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Aspectos Gerais Estágio 3: acontece a síntese de ATP em um processo chamado de fosforilação oxidativa. Corresponde a cadeia transportadora de elétrons e síntese de ATP. NADH e FADH = funcionam como coletores de elétrons das reações catabólicas. Essas coenzimas reduzidas ou carregadas de elétrons vão para o estágio três. É onde tem-se a cadeia transportadora de elétrons e ATP sintase. Acontece no interior da mitocôndria. Mitocôndrias são organelas celulares caracterizada por ter membrana interna e externa. Espaço entre as duas é o espaço intermembranoso. ATP Sintase: sintetiza ATP. A fosforilação oxidativa começa com a entrada de elétrons na cadeia transportadora de elétrons. Muitos desses elétrons são provenientes da ação de desidrogenases que coletam elétrons das vias catabólicas e os canalizam para aceptores universais de elétrons (NAD+, NADP+, FAD - coenzimas). Essas coenzimas participam dessas reações, já que, recebem elétrons retirados pelas desidrogenases. Desidrogenases: são responsáveis por coletar elétrons das vias catabólicas e os canalizam para formas universais de elétrons. Na imagem, uma estrutura de desidrogenase. A desidrogenase é uma enzima, onde além de seus aminoácidos, para que desempenhe essa função, necessita de coenzima associada. Participam das reações de oxidação, oxidam seus substratos (retiram elétrons e transferem para coenzimas associadas), ou seja, participam de reações de oxidação- redução. Substrato oxida e coenzima reduz. Cadeia Transportadora de Elétrons e Síntese de ATP Quando o NADH está com sinal de mais (+), significa que a coenzima está sem elétrons. NADH (sem nenhum sinal) está carregado de elétrons. Então, no início da reação estava sem elétrons e depois com. FAD tem o mesmo papel do NAD, responsável por receber elétrons na reação de oxidação de substratos. Coenzimas reduzidas levam elétrons para a cadeia transportadora de elétrons, onde vai ter transporte de elétrons. A síntese de ATP tem início com a chegada desses elétrons na cadeia. Essa cadeia está organizada em quatro complexos e fica inserida na membrana mitocondrial interna. Cadeia transportadora de elétrons Diversas proteínas associadas a grupos prostéticos diferentes: flavina mononucleotídeo (FMN), FAD, centros (ferro enxofre, grupos heme, e íons cobre). Componentes organizam-se em forma crescente dos potenciais de redução. Isso significa que lá no final, vamos ter uma proteína, grupo prostético, com potencial de redução maior (maior afinidade por elétrons), favorecendo o fluxo de elétrons do complexo 1 para o complexo 4. Componentes móveis: coenzima Q e citocromo C. Grupos prostéticos são responsáveis por participar das reações de receber elétrons e passar elétrons na cadeia transportadora. Dentro de cada complexo existem proteínas com diferentes tipos de grupos prostéticos. Química dos transportadores de elétrons a. Flavina mononucleotídeo (FMN) (Flavoproteínas) Derivada da proteína riboflavina (vitamina). Capaz de receber 2 prótons e 2 elétrons. A importância das flavoproteínas terem esse grupo prostético está no fato de que a FMN pode receber 1 elétron (semiquinona), tanto 2 elétrons (flavina mononucleotídeo totalmente reduzida). Tem estrutura química capaz de receber esses elétrons. b. Centro Ferro-Enxofre Caracterizadas pela presença de ferro associado a átomos de enxofre. Presentes nos complexos I, II e III. Os centros ferro-enxofre são transportadores de elétrons (recebidos e doados para o ferro). Podem ter um centro, ou mais. O ferro vai ter papel fundamental no transporte de elétrons. c. Ubiquinona ou Coenzima Q É lipossolúvel (solúvel na bicamada lipídica mitocondrial interna) e apresenta uma longa cadeia isoprenóide. Pode aceitar um elétron originando um radical seqmiquinona ou dois elétrons para formar ubiquinol. Mobilidade na fase lipídica da membrana. Também é capaz de aceitar 1 elétron (forma radical semiquinona) ou 2 elétrons (ubiquinol, forma reduzida). d. Citocromos São proteínas transportadoras de elétrons que possuem grupos prostéticos heme, que contém ferro. O ferro é responsável pela transferência de elétrons