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Alimentação na Pediatria

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Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 
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ALIMENTAÇÃO NA PEDIATRIA 
 
 DOZE PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO 
SAUDÁVEL – CRIANÇAS < 2 ANOS 
 
1. Oferecer somente leite materno até os 6 meses 
(exclusivo) e permanecer amamentando pelo 
menos até 2 anos de idade. 
2. A partir do sexto mês de vida (possível exceções), 
introduzir alimentos in natura ou minimamente 
processados – manter o leite materno até 2 anos. 
3. A partir do sexto mês, oferecer água e evitar 
sucos; bebidas açucaradas como refrigerantes 
são proibidas. 
4. Quando a introdução alimentar (IA) for iniciada, 
oferecer alimentos sólidos bem cozidos e macios, 
amassados ou picados; não peneirar nem bater 
no liquidificador; ir aumentando a consistência 
com o tempo, até chegar na consistência da 
comida da família por volta dos 10 -12 meses. 
 
A partir do 6º mês introduz alimentação complementar, 
com alimentos in natura, folhagens, legumes, grãos, 
carne, fruta. Sem temperos prontos, sem alimentos 
processados ou ultraprocessados (salgadinhos, biscoitos, 
etc.). 
Importante evitar suco, não é o mesmo que comer fruta. 
Não deve dar açúcar e nem refrigerante. 
Quando começa a dar papinha deve ter um pouco de 
pedaço, não pode ficar líquido e muito picado. Alimentos 
amassados, raspados. Não tem história de começar com 
caldo e depois adicionar pedacinhos, já deve começar 
com sólidos e amassados. 
10 meses a 1 ano começa a comer o mesmo que a família, 
alimentos normais inteiros. 
Ideal não misturar as comidas para a criança reconhecer 
os sabores em separado. 
 
5. Não ofertar açúcar ou produtos contendo esse 
produto até os 2 anos. 
6. Não disponibilizar ultraprocessados para os 
menores de 2 anos (salgadinho, biscoito 
recheado, macarrão instantâneo). 
7. Preparar os mesmos pratos para toda a família, 
para que todos comam mais saudável. 
8. A refeição deve ser um momento de experiências 
positivas, aprendizado e afeto com a família; 
dessa forma, o melhor é que todos comam 
juntos. 
 
Ideal não colocar sal e sim temperos naturais. Se colocar 
sal é somente uma pitada mínima. Melhor temperar com 
temperos naturais (salsinha, cebolinha, etc.) 
Ideal que a todos da casa comam a mesma comida para 
todos terem uma alimentação saudável e estimular o 
bebê nos hábitos, mesmo que consistência diferente. 
 
9. Interagir com a criança enquanto ela se alimenta, 
estimulando-a sem força-la. 
10. Manter cuidados de higiene rigorosos com a 
manipulação e com o preparo dos alimentos. 
11. Quando não estiver em casa, manter uma 
alimentação saudável e equilibrada. 
12. Diminuir a exposição das crianças à publicidade 
de alimentos industrializados e ultraprocessados 
disponível via TV, tablets, celulares. 
 
O ideal que todos comam juntos na mesa para que aquele 
momento seja lúdico, prazerosa, de convivência com a 
família e adquirir hábitos com mais facilidade, sem forçar. 
Sempre cuidar muito bem da higiene dos alimentos e 
diminuir a exposição da criança aos alimentos que não 
são saudáveis (publicidade), pois diminui a curiosidade de 
querer provar esses alimentos. 
 
Se seguir todos os 12 passos acima, vai conseguir mais 
facilmente que a criança passe bem por esse período e 
adquira hábitos saudáveis. 
O paladar será influenciado desde o aleitamento, pois o 
que a mãe come altera a composição do leite, passa para 
a criança e já começa a criar o paladar. 
Se for uma mãe que come muito processados, alimentos 
não muito saudáveis, isso pode influenciar no bebê. 
 
 ALEITAMENTO MATERNO 
 
- RECOMENDAÇÃO ATUAL: 
 
 Até os 2 anos ou mais e exclusivo até os 6 meses. 
A partir dos 6 meses faz complementação com 
alimentos. 
 
“O leite materno protege contra infecções, como diarreia, 
pneumonia e infecção de ouvido (otite) e, caso a criança 
adoeça, a gravidade da doença tende a ser menor. 
Também previne algumas doenças no futuro, como asma, 
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diabetes e obesidade; e favorece o desenvolvimento 
físico, emocional e a inteligência. Os movimentos que a 
criança faz para retirar o leite do peito são um exercício 
importante para a boca e para os músculos do rosto e irão 
ajudar a criança a não ter problemas com a respiração, a 
mastigação, a fala, o alinhamento dos dentes e, também, 
para engolir.” 
 
