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PCC Asp Antr Soc da Educacao

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS
FERNANDA SANTOS DE SOUZA
PCC ÚNICO DE ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
Rio de Janeiro
2022
INTRODUÇÃO
Quando abordamos o assunto “Educação Inclusiva”, ainda atualmente, encontramos resistência e falta de informação e preparo por parte das unidades escolares e docentes.
Por mais que esse assunto esteja em alta nas conversas, formações e mídias sociais, ainda existe uma grande parte dos integrantes da educação que desconhece ou ainda que tem o conhecimento da teoria, mas a falta de recursos e pessoal capacitado para realizar um atendimento multidisciplinar, desfavorece a criança.
Quando nos deparamos com a realidade da educação pública, percebemos que muitos dos alunos incluídos não possuem o atendimento especializado, na unidade escolar e muitas vezes no sistema público de saúde. As famílias também encontram dificuldade para compreender e por sua vez poder ajudar esse aluno em sua caminhada para o aprendizado.
O aluno incluído está em sala com todos os outros alunos e muitas vezes sem o apoio de um agente de educação especial para que possa mediar sua jornada escolar com os demais professores que o atendem. 
As escolas estão sendo organizadas para serem mais acessíveis e mais estruturadas para receber esses alunos, mas ainda assim encontramos dificuldades na logística do dia a dia nas instituições como: elevadores quebrados, mesas e cadeiras sem a devida adaptação, falta ou inexistência de material adaptado e sala de recursos, falta de mediadores com formação e capacitação no atendimento ao educando, dentre outras dificuldades encontradas no ambiente escolar.
O direito a aprendizagem exige que muito se deva ser feito e organizado para garantir o acesso a educação plena e de qualidade a esses alunos como a todos os outros, mas ainda encontramos muitas barreiras a serem transpassadas com mais capacitações e recursos aos profissionais e famílias da comunidade escolar.
PROJETO EDUCATIVO: O JEITO DE OLHAR
Para a implementação de um projeto educativo fundamentado nos princípios da inclusão escolar, primeiro precisamos apresentar a comunidade escolar o que é a inclusão na prática.
Uma semana com palestras e atividades adaptadas onde os participantes possam viver na pele a realidade de diversos tipos de inclusão pode ser um disparador para o projeto educativo.
Nessa semana, a escola pode oferecer além de palestras com profissionais que atuam diretamente com diversos tipos de transtornos, deficiências e altas habilidades podem ser convidados para mesas redondas, conversas e debates. Os participantes devem ser as famílias e os alunos daquela unidade escolar, o engajamento dos alunos na elaboração de circuitos, atividades, vídeos e outras formas de inserir as dificuldades encontradas pelos alunos incluídos trará um novo olhar para a realidade dos que tanto são excluídos e marginalizados, tanto na sociedade quanto na escola.
Outra ação a ser implantada para o projeto poderá ser a exposição de trabalhos desses alunos, como uma exibição de obras de arte, onde o evento terá o nome do projeto, a ambientação e organização das atividades poderá ser pelos segmentos ou até mesmo por cada grupo de atendimento na instituição de ensino. Nessa mostra de trabalhos realizados podem estar apresentadas esculturas, textos e gravuras, telas e o que mais a criatividade dos professores e alunos puderem alcançar. O momento em que eles são vistos e ouvidos através da sua expressão e arte, também poderá ser gravada a execução e confecção de cada obra e ser passada como making off da mostra do trabalho. Quando é oferecido espaço e voz aos alunos incluídos, acontece a validação de suas ações e do que eles têm de visão de mundo e do que tem para oferecer a sociedade.