dessas proteínas. As mitocôndrias contêm três classes de citocromos designados a, b e c. HEME – ferro em ligação coordenada com átomos de nitrogênio. Todos os citocromos possuem. Tem alguma diferença química na estrutura da proteína. Organização dos complexos da cadeia transportadora de elétrons a. Complexo I Catalisa a transferência de elétrons para a ubiquinona a partir do NADH. Caminho dos elétrons evidenciados na imagem pelas setas rosas. b. Complexo II Catalisa a transferência de elétrons para a ubiquinona a partir do FADH2 (gerado no ciclo de Krebs). Passa os elétrons do FADH2 para a coenzima Q. Os elétrons saem do succinato (intermediário do ciclo de Krebs), vão para o FADH2, vão para as proteínas ferro-enxofre, e que, por fim, vão para a coenzima Q. c. Complexo III Ocorre a transferência de elétrons da ubiquinona até o citocromo C. É composto pelos seguintes tipos de proteínas: citocromos (B e C) e proteínas ferro-enxofre. Elétron é passado em duas etapas. Citocromo C carregado de elétrons deixa o complexo III e vai para o complexo IV. d. Complexo IV Ocorre a transferência de elétrons para o oxigênio. Encontramos proteínas citocromo A e proteínas com cobre na estrutura. Os elétrons quando chegam no complexo IV: o citocromo C passa os elétrons para as proteínas com cobre, citocromos do tipo M. E os elétrons se juntam com o oxigênio, gerando duas moléculas de água (muito importantes para camelos, manutenção de questões fisiológicas). A passagem de elétrons para a cadeia transportadora de elétrons leva a liberação de prótons da matriz para o espaço intermembranoso. Dentro dos complexos, encontramos grupos prostéticos capazes de doar elétrons. Componentes móveis – ubiquinona e citocromo c. Como a cadeia transportadora de elétrons contribui para a síntese de ATP? Toda vez que os elétrons passam pelo complexo I, pelo complexo III e pelo complexo IV, temos um evento secundário acontecendo. Ou seja, temos o bombeamento de prótons que estão dentro da mitocôndria para o espaço entre as duas membranas. Então, toda vez que os elétrons passam pelo complexo I, III ou IV, temos bombeamento de prótons da matriz para o espaço intermembranoso. Esse bombeamento de prótons é que está super relacionado com a produção de ATP. Isso vai gerar o que chamamos de gradiente de prótons, e é esse gradiente que vai ser importante para o funcionamento da enzima ATP Sintase. Consequentemente, importante para a síntese de ATP. Síntese de ATP – fosforilação oxidativa Toda vez que os elétrons passam pelos complexos, tem-se o bombeamento de prótons que estavam no interior da mitocôndria para o espaço entre as membranas. Ao bombear prótons chega num momento que a concentração de prótons e a diferença de cargas (entre espaço intermembranoso e matriz) faz com que esses prótons arrumem uma maneira para voltar para a matriz mitocondrial. Então esse gradiente de prótons gerado é que tem relação com a síntese de ATP. ATP SINTASE: tem poros por onde os prótons passam e voltam para a matriz mitocondrial. Toda vez que esses prótons passam pela ATP sintase, temos a produção de ATP. É uma proteína que tem porção inserida na membrana mitocondrial interna (FO), e temos uma porção voltada para o interior da mitocôndria (da matriz mitocondrial, F1). F1: onde temos o sitio catalítico da síntese de ATP. ATP Sintase: F1: proteína periférica de membrana formada por 9 subunidades 𝛼3𝛽3𝛾𝛿𝜀 . Gama faz conexão entre a porção integral da proteína que está inserida na membrana e a parte das subunidadesalpha e beta. A síntese de ATP está relacionada as subunidades beta, em cada uma temos sítios catalíticos para síntese de ATP. Fo: proteína integral de membrana que constitui o poro de prótons. Possui três unidades: a, b e c. A proteína ATP sintase forma canal pela qual os prótons vão passar para o interior da matriz mitocondrial. Os prótons, toda vez que passam por essa proteína, causam um giro nessa proteína (alteração conformacional). Ou seja, a medida em que os prótons estão no espaço intermembranoso e voltam para o interior da mitocôndria, passam pela ATP sintase e toda vez que fazem isso, acontece um giro. Conformação -ADP: liga ADP + Pi. Conformação -ATP: liga ATP (fortemente e estabiliza o ATP). Depois muda para conformação -vazia (baixa afinidade pelo ATP). Não está nem com produto, nem com substrato. Ou seja, está liberando ATP para o meio. ATP recém-sintetizado deixa a superfície da membrana. A subunidade gama () está sempre associada a subunidade beta () vazia. Toda vez que acontece o giro, entrada de prótons, faz com que essa subunidade gire. Essa subunidade girando, vai fazer com que o composto (subunidade gama) em contato com a subunidade beta entre em contato com a outra beta adjacente. Fazendo com que essa beta agora libere seu ATP. Ou seja, a subunidade gama que estava em contato com a beta entra em contato com a beta adjacente. O ciclo catalítico está sempre em sincronia. Toda vez que a subunidade gama entra em contato com uma beta, faz liberação de ATP. De que forma acontece essa síntese de ATP? Os sítios catalíticos da ATP sintase estão localizados nas subunidades beta (possui 3). Essas subunidades betas podem assumir três conformações diferentes, listadas acima. Inibidores e desacopladores da cadeia transportadora de elétrons e síntese de atp Considerando que os dois processos estão associados, preciso da cadeia transportadora de elétrons para gerar gradiente de prótons. E o gradiente de prótons para que ocorra o giro da ATP Sintase. É logico que se tiver qualquer problema na cadeia transportadora de elétrons não há como gerar gradiente de prótons e, consequentemente, não há síntese de ATP. Inibidores da cadeia transportadora de elétrons: Interferem com a síntese de ATP, ao inibir o transporte de elétrons não deixa gerar gradiente de prótons e a consequente síntese de ATP. Retenona (inseticida): inibe o fluxo de elétrons do complexo I para a ubiquinona; Antimicina A (antibiótico): inibe o fluxo de elétrons no complexo III; Cianeto e monóxido de carbono: inibem a passagem de elétrons no complexo IV. Desacopladores da cadeia transportadora de elétrons: A cadeia transportadora de elétrons vai continuar a gerar gradiente de prótons, mas esses desacopladores não deixam esses prótons voltarem pela ATP sintase. Fornecem outro meio pela qual os prótons podem retornar a matriz mitocondrial, sem passar pela ATP sintase. 2,4 dinitrofenol (tintas, herbicidas, explosivos) desacopla cadeia e a síntese de ATP. Elétrons passam pela cadeia transportadora de elétrons, gera gradiente de prótons, e para que aconteça a síntese de ATP, o gradiente tem que passar pela ATP sintase. Só que o 2,4 dinitrofenol, entra no espaço entre membranas, pega os prótons e leva de volta pela matriz. Desfaz o gradiente de prótons, necessário para a síntese de ATP. Utilizado como agente de emagrecimento, pois não gera ATP e o organismo entendia que deveria degradar moléculas para produzir energia. Na verdade, a falta de ATP fazia com que mais substratos enérgicos fossem degradados para suprir a demanda energética. Parou de ser utilizada porque ocorreram algumas mortes associadas a falta de produção de ATP na célula. Desacopladores da cadeia transportadora de elétrons (termogenina): Proteína encontrada no tecido adiposo marrom (grande presença de mitocôndrias); A membrana interna destas mitocôndrias (no tecido marrom) contém a termogenina (proteína desacopladora), que proporciona uma via para os prótons retornarem a matriz sem passar pela ATP sintase; Em nível fisiológico. O resultado deste desvio é que a energia de oxidação não é conservada em ATP mas dissipada em calor, que contribui para manter a temperatura corporal do recém-nascido. Os elétrons ao passarem pelos complexos, bombeiam prótons de dentro da mitocôndria para os espaços intermembranas. Para que ocorra síntese de ATP os prótons precisam passar pela ATP sintase. Só que nas mitocôndrias do tecido adiposo marrom existe termogenina, que fornece poro adicional por onde os prótons passam sem passar pela ATP sintase. Quando passam nessa via alternativa, ao invés de gerar ATP, gera calor. Nos animais que hibernam, essa reação é bem importante, pois passam longos períodos dormindo, e a termogenina mantem da temperatura corporal enquanto os animais estiverem nessa condição. Resumo: