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14 - APG - BRONCOASPIRAÇÃO - S8P1

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Sofia Lacerda
APG – S8P1
Objetivos:
1 - Revisar a anatomia do sistema respiratório e digestório (deglutição)
2 - Compreender os mecanismos fisiopatológicos da broncoaspiração
3 – Estudar os fatores de risco para a broncoaspiração
4 – Explicar as manifestações clínicas da broncoaspiração 
5 – Compreender as complicações da broncoaspiração 
6- Identificar os exames, tratamentos e prevenções da broncoaspiração 
Anatomia
SISTEMA RESPIRATÓRIO
O aparelho respiratório é dividido em uma porção condutora:
	❤ Fossas nasais
	❤ Nasofaringe
	❤ Laringe
	❤ Traqueia
	❤ Brônquios
	❤ Bronquíolos 
	E em uma porção respiratória, onde ocorrem as trocas gasosas:
❤ Bronquíolos respiratórios
❤ Ductos alveolares 
❤ Alvéolos 
SISTEMA DIGESTÓRIO
Através do aparelho digestivo realizamos a ingestão dos alimentos, a sua digestão, a absorção dos seus nutrientes e a eliminação de seus produtos residuais.
Pode ser dividido entre dois componentes principais:
· O trato digestório primário, que funciona principalmente como uma via de condução e armazenamento. Essa porção é necessária para mover o conteúdo alimentar ao logo do sistema digestório, por meio do peristaltismo, para que a absorção de nutrientes e a excreção de substâncias não digeridas possam ocorrer.
· O trato digestório acessório, um grupo de órgãos responsável pela síntese e secreção de enzimas que facilitam a digestão química.
Órgãos primários: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno, íleo), intestino grosso (colo), reto e canal anal 
Órgãos acessórios: glândulas salivares, fígado, vesícula biliar, pâncreas
TRAJETO DO BOLO ALIMENTAR
Deglutição: arco reflexo que envolve a ação de tratos aferentes e eferentes de vários nervos cranianos, cujos sinais são retransmitidos para o núcleo do trato solitário e núcleo ambíguo do tronco encefálico.
• Envio de sinais motores para a língua, movimentando o bolo alimentar contra o palato duro e palato mole, empurrando-o para a orofaringe
• Língua – orofaringe – laringofaringe – faringe – epiglote (fecha a laringe) – esôfago – estômagoBroncoaspiração
MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
Na aspiração direta, durante o ato de deglutição, o conteúdo da orofaringe atinge as vias aéreas inferiores, promovendo obstrução laríngea ou brônquica e sufocação ou atelectasia maciça. A resposta inflamatória local é alterada pela aspiração de partículas alimentares, havendo influxo de leucócitos polimorfonucleares e formação de granulomas. 
Nas situações de RGE com aspiração pulmonar, ocorre aspiração do conteúdo gástrico refluído; quanto mais baixo for o pH do material, maior serão as alterações estruturais. 
O aumento da resistência pulmonar total, devido à acidificação esofágica por meio de reflexos vagais é outro mecanismo responsável pelo desenvolvimento da doença no RGE; nesta situação as manifestações respiratórias ocorrem sem que haja aspiração pulmonar do conteúdo gástrico. A presença de ácido no esôfago terminal determina aumento da resistência pulmonar total, observada em pacientes com doenças pulmonares crônicas como asma grave.
CLASSIFICAÇÃO
A aspiração pulmonar pode ser:
• aguda (acidental) - desde o período neonatal até a adolescência 
• crônica (habitual) 
A granulação e a composição do material aspirado são elementos importantes em função das reações orgânicas que ocasionam. 
Os casos de aspiração crônica podem ocorrer devido a RGE com aspiração do conteúdo gástrico e alimentos, em função de distúrbios da deglutição com predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas.
• Doenças neurológicas - coma e epilepsia - onde são aspirados saliva e conteúdo gástrico podem ocasionar casos de aspiração crônica. Outra causa é a síndrome adeno-tonsilo-sinusal, com aspiração de secreções infectadas.
• A síndrome de aspiração também pode ser classificada de acordo com o tipo de material aspirado em: 
• Irritativa - pneumonites químicas por acido, hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal
• Infecciosa - ocorre aspiração de saliva e secreções contaminadas
• Obstrutiva - causadas por afogamento e aspiração de corpo estranho
ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO
• Ocupa um dos primeiros lugares de patologia acidental na primeira infância
• Deve ser lembrado pelo pediatra toda vez que estiver diante de uma síndrome broncopulmonar de causa incerta
• Criança tem tendência a colocar objetos na boca e acidentalmente aspira
• Pode ocorrer um engasgo ou até uma obstrução aguda e fatal das vias aéreas
• Após a aspiração: ocorre tosse paroxística e apneia em grau variável, com asfixia, levando a morte, dependendo do material
• Na laringe ou faringe: sintomas aparecem em tempo variável, pode demorar a se manifestar “período de silêncio”
• Objeto maior que os brônquios pode ficar na traqueia, tendo risco de encravar-se na sub-glote (sinais de localização não aparecem); inclui tosse, estridor sibilos e retração simulando um quadro de laringite
• Objeto de menor calibre tende a se fixar nos brônquios 
• Corpos estranhos no esôfago pode causar sintomas respiratórios (laringe, traqueia, esôfago – unidade embriológica e funcional) 
• Quando o corpo estranho ultrapassa o esfíncter esofágico superior, pode ficar retido por estenose esofágica ou por características do próprio corpo estranho, tais como tamanho e forma 
Quanto ao estado físico dos corpos estranhos: 
Mais comumente aspirados são sólidos, como brinquedos de materiais plásticos e metálicos, assim como substâncias alimentícias, especialmente vegetais oleosos como amendoim e não oleosos como feijão e milho.
