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Campo de atuação na vida pública Documentos legais e normativos LP Leitura e Produção Sequência Didática do Professor Ensino Médio Habilidade FOCO • (EM13LP26) Relacionar textos e documen- tos legais e normativos de âmbito universal, nacional, local ou escolar que envolvam a defi nição de direitos e deveres – em especial, os voltados a adolescentes e jovens – aos seus contextos de produção, identifi cando ou inferindo possíveis motiva- ções e fi nalidades, como forma de ampliar a compreensão desses direitos e deveres. Habilidades RELACIONADAS • (EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou re- tomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e reformulando seu posicio- namento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum. • (EM13LP27) Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de discussões, campanhas e debates, produ- zindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsa- bilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental. EM.11.LP.1.17.45.P-2321 Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 3 Ponto de PARTIDA Você sabe quais são seus direitos e deveres como cidadão? Em algum mo- mento da sua vida você já presenciou a violação de direitos fundamentais? Em uma sociedade democrática, como é possível garantir o respeito aos direitos básicos das pessoas? Por meio de quais instrumentos, instituições, documentos...? Certamente, você já ouviu falar nos seguintes textos de ordem legal: Decla- ração dos Direitos Humanos, Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da Igualdade Racial, Estatuto da Pessoa com Defi ciência, Código de Defesa do Consumidor, Código Florestal etc. O que você sabe a respeito desses textos? Qual deles você conhece? Agora, com suas próprias palavras, responda: 1. Qual é a fi nalidade de textos como esses? 2. Como eles são escritos? Que registro de linguagem utilizam? 3. Quem escreve/produz esses textos? 4. Onde eles são publicados? Em que meio circulam? 5. Para quem eles são escritos? Quem é seu público-alvo? Atividade 1 Você provavelmente já ouviu falar nos Direitos Humanos. O que você sabe a respeito? Sabe quando eles foram criados? Por quem e por qual motivo? Para introduzir o tema, vamos assistir a um vídeo publicado em um canal da ONU no YouTube: ONU MULHERES BRASIL. Direitos Humanos. 2016. (3min03s). Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?ed9996>. Acesso em agosto de 2019. INTRODUÇÃO Esta SD trabalha a leitura e com- preensão de documentos legais e normativos de caráter universal (Declaração dos Diretos Humanos), nacional (Constituição Federal e ECA) e local ou escolar (a produção de um estatuto do grêmio) que envol- vam a defi nição de direitos e deveres dos cidadãos. Nesse sentido, as perguntas no Ponto de Partida visam desenvolver aspectos da habi- lidade foco EM13LP26 por meio de um bate-papo com os alunos, para introduzir o tema e levantar seus conhecimentos prévios. Professor, procure mediar a discussão de modo que todos tenham o momento de expressar suas ideias e hipóteses e também de ouvir as reflexões dos colegas. Consequentemente, o debate inicial sobre esses textos vai permitir que os alunos relacionem os documentos normativos ao seu con- texto de produção, inferindo, criando hipóteses sobre as motivações e fi nalidades desses textos. LP Leitura e Produção Ensino Médio Campo de atuação na vida pública | Documentos legais e normativos Orientação ao PROFESSOR 4 Observe a imagem a seguir: • O que a imagem retrata? O que essas crianças estão lendo? Agora leia a legenda que acompanha essa foto: Crianças lendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), pouco após sua adoção. Foto: Arquivo da ONU • Na sua opinião, com que objetivo essa foto foi tirada? Por que entregaram esse tipo de documento para que as crianças lessem? Vamos iniciar juntos a leitura de trechos da Declaração Universal dos Diretos Humanos. Primeiro vamos conferir o que está na contracapa do documento: TEXTO 1 – PARTE 1 Estes são os direitos de: Atribuídos em: Enunciados pela Organização das Nações Unidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos No dia 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou e proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos cujo texto, na íntegra, pode ser lido a seguir. Logo após, a Assembleia Geral solicitou a todos os Países - Membros que publicas- sem o texto da Declaração “para que ele fosse divulgado, mostrado, lido e explicado, principalmente nas escolas e em outras instituições educacionais, sem distinção nenhuma baseada na situação política ou econômica dos Países ou Estados.” 1. Algum trecho dessa parte do texto ajuda a explicar a foto anterior? Qual? Justifi que. Atividade 1 Professor, em primeiro lugar, a atividade visa trabalhar as infor- mações contextuais de produção e publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), por meio de um vídeo e a leitura de uma fotografi a da época, de modo a dar subsídios para o debate com a turma e despertar-lhes o interesse para a análise do documento. Em segundo lugar, propõe-se a leitura dos cinco primeiros artigos, seguida de questões que envolvem aspectos de compreensão e de composição do texto. Habilidade EM13LP26. Como é possível ler na legenda, a imagem retrata crianças lendo a DUDH, recém publicada. A resposta à pergunta que sucede a fotografi a é pessoal, mas espera-se que os alunos reconheçam a motivação po- lítica e histórica de se registrar esse momento, sobretudo para que as crianças conheçam quais são seus direitos como seres humanos. Professor, para muitos alunos esse pode ser o primeiro contato com um gênero textual normativo. Sendo assim, sugerimos que a leitura da primeira parte do texto 1 seja feita conjuntamente em um processo de leitura previamente preparado para sua turma, prevendo paradas, questões, momentos de paráfrases, ganchos com a realidade da turma, tudo para auxiliar a compreensão da linguagem mais técnica e normati- va, própria de gêneros como esse. Tal procedimento pode ser feito com os demais documentos legais ao longo desta SD. Eis as respostas