Buscar

Wallon_e_a_Psicogenese_da_Pessoa_Completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Wallon e a Psicogênese da Pessoa Completa
 Henri Wallon apresenta uma perspectiva teórica que parte da visão do desenvolvimento da pessoa completa integrada ao meio em que está imersa. Considera que, ao olhar para o desenvolvimento humano, devemos considerar também os aspectos afetivo, cognitivo e motor do indivíduo. Segundo Dourado e Prandini (2008, p. 01), Wallon desenvolve uma teoria 
“[...] Psicogenética, essencialmente sociocultural e relativista, com forte lastro orgânico, a teoria de Wallon considera o desenvolvimento da pessoa completa integrada ao meio em que está imersa, com os seus aspectos afetivo, cognitivo e motor também integrados”.
Segundo ainda as mesmas autoras (Idem, ibidem) , em Walon “A pessoa é vista como o conjunto funcional resultante da integração de suas dimensões, cujo desenvolvimento se dá na integração de seu aparato orgânico com o meio, predominantemente o social”
Para Wallon (apud DOURADO e PRANDINI, 1979, P. 4-5), o desenvolvimento da criança em direção à vida adulta é regulado por três leis fundamentais:
Lei da Alternância Funcional: Indica duas direções opostas que se alternam ao longo do desenvolvimento: uma centrípeta, voltada para a construção do eu e a outra centrífuga, voltada para a elaboração da realidade externa e do universo que a rodeia.
Lei da Integração Funcional: Nela as três dimensões ou subconjuntos preponderam, alternadamente, ao longo do desenvolvimento do homem: motora, afetiva e cognitiva.
Lei da Preponderância Funcional: Diz respeito às novas possibilidades que não se suprimem ou se sobrepõem às conquistas dos estágios anteriores, mas, pelo contrário, integram-se a elas no estágio subseqüente.
Como pilar fundamental da concepção walloniana está a questão afetiva, que norteia tanto a constituição do sujeito quanto do conhecimento. No período impulsivo-emocional, estágio em que se iniciam, de acordo com Dantas (in LA TAILLE et alii, p. 85), “a afetividade reduz-se praticamente às manifestações fisiológicas da emoção, que constitui, portanto, o ponto de partida do psiquismo”. Tal processo tem, entre outras, uma função claramente voltada para a sobrevivência. Sem a predominância das emoções, que intermedeia a relação de dependência com a mãe e outras pessoas que cuidam dela, a criança certamente pereceria.
Desenha-se aí, portanto, o caráter social da emoção, que irá permear seu vínculo com as outras pessoas durante toda a sua vida. No entanto, como nos alerta Dantas (idem, ibidem), 
“a emoção constitui também uma conduta com profundas raízes na vida orgânica: os componentes vegetativos dos estados emocionais são bem conhecidos, e Wallon mergulha neles até descobrir sua origem na função tônica”
Pode-se verificar desta forma, pela complexidade da construção da atividade emocional, a importância das mediações culturais como substrato para a passagem do estado bio-fisiológico inicial do ser humano em direção à sua constituição como ser cognitivo, racional. Sendo a escola uma das principais instituições sociais responsáveis por esta mediação, o papel desta no desenvolvimento do sujeito torna-se inquestionável.
Em seqüência ao estágio inicial, cinco outros se sucedem, sempre envolvendo a pessoa como um todo indissociável na interação contínua com o meio físico e social. Constituem-se, portanto, seis etapas fundamentais no desenvolvimento, segundo Galvão (1993): 
Impulsivo-emocional, do qual já falamos anteriormente, que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação com o mundo físico;
Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. Como diz Dantas (1992), para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor;
Personalismo, ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas; 
Categorial. Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior;
Predominância funcional. Ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona. 
O conhecimento e a compreensão adequada destas etapas contribuem sobremaneira para uma condução mais adequada do processo educacional, onde o professor atua, primordialmente, como já dissemos anteriormente, como um mediador das experiências do educando, auxiliando-o na tomada de consciência de suas emoções, interações e pensamentos.

Outros materiais