O leite materno tem todos os componentes nutricionais 
necessários para o bebê e ele altera a composição com o 
desenvolvimento da criança. 
Logo que nasce terá o COLOSTRO, depois o leite vai 
encorpando e ganhando cor. E ao longo dos meses a 
criança vai precisando de mais ou menos nutrientes que 
vão sendo fornecidos em quantidade adequado no leite 
materno. 
Além disso, tem a questão da imunidade. A criança nasce 
muito desprotegida quanto à imunidade, não tem 
sistema imune maduro. A mãe, pelo leite, fornece 
anticorpos (principal é o IgA e outras como IgM, IgG. 
Também passam linfócitos, macrófagos, neutrófilos), o 
que vai proteger contra infecções. 
 
Não há nada que substitua o leite materno. A formula é o 
que mais se aproxima, mas não é 100%. 
Normalmente indica da formula 1 medida para cada 30ml 
de água. 
É muito comum, principalmente no SUS, as mães 
utilizarem formula sem necessidade, e tem um alto custo 
econômico. 
 
- VANTAGENS E PARTICULARIDADES DO LEITE 
MATERNO: 
 
 Promove vínculo afetivo 
 É econômico 
 Colostro: leite dos primeiros dias (rico em 
proteínas e anticorpos). Ele é mais claro. 
 Uma parte do leite das mamadas já está 
armazenado nas mamas, mas a maior parte é 
produzida enquanto a criança está 
amamentando. 
O leite que a criança mama não está todo armazenado no 
peito. Uma parte dele é produzido antes e armazenado e 
a maior parte produz enquanto a criança está na mama 
amamentando. 
 Todo o leite materno é adequado e suficiente. 
 Não existe leite fraco: tem calorias, gorduras, 
proteínas, vitaminas, água e outros nutrientes 
essenciais na dose certa para o crescimento e o 
desenvolvimento adequado (lembrar de repor 
vitamina D, ferro e realizar exposição solar). 
Pode ter algumas exceções que precisa fazer 
suplementação em relação a vitamina D (o que tem de 
vitamina D é muito pouco e ninguém tem uma ingesta 
suficiente dessa vitamina por dia, então precisa fazer 
exposição solar e tomar – principal fonte de vitamina D é 
exposição ao sol). Se a criança não tomar sol, tem chance 
de vitamina D ficar baixa e o leite materno não é 
suficiente. 
O ferro suplementa de acordo com alguns parâmetros, 
normalmente suplementa todas as crianças. 
Vitamina D e ferro devem ser suplementados em todas as 
crianças até 2 anos. 
 Deve ser realizado em livre demanda – sempre 
deixar a criança a vontade para mamar. Mamar a 
hora que ela tiver fome e a hora que ela quiser. 
Nos primeiros dias, quando a criança é muito 
pequenininha e dorme a noite toda, pode ser necessário 
chamar o beber e acordá-lo +- de 3/3h. Depois de um 
tempo deixa a criança, se estiver dormindo e não pediu, 
deixa dormindo. Somente nos primeiros dias (+- 1º mês 
de vida) que a criança tem uma perda de peso esperada 
e risco de hipoglicemia e orienta que se não acordar, 
pode chamá-la. 
 Existem contraindicações – geralmente 
associado a alguma situação de doença da mãe 
ou da criança. 
 
- CARACTERÍSTICAS DO LEITE MATERNO: 
 
 A concentração de gordura no leite aumenta no 
decorrer de uma mamada; leite posterior é o 
mais rico em gordura 
O leite materno ele muda com o passar dos meses, mas 
também sofre alterações ao longo da mamada. 
No início da mamada o leite sai “ralo” e “magro”, tem 
mais proteínas, mais anticorpos e com menos gordura – 
“mata a sede da criança”. Depois durante a mamada o 
leite fica mais rico em gordura e é o leite que vai saciar e 
dar a energia que a criança precisa para crescer e ganhar 
peso. 
Deve orientar a mãe que se o bebe não está ganhando 
peso adequadamente, ou a mãe acha que não está 
sustentando. 
Ex.: quando dápara o bebê o peito direito, na próxima 
mamada deve continuar dando o peito direito. Se não 
esvaziou a mama completamente na primeira mamada, 
deve voltar no mesmo peito e espera esvaziar (a mãe 
sente quando esvazia) e aí sim faz a troca de peito. Assim 
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garante que o bebê vai conseguir mamar o leite posterior, 
mais rico em gordura. 
 Presença de anticorpos no leite materno (pico de 
concentração no 1º mês seguido de redução e 
estabilidade) – principal imunoglobulina: IgA 
secretória 
 Outros fatores de proteção: anticorpos IgM e IgG, 
macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, 
lactoferrina, lisosima e fator bífido. 
 FATOR BÍFIDO: favorece o crescimento do 
Lactobacilus bifidus, que acidifica as fezes e assim 
dificulta a instalação de bactérias que causam 
diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia 
coli 
Fator bífido – é um fator nutricional que favorece o 
crescimento de lactobacilos e a criança vai acidificar as 
fezes e a criança terá menos incidência de crescimento 
bacteriano, infecções intestinais, etc. Dificulta o 
crescimento de algumas bactérias que são comuns de 
causar diarreia infecciosa (ex. das principais: Shigella, 
Salmonella e E. coli). Fator bífido vai agir principalmente 
em bactérias (menos em vírus). 
 