esperadas: 1. Sim, o trecho entre aspas é exatamente o que ocorre na foto- grafi a, uma vez que o documento está sendo exibido a crianças, o que remete ao ambiente escolar/ educacional. Orientação ao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 5 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, Considerandoser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, Considerando que os povos das Nações Unidas reafi rmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, Agora portanto A ASSEMBLEIA GERAL Proclama A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indi- víduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de ca- ráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo I Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo II 1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo III Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfi co de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo V Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. 6 O que você está achando de ler a DUDH? Quais são suas primeiras impres- sões quanto à temática e à linguagem empregada no texto? Agora vamos fazer uma pausa e pensar em algumas questões: 2. Qual é a fi nalidade do “Preâmbulo” no texto? Por que os parágrafos do pre- âmbulo terminam com vírgula? 3. Releia o 2º e 3º parágrafos do Preâmbulo. Dado o contexto de publicação da declaração (1948), é possível supor a que episódios da História esse trecho faz alusão? 4. Em que momento no preâmbulo são mencionados os signatários do docu- mento? Com que intenção isso é feito? 5. Por que o último parágrafo do Preâmbulo termina sem pontuação? E qual é o valor do verbo “proclama” na frase “A ASSEMBLEIA GERAL proclama”? 6. Qual é o papel do parágrafo que antecede os artigos da Declaração? O que ele apresenta no texto? 7. Os artigos I e IV tratam, respectivamente, do direito à liberdade e da proibi- ção à escravidão. Na sua opinião, por que isso é reiterado no texto? 8. Segundo o artigo I, “Todos os seres humanos nascem livres e iguais... e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” As palavras em destaquem se relacionam a ideais de algum contexto histórico e político? Qual? 9. Releia o artigo II. Qual é o efeito de sentido (ou fi nalidade) dos trechos: “sem distinção de qualquer espécie", “ou qualquer outra condição.” e “quer...quer”? 2. Como o próprio nome diz, o preâmbulo visa destacar consi- derações iniciais/ preliminares que ocorreram anteriormente, culminando na publicação do documento, por isso a maioria das formas verbais está no tempo pretérito e todos os parágrafos começam pelo gerúndio “Con- siderando”. As vírgulas ao fi nal indicam que cada parágrafo é um complemento à oração principal “A ASSEMBLEIA GERAL procla- ma". Professor, se julgar oportuno, aproveite para mostrar à turma que cada parágrafo do Preâmbulo é uma grande oração adverbial reduzida de gerúndio subordinada à oração principal em caixa alta, que determina o modo como o documento foi proclamado. 3. Dada a época de publicação, é possível perceber a relação com episódios trágicos da 2ª Guerra Mundial: a ascensão de Hitler e do nazismo na Europa, a persegui- ção e o extermínio de judeus nos campos de concentração etc. 4. No 4º e 5º parágrafo são mencio- nados os “povos das Nações Uni- das" e “os Estados-Membros”. A fi nalidade é registrar previamente a ciência e o comprometimento dos países signatários do documento, destacando sua responsabilidade. 5. O último parágrafo do Preâmbulo não tem pontuação para ressaltar que se trata de uma continuação/ complemento da oração seguinte. O verbo “proclama” tem valor de efetivar a ação que signifi ca, ou seja, promulgar, publicar ofi cial- mente, com efeito de lei. 6. O parágrafo de introdução visa destacar os objetivos a serem atingidos com o documento e sua abrangência. Orientação ao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 7 Atividade 2 Vamos assistir a mais um vídeo, sobre o contexto histórico da Declaração Universal dos Direitos Humanos. PORTAL UAI. Os direitos humanos em 2 minutos. 2018. (2min23s). Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?f54969>. Acesso em: agosto de 2019. Além de ser um marco na história da humanidade, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento normativo de âmbito universal e por isso faz parte dos gêneros textuais prescritivos, ou seja, sua fi nalidade é prescrever ações, instruir o que pode ou não ser feito, estabelecer normas comuns a serem respeitadas por todos os povos. ? Você SABIA? 7. Esses direitos são reiterados no documento para garantir que a escravidão não se repita na História da Humanidade. Professor, aqui o documento mais uma vez dialoga com fatos trágicos da História, como a escravização de seres humanos vindos da Áfri- ca durante o período de colonizações, por exemplo. Além disso, na 2ª Guerra Mundial, os judeus também eram privados de sua liberdade e submetidos a trabalho forçado nos campos de concentração. 8. Sim, as palavras em destaque retomam/dialogam com o lema da Revolução Francesa (1789) “liberdade, igualdade e fraternidade”. 9. A fi nalidade das expressões é tornar a mensagem clara, evitando qualquer ambiguidade. Por exemplo, o trecho “ou qualquer outra condição" visa incluir no artigo as outras possíveis formas de distinção que não foram textualmente nomeadas no parágrafo. Orientação ao PROFESSOR Atividade 2 A atividade propõe continuar a leitura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ampliando a análise para os aspectos contextuais, composi- cionais e linguísticos que tipifi cam o gênero. Habilidade EM13LP26. Professor, para o processo de leitura da segunda parte do texto, você pode utilizar a mesma estratégia da atividade anterior ou, se julgar possível nesse momento, propor que os alunos façam a leitura individual- mente ou em duplas. Orientação ao PROFESSOR 8 Vamos continuar a leitura e análise do texto. TEXTO 1 – PARTE 2 Artigo VI Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Artigo VII Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamentoa tal discriminação. [...] Artigo IX Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo X Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. [...] Artigo XIV 1 - Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. 2 - Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo XV 1 - Todo homem tem direito a uma nacionalidade. 2 - Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo XVI 1 - Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2 - O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 3 - A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. [...] Artigo XIX Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe- rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independente- mente de fronteiras. Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 9 Após o preâmbulo e o parágrafo introdutório, o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos é composto de trinta artigos, enumerados em algarismos romanos (Artigo I, II, II...). Alguns deles são ainda subdivididos em parágrafos, sequenciados em algarismos arábicos (1. 2. 3.), com o objetivo de completar ou detalhar o conteúdo do artigo. Devido a seu contexto legal e normativo, o texto da DUDH respeita as regras da norma padrão da lín- gua, empregando termos ofi ciais, técnicos ou jurídicos, próprios das leis, estatutos e decretos. Além disso, é comum o emprego de pronomes e expressões para generalizar ou indeterminar (todo homem, todos os seres humanos, as pessoas, ninguém, nenhum ser humano), a fi m de garantir textual- mente que os diretos se estendam a todos, sem distinção, pois são universais. + Para saber MAIS 1. Analise os artigos que contêm mais de um parágrafo. Cite um exemplo em que os parágrafos complementam ou detalham o parágrafo anterior. 2. Encontre e destaque no texto pronomes, substantivos e demais termos usados para generalizar ou indeterminar. 3. Em sua opinião, qual a fi nalidade do segundo parágrafo do artigo XIV? 4. Cite termos ou expressões que são exemplos da norma padrão utilizada em um texto normativo. Você sabe o que esses termos signifi cam? 5. Algum artigo cita o próprio documento da Declaração? Por meio de qual termo? Eis as respostas esperadas: 1. Os artigos XIV, XV e XVI, que tratam respectivamente dos diretos de asilo, nacionalidade e matrimônio. Por exemplo, o 1º parágrafo do artigo XV afi rma que todo homem tem direito a uma nacionalidade; ao que o 2º complementa que ninguém será privado desse direito. 2. Espera-se que os alunos reconheçam termos como: Todos, todo homem, todo ser humano, homens e mu- lheres, sociedade, qualquer, quaisquer, ninguém. 3. O segundo parágrafo visa especifi car a condição em que aquele direito não é válido. 4. Professor, é provável que os alunos notem palavras ou expressões como “perante, arbitrariamente, incitamen- to, detido, exilado, plena igualdade, acusação criminal, gozar (no sentido de usufruir), invocado, legitimamen- te, contrair matrimônio, consentimento, dissolução, nubentes. Incentive-os a entender o signifi cado desses termos pelo contexto ou peça que consultem alguns deles no dicionário. 5. Sim, o documento é citado explicitamente com a inicial maiúscula no artigo VII: “a presente Declaração". E de forma implícita no 2º parágrafo do artigo XIV: " objeti- vos e princípios das Nações Unidas.” Orientação ao PROFESSOR 10 Atividade 3 Agora, vamos ler e analisar a terceira e última parte da Declaração Universal dos Direitos Humanos. TEXTO 1 – PARTE 3 [...] Artigo XXIII 1 - Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2 - Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3 - Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4 - Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo XXIV Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. Artigo XXV 1 - Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem- -estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direi- to à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2 - A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. Artigo XXVI 1 - Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profi ssional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2 - A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortaleci- mento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreen- são, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3 - Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus fi lhos. [...] Artigo XXIX 1 - Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2 - No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determi- nadas pela lei, exclusivamente com o fi m de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberda- des de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 11 O estilo de textos legais e normativos como a DUDH costuma apresentar as seguintes características: • Palavras e construções que evitam a ambiguidade; • Linguagem clara, concisa e denotativa; • Emprego da 3ª pessoa e de frases declarativas; • Predominância de verbos no presente e/ou futuro do indicativo; • Verbos e locuções verbais prescritivas. + Para saber MAIS 1. Identifi que e anote no próprio texto: a) expressões próprias da norma padrão. b) trechos com linguagem clara, evitando ambiguidades. c) verbos e locuções verbais com sentido de prescrição. 2. Identifi que no texto os verbos ou locuções no presente e no futuro do indicativo. Em seguida, separe dois exemplos e analise a fi nalidade de cada tempo verbal: a) Presente. b) Futuro. Atividade 3 A atividade tem como objetivo analisar a 3ª e última parte sele- cionada da DUDH, para aprofun- dar os aspectos linguísticos que tipifi camo gênero e garantem a compreensão do texto. Habilida- de EM13LP26. Professor, aqui é importante chamar atenção para a fonte de onde o texto foi retirado e, se julgar oportuno ao fi nal, acessar com os alunos o site da ONU, onde é possível baixar e ler a Declaração na íntegra, já que para esta sequên- cia didática foi feito um recorte dos artigos considerados mais rele- vantes. Além disso, o site contém outros textos, vídeos e fotos sobre o contexto histórico e político durante a publicação do documento. Eis as respostas esperadas: 1. Esta questão visa fazer o aluno retornar ao texto, observando mais detalhadamente os aspec- tos linguísticos que se pedem. Alguns termos possíveis: a) Assegure, coadjuvará, ministra- da, em prol de, na qual, exercer, estabelecido... b) No fi nal dos dois parágrafos do artigo XXV: “ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.; “Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. No 3º parágrafo do artigo XXIX: “em hipótese alguma”. c) No 2º parágrafo do estupro XXVI: “A instrução será orientada..., promoverá..., coadjuvará...”. No artigo XXX: “Nenhuma disposi- ção... pode ser interpretada”. 2. a) e b) Professor, instrua os alunos a identifi car e marcar as formas verbais no texto, reconhe- cendo os diferentes sentidos de cada tempo verbal. Um exemplo Orientação ao PROFESSOR3 - Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo XXX Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direi- to de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração dos Direitos Humanos: Paris, França, 1948. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?6ae6fb>. Acesso em: 23 de ago. de 2019. 12 3. Destaque no texto palavras ou expressões que detonam o conceito de “liberdade". 4. Releia o artigo XXIX. Por que os direitos de todos estão sujeitos a limita- ções? Justifi que com trechos do texto. 5. Qual é a fi nalidade do último artigo do documento? Atividade 4 No âmbito nacional, a lei máxima que garante os diretos e deveres dos brasileiros é a Constituição Federal de 1988, também conhecida como Constituição Cidadã. Vamos assistir a um breve vídeo para introduzirmos o tema: HISTÓRIA ONLINE. PAPO RETO: CONSTITUIÇÃO. 2016. (2min47s) Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?c6297b>. Acesso em: 23 de ago. de 2019. TEXTO 2 - PARTE 1 possível: “Artigo XXVI : 1. Todo ser humano tem direito à instru- ção. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementa- res e fundamentais.” O verbo no presente expressa uma ação já instituída; já o pretérito, algo ain- da a ser buscado e cumprido. 3. Alguns termos que citam ou re- metem ao conceito de liberdade são: “livre escolha de emprego, liberdades fundamentais, livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade, exercício de seus direitos e liberdades...” 4. Conforme o próprio texto, para garantir os “direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.”. 5. A fi nalidade do último artigo é en- cerrar o documento afi rmando que não se trata de “reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa”, ressaltando, assim, seu caráter universal para evitar qualquer ato de destruição aos direitos estabe- lecidos na declaração. Orientação ao PROFESSOR PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a seguran- ça, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 13 pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífi ca das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distri- to Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamen- te, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífi ca dos confl itos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?7e8859>. Acesso em: 29 de ago. de 2019. 14 O que você está achando de ler a Constituição Federal? Quais são suas primeiras impressões? O texto é fácil ou difícil de ler? Você já conhecia algum tre- cho? Comente com os colegas. Em seguida, vocês vão se juntar em dupla para pensar e responder a algumas questões. 1. É possível saber onde e por quem o texto foi produzido e publicado? 2. O texto apresenta indícios de qual é seu leitor visado e sua fi nalidade? 3. No Preâmbulo, há a indicação da autoridade responsável pelo texto? Quem? Na abertura de textos normativos, é comum haver verbos de valor performativo como: decretar, declarar, condenar, san- cionar, prometer, garantir, certifi car etc. Em contextos ofi ciais, o locutor, ao proferir um enunciado com esses verbos na 1ª pessoa, realiza o ato que aquele verbo descreve. Um exemplo clássico é quando duas pes- soas vão se casar no cartório e o juiz diz: “Eu os declaro casados”. ? Você SABIA? 4. Qual é o verbo de valor performativo da Constituição? O que ele signifi ca? E o verbo performativo da DUDH, texto anterior? Textos normativos como as leis, códigos e estatutos e a Constituição Federal podem conter várias partes, como: títulos e capítulos (numerados por algarismos romanos), artigos e parágrafos (sequenciados por algarismos arábicos), parágrafo único e os incisos (que completam o conteúdo dos parágrafos ou dos arti- gos e são sequenciados por algarismos romanos). As alíneas, que podem aparecer após os parágrafos ou incisos, em continuação à matéria são sequenciadas por letras minúsculas em ordem alfabética. Os itens são usadosapós os parágrafos e sequenciados por algarismos arábicos. ? Você SABIA? Atividade 4 Após a leitura e interpretação da DUDH (texto de âmbito univer- sal), a atividade dá continuidade ao trabalho com a habilidade EM13LP26, por meio da análise de um documento normativo de âmbito nacional, a Constituição Federal, com foco nos aspectos do contexto de produção e da construção com- posicional do texto. Professor, o vídeo e as questões propostas após o trecho seleciona- do da Constituição visam auxiliar a contextualização, o debate e o processo de leitura do documento com os alunos. Aqui, vale a pena destacar as motivações históricas e políticas que culminaram na pro- mulgação da Constituição Federal de 1988, sobretudo considerando o período de abertura política e movimento de reivindicação pelas eleições presidenciais diretas, conhecido como Diretas Já, entre 1983 e 1984, após mais de 20 anos de ditadura civil-militar, regime de exceção que durou de 1964 a 1985. Para a leitura do trecho proposto, é possível escolher a estratégia que melhor responder às necessidades e anseios de sua turma (individual ou compartilhada). Em seguida, sugerimos que as questões sejam discutidas e respondidas em duplas de trabalho produtivas e heterogê- neas. Eis as respostas esperadas: 1. Sim. Pode-se inferir que o texto tenha sido publicado conforme os atos ofi ciais, no Diário Ofi cial da União, em Brasília, porque provém da “Presidência da Repú- blica, Casa Civil, Subchefi a para Assuntos Jurídicos”. 2. Sim. No 1º parágrafo é menciona- do o “povo brasileiro”. Além disso, como se trata de uma Lei Federal, é possível inferir que o texto se dirige a toda a coletividade dos ci- Orientação ao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 15 5. Quais dessas partes vocês identifi cam no texto 2? Citem um exemplo. 6. Qual é a fi nalidade dos incisos nos artigos 1º, 3º e 4º? 7. Identifi quem e destaquem no texto: a) Palavras ou construções da norma padrão, comuns em textos normativos: b) Verbos ou locuções com valor prescritivo: 8. Releiam o inciso IV do artigo 3º: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. É possível dizer que o trecho em destaque foi descrito para evitar ambigui- dades? Por quê? 9. Alguns trechos da Constituição Federal retomam ideais e princípios básicos da Declaração Universal dos Direitos Humanos? Quais? Localizem exem- plos no texto. 10. Diferentemente da DUDH, de âmbito universal, a Constituição Federal pos- sui âmbito nacional. Que diferenças ou especifi cidades próprias do Brasil e seu continente existem no texto? dadãos brasileiros. Quanto a sua fi nalidade, é possível reconhecê-la no trecho: “assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade...” 3. Sim, a autoridade responsável pelo documento está no trecho: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem- bleia Nacional Constituinte”. 4. O verbo de valor performativo da Constituição é “promulgamos”. Já o verbo performativo da DUDH é “proclama”. Segundo o dicionário Houaiss, ambos os verbos têm o sentido de: 1. Ordenar a publica- ção de lei ou similar; 2. Tornar público; publicar ofi cialmente. 5. No trecho lido da Constituição Federal, é possível encontrar os seguintes elementos: títulos, ar- tigos, incisos e parágrafos, como se vê, por exemplo, no Art. 1º. 6. Os incisos presentes nos artigos 1º, 3º e 4º têm, respectivamen- te, a fi nalidade de descrever os “fundamentos”, os “objetivos fundamentais” e as “relações internacionais” da República Federativa do Brasil. 7. Professor, nesse momento incen- tive os alunos a retomar a leitura do texto, de forma atenta, desta- cando os elementos solicitados. Algumas respostas possíveis: a) “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente" "A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios” b) Nos incisos do artigo 3º, os verbos no infi nitivo “construir, garantir, erradicar e promover” têm valor de prescrição; bem como a forma verbal no futuro “buscará”, no parágrafo único do artigo 4º. Orientação ao PROFESSOR 16 Atividade 5 Antes de continuarmos a leitura da Constituição Fede- ral, vamos assistir a um vídeo sobre um projeto chamado Constituição na Escola. TEXTO 2 – PARTE 2 Projeto Constituição na Escola. Projeto Constituição na Escola – Vídeo Institucional. 2017. (6min06s). Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?e85963>. Acesso em 29 de ago. de 2019. 8. Sim, pois o trecho “quaisquer outras formas de discriminação” visa considerar também todas as outras formas de discrimina- ção possíveis que não foram mencionadas. 9. Sim. São vários os trechos da Constituição Federal que retomam ideais descritos na Declaração Universal dos Direitos Huma- nos. Professor, nesse momento incentive os alunos a retomar e cotejar ambos os textos, identifi cando os termos e ideias que se repetem. Eis alguns exemplos possíveis: No Preâmbulo, termos e trechos como: “liberdade, bem-estar, sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, solução pacífi ca das controvérsias...”. No Art. 1º: “III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho; V - o pluralismo político”; No Art. 3º: “I - cons- truir uma sociedade livre, justa e solidária; “IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” No Art. 4º: II - prevalência dos direitos humanos”; VI - defesa da paz”. 10. Dizem respeito à realidade e contexto brasileiro, por exemplo: “Art. 3º III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;” e o parágrafo único do Art. 4º, sobre o objetivo de se buscar “a integração econômica, políti- ca, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Orientação ao PROFESSOR TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religio- sos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 17 1. Como você já sabe, os incisos (sequenciados por algaris- mos romanos) têm a fi nalidade de detalhar o conteúdo do artigo. No artigo 5º, encontre palavras ou trechos dos incisos de I a XVI que retomam e especifi cam ideias do artigo. 2. Localize pronomes e substantivos usados para se referir às pessoas. Eles são semelhantes aos termos emprega- dos na DUDH? 3. Nos incisos XI e XII, o que signifi ca o trecho entre parên- teses “(Vide)” no fi nal? Qual é a sua fi nalidade? Atividade 5 O objetivo da atividade é propor aos alunos a leitura do Artigo 5º da Constituição, envolvendo agora os aspectos linguísticos do gênero (EM13LP26).Além disso, apresen- tamos um vídeo sobre o projeto Constituição na Escola, a fi m de despertar-lhes o interesse em se apropriar desse do- cumento, fomentando entre os alunos o debate a respeito de seus próprios direitos e deveres, dentro e fora da escola. Tal momento visa antecipar o trabalho com as habilidades EM13LP25 e EM13LP27. A seguir, as respostas esperadas: 1. Os incisos do artigo 5º detalham os termos em que “Todos são iguais perante a lei”, por exemplo: I - homens e mulheres são iguais...; IV - é livre a manifestação do pensamento...; VI - é inviolável a liberdade de consciên- cia e de crença...; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada...”. Orientação ao PROFESSOR VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção fi losófi ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati- va, fi xada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científi ca e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a inde- nização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fl agrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judi- cial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fi ns de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profi ssão, atendidas as qualifi cações profi ssionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profi ssional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacifi camente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; [...] BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?7e8859>. Acesso em: 29 de ago. de 2019. 18 4. Localize termos que estabelecem a coesão do texto (como conjunções, preposições, advérbios e locuções) que ex- pressem o sentido de: Acréscimo Exceção Condição Alternância Restrição 5. Qual é o tempo e modo verbal predominante no texto? Marque exemplos no próprio texto. Que efeito de sentido esse uso confere ao documento? 6. O artigo 5° da Constituição Federal se relaciona com algum artigo da DUDH? Que ideais são retomados? 2. No texto da Constituição, alguns pronomes e substantivos para se referir às pessoas são semelhantes aos da DUDH, como: “todos, homens e mulheres e ninguém”. Professor, destaque, no entanto, que há algumas diferenças por causa da abrangência de cada documento. Na Constituição, há termos mais específi cos, como “brasileiros, estrangeiros, povos da América Latina”; já na DUDH, os termos são mais genéricos e universalizantes, como “homem, seres humanos, pessoas”. 3. A forma “Vide” é um verbo de origem latina usada para remeter o leitor a outro texto, no caso a outras leis que especifi cam o conteúdo daqueles incisos. Segundo o dicionário Houaiss, o verbo “vide” tem como sinônimos as expressões “haja vista, a exemplo de, dado”. 4. Professor, aproveite o momento para retomar com os alunos os ter- mos que garantem a coesão no texto (conjunções, preposições, advér- bios, locuções, elipses, pronomes etc.). Algumas respostas possíveis: Após responderem a questão, caso queiram ampliar os elementos de coesão, incentive-os a buscar outros termos com os mesmos sentidos nos textos lidos anteriormente. 5. O tempo verbal predominante no texto é o presente do indicativo, como em “homens e mulheres são iguais”, “é livre o exercício de qualquer trabalho” e “todos podem reunir-se pacifi camente”. Esse uso expressa o valor de certeza, para descrever os direitos já estabelecidos. Além disso, também são usados verbos no futuro do indicativo, como “ninguém será privado de direitos”, que indica sentido de prescrição, do que deve ou não ser feito. 6. Professor, esse é o momento oportuno de cotejar os dois documentos, buscando suas relações intertextuais. Oriente os alunos a identifi car termos e conceitos presentes na Constituição que remetem à Declaração Universal dos Direitos Humanos. De modo geral, também aparecem na Constituição: os ideais de igualdade entre homens e mulheres; a liberdade de expressão, de pensamento, de locomoção, de crença; o livre exercício do trabalho; o acesso à informação; a inviolabilidade da casa e da vida privada/ intimidade; a proibição da tortura etc. Caso você ache oportuno, acesse com a turma a íntegra do texto da Declaração, para identifi car outras relações com a Constituição. Acréscimo Além da Exceção Senão, salvo Condição Se, desde que Alternância Ou Restrição Apenas Orientação ao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 19 Atividade 6 Você provavelmente já ouviu falar no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). O que você sabe sobre ele. Vamos assistir a um vídeo sobre o tema e discutir: FUNDAÇÃO ABRINQ. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): Saiba o que é. 2019. (3min53s). Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?c67077>. Acesso em 29 de ago. de 2019. TEXTO 3 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: [...] TÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS [...] CAPÍTULO IV DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualifi cação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; 20 V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabeleci- mento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019) Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da defi nição das propostas educacionais. Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de estabelecimentos congê- neres assegurar medidas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de defi ciência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV – atendimento em creche e pré-escola às criançasde zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabi- lidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus fi lhos ou pupilos na rede regular de ensino. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustifi cadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência. Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seria- ção, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude. BRASIL. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990. Diário Ofi cial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?65b9e2>. Acesso em 29 de ago. de 2019. Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 21 1. Onde e quando a lei foi publicada? Em que parte do texto há essa informação? 2. De quem é a autoria do texto? Qual é a autorida- de responsável por ele? 3. No início do texto, são usadas formas verbais de valor performativo? Por quem? Qual é seu efeito de sentido? 4. Como você enxerga no seu dia a dia os direitos e deveres mencionados no estatuto lido? Cite um exemplo. 5. Identifi que no texto termos ou expressões que expressem a ideia de: A) Finalidade/ objetivo B) Acréscimo 6. Qual o papel dos incisos nos artigos 53 e 54? 7. O que signifi cam as informações entre parênte- ses após alguns artigos? 