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4- APG - Parasitologia - S3P1

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Sofia Lacerda
APG – S3P1
Objetivos:
1) Compreender o ciclo biológico da Doença de Chagas
2) Descrever a fisiopatologia e suas manifestações clínicas
3) Estudar a epidemiologia da Doença de Chagas
4) Elencar os exames que diagnosticam a doença
5) Conhecer as formas de tratamento 
6) Compreender como se dá a assistência em saúde aos indígenas
7) Citar as principais doenças parasitárias 
Doença de Chagas
Doença de Chagas:
A doença de Chagas é uma infecção zoonótica causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida por insetos, provocando uma infecção sistêmica em seres humanos. As manifestações agudas e sequelas tardias ocorrem no coração e no trato gastrintestinal. 
PATOGENIA:
As formas infectantes de T. cruzi são secretadas nas fezes do inseto reduvídeo enquanto ele se alimenta de sangue. O prurido e o ato de se coçar promovem a contaminação da ferida da ferida pelas fezes do inseto. Os tripomastigotas penetram pelo local da picada ou de outras abrasões, ou podem penetrar a mucosa dos olhos ou lábios. Uma vez no corpo, os tripomastigotas perdem seus flagelos e membranas ondulantes, enrolam-se, tornando-se amastigotas, e penetram macrófagos, sofrendo divisões repetidas. 
Os amastigotas também invadem outros sítios, podendo atingir miofibras cardíacas e cérebro. Dentro das células hospedeiras, os amastigotas diferenciam-se em tripomastigotas, que irrompem e invadem a corrente sanguínea. 
Ingeridos em uma picada subsequente de um inseto reduvídeo, os tripomastigotas multiplicam-se no trato alimentar do inseto e diferenciam em tripomastigotas metacíclios, que se reúnem no reto do inseto e são secretados nas fezes. 
O T. cruzi infecta células no sítio da inoculação, reproduzindo-se dentro delas e formando uma lesão inflamatória nodular localizada, chamada de chagoma. A seguir, o microrganismo dissemina-se na corrente sanguínea, infectando células pelo corpo. Cepas de T. cruzi diferem em suas células-alvo predominantes; infecções de miócitos cardíacos, células ganglionares intestinais e meninges produzem a doença mais importante. 
A parasitemia e a infecção celular disseminada são responsáveis pelos sintomas sistêmicos da doença de Chagas aguda. O início da imunidade celular elimina as manifestações agudas, mas a lesão tecidual crônica pode continuar. A destruição progressiva das células em locais de infecção pelo T. cruzi, particularmente coração, esôfago e cólon, provoca disfunção desses órgãos, se manifesta décadas após a infecção aguda. 
Tripomastigota: É o protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. No sangue de vertebrados, apresenta-se na forma infectante tripomastigota e, nos tecidos, na forma amastigota.
PATOLOGIA:
• O T. cruzi circula no sangue com a forma de um flagelado encurvado longo
• Dentro de células infectadas, reproduz-se como um amastigota não-flagelado
• Em casos fatais, o coração encontra-se aumentado e dilatado, com o miocárdio hemorrágico focalmente e pálido
• À microscopia, muitos parasitas são vistos no coração, e os amastigotas são evidentes dentro de pseudocistos em miofibras 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Os sintomas agudos desenvolvem-se após um período de encubação de 1 a 2 semanas seguindo-se à inoculação do T. cruzi. 
Na fase aguda (inicial), predomina o parasito circulante na corrente sanguínea, com parasitos abundantes, manifestações de doença febril, que podem persistir por até 12 semanas. 
A evolução natural dessa fase, mesmo não tratada nem diagnosticada, culmina no desaparecimento espontâneo da febre e da maior parte das outras manifestações. Nela, também é possível detectar anticorpos IgM. Gradativamente, há redução da parasitemia e aumento gradual de anticorpos IgG (da 4ª a 6ª semana de infecção). 
A parasitemia surge 2 a 3 semanas após a inoculação e geralmente associa-se a uma doença leve, caracterizada por febre (de 37,5º a 38,5ºC), mal-estar, linfadenopatia e hepatosplenomegalia.
Sintomatologia inespecífica – na maioria dos casos aparentes, ocorrem: 
• prostração, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia, mialgias, aumento de gânglios linfáticos; 
• manchas vermelhas na pele, de localização variável, com ou sem prurido; 
• irritação em crianças menores, que apresentam frequentemente choro fácil e copioso.
 Sintomatologia específica – é caracterizada pela ocorrência, com incidência variável, de uma ou mais das seguintes manifestações: 
• miocardite difusa com vários graus de severidade; 
• pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco; 
• cardiomegalia, insuficiência cardíaca, derrame pleural. 
São comumente observados: 
• edema de face, membros inferiores ou generalizado; 
• tosse, dispneia, dor torácica, palpitações, arritmias; 
• hepatomegalia e/ou esplenomegalia, de leve a moderada
Epidemiologia da Doença de Chagas
• A infecção pelo T. cruzi é endêmica em animais silvestres e domésticos (p. ex., rator, cães, cabras, gatos, tatus) nas Américas Central e do Sul, onde o parasita é transmitido pelo inseto reduvídeo “barbeiro”.
• A infecção é promovida pelo contato entre seres humanos e insetos infectados, geralmente na lama ou em moradias de sapé da área rural e suburbana pobre. 
• Os insetos escondem-se em fendas de casas de estrutura desorganizada e em telhados vegetais, emergem à noite, e alimentam-se das vítimas que dormem. 
• Ocorre infecção congênita quando há passagem do parasita da mãe para o feto. 
• Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas na America Latina estejam infectadas pelo T. cruzi.
• No Brasil, endêmica em 21 países das Américas, a infecção pelo Trypanossoma cruzi (T. cruzi) acomete aproximadamente 6 milhões de pessoas, com incidência anual de 30 mil casos novos na região, ocasionando, em média, 14.000 mortes/ano e 8.000 recém-nascidos infectados durante a gestação.
Diagnóstico Doença de Chagas
Fase aguda - São considerados critérios parasitológicos e sorológicos. O parasitológico é definido pela presença de parasitos circulantes, demonstráveis no exame direto do sangue periférico. Por sua vez, o critério sorológico é baseado na presença de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgM no sangue periférico, particularmente quando associada a alterações clínicas e epidemiológicas sugestivas.
Exames parasitológicos 
• Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos – é a primeira alternativa por ser rápida, simples, custo-efetiva e mais sensível do que o esfregaço corado. O ideal é que o paciente esteja febril no ato da coleta ou em coleta posterior, de 12 a 24 horas após, se a primeira for negativa e a suspeita clínica persistir. 
• Métodos de concentração – estes testes apresentam maior sensibilidade e são recomendados quando o teste direto a fresco for negativo. Na presença de sintomas por mais de 30 dias, deverão ser s métodos de primeira escolha. São eles: Strout, microhematócrito e creme leucocitário. 
• Lâmina corada de gota espessa ou esfregaço – embora apresente sensibilidade inferior aos métodos anteriores, esta técnica vem sendo largamente utilizada na região da Amazônia Legal, em virtude de sua praticidade e disponibilidade nas ações de diagnóstico da malária.

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