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Patologia P2 Sistema urinário → RIM Anomalias do desenvolvimento Agenesia (aplasia) → ausência do órgão *Bilateral é incompatível com a vida *Unilateral: um rim compensa a falta do outro = achado de necropsia ou de imagem *Aplasia uterina pode ocorrer em conjunto, do mesmo lado da renal, visto que possuem a mesma origem embriológica. Hipoplasia → desenvolvimento incompleto do rim. *Bilateral o animal desenvolve insuficiência renal = permanece com a sua histologia intacta sem presença de tecido fibroso. *Unilateral rim normal faz hiperplasia compensatória = achado. Cistos renais Congênitos Solitários (suínos, bovinos, cães) → achado de imagem ou necropsia Policísticos (suínos, bovinos, gatos) → síndrome policística dos gatos persas e desenvolvimento de insuficiência renal crônica Adquirido Retenção de 1 cisto ou múltiplos → fibrose. *Comum em insuficiência renal crônica Displasia renal → nefrogênese anômala O animal nasce com estruturas rudimentares não se diferenciando totalmente. Portanto, o rim não apresenta total capacidade de filtração. Os animais jovens apresentam sintomas de insuficiência renal crônica desde os primeiros meses de vida. → fatores predisponentes em: Lhasa apso, Shih tzu, Terriers MACRO → superfície irregular, branco, firme e menor que o normal MICRO → glomérulos e túbulos imaturos, interstício mixomatoso, aumento do interstício. Necrose papilar A prostaglandina faz vasodilatação no rim, na porção medular, fazendo o balanço do sistema. Com a utilização de AINEs, há a inibição da prostaglandina, com a maior permanência da vasoconstrição, levando a necrose da porção medular. → quanto mais profunda a necrose na medular, maior o grau de hipóxia. MACRO → necrose, cálculo, hidronefrose MICRO → degeneração e necrose (?) Necrose tubular aguda Causada por ação isquêmica ou tóxica. Sintomatologia Oligúria ou anúria → diminuição da taxa de filtração glomerular, com a diminuição ou ausência na produção de urina. *Pode ocorrer quando uma lesão no túbulo ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, gerando uma vasoconstrição e uma redução de filtração. Ou ainda, ocorre uma lesão das células justaglomerulares e ocorre o vazamento dp filtrado para o interstício que é reabsorvido pelo sangue. Por fim, pode ocorrer quando há uma lesão do epitélio tubular e os restos celular obstruem o túbulo tendo refluxo do filtrado para a cápsula de Bowman. Patogenia Degeneração, necrose, descamação, regeneração e fibrose. *para que ocorra a regeneração é necessário que o mb basal esteja integra. → Hipóxia ou isquêmica Redução da perfusão renal (diminuição de sangue) -hemorragias intensas e extensas -desidratação -anemia -insuficiência cardíaca *geralmente rompe mb basal = FIBROSE → Nefrotóxica -gentamicina -chumbo -ocratoxina -cisplatina -hemoglobina -mioglobina *geralmente não rompe mb basal = REGENERAÇÃO MACRO → rim tumefeito e cápsula lisa MICRO → degeneração, perda de vilosidades, necrose de coagulação, áreas eosinofílicas heterogêneas, restos celulares → Agentes tóxicos endógenos Hemoglobinúria (isquêmica e tóxica) Quando ela está em excesso na circulação é porque está ocorrendo o rompimento de hemácias. → OVINOS: intoxicação por cobre Macro: rim escurecido Micro: cilindros de hemoglobina → BOVINOS: leptospirose ou babesiose → CÃES: babesia ou anemia hemolítica autoimune Mioglobinúria Equinos → azotúria Animais silvestres → captura e trauma muscular A mioglobina é liberada dos músculos em grande quantidade, cai na corrente sanguínea e é liberada na urina. Geralmente as células tubulares tem sua membrana basal íntegra → leva à regeneração e reestabelecimento da função. Nefrite intersticial São classificadas conforme o infiltrado inflamatório no interstício e túbulos renais: → MONONUCLEAR: leptospirose, leishmaniose, circovirose = resposta a agressão com presença de linfócitos, macrófagos e plasmócitos. → SUPURATIVA: garrotilho, endocardite, onfaloflebite = resposta à agressão com presença de polimorfonucleares → focos de infecção bacteriana em diversos lugares que através de êmbolos sépticos, chegam aos rins gerando tal processo inflamatório. → GRANULOMATOSA: tuberculose e Toxocara canis = presença de células gigantes e macrófagos epitelióides (muitas veze, presença do parasito). Macro: áreas brancacentas irregulares multifocais *supurativa: presença de exsudato purulento *granulomatosa: mais firme/ faz ranger ao corte, pode haver necrose Micro: infiltrado inflamatório no interstício. Glomérulo Três estruturas são responsáveis pela filtração glomerular: capilar fenestrado, lâmina basal e fenda de filtração → formam a barreira de filtração celular (muito seletiva). → Glomerulonefrite imunomediada Envolve a deposição de complexos imunes solúveis no interior dos glomérulos ou a presença de anticorpos antimembrana basal glomerular. Doenças relacionadas: -CÃO: hepatite infecciosa canina, prostatite, piometra, anemia hemolítica autoimune -GATO: peritonite infecciosa felina (Coronavirus) -BOVINO: diarréia viral bovina, tripanossomíase -EQUINO: anemia infecciosa equina, Streptococcus spp -SUÍNO: circovirose Patogenia Nos animais, é mais comum que uma doença infecciosa leve a circulação de muitos antígenos, fazendo com que haja antígeno-anticorpo (imunocomplexos) circulantes em excesso, que se aderem na membrana basal/barreira de filtração glomerular; - já a presença de anticorpos anti-membrana basal glomerular é mais comum em humanos. Infecções persistentes e que resultam em antigenia prolongada levam a formação e deposição de complexos imunes solúveis na membrana basal dos capilares glomerulares, estimulando a fixação de complemento, com formação de C3a, C5a e C567, que são quimiotáticos para neutrófilos; - os neutrófilos, ao fagocitarem os complexos imunes, liberam enzimas que lesionam a membrana basal; - em seguida, monócitos infiltram-se nos glomérulos e são responsáveis pela continuidade das lesões. RESUMO: o complexo imune vai lesar a mb basal, ativando o sistema complemento, gerando uma resposta inflamatória. Macro: rins tumefeitos, pálidos a cor normal, pontos vermelho multifocais à coalescentes ou finamente granular, superfície irregular com pontos brancacentos. → Glomerulonefrite membranosa Espessamento das mb basal dos capilares (reatividade a exposição ao complemento) e da cápsula de bowman (gatos) → quando os imunocomplexos ficam abaixo dos podócitos, tem-se presença de material eosinofílico homogêneo. → Glomerulonefrite membranoproliferativa -comum na leishmaniose Espessamento da mb basal com hipercelularidade → nota-se imunocomplexos acima das células endoteliais. Fibrose renal → cicatrização É a reposição do parênquima renal por tecido conjuntivo fibroso → cicatriz com perda da funcionalidade da região e, consequentemente, com o aumento, do órgão. Macro: rins pálidos, diminuídos, firmes, cápsula aderida, áreas irregulares *pode ocorrer atrofia pela deposição de tecido Micro: tecido conjuntivo fibroso, cistos e infiltrado inflamatório mononuclear Pelve Renal → Pielonefrite Inflamação da pelve e do parênquima renal E. coli, Staphylococcus, Streptococcus, Enterobacter, Corynebacterium renale, Trueperella pyogenes É mais comum uma infecção ascendente → da bexiga para a pelve. A válvula veículo ureteral fica comprometida quando há inflamação da bexiga, facilitando a subida das bactérias. As bactérias, liberam toxinas, e essas fazem com que diminua o peristaltismo do ureter, facilitando a chegada das bactérias na pelve. Micro: infiltrado inflamatório mononuclear. → Hidronefrose Dilatação da pelve e dos cálices renais → movimentação retrograda da urina fazendo compressão do parênquima. →hiperplasia prostática, neoplasia, paralisia da bexiga, anomalias congênitas, cálculos urinários. Patogenia Quando a urina retorna aos túbulos há um aumento de pressão. Com isso, a urina sai do túbulo e vai para o interstício, sendo reabsorvida. Esse mecanismo funciona por pouco tempo e torna-se saturado, fazendo com que os vasos sanguíneos e linfáticos colabamgerando hipóxia, atrofia do parênquima e necrose (às vezes, fibrose). MACRO: Dilatação progressiva da pelve e dos cálices renais, rins com formato mais arredondado, com adelgaçamento da medular e do córtex. → pode ser gerado pelo Dioctophyma renale: larva penetra no rim → neoplasias: Tumores primários: raros, quando acontecem, em grande parte tem origem epitelial *Carcinoma (gatos, cães e equinos) e nefroblastoma (aves e suínos): mais frequente → origem embrionária *Adenoma: mais raro → origem epitelial = animal não manifesta sintomas Tumores secundários (metástases): frequentemente -vias hematógenas, linfática ou extensão direta *Mastocitomas: áreas com superfície elevada. *Linfomas (bovinos): mais relatados → áreas brancacentas focalmente extensas, superfície elevada e irregular, proliferação neoplásica de linfócitos com critério de malignidade. TRATO URINÁRIO INFERIOR Anomalias do desenvolvimento Úraco persistente: liga a bexiga ao meio externo, elimina a urina do feto para a placenta e depois eliminada via sanguínea. Quando o animal nasce essa estrutura deve regredir. Quando não ocorre regressão, observa-se a saída de urina pelo umbigo, deixando a região úmida e predisponente a miíase. Urolitíase: presença de cálculos nas vias urinárias → bovinos, cães, gatos Fatores que predispõem: · Ph urinário – ácido (oxalato) e alcalino (estruvita) · Consumo de água (falta ou impossibilidade) · Alimentação – grãos, trevo, passagem sílica e dietas com cálcio, animais carnívoros · Inflamação · Medicamentos – muda o metabolismo do metabolito ou ele mesmo vira um composto que pode se saturar na urina · Dálmata – ácido úrico → uricase e alantoína Quando o calculo é retirado deve-se fazer analise do material para determinar o tipo de tratamento. O calculo de estruvita é o mais comum em cães e gatos. Localização: Touros – uretra, arco isquiático e flexura sigmóide Carneiros – uretra e apêndice vermiforme (processo uretral) Cães – base do osso peniano Gatos – uretra Lesões inflamatórias Cistite – inflamação da bexiga, Ureterite – inflamação do ureter, Uretrite – inflamação da uretra Fatores predisponentes: · Retenção urinária – urólitos, tumores e neurogênica · Traumatismo na mucosa – cateter, urólitos · Uretra curta – fêmea · Infecção umbilical- úraco → Cistite Escherichia coli, Proteus vulgaris, Corynebacterium renale (bovino), Eubacterium suis, Klebsiella spp (eqüinos), Staphylococcus, Streptococcus *Fatores de virulência da bactéria causando danos: por exemplo, E.coli causa necrose no epitélio de transição Cistite crônica Folicular – cães 🡪 áreas multifocais na micro caracterizada por células mononucleares Polipóide – bovinos 🡪 pólipos, na micro projeção do epitélio de transição → Neoplasias Papilomas das células de transição (cães e bovinos) - Mesmo benigno podem se localizar em lugares que leve a obstrução e hidronefrose Carcinoma de células transicionais – faz metástase, é um tumor invasivo, o protocolo de tratamento é retirada com a associação de quimioterapia Insuficiência Renal Perda da capacidade funcional Aguda 🡪 reversível – perda da capacidade funcional temporária Crônica 🡪 irreversível – tecido fibroso com perda permanente da função renal, só podendo ser restabelecida com transplante Azotemia: elevação da uréia e creatinina 🡪 metabolitos excretados pela urina que são usados como indicadores – mais observada na aguda Uremia: elevação de uréia e creatinina associada a sinais clínicos (emagrecimento, glossite, estomatite, hálito amoniacal) e lesões sistêmicas – insuficiência renal crônica Uréia – 75% excretada pelo rim Proteína – proteases, uréia – ureases (intestino) 🡪 amônia 🡪 fígado 🡪 uréia 🡪 75% para a urina e 25% para ureases - fonte protéica endógena ou exógena 🡪 convertida em amônia pelas bactérias no intestino 🡪 no fígado a amônia será convertida em uréia (altamente permeável) Creatinina – 100% excretada pelo rim Fígado 🡪 glicina, arginina e ornitina = creatina Creatina 🡪 músculo (acumulo de energia) 🡪 fosfocreatina quebrada para usar energia no músculo (creatina+ fosfato) 🡪 creatinina 🡪 urina Não há fatores externos que mudam a dosagem de creatinina, por tanto mais fiel marcador do funcionamento do rim (procurar explicação) Hiperfosfatemia Inibição da 1alfa hidroxilasse renal (redução absorção intestinal) Quando há lesão renal o rim não consegue eliminar o fosfato levando a não ativação do calcitriol (vitamina D ativa) que faz manutenção do calcio sistémico Luz solar 🡪 pro –vitamina D3 🡪 pele🡪 pré vitamina D 🡪 vitamina D3 🡪 fígado 🡪 25-hidroxilase 🡪 rim 🡪 calcitriol ( retira cálcio do intestino e leva para circulação sanguínea) Osteodistrofia fibrosa · Na IRC ocorre aumento do fósforo (hiperfosfatemia) e diminuição do cálcio (hipocalcemia) levando a liberação do paratormôrnio pela glândula paratireóide (PTH) 🡪 retirada de Ca do osso · Substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso Insuficiência Renal Crônica Lesão Mecanismo Edema pulmonar Degeneração vascular Gastrite ulcerativa e hemorrágica Degeneração vascular e aumento da gastrina Glossite e estomatite ulcerativa e necrótica Degeneração vascular Pancreatite hemorrágica Gastrina e secretina Mineralização dos tecidos Calcificação distrófica/ metastática Anemia Eritropoetina Endocardite atrial Degeneração vascular Hiperplasia paratireóide (superestimulação) Hiperfosfatemia Osteodistrofia fibrosa Hiperfosfatemia -A amônia e a creatinina circulante faz lesão endotelial gerando degeneração vascular -Geralmente a glossite se apresenta na face ventral da língua - na osteodistrofia fibrosa maxila e mandíbula são os primeiros a se desmineralizar e apresentar elasticidade 🡪 mandíbula de borracha
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