8. Do artigo 56 ao 59 qual é o tempo verbal predo- minante? Cite um exemplo. Por que esse tempo foi utilizado nessa parte do documento? Atividade 6 Professor, depois da leitura de trechos da Constituição Federal, seguimos com a análise de outro texto normativo de âmbito nacio- nal: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O estudo desse texto com os alunos ganha destaque especial por se tratar de um documento que aborda justamente os direitos dos adolescentes, o qual muito provavelmente deve ser de conhecimento da turma. Além disso, apesar de ser um documento de âmbito nacional, ele pode ser um ponto de partida para os alunos pensarem/elabora- rem outros documentos de âmbito local, considerando o contexto escolar, já que o ECA defi ne, por exemplo, o direito dos adolescentes à educação, à cultura e ao lazer, ao esporte, à profi ssionalização e ao trabalho etc. Assim, a leitura do texto e as questões propostas visam trabalhar a habilidade EM13LP26, com foco nos aspectos do contexto de produção, da construção composicional e do estilo do texto. Caso você julgue oportuno, é possível seguir a mesma estra- tégia utilizada na atividade 4, para a leitura do texto com a turma e a resposta às questões. A seguir, as respostas esperadas: 1. Como se vê logo no início do texto, a lei foi publicada em 13 de julho de 1990, pela Casa Civil, Subchefi a para Assuntos Jurídi- cos (e provavelmente no Diário Ofi cial da União). 2. Conforme consta no texto, a autoria da lei é do Congresso Nacio- nal, sendo sancionada pelo presidente da República à época. 3. Faço saber, decreta e sanciono são formas verbais de valor per- formativo usadas pelo presidente. Esses verbos têm o efeito de tornar verdade, a partir do momento em que são empregados, exatamente aquilo que signifi cam. 4. Resposta pessoal. É esperado que os alunos mencionem acontecimentos e experiências ligadas a suas vidas dentro e fora da escola. Professor, caso prefi ra, essa questão pode ser respondida oralmente. É importante equilibrar os relatos dos alunos para que haja tanto exemplo de situações negativas e de desrespeito/violação a seus direitos, como de momentos em que seus direitos foram/são garantidos e respeitados. 5. A) visando, com vistas à. B) bem como, inclusive. 6. Os incisos nos artigos 53 e 54 detalham os direitos que o Esta- do tem a obrigação de assegurar às crianças e adolescentes, no que diz respeito ao acesso e à permanência na escola. 7. Os parênteses servem para indicar que determinado inciso ou artigo foi inserido ou alterado por uma outra lei, funcionando como uma referência. 8. O tempo verbal predominante do artigo 56 ao 59 é o futuro do modo indicativo (comunicarão, estimulará). Esse tempo foi usado porque as situações descritas ainda não aconteceram ou deverão acontecer. Orientação ao PROFESSOR 22 Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos, vos) podem ocupar três posições diferentes em relação ao verbo: • Quando o pronome vem antes do verbo, damos o nome de Próclise. Ex.: “Não se preocupe, tudo fi cará bem.” “Aquilo me deixou de boca aberta.” • No fi nal do verbo, chamamos de ênclise. Ex.: “Conte-me tudo o que você sabe.” “A gerente apareceu, exigindo-lhe uma explicação.” • E no meio do verbo, recebe o nome de mesóclise. Só ocorre com verbos conjugados no futuro do presente e futuro do pretérito. Ex.: “Planejar-se-ia o aniversário de todos os funcionários.” “Contar-me-ão todos os gastos referentes a este ano.” Adaptado de: COLOCAÇÃO pronominal. Infoescola, 2019. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?d5abb6>. Acesso em: 29 de ago. de 2019. PRÓCLISE - Mesóclise – Ênclise. Mundo Educação, 2019. Disponível em: <www.iqe.org.br/surl/?d0f9ce>. Acesso em 29 de ago. de 2019. ? Você SABIA? 9. Há ocorrências de ênclise ou mesóclise no trecho lido do ECA? Cite exem- plos. Que efeito essas colocações pronominais provocam no texto? 10. Releia e compare os trechos seguintes: Texto 2 Texto 2 Texto 3 TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS TÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO IV DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER Por que os títulos e capítulos começam pelas preposições em destaque? Que sentido elas possuem na frase? 9. No texto há casos de ênclise como garantindo-se e fazer-lhes e um de mesóclise respeitar-se-ão. Tais colocações pronominais estão de acordo com a norma padrão e conferem ao texto o registro formal e jurídico, próprio de textos normativos. Obs.: pro- fessor, lembre os alunos de que a forma verbal assegurando-se-lhes, no artigo 53, não se trata de uma mesóclise, pois, embora pareça, o pronome “se" não está no meio do verbo, e sim após o verbo (entre ele e outro pronome), sendo portanto um caso de ênclise. 10. As preposições em destaque apresentam o tema dos títulos ou capítulos e têm o mesmo sentido de “sobre, a respeito de”. Ex.: Sobre os direitos fundamentais. Professor, mostre aos alunos que esse emprego é característico dos textos legais e normativos. Orientaçãoao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 23 Sistematizando APRENDIZAGENS Ao longo desta Sequência Didática, você e seus colegas co- nheceram e analisaram três exemplos de gêneros normativos: a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a Consti- tuição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O que você achou de estudar esses textos? Já os conhecia? O que de novo você aprendeu? E o que você acha que precisa continuar estudando? Agora, como forma de fazer uma síntese, vamos relacionar e comparar os três documentos legais lidos: Texto 1 Declaração Universal dos Direitos Humanos Texto 2 Constituição Federal de 1988 Texto 3 Estatuto da Criança e do Adolescente Âmbito/abrangência Autoria/Autoridade responsável Local e data de publicação Verbo performativo Motivações e fi nalidades do documento SISTEMATIZANDO APRENDIZAGENS Professor, esse é o momento de síntese dos conhe- cimentos construídos ao longo da SD. Sugerimos uma conversa com a turma, incentivando os alunos a folhear o material retomando os principais aspec- tos estudados, a fi m de discutir e confi rmar suas hipóteses coletivamente. Em seguida, oriente-os a preencher adequadamente o quadro. Orientação ao PROFESSOR Texto 1 Declaração Universal dos Direitos Humanos Texto 2 Constituição Federal de 1988 Texto 3 Estatuto da Criança e do Adolescente Âmbito/abrangência Universal/ internacional Nacional Nacional Autoria/Autoridade responsável Assembleia Geral da ONU (Organi- zação das Nações Unidas) Assembleia Nacional Constituinte/ Presidência da República Congresso Nacional/ Presidência da República Local e data de publicação Paris, França, em 10 de dezembro de 1948. Brasília, DF, no ano de 1988. Brasília, DF, em 13 de julho de 1990. Verbo performativo proclama promulgamos decreta e sanciono Motivações e fi nalidades