 Como material liquido são citados: leite, material gástrico, mecônio e água doce ou salgada em casos de afogamento; como material gasoso, observa-se principalmente a inalação de fumaça. 
O grão de amendoim é o corpo estranho encontrado com mais frequência em diversos estudos em várias partes do mundo.
FATORES DE RISCO
Algumas situações ou condições clínicas comprometem a proteção fisiológica das vias aéreas inferiores, alterando principalmente o correto fechamento glótico e o reflexo da tosse, dentre elas:
 Consciência reduzida; 
 Distúrbios de deglutição / déficit neurológico; 
 Doença do refluxo gastroesofágico; 
 Lesão mecânica na glote ou no esfíncter esofágico inferior devido à traqueostomia, intubação endotraqueal, broncoscopia, endoscopia digestiva alta ou alimentação por sonda nasogástrica; 
 Cirurgia que envolva a via aérea ou esôfago superior;
 Ausência de jejum adequado no processo de anestesia geral; 
 Anestesia utilizando máscara laríngea;
 Outros: Gestantes; obesos; íleo adinâmico. 
Quadro clínico 
• Broncopneumonia, atelectasia, bronquiectasia, insuficiência respiratória e morte
• Nos pacientes em que acorre a aspiração pulmonar, quatro tipos básicos de sintomas podem ocorrer: apnéia, pneumonia aspirativa aguda, doença pulmonar crônica e distúrbios da deglutição
• Consideram-se como sinais sugestivos de aspiração: dificuldade no ato da alimentação, presença de leite na boca ou narinas nos intervalos das mamadas, engasgo, vômitos, regurgitações habituais, tosse noturna, cianose e apneia
• A presença de tosse e chiados é relatada em 80% a 100% dos casos. 
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS 
• PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO
Cerca de 20-30% dos pacientes que apresentarem episódio de broncoaspiração irão desenvolver pneumonia. A pneumonia de aspiração refere-se às consequências pulmonares resultantes da entrada anormal de líquidos, substâncias exógenas, partículas, ou secreções endógenas para as vias aéreas inferiores e aspiração de microorganismos da cavidade oral ou da nasofaringe.
A maioria dos pacientes apresenta manifestações comuns de pneumonia, incluindo tosse, febre, expectoração purulenta e dispnéia, mas o processo se desenvolve ao longo de um período de vários dias ou semanas. Muitos pacientes apresentam emagrecimento e anemia como características comuns de um processo mais crônico. Diferentemente da pneumonia comum, a pneumonia por aspiração é causada por bactérias presentes na flora do TGI, sendo, portanto, menos virulentas.A maioria dos casos envolvem bactérias anaeróbias e estreptococos aeróbio ou microaerófilos que normalmente residem nas fendas gengivais. Existe uma associação com a doença periodontal, e esta complicação é menos comum em pacientes com boa higiene dental e aqueles que não apresentam dentição. 2 A microaspiração oriunda de secreção das vias aéreas superiores, devido ao vazamento do balonete do tubo endotraqueal, tem sido reconhecida como a principal causa de pneumonia pós-intubação.
• PNEUMONIA LIPOÍDICA 
Resultado de uma aspiração de óleos vegetais e animais ATELECTASIA Ausência de ar nos pulmões HIPOXIA Diminuição de O2 em órgãos e tecidos PNEUMONITE Aspiração de substancias tóxicas
DIAGINÓSTICO E TRATAMENTO
Com relação ao diagnóstico, a anamnese é de extrema importância de vez que em 95% dos casos, a tríade engasgo sufocação e tosse, está presente. A história de aspiração de corpo estranho se faz presente em até 85% dos casos; entretanto, em algumas situações o episodio de aspiração não é a queixa principal, sendo necessário uma historia dirigida.
Como recurso auxiliar de diagnóstico, a radiografia simples do tórax está alterada em 80% dos casos de crianças com corpo estranho radiopaco nas vias aéreas. São observadas imagens de condensação por atelectasia e/ou pneumonia secundaria, alem de obstrução parcial que pode originar enfisema. A ressonância magnética tem se mostrado de grande precisão, principalmente, na localização de vegetais fragmentados. A confirmação do diagnóstico de aspiração pela via aérea é feita através da endoscopia.
O tratamento de emergência tem como objetivo, melhorar a oxigenação do paciente e evitar a disseminação do material aspirado, estando o mesmo na dependência do tipo de material e gravidade da aspiração em relação à freqüência e volume, quadro clínico e temporalidade do evento. A retirada endoscópica com equipamento rígido ou flexível, constitue-se no tratamento nos casos de aspiração de CE; somente uma minoria de CE aspirados pela via aérea da criança não pode ser removida por esse meio. A traqueotomia está indicada naqueles pacientes que aspiraram CE demasiadamente largo, que não podem passar na região sub-glote.
	@SofiiaLacerda
	2

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