Nome do Projeto: Jeito de Olhar
Tema a ser trabalhado: O indivíduo como ele é
Período em que o projeto será trabalhado: Um bimestre
Séries ou anos que serão contemplados pelo projeto 6º ao 9º ano
Objetivos do projeto:
Objetivo geral: Conhecer a realidade e visão de mundo da pessoa com deficiência
Objetivos específicos:
Conhecer os tipos de deficiência dos alunos incluídos matriculados do 6º ao 9º ano 
Aprender a forma como cada aluno aprende e suas limitações
Reconhecer os alunos incluídos como parte da turma/escola
Acolher e ajudar os alunos nas atividades propostas
Pesquisar sobre cada tipo de deficiência apresentada
Elaborar circuitos, vídeos, atividades e material para apresentação
Participar das palestras, debates e demais atividades propostas
Justificativa do projeto
Cada ser humano é único e merece respeito, para que isso aconteça de forma mais efetiva e palpável, devemos conhecer a realidade do outro que é diferente de nós em diversos aspectos, mas é muito parecido. Os alunos incluídos devem ser efetivamente incluídos e integrados no ambiente escolar, não só de forma estrutural, mas de forma afetiva. Os alunos e famílias devem ser apresentados aos conhecimentos necessários para a construção de uma sociedade mais justa e aberta a acolher e respeitar as diferenças.
Metodologia Estratégica
As turmas serão confrontadas com curtas, filmes e charges que retratem diversos tipos de deficiência. Dessa forma, cada segmento do 6º ao 9º ano do ensino fundamental fará um trabalho de acordo com as deficiências dos alunos matriculados nesse segmento.
A separação deverá ser feita com base nos interesses e disponibilidades dos professores e agentes educadores.
Cada turma deverá produzir material para a culminância do projeto e os alunos incluídos terão participação efetiva na produção, incluindo a confecção dos próprios trabalhos mediante o interesse de cada um. Poderão ser obras de arte, esculturas, música, dramatização, vídeos e podcasts sobre eles e a vida deles.
Serão propostas atividades em que a comunidade escolar e as equipes multidisciplinares possam atuar, caberá aos grupos a pesquisa e a busca por esses profissionais, mediados pelos professores e equipe gestora.
A supervisão das atividades e a realização delas deverá ocorrer nos períodos letivos e incluídas no planejamento das matérias, como por exemplo: história da pessoa com deficiência, logística e infraestrutura da cidade e dos espaços públicos adaptados para os diferentes tipos de deficiência, textos e contos que relatem a desigualdade e a luta para a educação inclusiva, estatísticas das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, acesso a universidade e outras atuações na sociedade, conhecimento da estrutura neurológica e biológica já conhecida sobre as deficiências, dentre outros.
As turmas poderão usar recursos das mídias sociais, padlet, blog e outros para acompanhar a construção do projeto ao longo dos bimestres subsequentes a realização do projeto e sua culminância.
Avaliação das atividades realizadas
Os professores deverão avaliar o empenho, participação e apresentação das atividades na culminância do projeto.
Cada segmento deverá apresentar o projeto e executar no dia da culminância, além de apresentar o registro escrito do trabalho para confecção do projeto por escrito.
As obras e trabalhos apresentados na Galeria dos alunos incluídos deverá ser registrada e se o material puder ser arquivado, deverá ser feito o registro.
Cada integrante do grupo será avaliado individualmente e coletivamente na elaboração, participação, apresentação e entrega do material.
Referências:
CÚRRICULO CARIOCA. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/web/rioeduca/exibeconteudo/?id=10885079
BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Ao observarmos a relação entre os direitos já adquiridos na educação inclusiva e a realidade, vemos que ainda há território a percorrer e muito o que ser aprendido e formado em nossa sociedade.
	Precisamos buscar a formação continuada e apoio multidisciplinar para tratar as questões e projetos que trabalhem a inclusão ao longo de todo ano letivo, mudando o jeito de olhar para a pessoa como um todo e nãorotulando-a pela sua limitação ou altas habilidades.
	Quando implantamos um projeto dessa magnitude, toda a comunidade escolar é afetada, a médio e longo prazo conseguimos conscientizar a sociedade como um todo.
Ao delegar responsabilidades e o ensinamento para as crianças e adolescentes, vamos conseguir que eles se tornem mais tolerantes e mais humanos através do conhecimento e da educação do olhar para com o outro.
REFERÊNCIAS
ALVES, Taiane. Et al. O papel da família e do educador na inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 09, Vol. 05, pp. 150-162. Setembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-da-familia, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-da-familia
BATISTA, Leticia Alves; CARDOSO, Maykon Dhones de Oliveira. Educação Inclusiva: desafios e percepções na contemporaneidade. Revista Educação Pública, v. 20, nº 44, 17 de novembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/44/educacao-inclusiva-desafios-e-percepcoes-na-contemporaneidade

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