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AVALIAÇÃO LET09537

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AVALIAÇÃO EM DUPLA – LET09537
TOTAL DE PONTOS: 3/10
Critérios de avaliação:
- Evidência de leitura (não senso-comunal)
- Organização da resposta, a estrutura do texto
- Adequação à prosa acadêmica
- Respondeu à pergunta/questão?
Selecione 3 das questões abaixo e redija sua resposta (em português ou inglês), com base (1) nas leituras indicadas, (2) nas tarefas realizadas e (3) nas discussões feitas em aula. (cada questão vale 1 ponto)
1- J. Luís Fiorin menciona a expressão “princípio de classificação” em seu capítulo sobre signos. Explique.
2- Qual crítica podemos construir sobre tradução, recorrendo às metáforas dos vagões de trem e do palimpsesto apresentadas por Rosemary Arrojo no livro Oficina de tradução?
Na metáfora dos vagões de trem, temos uma comparação entre as palavras em uma frase e uma fila de vagões. A carga pode ser distribuída irregularmente, portanto, um vagão pode carregar muito ou pouco ou haver a necessidade da carga ser dividida entre vários vagões. Fazendo uma conexão com os vagões, as palavras também podem conter muitos conceitos ou precisar se juntar a outras para ter significado. Nos vagões, não importam quais carregam qual conteúdo, nem a sua sequência, mas o fato de que tudo chega ao destino final. Se tivermos esta metáfora como base na tradução, haverá o acordo de que é possível transportar e transferir o texto fonte para o idioma de destino, o que é uma prática desatualizada e bastante limitada. O fundamental na tradução seria que cada componente original e significativo chegasse ao idioma de destino. 
Na metáfora do palimpsesto, que é um texto muito antigo no qual a escrita foi removida e coberta ou substituída por uma nova escrita, temos a ideia de que a tradução é uma máquina de significados. Traduzir não seria transferir, um processo transparente no qual é possível ver totalmente o que era antes, como na metáfora dos vagões de trem. Traduzir é fazer de novo, ser autora de um texto novo; entre o texto original e o segundo texto há opacidade. Cada idioma tem suas particularidades, então o papel do tradutor é encontrar uma ponte entre os dois idiomas. Existe um compromisso ético com o texto original em que o tradutor deve tentar repetir, mas precisa estar ciente de que a repetição total não é possível, pois existe diferença entre os dois sistemas de signo (idiomas), que são incontornáveis na maior parte do tempo. Nessa metáfora, o tradutor desempenha um papel muito mais ativo na tradução de um texto, pois o conteúdo a ser traduzido é baseado em sua leitura interpretativa.
3- Como a concepção de língua proposta por Ingedore Koch no livro “Desvendando os segredos do texto” pode ser articulada com nossa concepção sobre tradução?
A autora desconstrói 3 concepções de língua: a ideia de língua como instrumento de comunicação, pois ela não é apenas isso; a concepção de língua como representação do pensamento (o uso da língua não dá conta de tudo que eu penso, não existe uma separação entre pensamento e linguagem, e sem a linguagem nós não pensamos então não é possível dissociar uma coisa da outra); e a da língua como espelho do mundo/realidade (tem coisas que existem e que o fato de não constarem na nossa língua fazem com que não exista para nós, por exemplo, apesar de não existir várias denominações de branco, não significa que não existam). O real é maior do que nós conseguimos falar sobre ele, então a língua não é espelho daquilo que existe, mas sim uma porção menor daquilo que existe pois só representa a realidade em que eu vivo. E cada língua recorta o real ao seu próprio modo (de acordo com suas próprias realidades) e por isso que quanto mais língua nós falamos, mais ampliamos a possibilidade de conhecer o que há - que nunca vai se esgotar. Ingedore propõe que língua é lugar de interação, é uma prática social, onde se dão as construções da narrativa, onde se constrói a realidade. Toda disputa social é construída na língua. Então, se tivermos como base a ideia de língua como construção social e representação do pensamento temos uma ideia de tradução como transferência, transposição de sentido, como na metáfora dos vagões de trem. Devemos criticar essa visão limitada, pois a língua como prática social é ter a concepção de tradução com diversos sentidos, diferentes interpretações, um texto interagindo com o leitor e um processo de fazer de novo. A tradução é o que acreditamos que o original é, e não meramente uma transferência do texto fonte para o idioma de destino.
4- “A realidade só tem existência para os homens quando é nomeada.” Explique esta afirmação de Fiorin, no capítulo Teoria dos Signos, do Livro Introdução à Linguística I – objetos Teóricos (2002) e indique (com explicação) também as características (ou propriedades) do signo linguístico. 
 Fiorin nesse texto cita Lewis Carroll (retirado de Através do espelho e o que Alice encontrou lá) e através desse trecho, reflete sobre o fato de Alice não conseguir apreender as coisas à sua volta por elas não terem nome. Fiorin afirma que só percebemos no mundo o que nossa língua nomeia” (FIORIN, 2005, p. 55). A princípio, pode-se ter dificuldade de imaginar uma situação não-fictícia que ilustre bem esse fenômeno, mas tomemos uma entrevista de uma mulher refugiada da Coreia do Norte, como exemplo. Tal mulher alegou ter se assustado quando viu pela primeira vez pessoas do mesmo sexo se beijando, já que não sabia que isso era possível e que nem mesmo existia palavra para isso em sua língua nativa. Quando pesquisamos mais sobre esse fenômeno, vemos que não é um caso isolado. Também há outra matéria sobre um desertor homosexual que só se “compreendeu” quando deixou o país. Ele foi casado com uma mulher, mas nunca sentiu atração por ela, e por isso achava que algo estava errado. Também afirmou que “Na Coreia do Norte, se um homem diz que não gosta de uma mulher, as pessoas pensam que ele está doente.". Na matéria é mencionado que são vários os casos de desertores que se surpreenderam e tiveram dificuldade de entender o conceito de homosexualidade ao deixarem a Coreia do Norte, o que só reafirma a teoria de Fiorin de que nós só entendemos aquilo que nossa língua nomeia. A língua seria uma representação do real e criaria uma realidade para tentar categorizar o mundo. Como homossexualidade não é algo presente na língua dessas pessoas, a realidade delas é só aquilo que elas vêem em sua língua. Com essa ideia vemos a imensidão que é o fenômeno linguístico. De acordo com Saussure, o signo linguístico é formado por um conceito e uma imagem acústica. O conceito é o significado e a imagem acústica o significante. Saussure menciona que “o significado [...] é o que quem emprega o signo entende por ele”. Nesse sentido temos o princípio da arbitrariedade do signo: quem emprega o signo é que entende o significado. Uma cultura pode empregar um significado diferente para cada signo, não há uma relação entre o som e o sentido. Pode-se ver na diversidade das línguas, em que temos um significado com múltiplos significantes. Como o exemplo de mar/sea e boi/ox. Tais escolhas são convencionadas. Também há o princípio da linearidade, há uma ordem para os fonemas serem proferidos, fora dessa ordem não há significação. 
Concluindo, a língua é capaz de criar diversos elementos inexistentes. A palavra que cria um conceito que irá criar uma realidade. Tudo que é novo exige uma palavra para que a existência seja concebida. Somos indissociáveis a língua. 
Referência: LEE, Julie Yoonnyung. Desertor gay foge da Coreia do Norte e descobre amor aos 62 anos. BBC COREIA, 24 março de 2021. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-56494708>. Acesso em: 18 ago. 2021.
5- Castellar de Carvalho apresenta de forma didática a teoria dos signos. Redija um comentário estendido, com suas palavras, sobre o tema, relacionando-o com a tradução.
6- Selecione três estratégias de tradução apresentadas por Mona Baker, e dê exemplos, com comentários.
7- Qual é a relação entre o projeto colonial e as línguas? Qual foi/tem sido o papel da tradução nesse processo?8- Nossa leitura e tradução do conto de Calvino, Um General na biblioteca, pode ser explorada para argumentar que a tradução é, antes de tudo, uma práxis de leitura. Comente sobre essa experiência.
9- O que é a leitura estereoscópica (dois textos – original e tradução - faceados)? Quais princípios subjazem a essa prática? Qual é sua posição a respeito?

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