no consumo de oxigênio menor que 2 mL/kg/min para aumentos de 
intensidade da carga entre 5 e 10%. 
 
Testes de campo para diferente níveis de condicionamento físico 
 
Caminhada/ Corrida de 12 minutos – Cooper 
Esse teste pode ser realizado para avaliados de ambos os sexo com idades entre 10-
74 anos de idade. Essa nova versão do teste de Cooper o avaliado pode percorrer a 
distância correndo e/ou andando a maior distância possível em 12 min. Baseado na 
distância percorrida em km, estima-se o VO2máx por meio da expressão: 
VO2máx. Ml/kg/min = (22.351 x distância (km)) -11.288 
 
No caso de um avaliado percorrer a distância de 2030m (2.03km) em 12 minutos: 
=VO2máx. Ml/kg/min = (22.351 x distância (km)) -11.288 
=VO2máx. Ml/kg/min = (22.351 x 2.03) -11.288 
=VO2máx. Ml/kg/min = (22.351 x distância (km)) -11.288 
=VO2máx. Ml/kg/min = 45.372 -11.288 
= VO2máx. Ml/kg/min = 34.084 
Para a classificação do nível de VO2máx precisamos recorrer à uma tabela de 
classificação de acordo com o sexo, a idade e o VO2máx alcançado no teste (Tabela 6) 
No artigo 6 (Correlação entre as medidas direta e indireta do VO2máx em atletas de 
futsal) é apresentado outro teste de campo e a sua comparação com a medida direta 
do VO2máx. 
 
Tabela 6. Valores de referências do VO2máx para homens e mulheres. 
 
 
7.0 EQUILIBRIO 
 
É a habilidade que permite o indivíduo manter o sistema músculo esquelético em uma 
posição estática eficaz e controlar uma postura eficiente, quando em movimento. 
Os principais fatores que influenciam são: 
- tônus muscular 
- funcionamento das estruturas do ouvido interno (canais semi-circulares) 
- percepção visual 
- sistema nervoso central 
O equilíbrio divide-se em equilíbrio dinâmico e estático: 
Estático: dizemos que o equilíbrio é estático quando o indivíduo consegue manter o 
sistema músculo esquelético em uma posição eficaz. 
Dinâmico: dizemos que o equilíbrio é dinâmico quando o indivíduo consegue manter 
em movimento, uma postura eficiente. 
 
Métodos de avaliação em equilíbrio 
Posição flamingo 
Teste associado ao equilíbrio com manutenção em um único pé sobre uma trave com 
dimensões reduzidas. Os equipamentos utilizados são cronômetro com característica 
de não-regressão automática ao ponto zero, para que seja possível acioná-lo, travá-lo 
e acioná-lo novamente para registros de tempos consecutivos, trave de aço ou 
madeira com dimensões de 50 cm de comprimento, 3 cm de largura 4 cm distante do 
solo, precisa ser revestida com material antiderrapante. 
O avaliado irá se apoiar sobre um dos pés no eixo longitudinal da trave, com o joelho 
da perna livre flexionado, o pe mantido à altura dos glúteos com o auxílio da mão do 
mesmo lado, procurando imitar a posição de um flamingo ( Figura 7). Nessa posição, 
ele tentará manter o equilíbrio por 60 segundos, anes do início do teste o avaliador 
ajudará na manutenção da posição. Quando o avaliado abandonar o apoio começa o 
registo do tempo no cronômetro, que deverá ser travado e adicionado uma penalidade 
a cada perda de equilíbrio do avaliado, sempre repetindo o procedimento até 
completar 60 segundos. O valor do testo será dado por meio do número de 
penalidades durante o período. No caso de três penalidade, o escore do teste é três e 
baseado na idade e no gênero em uma tabela para faixa etária entre 12-17 anos, 
podemos fazer a interpretação. 
 
 
Figura 7. Teste de equilíbrio na posição flamingo. Adaptado de Guedes & Guedes, 
2006. 
Outro teste importante para a avaliação do equilíbrio é usado por meio da escala de 
Berg, que pode ser usada para idosos, que são muito acometidos pela falta de 
equilíbrio ( ver artigo da unidade II, Aplicação da escala de equilíbrio de Berg para 
verificação de equilíbrio de idosos em diferentes fases do envelhecimento). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FARINATTI, P. T. V., MONTEIRO, W. D. Fisiologia e Avaliação Funcional. Rio de 
janeiro. Editora Sprint, 2000. 
Guedes, D.P. & Guedes, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em Educação Física. 
Editora Manole, 2006. 
Robergs, R.A. & Roberts, S.O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para 
aptidão, desempenho e saúde. Editora phorte, 2004.

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