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1996 12 12 GM Empresa gaucna crsce no mercado urugua|o_page0001
I
m resa aúcha cresce no mercado uruguaioP 8
A Edel, incorporadora de Porto Alegre,
inaugura neste verão mais dois projetos um
hotel e um shopping em Punta del Este
Gm por Sérgio Bueno, de Porto Alegre 42{42_ø%
Edel Empresa de Enge
A nharia S.A., classificada
em décimo primeiro lugar
entre as principais incorporado
ras e construtoras do País pelo
Balanço Anual, encontrou no ex
terior o caminho mais seguro
para crescer. Desde 1991, quan
do o gmpo gaúcho chegou ao so
fisticado balneário uruguaio de
Punta del Este para a sua pri
meira investida como.multina
cional, até agora, os negócios fo
ra do Brasil foram os maiores
responsáveis por uma expansão
de 50% no seu faturamento no
período, que este ano deve fechar
ao redor dos US$ 150 milhões.
O presidente da empresa, Flá
vio Lúcio Scaf, explica que a
orientação para o mercado in
ternacional foi estimulada pelas
turbulências no âmbito interno
assinaladas pela implantação do
Plano Collor. A alternativa mos
trou ser rentável e hoje a Edel
conta com oito empreendimen
tos prontos ou em construção no
exterior. Cinco ficam em Punta,
dois em Miami (EUA) e um na
cidade do Porto,_em Portugal.
Somados, ele respondem pela
metade das receitas totais e já
consumiram investimentos pró
ximos aos US$ 120 milhões.
Duas inaugurações estão pro
gramadas para este verão, no
Ílrnrrnai anrntrnitanrln n facnínin
Golden Beach que sera aberto
ainda em dezembro na península
e, sozinho, consumiu US$ 30 mi
lhões dos US$ 50 milhões já apli
cados naquele país, sempre em
recursos próprios. Considerado
de “interesse turístico” pelo go
vemo uruguaio pelo potencial de
atração de visitantes estrangeiros,
entre o nal de janeiro e início de
fevereiro ele será complementado
pelo Edel Shopping Center, com
espaço para 63 lojas na parte tér
rea do empreendimento.
CoMPLExo DE LAZER
O novo hotel é uma aposta da
empresa gaúcha, que já tem dois
apart hotéis (Resort International
Center e Residence Service) e um
shopping (Miami Shopping Cen
ter) em operação há dois anos em
Punta, na realização de um sonho
antes “inatingível para a classe
média brasileira”, como define
Scaf. Leva em consideração ainda
o “incremento extraordinário”
previsto para o turismo no balneá
rio a partir de 1997, por conta da
inauguração de um mega hotel da
rede americana Hilton, da dupli
cação da estrada até Montevidéu,
da inauguração de um aeroporto
intemacional e do projeto de uma
ponte ligando Buenos Aires, na
Argentina, a Colônia, no Uruguai.
Scaf calcula que a venda das
vai gerar uma receita de US$ 55
milhões para a empresa em 1997.
Por esse mecanismo, os clientes
adquirem o direito de uso de todo
o complexo de lazer do hotel, que
inclui piscina térmica, spa, can
chas de esportes, clube, centro de
convenções e outros serviços, por
períodos de uma a oito semanas e
que podem ser também alugados
ou vendidos posteriormente.
A exploração hoteleira dos
espaços de tempo que ficarem
disponíveis depois da vendas das
cotas, conforme o presidente da
Edel, também deverão render
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n Fachada do Golden Beach, a ser
inaugurado brevemente em Punta
del Este, em desenho do projetista
(acima); o edifício Maison Paco
Rabanne, em Miami (à direita)
namos aquela cidade acessível
para os brasileiros”, reforça
Scaf, que espera vender 75%
das cotas do “time sharing”
no Brasil. Nos apart hotéis,
acrescenta, os turistas brasilei
ros são responsáveis por 50%
das locações.
O caso da construtora gaú
cha é singular entre outras em
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metade das receitas totais e já
consumiram investimentos pró
ximos aos US$ 120 milhões.
Duas inaugurações estão pro
gramadas para este verão, no
Uruguai, aproveitando o fascínio
que o balneário exerce sobre mi
lhares de turistas brasileiros. O
principal é o Hotel Punta del Este
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da inauguração de um aeroporto
intemacional e do projeto de uma
ponte ligando Buenos Aires, na
Argentina, a Colônia, no Uruguai.
Scaf calcula que a venda das
cotas de utilização dos 100 apar
tamentos do Punta del Este Gol
den Beach, pelo sistema “time
sharing” (tempo compartilhado),
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A exploração hoteleira dos
espaços de tempo que ficarem
disponíveis depois da vendas das
cotas, conforme o presidente da
Edel, também deverão render
cerca de US$ 3 milhões anuais.
Já os restaurantes, serviços de tu
rismo e spa deverão faturar ou
tros US$ l milhão por ano. “Tor
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acrescenta, os turistas brasilei
ros são responsáveis por 50%
das locações.
O caso da construtora gaú
cha é singular entre outras em
presas que já tentaram chegar
a Punta del Este e muitas ve
zes viram suas obras nem sair
do chão. “Nossa política é
sempre procurar um terreno espe
tacular. A localização é essencial
para 0 sucesso de qualquer em
preendimento e não se deve dei
xar seduzir por áreas baratas mas
mal situadas”, resume Scaf. De
acordo com ele, a Edel foi favore
cida pelo seu pioneirismo emin
vestir no Uruguai, mas hoje a for
te concorrência apertou as mar
gens de rentabilidade e colocou
temporariamente na gaveta o pro
jeto de um novo empreendimento
residencial no balneário.
A mesma estratégia orientou
os US$ 45 milhões em investi
mentos nas “maisons” Paco Ra
banne, com 22,7 mil metros qua
drados e 124 apartamentos, e Ted
Lapidus, com 9,4 mil metros qua
drados e 20 apartamentos, edifí
cios que levam a “griffe” de esti
listas internacionais em Miami,
nos Estados Unidos. O primeiro,
segundo o empresário, está com
pletamente vendido e será entre
gue no primeiro semestre do ano
que vem. O segundo ficará pron
to em 18 meses, calcula. Em Por
tugal, a Edel tem 25% do Boa
Vista Shopping, um empreendi
mento de US$ 100 milhões e com
216 lojas na cidade do Porto.
Pensrocrrvxs oitxsrutrnxs
No total, a Edel já construiu 4,2
milhões`de metros quadrados des
de 1967, quando foi fundada, e no
Brasil seus empreendimentos es
palham se pelo Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, Paraná e São
Paulo. Em 1997, conforme Scaf,
os investimentos deverão voltar se
um pouco mais para o País. “Esta
mos cansados de viajar”, afirma.
depois de voar mais de l milhão
de milhas entre Europa e América
nos últimos dois anos.
Até março, dois edifícios resi
denciais serão erguidos no Para
ná, um em Curitiba e outro em
São José dos Pinhais, e até o nal
do ano mais dois serão construí
dos em São Paulo e dois em Por
to Alegre. Esses projetos, de
acordo com o presidente da em
presa, demandarão investimen
tos próximos a US$ 100 milhões.
“São poucos empreendimentos,
mas de alto padrão, bem estuda
dos e bem localizados”, adianta.
Scaf não acredita em uma ex
plosão do mercado imobiliário
em 1997. “O govemo quer a ree
leição com estabilidade e não
com crescimento econômico”,
comenta. Na opinião dele, o go
verno atual não vai se arriscar à
volta da in ação neste momento,
já que o País “não tem estrutura
para aumentar a produção sem
elevação de preços”. I

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