 
Na tabela acima: Leite Materno X Leite de Vaca 
Na tabela demonstra os nutrientes em colostro (leite 
produzido nos 3-5 primeiros dias após o nascimento), em 
leite maduro (36-29 dias) e no leite de vaca. 
O colostro é diferente do leite maduro. Além disso tem 
uma diferença entre o leite do bebê a termo e do bebê 
prematuro. 
Ex.: a composição de caloria é maior no pré termo do que 
no termo, pois o bebê prematuro vai precisar de mais 
energia para conseguir fazer o crescimento extra uterino. 
Lipídios e proteínas também são maiores no pré termo. 
O leite do bebê prematuro sempre será um pouco mais 
rico do que do bebê a termo. 
Pelo menos ao longo de 6 meses, a produção de leite 
sempre será adequada à idade do bebê. 
O leite maduro já é mais calórico do que o colostro, 
entretanto tem menos proteínas quando se compara ao 
colostro. 
O leite de vaca também terá composição diferente, mas 
tem pontos parecidos. É importante saber que ele não é 
adequado para a criança por ter alguns componentes 
diferentes como a principal proteína sendo a Caseína. O 
que mais difere será as proteínas, sendo 3,3, o que pode 
causar uma sobrecarga renal no bebê devido ao excesso 
de proteína. A caseína também pode ser alergênica ao 
bebê. 
 
- TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO: 
 
 
 
O fator mais importante na técnica para o sucesso é a 
PEGA (o jeito que o bebê mama – posição dos lábios, 
como coloca a boca no seio, etc.). 
É importante para não causar lesões no seio materno. 
 
Quando a mãe reclama em relação a algo da 
amamentação é importante solicitar à ela que ela fale e 
mostre como que o bebê está amamentando e observar 
a pega. E se precisar fazer a correção. 
Pede para a mãe ajustar a pega e avaliar em uma semana 
+-. 
É importante que tenha a pega correta para não ferir o 
peito da mãe, para que ela consiga amamentar direito, 
etc. 
 
A criança precisa estar com a boca bem aberta, os dois 
lábios devem estar para fora (“peixinho”) ou o lábio de 
cima pode ficar para dentro, mas o de baixo sempre para 
fora. Pelo menos o lábio inferior deve estar para fora. 
Sempre deve visualizar a auréola mais acima da boquinha 
do que abaixo da boquinha. 
O queixo normalmente fica tocando a mama. 
 
 
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Pontos chaves da pega adequada: 
 
 Aréola mais visível acima da boca do bebê 
 Boca bem aberta 
 Lábio inferior (ou os dois) virado(s) para fora 
 Queixo tocando a mama 
 
Posicionamento Adequado: 
 
 Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz 
na altura do mamilo 
 Corpo do bebê próximo ao da mãe – corpinho 
não pode estar torcido 
 Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço 
não torcido) 
 Bebê bem apoiado 
 
Se o posicionamento não estiver bom para a criança ou 
para a mãe a mamada será prejudicada. 
Se a mãe estiver desconfortável ela não vai conseguir 
manter a amamentação. 
 
 
Na imagem acima: Variedades de posicionamento. 
A mãe pode amamentar deitada, com a criança para um 
lado e ela para o outro, podem ficar os dois do mesmo 
lado, etc. 
Todas as posições acima estão certas. 
 
Sinais indicativos de Técnica Inadequada: 
 
 Bochechas do bebê encovadas a cada sucção – 
não pode afundar a bochechinha na sucção 
 Ruídos da língua 
 Mama aparentando estar esticada ou deformada 
durante a mamada – ex.: como se o bebê 
estivesse pendurado 
 Mamilos com estrias vermelhas ou áreas 
esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê 
solta a mama 
 Dor na amamentação 
 
- PROBLEMAS NA AMAMENTAÇÃO: 
 
 Bebê que não suga ou sucção fraca – 
principalmente bebês mais novinhos, 
prematuros 
 Demora na apojadura (descida do leite) – durante 
o trabalho de parto vai produzir ocitocina e 
hormônios necessários para a amamentação e o 
leite está praticamente pronto quando há o 
nascimento. Mas quando há cesariana pode 
demorar alguns dias (3-5 dias) para descer o leite. 
Mesmo se demorar para a descida, deve ir 
estimulando e tentando. 
 Mamilos planos ou invertidos – o mamilo normal 
evertido é protuso e no caso do plano não tem 
essa protusão. E no invertido é para dentro. Pode 
ficar mais difícil de sugar. 
 Ingurgitamento mamário – quando a mama está 
muito cheia. Muitas vezes pode causar 
dificuldade no bebê para mamar e pode 
machucar. Ideal é esvaziar um pouco a mama 
ingurgitada antes da mamada para voltar para a 
forma natural da mama e conseguir ajudar na 
pega. 
 Dor/machucados nos mamilos 
 Candidíase 
 Fenômeno de Raynaud – pode ocorrer em 
pessoas normais, mas também muito presente 
nas doenças autoimunes. Pode ocorrer esse 
fenômeno também nos mamilos (não somente 
nas mãos, pés, lábios). 
 Bloqueio dos ductos lactíferos 
 Mastite – inflamação na mama. Não é uma 
contraindicação à amamentação, mas muitas 
vezes a mãe não consegue amamentar devido a 
dor. 
 Abscesso mamário – não é contraindicação, mas 
também causa muita dor. 
 Outros 
 
Quase nunca é necessário suspender a amamentação 
durante o tratamento da causa. 
 
 
 
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O que deve ser feito para corrigir: 
 Corrigir a pega 
 Mudar a posição 
 Suspender o uso de chupeta – pode ter confusão 
de bico. No mesmo caso para mamadeira. 
 Ordenha manual ou com bombas de sucção – no 
caso de ingurgitamento mamário 
 Translactação – Pode precisar de fazer em bebês 
prematuros. Coloca o bebê no peito (não está 
sugando bem ou o leite não desceu bem) e passa 
uma sonda. Coloca a sonda em direção ao 
mamilo da mãe, mas vai passando o leite pela 
sonda como se estivesse saindo da mama. 
 Tranquilizar a mãe – muitas vezes fica 
preocupada com medo de não conseguir 
amamentar e pode atrapalhar na descida do leite 
e na interação com o bebê 
 Aumentar o mamilo antes das mamadas com 
compressa fria ou gelo – por exemplo nos casos 
de mamilos planos e invertidos 
 Mamadas frequentes – se ficar difícil ficar por 
exemplo de 3/3h com a criança 20-30min no 
peito, pode tentar fracionar e dividir o tempo. 
 Massagens delicadas 
 Lavagem de feridas apenas com água – mamilo 
ferido nunca coloca medicação e nenhum 
produto pois pode atrapalhar a mamada. 
 Etc. 
 
 
 
 
- DIFICULDADES NO ALEITAMENTO: 
 
Quando a mama está cheia ou já ingurgitada, a aréola 
pode se tornar tensa, endurecida e de pega difícil 
 
Orientação: retirada manual (ou com auxilio das bombas 
de sucção) de pequena quantidade de leite, antes de 
oferecer o peito ao bebê – facilitar sucção e evitar 
complicações mamárias 
 
Há várias técnicas que podem ser utilizadas mesmo antes 
de cada sessãode amamentação, para dar aos mamilos 
uma forma mais fácil de agarrar: 
Pode estimular o mamilo para ele sobressair e ficar mais 
fácil para a criança (estimula o mamilo entre o polegar e 
o indicador). Quando for dar o peito fazer a prega em “C” 
ou “V” para deixar o mamilo mais protuso. Pode deixar 
compressa gelada ou gelo para estimular o mamilo e ficar 
ereto. Além disso tem alguns aparelhinhos que ajudam a 
modificar a forma do mamilo. 
Pode extrair o leite manualmente ou com extrator de 
leite alguns minutos antes de uma sessão para ajudar a 
puxar o mamilo mais para fora. 
 
 
 
Na imagem acima: Protetor de silicone que pode colocar 
durante a amamentação na aureola. Além disso tem os 
modificadores da forma do mamilo, que pode começar a 
ser utilizado por volta da 32ª semana de gestação para a 
mãe começar a treinar a colocar. 
 
 
 
- PROBLEMAS NA AMAMENTAÇÃO: 
 
 “LEITE FRACO” 
A mãe muitas vezes fica ansiosa porque a criança não 
mama em uma frequência grande, ou chora muito e pode 
achar que o leite não está suficiente. E devido a ansiedade 
diminui a produção da cadeia hormonal para liberar leite. 
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A própria criança pode ficar ansiosa. Isso tudo atrapalha 
e dificulta que a criança consiga mamar no peito. 
 
- CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS AO ALEITAMENTO 
MATERNO: 
 
 Doenças cardíacas, renais, pulmonares ou 
hepáticas graves – a amamentação gera um 
grande esforço para a mãe e gasta muita caloria. 
 Depressão e psicose graves – pós parto, deve 
evitar principalmente no período em que a mãe 
ainda está sintomática. 
 Uso de drogas lícitas e ilícitas ou medicações 
incompatíveis com a amamentação – uso de 
forma regular 
 Infecção pelo HIV ou pelo vírus T-linfotrópicos 
humanos (HTLV) tipo I ou II 
 Quimioterapia/radioterapia oncológica materna 
– suspende durante o tratamento 
 Galactosemia – doença da criança que ela não 
pode ingerir nenhum tipo de alimento que 
contem galactose. Todos os leites serão 
suspensos. Deve utilizar fórmulas especiais. 
 Outras doenças por vírus, bactérias ou fungos: 
avaliação pelo profissional, mas, na maioria dos 
casos, o aleitamento materno é mantido 
 
- CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS AO ALEITAMENTO 
MATERNO: 
 
 Algumas infecções – ex.: presença de herpes. Se 
tiver herpes na mama direita, pode utilizar a 
mama esquerda. Contraindicação somente na 
mama afetada. 
 Consumo eventual de álcool e/ou drogas ilícitas – 
quando esporádico deve suspender por um 
período correspondente que está circulante no 
leite 
 Vacina contra febre amarela em mães de crianças 
menores de 6 meses – essa vacina é de vírus 
atenuado vivo e por isso deve evitar durante os 6 
meses de amamentação 
 Realização de exame com radiofármacos – 
manter a extração de leite para ofertar para o 
bebê e evitar redução da produção 
 Infecção herpética, quando há vesículas 
localizadas na pele da mama. A amamentação 
deve ser mantida na mama sadia 
 Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele 
cinco dias antes do parto ou até dois dias após o 
parto, isolar mãe até que as lesões adquiram a 
forma de crosta. Não deve ter amamentação 
nesse período. 
A criança deve receber Imunoglobulina Humana 
Antivaricela Zoster (Ighavz), disponível nos Centros 
de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIES) 
(BRASIL, 2006), que deve ser administrada em até 96 
horas do nascimento, aplicada o mais precocemente 
possível 
 Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou 
quando houver sangramento mamilar evidente 
Todas as doenças que podem ser transmitidas através do 
contato com o sangue que são potencialmente graves ou 
crônicas, deve suspender a amamentação por um 
período pelo menos até passar a fase. 
 
 
No quadro acima: Uso de droga e tempo de interrupção 
da amamentação 
 
- LEITE DE VACA – EXCESSÃO: 
 
 
 
Se a mãe não produziu leite, se não tem dinheiro para 
comprar a formula, deve ser utilizado o leite de vaca. 
Mas deve diluir o leite devido a grande quantidade de 
proteína. Deve diluir para não sobrecarregar a parte renal 
da criança. 
 
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Se for leite em pó deve colocar uma colher de sobremesa 
rasa para cada 100mL de água fervida ou filtrada. 
1 colher e meia de sobremesa rasa para 150mL de água 
fervida ou filtrada. 
 
No caso do leite integral fluido deve pegar 2/3 da 
quantidade de leite mais 1/3 de água fervida ou filtrada. 
 
A criança até 4 meses deve diluir. A partir de 4 meses não 
precisa mais diluir e pode dar o leite de vaca normal, 
inteiro. 
Deve realizar suplementação de vitamina C que não tem 
no leite de vaca. 
 
Normalmente inicia a alimentação com 6 meses, mas em 
algumas exceções, como no caso de crianças que tem 
dificuldade no fornecimento de leite, pode começar a 
alimentação a partir de 4 meses, mas a criança deve 
demonstrar que está pronta para comer (consegue 
sentar, firmar a cabeça, colocar o alimento na boca, 
movimentos mastigatórios e com a língua). 
Então alimentação não deve ser feita EXCLUSIVAMENTE 
com 6 meses, pois podem ter exceções. 
 
 
 
No caso em que a alimentação for com o leite de vaca, 
não será a livre demanda. Deve determinar a quantidade 
de acordo com a idade. 
 
 
Em crianças que usam formula, em menores de 6 meses 
é o ideal se não tiver o leite materno utilizar a fórmula. 
Em casos que a mãe for HIV positivo, se o bebê tiver 
Galactosemia, etc., o SUS pode fornecer essa formula que 
o bebê precisa. Mas se for somente pelo fato de a mãe 
não ter condições financeiras, o SUS não fornece. 
 
No uso de leite e vaca e na fórmula deve fornecer água 
entre as refeições. No uso exclusivo de leite materno não 
fornece água. 
No caso de amamentação no peito exclusivo, as exceções 
serão fornecimento de Soro de hidratação oral e uso de 
medicamentos. 
 
Aleitamento materno misto – leite materno + fórmula 
Aleitamento exclusivo – somente peito 
Complementar – começa a fazer a alimentação 
 
 ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
 
 Conjunto de outros alimentos, além do leite 
materno, oferecidos ao lactente quando o leite 
materno não é capaz de suprir totalmente as 
necessidades nutricionais da criança em 
crescimento 
 Fase de grande vulnerabilidade 
 Manutenção do aleitamento materno + 
alimentos complementares ou de transição 
 
É uma fase que pode ser difícil, a mãe fica muito ansiosa 
e a criança também pode apresentar um pouco de 
dificuldade, e devido a isso é um período que a mãe 
precisa muito do pediatra. 
 
Sempre deve manter o peito e complementar com outros 
alimentos. 
 
- INTRODUÇÃO ALIMENTAR: 
 
Não existe ordem fixa para introdução dos alimentos – 
somente existem sugestões 
 
 Pode ser iniciado pelas papas doces ou principais 
– são somente frutas, sem açúcar 
 Oferecer o alimento 8 a 10 vezes à criança antes 
de excluí-lo da dieta – deve comer o mesmo 
alimento 8 a 10x até desistir. Pode alterar a forma 
de preparo do mesmo alimento. 
 Não oferecer sucos ou bebidas açucaradas 
 No primeiro ano de vida evitar mel e alimentos 
em conserva (risco e botulismo) 
 Ao iniciar a introdução alimentar, oferecer água à 
criança 
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 Leite de vaca ideal que não ofereça até 1 ano 
 Açúcar somente após 2 anos 
 Cuidados de higiene redobrados 
 Atenção aos alimentos ricos em agrotóxicos 
 Não usar o liquidificador ou peneira - a comida 
deve no máximo amassada, deve deixar 
pedacinhos 
 
Deve ter atenção com morango, por ser uma fruta que 
normalmente contém muito agrotóxico. 
 
- CRITÉRIOS PRÁTICOS PARA DECIDIR O MOMENTO DE 
INICIAR ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: 
 
Ocorre aproximadamente com 6 meses. 
 
 Já senta e se mantém firme nessa posição 
 Mantém sem esforço a sustentação da cabeça 
 Não tem mais reflexo de extrusão 
 Mostra desejo de mastigar 
 Leva alimentosà boca 
 Ao se interessar pela comida, coordena 
movimentos de olhos, mãos e boca 
 Não se mostra satisfeito com a quantidade de 
leite, mesmo quando se aumenta muito o volume 
ou a frequência de oferta 
 
- NECESSIDADES NUTRICIONAIS: 
Podem variar. Individualização e acompanhamento 
nutricional evolutivo. 
 
 Idade 
 Sexo 
 Peso 
 Estatura 
 Atividade física 
 Estado fisiológico 
 Presença de doenças 
 Clima 
 
- ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR ADEQUADA: 
 
 Alimentação Variada 
 Quantidade adequada de energia 
 Rica em ferro e zinco 
 Rica em vitamina A 
 Quantidade apropriada – deve ter noção de 
acordo com idade e tamanho 
 Sem contaminação 
 Fácil acesso – pode variar de acordo com a região, 
família 
 Introduzida em tempo oportuno 
 
 
A introdução pode ser feita de forma variada. 
Pode começar com papinha de fruta, depois começa com 
papa salgada (principal) de almoço. 
Entre 10 meses e 1 ano a criança já terá a mesma 
alimentação da família. 
 
 
Na imagem acima: Textura e quantidade – recomendação 
 
 
No quadro acima: Quantidade – recomendações. 
Entender que vai progredindo as quantidades de acordo 
com a idade. 
 
- ÁGUA – RECOMENDAÇÃO: 
 
A partir da interrupção do aleitamento materno exclusivo 
e introdução da alimentação complementar é importante 
oferecer água nos intervalos. 
Ou quando estiver em uso de fórmula. 
 
A água deve ser a mais limpa possível (tratada, fervida e 
filtrada). 
Caso não se conheça a procedência da água orientar os 
procedimentos para que ela fique potável: após ferver 1 
litro de água adicionar 2 gotas de hipoclorito de sódio 
(2,5%) e deixar repousar por 30 minutos. 
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- COMPOSIÇÃO DAS PAPAS – RECOMENDAÇÃO: 
 
 Importância da carne: fonte de ferro e zinco (70 
a 100 g/dia) – pode utilizar qualquer tipo de 
carne. 
 Queda fisiológica nas concentrações de zinco e 
ferro no leite materno 
 Por volta do 7º mês de idade, 80% das 
necessidades de zinco e 70% das necessidades de 
ferro devem ser fornecidas pela alimentação 
complementar 
 Fibras: 
Após os 2 anos – 5g + idade da criança 
o O excesso de fibras pode ser nocivo para a 
criança e prejudicial 
o Diminui absorção de gorduras, cálcio, ferro, 
zinco e vitaminas A e D e por isso não pode 
colocar em excesso 
 
- CRIAÇÃO DO HÁBITO ALIMENTAR: 
 
Tem uma série de fatores que influenciam a criança a 
comer bem. Tem a parte genética, não aceita alguns 
alimentos, componente familiar, o meio em que a criança 
vive. Os alimentos consumidos pela mãe durante a 
amamentação também influenciam e vai mudando o 
paladar da criança. 
A criança durante a amamentação vai acostumando com 
os sabores, aromas. 
Além da parte genética tem a parte alimentar da mãe 
durante a amamentação e depois tem o que oferece para 
ela. 
O leite materno oferece diferentes experiências de 
sabores e aromas que vão refletir os hábitos alimentares 
maternos. 
 
Geralmente a criança que mama no peito costuma aceitar 
melhor alimentação complementar depois. 
 
- MOTIVO PARA EVITAR SUCO DE FRUTAS NA 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: 
 
 Alta quantidade de fruta necessária para fazer 
um suco 
 Alto índice glicêmico 
 Adição frequente de açúcar ao suco – ideal que 
fique até os 2 anos de idade sem consumo de 
açúcar 
 Pouco estímulo à mastigação – não é bom para 
musculatura facial e desenvolvimento da 
alimentação 
 Eleva o risco de consumo de bebidas adoçadas no 
futuro – estimula o consumo de refrigerantes e 
outras bebidas açucaradas 
 Perda das fibras – a fibra do suco não passa para 
a criança 
 Maior risco de contaminação – manipulação 
durante o preparo, uso de espremedor, etc. 
 
- CUIDADOS PARA REDUÇÃO DE AGROTÓXICOS: 
 
 Lavagem cuidadosa dos produtos a serem 
consumidos 
 Preferir frutas e hortaliças da estação (manejo 
mais simples) – as frutas da estação terão menos 
agrotóxicos para desenvolvimento 
 Mergulhar os alimentos em solução de 
bicarbonato de sódio (1 colher de sopa para 1 
litro de água) por 20 minutos 
 Retirar a casca dos alimentos como nectarina, 
pêssego, berinjela e maçã – o agrotóxico tende a 
se acumular mais nas cascas 
 Retirar as folhas externas das verduras – ficam 
mas expostas. Deixar para a criança as folhas 
mais internas 
 
- COMO PREVENIR DIFICULDADES ALIMENTARES 
FUTURAS: 
 
 A disposição das crianças para aceitar novos 
alimentos tem forte herdabilidade – A parte 
genética não é possível alteração 
 A herança é moderada por diferenças culturais na 
exposição precoce para sabor e textura 
 A amamentação ao seio: confere vantagem para 
aceitação futura de sabores; leva a menor 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 
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preferência por alimentos excessivamente 
palatáveis ('junk food’) 
 Adequar a alimentação à idade e ao DNPM 
(desenvolvimento) 
 Expor a criança aos sabores naturais, 
repetidamente e de forma variada (8 a 10x de 
exposição ate excluir completamente da dieta) 
 Cuidado com a pressão para que a criança coma, 
incluindo quantidade e sabores – não brigar e não 
forçar que a criança não queira. 
 
 
No exemplo acima, o milho na espiga é “in natura”. Já o 
milho na latinha é processado e o milho utilizado em 
salgadinhos é um alimento ultraprocessado. 
O consumo elevado de alimentos processados e 
ultraprocessados aumentam o risco de doenças crônicas 
no futuro. 
 
Estímulo da criança: 
 Colocar ela para comer junto da família, fazendo 
um prato somente para ela 
 Deixe-a livre para segurar os alimentos/utensílios 
 Variar as formas de apresentação dos alimentos 
– um prato bonito, colorido, cheiroso e saboroso 
motiva a criança a comer 
 Interagir com a criança dizendo sempre o nome 
dos alimentos que ela está comendo 
 Dedicar tempo e paciência aos momentos de 
refeição da criança 
 Parabenizar e elogiar o consumo dos 
alimentos/refeições. 
 
EVITAR algumas atitudes: 
 Forçar a criança a comer 
 Oferecer atrativos como TV, celular, tablet 
enquanto a criança come 
 Utilizar aparelhos eletrônicos enquanto a criança 
come 
 Alimentar a criança enquanto ela anda e brinca 
pela casa 
 Esconder alimentos que a criança não gosta em 
preparações 
 
Ficar sempre atento aos sinais de fome e saciedade da 
criança. 
 
Na Caderneta da Criança tem uma parte que é somente 
relacionada à alimentação e deve orientar aos pais a 
leitura. 
 
 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 
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Quando orienta no esquema alimentar que a mãe 
precisa, por exemplo, colocar no almoço um alimento do 
grupo “raízes e tubérculos”, vai ter a tabela contendo 
quais alimentos fazem parte desse grupo para escolha 
dela. 
 
O esquema alimentar acima, vai ser dividido de acordo 
com a idade: até 6 meses, entre 7-8 meses, entre 9-12 
meses e entre 1-2 anos. 
Determina quais alimentos em cada parte do dia (café da 
manhã, lanches, almoço, jantar e antes de dormir) e a 
quantidade. 
 
 DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO 
SAUDÁVEL – 2 A 9 ANOS 
 
Em relação aos doze passos, retirou algumas situações e 
algumas relacionadas a amamentação com leite materno. 
 