do documento Garantir a dignidade, os direitos e liberdades de todos os seres huma- nos. Sobretudo após os atos bárba- ros contra a Humanidade ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial. O documento é “destinado a asse- gurar o exercício dos direitos sociais e individuais” da República Federati- va do Brasil. Também é importante considerar como uma motivação a abertura política com o fi m da ditadura civil-militar no Brasil. Instituir os direitos e liberdades das crianças e adolescentes no Brasil, a fi m de garantir sua proteção pela família e Estado. Vale lembrar que o ECA está alinhado ao que se prevê na Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Orientação ao PROFESSOR 24 • Na sua escola, existe um grêmio ou clube estudantil? Ele tem um documento/estatuto que estabelece os direitos e deveres de seus membros? • Comparado aos documentos legais lidos anteriormente, qual seria a abran- gência do estatuto de grêmio ou clube da sua escola? Quem sabe diz Proposta de Produção Agora, nós vamos realizar um debate conjunto a fi m de discutir a criação de um estatuto do grêmio ou clube para representar sua escola. Para organizar o debate, vocês vão defender seus pontos de vista e apresen- tar suas propostas, ideias, de forma respeitosa e fundamentada, respeitando o tempo pré-estabelecido e o turno de fala dos demais colegas. O professor vai mediar esse debate, com as seguintes questões: • Você tem o hábito de participar de reuniões e debates em sua escola, como reuniões de conselho, grêmio, coletivos, movimentos, assem- bleias...? Como são essas reuniões? • Que problemas existem no território da escola para os quais podemos buscar uma solução? Quais são as soluções possíveis dentro das regras? • Vocês sabem quais são seus direitos como estudantes na escola? E os deveres? • Se criarmos um grêmio na escola, quais seriam suas atribuições e sua fi nalidade? • Já existem outros documentos normativos na sua escola? Quais? • Como esse documento se relacionaria com o projeto político-pedagógico da escola? • Na escrita do documento, como é possível garantir que os direitos e deve- res de todos na escola sejam respeitados. • Na elaboração de um estatuto do grêmio ou clube estudantil, quais tópicos não poderiam faltar? Quais seriam seus títulos, capítulos, seções e artigos? Quem sabe diz As perguntas em Quem sabe diz visam fazer com que os alunos rela- cionem os documentos legais lidos até o momento, de âmbito universal ou nacional, com outros textos nor- mativos cujo âmbito seja local (e de preferência, escolar) , por exemplo estatutos de grêmio ou clube estu- dantil. Dessa forma, preparamos o terreno para a atividade seguinte. PROPOSTA DE PRODUÇÃO O objetivo da atividade é mediar o processo de elaboração de um documento normativo de âmbito local (estatuto de grêmio ou clube estudantil), para descrever e garan- tir os direitos e deveres dos alunos na escola, de modo a envolver os aspectos referentes ao contexto de produção, composição e estilo do gênero, trabalhando, portanto, a habilidade EM13LP26. Além disso, as questões em Quem sabe diz visam desenvolver, especialmente, aspectos presen- tes nas habilidades EM13LP25 e EM13LP27, necessários à produção de um texto como o proposto. Professor, sugerimos que das perguntas na sessão Quem sabe diz até a primeira parte do planejamento a atividade seja feita coletivamente, como forma de ampliar em conjunto a sistematização das aprendizagens desenvolvidas ao longo da SD. Já para o esboço, sugerimos o trabalho em grupos menores para que os alunos tenham a oportunidade de, de forma mais particularizada, confron- tarem suas hipóteses e reverem os conteúdos aprendidos. Para o momento de escrita da 1ª versão e revisão do texto, achamos ser oportuno que a atividade seja feita coletivamente, considerando justamente o tema e a fi nalidade do texto proposto, visto que um estatuto que diz respeito aos alunos deve ser discutido e elaborado por todos os envolvidos. Orientação ao PROFESSOR Sequência Didática | Língua Portuguesa | Leitura e Produção de Textos | Campo de atuação na vida pública 25 Planejamento Em primeiro lugar, vamos pensar juntos nas condições de produção do esta- tuto do grêmio ou clube estudantil: Nome do documento Tema e Finalidade Autoria (responsáveis pela escrita do documento) Público-alvo Local e data do documento Linguagem do texto Agora, vocês vão se reunir em grupos e, em uma folha separada ou no caderno, fazer um esboço das informações que devem constar no estatuto. Cabeçalho (Entidade responsável e local de publicação do documento) Nome do documento Tema do texto (Dispõe sobre...) Preâmbulo contendo as informações preliminares sobre o contexto do documento, como autoria, fi nalida- de e verbo performativo. (Nós, representantes..., com o objetivo de... declaramos/promulgamos...) Corpo do texto, dividido em títulos, capítulos, seções, artigos, incisos e parágrafos. Nessa parte, é preciso contemplar principalmente: • Direitos e deveres dos estudantes na escola; • Finalidade do grêmio e atribuições dos integrantes; • Relação da agremiação com a escola e a comunidade. Escrita Realizado o esboço em grupos, é a hora de apresentar os textos e discutir as ideias de cada um. A partir daí, vamos redigir coletivamente a versão fi nal do documento, com a colaboração de todos. Revisão e publicação Após a escrita coletiva, é hora de revisar o estatuto elaborado. Para ajudar, vocês devem retomar o texto produzido e revisá-lo, verifi cando se os itens elencados na etapa de planejamento foram atendidos ou não e o que deve ser melhorado. Por fi m, feita a revisão, após todos concordarem com os termos do documento, ele deve ser disponibilizado para que todos tenham acesso, promulgado e publicado ofi cialmente na escola, em meio impresso (mural da turma e/ou da escola) e digital (página ofi cial da turma e da escola). A publicação do estatuto elaborado pela turma, nos moldes sugeridos, é muito importante para que eles compreendamna prática o proces- so que confere validade ofi cial a documentos normativos e legais. Orientação ao PROFESSOR
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