1. Fazer alimentos in natura ou minimamente 
processados a base da alimentação 
2. Utilizar óleos, gordura, sal, açúcar em pequenas 
quantidades 
3. Limitar o consumo de alimentos processados 
4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados 
5. Comer com regularidade e atenção em 
ambientes apropriados, e sempre que possível, 
com companhia 
6. Fazer compras em locais que ofertem variedades 
de alimentos in natura ou minimamente 
processados 
7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades 
culinárias – é importante a criança participar 
8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação 
espaço que ela merece 
9. Dar preferencia ao comer fora de casa, a locais 
que preparam os alimentos na hora e mais 
próximos do saudável10. Ser crítico quanto as informações, orientações e 
mensagens sobre alimentação vinculadas a 
propagandas comerciais 
 
- SUPLEMENTAÇÃO DE NUTRIENTES: 
 
De rotina são duas suplementações para a criança: Ferro 
e vitamina D 
 
 FERRO 
 
É necessário realizar a reposição de ferro na infância nos 
primeiros dois anos. 
 
 
 *Em bebês que nasceram no tempo certo, com peso 
adequado e está em aleitamento materno exclusivo ou 
misto, deve começar a receber 1 mg/kg/dia de ferro (3 a 
24 meses). 
 *Bebê termo, peso adequado, recebendo menos de 
500 ml de formula/dia, deve administrar 1 mg/kg/dia (3 
a 24 meses). 
 *Bebê termo, com peso <2,5kg, deve administrar 
2mg/kg/dia a partir do 1º mês de vida por 1 ano e depois 
1mg/kg/dia por mais um ano. 
 *Bebê pré-termo entre 1,5 a 2,5kg, deve administrar 
2mg/kg/dia a partir do 1º mês de vida por 1 ano e depois 
1mg/kg/dia por mais um ano. 
 *Bebê pré-termo entre 1,0 e 1,5kg, deve administrar 
3mg/kg/dia a partir do 1º mês de vida por 1 ano e depois 
1mg/kg/dia por mais um ano. 
 *Bebê pré-termo menor que 1,0kg, deve administrar 
4mg/kg/dia a partir do 1º mês de vida por 1 ano e depois 
1mg/kg/dia por mais um ano. 
 
 
 
 
Ana Clara Aguilar de Almeida – Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente I – Set. 2022 
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 SUPLEMENTAÇÃO VITAMÍNICA 
 
 *Vitamina A: 
 
Não é feito em todo o lugar. Tem alguns lugares que tem 
mais carência e tem mais risco e as crianças precisam 
receber uma dose. 
A partir do 6º até o 59º mês de idade, todas as crianças 
que residam em municípios contemplados pelo programa 
devem receber doses de vitamina A. 
O coordenador local (estadual ou municipal) irá definir a 
estratégia de distribuição de vitamina A que mais se 
adequa à sua realidade. 
 
Mega dose de Vitamina A de 100.000 UI para crianças de 
6 a 11 meses: 1 dose apenas 
Mega dose de Vitamina A de 200.000 UI para crianças de 
12 a 59 meses (5 anos): 1 dose a cada 6 meses 
 
 
O ministério da saúde a partir de 2005 tinha uma 
quantidade menor de áreas que fazia suplementação. 
Mas depois em 2012 essa área foi ampliada. 
A suplementação de vitamina A depende da região e 
quem define é a própria secretaria de saúde de acordo 
com a incidência de deficiência. 
 
 *Vitamina D: 
 
A suplementação deve ser fixa até 2 anos de idade. 
400 UI/dia a partir da primeira semana de vida até os 12 
meses e 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, inclusive para as 
crianças em aleitamento materno exclusivo, 
independentemente da região do país. 
Na prática significa que começa com 2 gotas até os 12 
meses e depois três gotas até 24 meses (2 anos). 
 
- HIGIENE ORAL: 
 
 Só dentes anteriores: fralda ou gaze 
 Surgimento do primeiro dente posterior (12 a 18 
meses): escovar dentes e dorso da língua com 
escova dental de cabeça pequena, cabo longo e 
cerdas macias 
 Da erupção do primeiro dente aos 4 primeiros 
anos de vida: quantidade de creme dental 
semelhante a um grão de arroz cru; escovar duas 
vezes ao dia, e ensinar a criança a não engolir a 
espuma do creme dental (evitar fluorose) 
 Dos quatro aos oito anos: a quantidade de creme 
dental equivale a um grão de ervilha 
 
Atualmente orienta utilizar pasta de dente com flúor, mas 
em quantidade pequena. 
 
Evitar cárie nos dentes de leite: 
 Alimentar o bebê somente com o leite materno 
até 6 meses – o leite materno evita 
 Incentivar o consumo adequado de frutas, 
verduras e legumes 
 Não oferecer alimentos com açúcar e bebidas 
açucaradas 
 Evitar oferecer líquidos (exceto água), 
principalmente na hora de dormir 
 Evitar que a criança coma fora do horário previsto 
para as refeições 
 Escovar os dentes da criança pelo menos 2x ao 
dia, com fio dental e escova com pasta com flúor, 
principalmente antes de dormir

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